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Fechamento de 2011 e perspectivas para 2012 na visão de alguns nomes do setor |
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CHRISTIANO NASCIFVIÇOSA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS EM 09/01/2012
Continuação
O custo operacional efetivo deste grupo foi de R$0,51 por litro, o custo operacional total de R$0,57 por litro e o custo total de R$0,63 por litro. Venderam o leite a R$0,85 por litro, em média, portanto obtiveram uma margem líquida de R$0,28 por litro que levou à taxa de remuneração do capital com terra de 11,66%a.a., e um lucro de R$0,22/litro. Do total de 446 produtores, 25% estão na atividade leiteira, porém de forma inviável economicamente, pois operaram com margem bruta negativa. Permanecerão na atividade ao menos no curto prazo, 35% desta amostra, pois operaram com margem bruta positiva, porém com margem líquida negativa. Já com lucro, operaram 40% desta amostra, se continuarem deste jeito, terão a luz verde acesa dando passagem para o sucesso na atividade leiteira. Espero, portanto, com estas informações ter contribuído para o nosso debate, lembrando que o lucro nada mais é do que o resultado das coisas bem feitas Um forte abraço a todos Christiano Nascif |
CHRISTIANO NASCIFVIÇOSA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS EM 09/01/2012
Prezados Senhores,
Como todos sabem, o sucesso em qualquer empreendimento não acontece por acaso, muito menos é um mero produto do destino. Os dados aos que me referi no artigo são de 446 produtores de leite de Minas Gerais, que participaram do Projeto Educampo/SEBRAE nos últimos 24 meses, e que trabalham com diversos sistemas de produção. Através deste recebem assistência técnica e GERENCIAL por intermédio de agrônomos, veterinários e zootecnistas competentes. Lembrando que os dados são coletados mensalmente por estes profissionais, e são analisados sob uma mesma base metodológica para o cálculo dos custos, portanto, sem sombra de dúvida podem ser comparados. Interessante observar que os dados estratificados de quem ganham e de quem perde na atividade leiteira, é convergente, em partes aos dados que o Dr. Lorildo Stock apontou na sua pesquisa, que o Sr. Marcello de Moura Campos Filho comentou, que o nobre deputado divulgou e que todos os comentaristas do artigo relataram. Os produtores da referida amostra que perderam dinheiro com a atividade leiteira nos anos de 2010 e 2011, produziram, em média, 581 litros/dia; com 0,5 vacas em lactação/hectare; sendo que as produtividades da mão de obra contratada e da terra foram 193 litros/dia-homem e 2514litros/hectare/ano, respectivamente. Esta turma produziu leite com um custo operacional efetivo de R$0,78/litro; custo operacional total de R$0,88/litro e custo total de R$0,98/litro. Venderam o leite a R$0,74/litro, portanto perderam dinheiro com a atividade, e não foi pouco, foi muito dinheiro. Vejam que o custo total deste grupo foi bem próximo do apontado pela pesquisa do Dr. Stock. Luz vermelha acesa! A turma que operou com margem bruta positiva, porém com margem líquida negativa, produziu em média, 623litros/dia, com 0,55 vacas em lactação/hectare com a produtividade da mão de obra contratada de 207 litros/dia-homem e de terra de 2304 litros/hectare/ano. O custo operacional efetivo foi de R$0,69/litro, o custo operacional total foi de R$0,79/litro e o custo total foi de R$0,88/litro. Venderam o leite a R$0,78/litro, portanto cobriram os custos diretos e sobrou um pouco, porém não o suficiente para cobrir os custos fixos, desta forma estão empobrecendo. Luz amarela acesa! Estes dois estratos justificam o comentário, porém não poderá ser generalizado. O grupo de produtores que vem fazendo o dever de casa, portanto ganhando dinheiro com leite, produziu em média, 1084litros/dia, com 0,7 vacas e lactação por hectare, tendo as produtividades da mão de obra contratada e da terra, em 356 litros/dia homem e 3677 litros por hectare por ano, respectivamente. Estes indicadores técnicos foram bem melhores do que os dos grupos anteriores. Continua... |
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHOCAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 08/01/2012
Prezado Juliamdro Ostrapechen
Pelo que entendi o valor do custo de produção de US$ 0,58/litro citado por Lorildo Aldo Stock da Embrapa não se refere a um futuro abstrato mas à realidade de hoje no Brasil, e nesse nivel de custo a produção de leite não é econômicamente sustentável, e esse é o contexto que deve ter levado o deputado Antonio Carlos Arantes de Minas Gerais a afirmar que se no Brasil algum produtor acha que está ganhando dinheiro com leite é por que não sabe fazer conta. A situação me preocupa, por isso pedi ao Christiano Nascif se poderia explicar melhor a situação do leite em Minas Gerais, quem está ganhando e quem está perdendo dinheiro com a atividade, e se para a maioria dos produtores de leite mineiros a atividade é econômicamente sustentável e atrativa.. Faço a mesma pergunta a você com relação ao leite no Paraná. No Brasil muito poucos produtores usam confinamento total para produzir leite, e o volume produzido por estes produtores é relativamente pequeno com relação ao total da produção nacional. A maioria dos produtores utiliza pasto para produzir leite, mas muitos usam suplementação no cocho com concentrado e até mesmo volumoso para atender as necessidades de manutenção e produção das vacas leiteiras. É preciso não confundir utilizar pasto para produzir leite, que é a realidade no mínimo a médio prazo para a maioria dos produtores, com produzir leite exclusivamente a pasto ( leite verde?) que só ainda existe em função da procura do "leite barato" por muitos lacticinios. Abraço Marcello de Moura Campos Filho |
