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Desafios 2014: Novamente, os custos de produção!

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 27/12/2013

4 MIN DE LEITURA

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Desde o final de 2011, o MilkPoint tem feito uma pesquisa ao término de cada ano com o intuito de captar a percepção de produtores, profissionais e estudantes sobre os desafios para o leite. Desta forma, podemos observar quais as expectativas e preocupações dos agentes do setor para o desenvolvimento da produção nos próximos 12 meses.

Houve a participação de 182 colaboradores, entre produtores de leite, profissionais do setor e estudantes, originários de 17 estados do Brasil. O resultado final foi o mesmo dos últimos dois anos: o custo de produção foi indicado como maior desafio para 2014, com 44% dos votos. Em seguida a mão-de-obra foi apontada como um obstáculo para 26,3% dos participantes, tendo o preço do leite em terceiro, com 12% e logo após a qualidade do leite, com 9,7%.

Gráfico 1 : Qual será o maior desafio para a produção leiteira em 2014?
           Fonte: MilkPoint

No entanto, a simples listagem dos desafios não é suficiente para entendermos a dinâmica do mercado e das expectativas para 2014. Uma análise mais detalhada pode nos mostrar algumas tendências que não são visíveis observando-se apenas o presente. O gráfico abaixo ajuda a elucidar alguns pontos, trazendo a variação das respostas a partir dos “Desafios de 2012”.

Gráfico 2: Comparação Desafios 2012 a 2014

Fonte: MilkPoint

Como podemos observar, apesar dos custos de produção continuarem sendo o principal desafio, houve uma queda de 15 pontos percentuais na comparação 2013x2014. Tal variação ocorreu devido à situação do mercado na época de aplicação dos questionários, enquanto no final de 2012 o setor passava por uma situação de margens apertadas devido ao alto custo da ração (influenciado pelo aumento dos preços de soja e milho), neste final de ano temos um cenário diferente: apesar do custo da ração continuar em um patamar elevado, houve uma compensação por parte dos preços recebidos, que alcançaram níveis recordes em 2013, o que influenciou positivamente nas finanças dos produtores de leite e claramente refletiu nesta menor preocupação, ainda que bastante elevada, em relação aos custos de produção.

Basicamente, podemos dizer que houve uma transferência de “desafio” para o leite: enquanto houve uma queda de 15 pontos percentuais nas indicações de custo de produção, houve um aumento de 16,3% no fator mão-de-obra chegando a 26,3% do total das respostas, fazendo este quesito voltar a ter a relevância que apresentou nos Desafios de 2012 (27%). Tal preocupação com este fator reflete tanto as preocupações quanto à contratação de funcionários capacitados, hoje em falta no setor, e também ao aumento do custo dos funcionários, visto que neste ano o salário mínimo terá um reajuste de 6,8%, chegando a R$724.

O preço do leite, que havia sido o 5º desafio na edição 2012 foi o 3º fator mais citado, subindo de 7% para 12%. Mas como explicar um aumento da preocupação com os preços justamente no ano em que esta variável apresentou preços recordes? A resposta está exatamente na pergunta: preços recordes. Com o expressivo aumento de preços ocorrido ao longo de 2013, de 19,4% no preço deflacionado até novembro, as margens do produtor melhoraram, mas os custos, como já mencionado, permaneceram altos. Desta forma, a rentabilidade do produtor fica estritamente dependente dos preços, o que é algo preocupante, visto que o produtor de leite é um tomador de preços. Além disso, com a taxa de retorno em alta, há um incentivo para que haja um aumento de produção, resultando em pressão para queda dos preços, como relatado no artigo “Montanha-russa no mercado de leite”.

Um ponto relevante é a queda da percepção das importações como um obstáculo. Este número diminuiu de 10% em 2012 para 8% em 2013 e 2,9% neste ano. Isto reflete tanto a elevação da taxa de câmbio em 2013 quanto o aumento dos preços internacionais de lácteos, que fez com que o Brasil ganhasse maior competitividade, resultando em uma queda das importações em equivalente-leite de 14,3% no acumulado até novembro, na comparação com o mesmo período de 2012.

