De acordo com o presidente da Fecoagro Leite Minas, Vasco Praça Filho, a união das cooperativas em uma federação é importante para que o setor se organize e ganhe força frente as negociações junto ao governo. A expectativa é que o número de cooperativas integrantes passe das atuais 22 para 50 nos próximos meses, o que fortalecerá ainda mais o setor mineiro. As cooperativas associadas são de portes variados, do pequeno ao grande. Entre elas estão a Cooperativa Central Mineira de Laticínios (Cemil), Itambé e a Cooperativa Agropecuária de Uberlândia (Calu), por exemplo.
“O sofrimento une as pessoas. Ao fundar a federação pretendemos nos unir para buscar benefícios e resolver problemas comuns entre as cooperativas. Acreditamos que ao reunir as cooperativas vamos ganhar forças para que o setor leiteiro avance”, explicou.
Um dos principais gargalos enfrentados pela cadeia produtiva do leite é a importação de leite em pó do Uruguai, que chega ao mercado brasileiro com preços menores que os praticados pela produção local. A perda da competitividade do leite nacional é provocada pela alta carga tributária, custos elevados, problemas estes que não são enfrentados pelos concorrentes. Praça Filho destaca que a produção e a negociação do leite uruguaio estão sendo avaliadas para verificar se o Uruguai está praticando a triangulação, ou seja, comprando a produção de outro país e exportando para o Brasil.
“O produtor de leite já sofre com as variações sazonais muito grandes de preços e de custos, que são difíceis de administrar, mas são normais da atividade. O que não é natural é o País ser autossuficiente na produção de leite de excelente qualidade e importar o produto gerando grande desequilíbrio no setor. Enfrentamos uma concorrência desleal, já que as cooperativas nacionais pagam milhões de reais de tributos municipais, estaduais e federais e o leite importado, principalmente do Uruguai, chega ao mercado sem tributação. É um problema antigo que estamos lutando para resolver e acreditamos que unidos teremos mais força”, disse Praça Filho.
Ainda segundo Praça Filho, a Fecoagro Leite Minas também buscará junto ao governo soluções para a guerra fiscal entre os estados e a carga tributária incidente sobre a cadeia produtiva, que é considerada elevada e acaba comprometendo a competitividade dos produtos. Outro objetivo é fomentar a capacitação do setor e o planejamento estratégico, ações que podem melhorar a gestão das cooperativas. “Vamos fazer visitas técnicas em outros estados, onde há um desenvolvimento forte no cooperativismo, como no Sul do Brasil, para conhecermos o sistema, os resultados positivos e aprender”.
Para o presidente da Organização das Cooperativas do Estado de Minas Gerais (Ocemg), Ronaldo Scucato, a criação de federações que reúnam cooperativas é fundamental para o fortalecimento do agronegócio de Minas Gerais, ideia que sempre foi defendida por Scucato.
“Há décadas venho pregando a necessidade do setor agropecuário, nas suas diversas atuações, se verticalizar, porque as cooperativas vêm trabalhando individualmente as demandas e reivindicações que são comuns a quase todas e, por isso, é preciso unir. Até que enfim se conscientizaram com a crise atual e viram que é preciso se unir. A federação tem como principal objetivo o fortalecimento das cooperativas frente ao mercado que, a cada dia, está mais competitivo”.
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As informações são do Diário do Comércio.
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