OSWALDO GUIMARAES COSTA PINTOBELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 30/12/2011
Historicamente o leite nunca teve concorrentes. Atualmente com o preço da arroba o leite começa a ter um concorrente direto. Na minha Região(LUZ/LAGOA DA PRATA/BOM DESPACHO), atualmente existem 3 concorrentes de peso. Eucalipto, Gado de corte e a grande estrela são as usinas de Lagoa da Prata e Bambui. NÃO HÁ NADA QUE CONCORRA COM ESTAS USINAS CANAVIEIRAS.Os produtores de leite, ja com certa idade, sem herdeiros, com a infraestrutura desmantelada, e COM ENORMES DIFICULTADES COM A MÃO DE OBRA, estão "fazendo fila" nas portas das usinas para arrendar suas propriedades.
Com preços de R$50,00 a R$ 60,00 por hectare por mes, imagino que nos proximos anos nesta região somente haverá leite de saquinho na padaria. Para 2012, vi nos jornais, que os EUA acabaram com as barreiras fiscais sobre o alcool brasileiro, e que somado a isto existe uma demanda crescente do mercado interno, em função de melhoria nos indices de poluição. Enfim: 2012 em minha região será um otimo ano.........PARA O ALCOOL. Os laticinios devem agora sair de sua zona de conforto e mudar seus paradigmas com os produtores e começar a trata-los como PARCEIROS ou senão eles deverão procurar leite fuido no URUGUAI OU ARGENTINA. |
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCOJUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE EM 29/12/2011
Prezados Senhores:
Quando se trata de produção de leite de vaca, jamais posso considerar um ano como bom. No máximo, estivemos, em 2011, a aumentar um pouco a margem existente entre custo e o valor recebido. Em palavras outras, em 2011, houve uma maior recomposição dos capitais investidos, motivada pelo aumento do preço pago ao produtor. Longe do ideal, a perspectiva, para 2012, entretanto, deve ser de bons preços, que motivarão a continuidade dos eficientes produtores, de sorte que, os que não o são, deixarão, de qualquer forma, o mercado. Nada de muito estapafúrdio ou sobrenatural - apenas uma leve alta, movimentada pela qualidade e pelo volume produzido. Acredito que a baixa do preço das "commodities", como a soja e o milho, a níveis internacionais, carreada pelas grandes safras, deve manter a tendência de baixa de seus preços, o que motivará a queda nos custos, em 2012, muito embora o aumento irreal do salário mínimo - extremamente mais voltado a um ano de eleição do que aos objetivos de melhoria do nível de vida da população - deve formar um novo gargalo no quesito mão de obra. Finalmente, concordo com o Juliandro Ostapechen, de Medianeira, no Paraná, que aqueles que continuarem a tentar produzir a pasto não serão os que se manterão, com mais segurança, no mercado futuro. A produção e a qualidade serão os parâmetros a serem alcançados por quem deseja obter lucro substancial na atividade e, tais conceitos, somente são ativados, à plenitude, em sistemas intensivos de criação (semiconfinamento e confinamento). GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG |
JULIANDRO OSTAPECHENMEDIANEIRA - PARANÁ - ESTUDANTE EM 29/12/2011
Prezado Sr. Marcello Campos Filho:
É importante entendermos que custos de produção se tecem em dados reais e não no que se estima que possa acontecer. Se o pesquisador referido pelo senhor acredita que o custo possa se tornar U$0,58 num abstrato futuro, não é motivo para desconsiderarmos os bons resultados financeiros que parte dos produtores do Brasil tem tido com a atividade atualmente. Estejamos certos e, a matemática financeira advoga a favor desse contexto: Produtor que explora bem sua área em produção de alimento e maneja criteriosamente vacas especializadas, não perde dinheira jamais, todavia, esperar bons resultados em explorações pouco intensivas (o tão comentado "leite a pasto, leite verde") de fato é esperar chuva no deserto, é mergulhar numa doce ilusão que leva a prejuízos expressivos na atividade leiteira. |
JOSÉ LEONEL VICENTE SALUSTIANOARACAJU - SERGIPE - ZOOTECNISTA EM 26/12/2011
O ano de 2011 para os produtores de leite do Estado de Sergipe pode ser considerado bom. Do ponto de vista do preço pago ao produtor tivemos um aumento de 9,2% em novembro de 2011 em relação ao mesmo período de 2010. Passando de 0,76 R$ em 2010 para 0,83 R$ em 2011, segundo dados da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe.