No entanto, tais visões não são homogêneas no setor. Há algumas divergências entre os maiores e menores produtores e também na visão de profissionais e estudantes sobre o mercado. A tabela abaixo mostra as respostas agrupadas pelo perfil de cada participante.

Tabela 1 – Respostas de profissionais/estudantes e dos produtores por estrato produtivo

Fonte: MilkPoint

Fica nítido que a preocupação com os preços é muito mais intensa nos estratos produtivos de menor escala, enquanto pelo lado dos maiores há uma maior preocupação com os custos de produção.

As divergências são mais intensas ainda quando se compara a visão de profissionais/estudantes com a dos produtores. Enquanto 30% dos profissionais/estudantes indicaram a adequação da qualidade do leite como principal desafio para 2014, – empatado com os custos de produção, o estrato produtivo em que este item teve mais importância foi o de até 500L/dia, mas com apenas 11,9%. Além disso, a menção às importações também foi bem divergente do observado nas respostas dos produtores, 10% pelos profissionais/estudantes enquanto o único estrato produtivo em que esta foi maior que 5% foi o dos produtores acima de 3.000L/dia, mas ainda assim com apenas 6,3%.

Dentre os participantes da enquete, a maioria foi do estado de Minas Gerais, que é também o maior produtor de leite, com 34,1% das respostas; seguido por Goiás (12,1%), Paraná (11,5%) e Rio Grande do Sul (10,4%).

Os resultados da pesquisa deixam claro que, novamente, as preocupações se voltam para a parte financeira da produção, refletido pela grande relevância dos itens “custos de produção” e “mão-de-obra”. Entretanto, devido à pouca capacidade do setor de se proteger da variação dos preços de insumos, das variações nos salários e da capacitação de profissionais, estes itens devem continuar em pauta nos próximos anos como entraves para um melhor desenvolvimento da produção brasileira.

Equipe MilkPoint 

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RODRIGO

DIVINÓPOLIS - MINAS GERAIS - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 31/12/2013

Concordo com o Leonardo acima, vizinho de uma cidade de belas mulheres...rsrs





E com valor alto no preço do leite, pode se transformar em melhorias para se produzir com qualidade e com custo menor, como também treinar melhor sua mão de obra, ter mais funcionarios para rodizios que não existe na maioria das propiedades, e até mesmo começar ter salarios mais atraentes pra concorrer com outras atividades, até mesmo em cidades.
LEONARDO DE ALMEIDA BRAGA

FORMIGA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 30/12/2013

Na verdade o que defini o sucesso da atividade é o valor do leite pago ao produtor e custo de produção que resultará na margem de lucro ou prejuízo da atividade. O resto depende de nós produtores de leite fazermos o dever de casa.
WAGNER BESKOW

CRUZ ALTA - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO

EM 28/12/2013

Muito boa a análise em separado de produtores x estudantes/profissionais, pois realmente são preocupações diferentes.



A mão-de-obra será, sem dúvida, o ponto mais sensível e preocupante para o produtor brasileiro em 2014. Infelizmente estamos muito longe de uma solução. É um fenômeno mundial que requer criatividade, conhecimento de relações humanas, oportunidades de treinamento e vontade de compartilhar ganhos num ambiente em evolução e aprimoramento.



A velha relação patrão-empregado sem valorização das pessoas está ficando para trás. Como reflexo de tudo isso, veremos mais e mais produtores tendo que se transformar (se já não são) na principal mão-de-obra da propriedade, como é a realidade em todos demais países com os quais concorremos, exceto em certo grau o Uruguai e Argentina.
LUCAS SANTOS

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - ESTUDANTE

EM 27/12/2013

Concordo que o problema na bovinocultura de leite em algumas fazenda é sim o auto custo de produção e a falta de mão de obras(ou mão de obra desqualificada).Mais há três pontos que devem ser considerados também: o 1° é a administração da atividade, não adianta nada ter um custo baixo se a administração não for eficaz , o 2° é a baixa eficiência na atividade e o 3° é a péssima qualidade de forragens, juntamente com o indevido armazenamento das silagens , causando grandes perdas.
DANIEL AUGUSTO SCHUH ROYER

SÃO MIGUEL DO OESTE - SANTA CATARINA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 27/12/2013

É mais ou menos... maaaaiiss ou menooosss!!!

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