No ano, a captação de leite pela indústria totalizou 24 bilhões de litros, uma queda de -2,8% sobre 2014.
Gráfico 1 – Captação formal de leite.
Fonte: IBGE
Anteriormente, havíamos publicado aqui no MilkPoint, uma projeção de queda na captação de leite de -2,6%, elaborada através de um modelo de previsão que correlaciona a RMCR (Receita Menos Custo de Ração) e a captação. O gráfico 2 abaixo apresenta a comparação entre essas variáveis.
Gráfico 2 – Variação anual RMCR* x Variação anual captação de leite.
*Os dados de RMCR apresentam duas defasagens, de modo a ajustar a correlação entre as curvas. Fonte: MilkPoint Inteligência
Na série histórica de captação de leite do IBGE, que se inicia em 1997, nunca houve uma queda anual na captação. Se analisarmos a produção de leite total, divulgada na Pesquisa Pecuária Municipal que possui uma série histórica maior, a última queda anual havia sido em 1993.
Em todas as regiões do país, houve queda na captação de leite em 2015, embora a intensidade da queda tenha apresentado diferenças expressivas entre as regiões: no Norte (-13,9%), Nordeste (-5,5%) e Centro-Oeste (-8,8%) as quedas foram mais intensas. Enquanto no Sul (-0,9%) e Sudeste (-0,8%), apresentaram reduções bem menores no volume captado de leite pela indústria, como pode ser visto no gráfico 3 baixo.
Gráfico 3 – Variação da captação de leite por região – 2015 x 2014 (em %).
Entre os principais estados na captação de leite, Minas Gerais continuou com o maior volume de leite captado (6,4 bilhões de litros; -2,3% x 2014), seguido pelo Rio Grande do Sul (3,5 bilhões de litros; +1,6%), Paraná (2,8 bilhões de litros; -4,6%), São Paulo (2,6 bilhões de litros; +3,4%), Goiás (2,4 bilhões de litros; -8,8%) e Santa Catarina (2,3 bilhões de litros; +0,2%). Devido à intensidade da queda em Goiás, o estado perdeu o posto de 4º maior estado em captação de leite para São Paulo. Importante ressaltar que a captação de leite refere-se ao local em que o leite é processado; portanto, há volumes que podem ser produzidos em um estado e serem contabilizados como captação em outro.
Gráfico 4 – Variação da captação de leite por estado – 2015 x 2014 (em %).
A queda na captação não foi compensada por um aumento expressivo nas importações. Ao estimarmos o consumo anual per capita aparente, índice que considera a produção total (no caso, estimamos a produção total (captação formal + informal, através da variação na captação formal de 2015), importações e exportações, os números mostram que o consumo anual per capita aparente apresentou uma queda de -2,7%, refletindo a crise econômica do país, como mostra o gráfico 4.
Gráfico 5 – Evolução do consumo anual per capita.