Em relação a produção, a atividade leiteira está em ascenção em algumas cidades do Agreste (Poço Verde, Freipaulo, Carira). |
EDER GHEDINITAPEJARA - RIO GRANDE DO SUL EM 26/12/2011
Concordo plenamente com Cristiano Nascif. Reforçando suas últimas palavras dentro de seu comentário, creio que a otimização, a maximização e a profissionalização de todos os segmentos da cadeia leiteira, ditará as cordenadas a serem seguidas e almejadas no que tange a viabilidade e consequentemente o sucesso da atividade para os próximos anos. O leite é um alimento nobre e indispensável na mesa de toda a famíla que preza por um bom desenvolvimento de seus constituintes. Para tanto precisamos tratar esta matéria com a nobreza que lhe confere, cada um fazendo o seu papel de maneira profissional e transparente vislumbrando sim, um futuro promissor neste segmento onde então, todos os elos serão beneficiados.
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MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHOCAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE EM 24/12/2011
Prezado Christiano Nascif
Li que o pesquizador da Embrapa Lorildo Aldo Stock afirmou que o custo de produção de leite no Brasil pode chegar a US$ 0,58/litro, o que representaria R$ 0,99/litro para um câmbio de R$ 1,70/US$, ou de R$ 1,04 para um câmbio de R$ 1,80/US$. Pesquisa recente da Embrapa mostra que no Brasil, quando se considera o custo operacional efetivo alguns produtores tem algum retorno, mas quando se considera o custo operacional total, que considera depreciação, manutenção de pastagens, pro-labore, etc, o retorno é negativo em tida a atividade leiteira. os seja, os produtores de leite estão perdendo dinheiro, estão empobrecendo. Talvez seja isso que levou o Deputado Estadual de Minas Gerais, Antonio Carlos Arantes declarar que se algum produtor acha que está ganhando dinheiro com o leite é por que não sabe fazer conta. Falando dos produtores de leite de Minas Gerais o senhor diz que na atividade leiteira, como em qualquer outra, uns ganham e outros perdem, e em 2011 enquanto houve produtores que operaram com margem liquida negativa, outros obtiveram taxa de remuneração do capital com terra de 11,66%, e que para esses produtores que acaracterizam o extrato predominante, a atividade se mostrou viável e atrativa. Gostaria que o senhor explicasse melhor essa situação dos produtores de Minas Gerais, quem está ganhando ou perdendo com a atividade, e se a maioria está considerando a atividade leiteira viavel e atrativa. Marcello de Moura Campos Filho |
HEFFERNAN MACEDOPASSOS - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS EM 23/12/2011
Boa tarde, realmente o ano de 2011 não foi bom mais foi estável, eu trabalho com qualidade de leite na região sudoeste de Minas sendo o centro da minha região Passos-MG, em um estudo que eu fiz neste final de ano vendo o numero de animais em relação ao ano anterior, 30% dos produtores irá manter o mesmo número de animais do ano de 2012, 40% irá aumentar o número de animais em lactação para mais de 30%, e 30% irá aumentar de 15% a 40% o número de animais, e 10% irá aumentar em até 15% do número de animais.
Então iremos ter muito mais leite do que em 2011, segundo alguns estudos também a região aumentou no geral 15% de áreas plantadas de lavoura, com isso o preço dos concentrados irá cair em 2012. Heffernan Macedo De Freitas, Passos-MG |
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