Além disso, os consumidores geralmente associam que o leite e os produtos lácteos produzidos por vacas mantidas a pasto são “mais saudáveis” do que os de vacas confinadas (que consomem ração e concentrados). Pesquisadores da cidade irlandesa de Cork disseram que têm evidências científicas que mostram os benefícios do leite produzido a pasto em termos de propriedades nutricionais, aparência, sabor e cor.
A pesquisa foi liderada pelo Teagasc e por pesquisadores da University College Cork (UCC), incluindo a professora Catherine Stanton, do APC Microbiome Institute, e pelo professor Paul Ross, da UCC. Os estudos foram publicados em dois trabalhos publicados no Journal of Dairy Science neste mês. Esse estudo é parte de um grande programa colaborativo no Centro de Pesquisa Teagasc Moorepark e no APC Microbiome Institute, chamado “Profiling Milk From Grass” ("Perfil do leite produzido a pasto", em uma tradução livre), que é financiado pelo Teagasc, pela Science Foundation Ireland e pelo Dairy Research Trust.
O estudante de PhD da Teagasc, Tom O’Callaghan, que é primeiro autor de ambos os estudos, disse que os resultados mostram que o leite e os produtos lácteos de vacas criadas a pasto têm concentrações maiores de gordura, proteína e caseína. “Em particular, o leite de vacas criadas a pasto tem concentrações significativamente maiores de ácidos graxos saudáveis”. Ele disse que as diferenças são refletidas na manteiga produzida por vacas criadas a pasto e que ela é superior em aparência, sabor e cor - conforme confirmado por dados de um painel sensorial.
“A manteiga produzida com leite oriundo de vacas criadas no pasto também é nutricionalmente superior para o coração, pois apresenta menores escores de aterogenicidade e contém concentrações significativamente maiores de CLA (ácido graxo saudável) e betacaroteno, que dá à manteiga a cor dourada”.
Stanton destacou que a manteiga feita de leite de vacas criadas a pasto era muito mais amarela na cor e mais cremosa do que a feita com leite de animais criados em confinamento. O próximo passo é mostrar que isso tem uma influência positiva de longo prazo na saúde humana por meio de estudos clínicos.
O professor, Pat Dillon, chefe do programa de Pesquisa e Inovação Animal e de Pastagem do Teagasc, disse que a pesquisa confirma a qualidade superior dos produtos lácteos produzidos a pasto. Ele disse que também há benefícios financeiros, já que os sistemas de confinamento seriam 15 a 20 centavos por litro mais caros do que o sistema a pasto.
As informações são do Dairy Reporter, traduzidas pela Equipe MilkPoint.