Após arrecadarem cerca de R$ 2,6 mil em uma 'vaquinha virtual' para custear parte da viagem, os alunos da USP receberam um prêmio no valor de R$ 13 mil, que será investido no projeto. A estimativa é que o protótipo esteja pronto até abril do ano que vem e disponível aos produtores no primeiro semestre de 2019.
O projeto, que teve o apoio da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC) e do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da USP, concorreu no SIA Summit com outras inovações tecnológicas de 18 países, sendo que 13 finalistas foram escolhidos em Genebra.
O grupo de São Carlos faz parte agora de uma rede global que apoia empreendedores de impacto social e, por meio de um programa do governo suíço em parceria com universidades e instituições do Brasil e da Índia, os estudantes vão para Bangalore em busca de expansão.
Qualidade do leite
Um dos objetivos da Thinkmilk é exibir informações sobre a qualidade do leite, traços de antibióticos e possíveis doenças do animal. Com isso, é possível aumentar a produtividade de pequenos fazendeiros, ajudar na redução do desperdício e no combate à mastite, um dos maiores problemas da pecuária de leite brasileira.
Segundo o estudante Bruno Azevedo, equipamentos baseados em sensores de baixo custo podem explorar um vasto mercado que ainda não tem acesso a alta tecnologia. "Com produtos de maior qualidade, o Brasil pode aumentar a exportação para mercados bastante exigentes. Também, melhora a competitividade e a renda de nossos pequenos fazendeiros, reduzindo a pobreza em regiões rurais e democratizando o acesso a alimentos de qualidade", avaliou.
O estudante participou de um intercâmbio na Suíça durante um ano e essa experiência gerou possibilidades para a tecnologia iniciada em São Carlos. "Os consultores e pesquisadores que nos apoiam têm experiência de anos trabalhando com outras startups que desenvolveram sensores e sistemas inovadores e, o que é mais importante, souberam transformá-los em produtos, levando-os para o mercado", ressaltou Azevedo.
Aprimoramento
Aperfeiçoar o sensor e integrá-lo ao sistema que monitora os sinais e processa os dados é o próximo passo da startup nos meses seguintes. "Temos uma expectativa de preço baseada no custo do protótipo, mas ainda é cedo para afirmar", disse o estudante. O grupo pesquisa as instituições brasileiras que têm contato direto com fazendeiros, pois precisa de dados mais precisos sobre o tamanho do mercado e as reais necessidades do produtor.
"Queremos oferecer uma solução completa por um preço menor que as existentes e que se pague em pouquíssimo tempo, gerando resultados visíveis ao fazendeiro logo nas primeiras semanas de uso", ressaltou Azevedo.
Além dele, fazem parte do grupo o doutorando Rodrigo Duarte Pechoneri, o servidor do Grupo de Óptica do IFSC João Marcelo Pereira Nogueira, além de outros parceiros suíços. Eles recebem orientação do professor de engenharia mecânica Daniel Varela Magalhães e têm como mentor o professor de engenharia de produção Daniel Capaldo Amaral.
As informações são do G1.