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Makoto Sekita: "o gás produzido pelo biodigestor abastece um alojamento para 600 animais"

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 23/08/2016

6 MIN DE LEITURA

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Para encerrar o Interleite Brasil, o último painel escolhido abordou o tema “Quando o leite se combina com outras atividades produtivas” e contou com a participação do moderador Luis Fernando Laranja da Fonseca, empresário e consultor. Laranja fez questão de elogiar a evolução do Interleite ao longo dos anos e o apoio dos patrocinadores - que contribuíram com a viabilização do evento.

palestrantes Interleite Brasil - leite com outras atividades
Da esquerda para a direita: Laranja, Edvaldo, Maurício e Makoto 

Makoto Sekita, produtor de leite de São Gotardo/MG, apresentou uma linha do tempo sobre a trajetória da Sekita Agronegócios, que produz além de leite, milho, soja, café, cenoura, alho, beterraba e batata. “Em 2008 iniciamos com a atividade leiteira e atualmente produzimos aproximadamente 48 mil/litros/dia. O que motivou a nossa empresa – com tradição em hortaliças – a iniciar a atividade leiteira foi a necessidade de uma fonte de fertilizantes alternativa – o esterco - que não fosse química. Além disso, sentimos a necessidade da rotação de culturas para melhoria da estrutura de solo para o cultivo de hortaliças de melhor qualidade e produtividade”, relatou.

Makoto Sekita

Para Makoto, a integração lavoura-pecuária contribuiu para a otimização das terras. “A pecuária praticamente não ocupa muito espaço comparada às outras atividades. Quando iniciamos a atividade leiteira, somente a cenoura e o leite tinham renda distribuída mensalmente, pois as demais culturas eram de safra (alho, beterraba). Atualmente o alho e a beterraba são armazenados em câmaras frias para comercialização na entressafra, o que permite uma distribuição da renda ao longo de todo o ano”.

A redução do ciclo da cultura do milho também ocorreu já que a colheita é realizada para silagem ao em vez de milho grão - o que permitiu uma redução de aproximadamente 40 dias - permitindo um preparo de solo antecipado para a próxima cultura a ser estabelecida no ano. “A rotação de cultura com a braquiária e os fertilizantes orgânicos proporcionaram aumento no volume a na quantidade das hortaliças. Também reduzimos os custos com fertilizantes e energia pois passamos a usar dejetos sólidos (compostagem) e líquidos (biofertilizante do biodigestor)”, destacou.

A integração com a pecuária também contribuiu para a redução de energia: o gás produzido no biodigestor é utilizado para gerar energia para dois barracões onde ficam alojados 600 animais. Essa energia é suficiente para alimentar toda a parte elétrica das instalações onde se encontram os animais – como ventiladores, bomba de aspersão, entre outros. A fazenda possui nove biodigestores e dois barracões com 300 animais/cada.

biodigestores Sekita

A fazenda também comercializa tourinhos e embriões e em 2017 pretende trabalhar com a venda de novilhas e vacas. Além disso, para o ano que vem, a pretensão é passar de 1361 animais em lactação para 1500 - alcançando uma produção de 55.500 mil litros/dia. Makoto ainda fez questão de ressaltar a importância da gestão de pessoas. “São elas que fazem a diferença e que fazem o negócio rodar; precisamos valorizá-las”.

Na sequência, foi a vez de Maurício Silveira Coelho, sócio proprietário e atual administrador da Fazenda Santa Luzia, em Passos/MG, contar a sua experiência. Além do leite, o Grupo Cabo Verde, no qual a fazenda faz parte, trabalha com outras atividades, como suinocultura, agricultura de milho e soja, pecuária de corte e cafeicultura.

Maurício Coelho

A Santa Luzia é uma das mais importantes fazendas produtoras de leite a pasto do Brasil, com uma produção de 28.000 litros diários, com 1450 vacas em lactação, sendo 1000 animais no sistema a pasto tradicional e 450 vacas no novo projeto a pasto, irrigado e com ordenha rotatória (a primeira do mundo para animais da raça Girolando).

A suinocultura responde por 50% do faturamento do grupo e os dejetos são utilizados para adubação e para o biodigestor, gerando energia elétrica. Também ocorre o tratamento dos dejetos – separando os sólidos dos líquidos. A ideia da integração da suinocultura com o leite, há muitas décadas atrás, ocorreu com o objetivo de dar destino ao soro oriundo do desnate. “O leite era comercializado em forma de creme (fabricação de manteiga) devido à dificuldade de transporte e ausência de resfriamento”, ponderou Maurício.

O projeto de crescimento da fazenda abrange um maior equilíbrio entre as atividades, preocupação crescente com o meio ambiente e sustentabilidade. “A busca pelo crescimento sustentável da produção de leite na Santa Luzia em sistema de pasto tem como objetivos principais a exploração mais racional de suas potencialidades como terra, rebanho, integração entre as atividades produtivas, mão de obra especializada e conhecimento adquirido ao longo dos anos. O objetivo são os ganhos de escala, redução dos custos fixos e maior rentabilidade na operação, tornando a atividade mais competitiva e atraente”, pontuou.

Fazenda Santa Luzia
Fazenda Santa Luzia 

Para finalizar o painel, Edvaldo Lôpo de Alkimin, produtor de leite de Manga/MG, palestrou sobre seu empreendimento no Norte de Minas Gerais. O tripé do seu empreendimento une uma padaria, uma fazenda (chamada Vista Alegre) e um laticínio. A administração é familiar e todas as atividades estão ambientalmente corretas.

Edvaldo Lôpo

A partir da propriedade adquirida em 1996, Edvaldo estruturou uma série de atividades inter-relacionadas: produção de leite, suínos, aves e peixes. O leite é processado em laticínio próprio e vendido, entre outros canais, na padaria Alkmim, dele mesmo. Os peixes são filetados e também vendidos ao comércio, na busca constante pela agregação de valor.

O produtor ressaltou algumas iniciativas sustentáveis utilizadas na sua integração, como aproveitamento da água da irrigação para a criação de peixes. Todo o processo é direcionado para aproveitar os restos de alimentos com o intuito de reduzir custos e priorizar as questões ambientais.

Edvaldo Lôpo
Edvaldo Lôpo na Fazenda Vista Alegre 

“Tivemos problemas, por exemplo, com a sobra de soro de leite, que é um problema ambiental quando não trabalhado corretamente. Hoje utilizamos essa sobra para a alimentação dos porcos e com os dejetos dos porcos, montamos um biodigestor. Tudo está integrado na minha cadeia de negócios e é aproveitado”, completa. Ainda de acordo com ele, se uma atividade entra em crise, outro setor acaba compensando e ajudando a atividade crítica a “sair do vermelho”.

Os projetos futuros de Edvaldo abrangem uma mini-usina fotovoltaica (usina solar), uso de aquecedores solares e ampliação da utilização do gás metano para o funcionamento da caldeira do laticínio ou gerador de energia – deixando de lado a dependência da lenha.

Concluindo, ele deixou a seguinte mensagem para os ouvintes: “São as dificuldades que nos deixam criativos e nos fazem buscar soluções. Diversificar não é fácil, mas às vezes é necessário. Quer ter sucesso? Trabalhe e trabalhe muito, capacite-se, recuse a sua zona de conforto. Eu só conheço essa receita para o êxito”.

A área total da fazenda é de 140 hectares, sendo 53 ha irrigados e 35 ha de pastagem de sequeiro. A pastagem irrigada é composta por piquetes rotacionados, produção de silagem e cana-de-açúcar para a alimentação bovina. A produção de leite média atual é de 1800 litros/dia.

 

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LENO HÚNGARO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 29/08/2016

COMPETÊNCIA: Esse é o caminho para o crescimento econômico e social do nosso país. Caro José Alceu, se o governo não atrapalhasse com uma carga tributária tão pesada e com tanta burocracia, já estaria ajudando. Infelizmente ele não ajuda e até atrapalha o setor produtivo rural.

Parabéns àqueles que, não obstante as dificuldades, tem feito a diferença no agronegócio e tem inspirados outros produtores a buscar a eficiência por meio de uma gestão profissional.
ERISY MENDES LUSTOZA WOLBERT

GUARAPUAVA - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/08/2016

Visitei o conjunto de lavouras e produção de leite Sekita, junto com cooperados da Cooperativa Agraria, pois sou cooperada, no começo do mês de agosto, e fiquei muito feliz, como temos brasileiros, que está de igual ou melhor, com qualquer país do mundo no agronegócio. Parabéns
JOSÉ ALCEU DA SILVA CABRAL

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/08/2016

Biodigestor é tão bom que o governo deveria incentivar e subsidiar para.o produtor rural. Não podemos usar o combustível fóssil. Até quando o governo vai ficar cego.
ROBERTO MAGALHAES SÁ

SÃO MIGUEL DAS MATAS - BAHIA - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 24/08/2016

Acho a diversificação,o caminho correto para o produtor
ALBERTO BEZERRA SILVA

ARACAJU - SERGIPE - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/08/2016

Tudo de bom. Parabens
ALBERTO BEZERRA SILVA

ARACAJU - SERGIPE - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/08/2016

Tudo de bom. Parabens
EDSON SOUZA MACIEL

CARAMBEÍ - PARANÁ - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 23/08/2016

Sekita Agronegócios exemplo de sustentabilidade no meio rural. Parabéns!!

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