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Colocando o produtor de leite como protagonista, Interleite 2016 prioriza a troca de experiências

GIRO DE NOTÍCIAS

EM 09/08/2016

9 MIN DE LEITURA

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A 17ª edição do Interleite Brasil reuniu cerca de 1300 pessoas no Center Convention na cidade de Uberlândia/MG entre os dias 03 e 04 de agosto. O número de público considerado é referente ao Jantar dos Top 100, o Fórum MilkPoint Mercado, o Curso Mastite e Qualidade do Leite – oferecido pelo professor belga Sarne De Vliegher - e o Interleite propriamente dito, que teve mais de 840 participantes.

interleite brasil 2016
Público do Interleite Brasil 2016 

Nesta edição do Interleite, as palestras foram proferidas por produtores de leite de vários estados brasileiros, o que contribuiu para uma rica troca de experiências. Os moderadores dos painéis também foram escolhidos a dedo para acrescentarem no debate e as apresentações foram de 20 minutos por cada palestrante – o que trouxe maior dinamismo para o evento. Os participantes também puderam conferir as novidades nos estandes das empresas patrocinadoras.

empresas patrocinadoras Interleite 2016
Visita aos estandes 

Destacando o novo formato do evento e iniciando as apresentações, Marcelo Pereira de Carvalho, CEO da AgriPoint, deu as boas vindas aos participantes e comentou que se sentiu surpreso com a repercussão do Interleite deste ano – realizado em um novo formato. “Somente uma atividade tão apaixonante como essa é capaz de reunir um grande número de pessoas, como temos aqui hoje. O leite vem se modernizando no país e é uma atividade que vem ganhando profissionalismo e novas tecnologias”.
 
Marcelo Pereira de Carvalho - MilkPoint
Marcelo Pereira de Carvalho fazendo a abertura do evento e lançando o MilkPoint Radar

Marcelo citou o compost barn como exemplo, já que o assunto foi abordado no MilkPoint pela primeira vez em novembro de 2012 e hoje já está bastante disseminado. “Em menos de cinco anos o sistema se desenvolveu e já está sendo colocado em prática em inúmeras propriedades. Isso mostra que a pecuária leiteira está buscando novidades”. Ele também agradeceu todo o apoio dos patrocinadores e colaboradores – fundamentais para a realização do evento.

A ideia do Interleite 2016 foi colocar o produtor de leite como protagonista – trazendo o que há de melhor na atividade.

Aproveitando a abertura, Marcelo lançou oficialmente o MilkPoint Radar, aplicativo de gerenciamento de preços médios e dados de qualidade do leite da AgriPoint, que promete movimentar a cadeia láctea. A ferramenta permite ao produtor de leite comparar a eficiência e a competitividade do seu sistema, em relação à sua mesorregião, estado e país. E a indústria poderá, em breve, avaliar sua performance na compra de leite por região, seus preços médios praticados em relação à média regional e, também, seu market share na compra de matéria-prima.

Os dados inseridos são confidenciais. O produtor terá acesso apenas aos seus próprios dados e às médias, e não a dados individuais dos demais produtores ou às médias por indústrias. “Achamos que devemos isso ao setor e podemos fazê-lo”, apontou Marcelo.

Também abrindo o evento, Paulo do Carmo Martins, da Embrapa Gado de Leite, destacou as escolhas que precisamos fazer agora e que determinarão nosso papel no mercado lácteo. “As pessoas hoje têm uma nova maneira de ver as coisas. Essa geração não pensa mais em ter, mas sim, em usufruir”. Ele citou algumas empresas como Uber, Facebook, Airbnb, entre outras, pois elas se aproveitam de uma rede de pessoas para que o negócio funcione.

paulo do carmo martins - interleite 2016
Paulo do Carmo Martins, da Embrapa Gado de Leite 

Segundo Martins, há alguns desafios marcantes na cadeia láctea, como o custo de produção elevado, decisões no escuro, leite de baixa qualidade e difícil gestão. “Devemos buscar eficiência e competitividade. Temos que fazer escolhas e precisamos focar na qualidade do leite e sanidade do rebanho, pesquisa & desenvolvimento, transferência de tecnologia, internet, inteligência estratégica, ações cooperativas em etapas pré-competitivas, exercitando eficientemente o ‘Supply Chain Management’ (organização da cadeia como um todo). A desorganização da cadeia se traduz em fracas barreiras à entrada, fraudes, tributação discriminatória, visão de curto prazo e oportunismo”.

Ainda de acordo com ele, o setor precisa se debruçar em cima das tecnologias já existentes na área de qualidade e criar maneiras de fazer gestão – reduzindo o ‘achismo’ e contribuindo com a tomada de decisão.

O primeiro painel “Gestão de custos numa visão da atividade como negócio” foi moderado por José Rezende, do Projeto Terra do Leite, no período da manhã. O primeiro produtor de leite que palestrou, Ricardo Ferreira Godinho, é proprietário da Agropecuária Tucaninha, localizada em São João Batista do Glória/MG.

josé rezende
José Rezende, do Projeto Terra do Leite 

Ele iniciou a sua produção em 1965 e, em 2015, alcançou uma média de leite produzida por dia de 14.691 litros. Na sua propriedade, a gestão financeira é uma das prioridades e é composta pelo balanço patrimonial, fluxo de caixa e custos. “Temos um centro de custos dividido em pecuária de leite, lavoura, administração e patrulha. No nosso fluxo de caixa, a entrada e saída monetária sempre são registradas. Já o balanço patrimonial mostra como está a saúde financeira da fazenda e suas variações, o que é positivo para o nosso controle”.

Ricardo Godinho - Interleite 2016
Ricardo Godinho, palestrando no Interleite Brasil 2016 

Para Godinho, o plano de contas rateia os itens e os divide entre aqueles que têm reembolso e os que não têm reembolso. “Dessa forma, gerencio os custos e os itens envolvidos na produção. Por exemplo, 30% dos nossos itens correspondem à 86,35% dos custos e, dentro disso, apenas a alimentação com os animais totaliza 63,54%. É um ponto bastante oneroso para nós”, completou.

Uso dos dados para tomar decisões, confiar e aplicá-los (ação mais importante do que a teoria), avaliações da relação de custo/benefício, atenção extra para o balanço patrimonial e compartilhamento dos mesmos ideais entre assistência técnica e produtor rural, foram as dicas finais do palestrante para os ouvintes do evento.

Em seguida, Eudes Braga, produtor de leite e proprietário da Granja Eudes Braga, localizada em Carmo do Paranaíba/MG, mostrou o seu histórico de produção ao longo dos anos e contou a sua trajetória até alcançar a produção de 6.258 litros de leite e 700 quilos de queijo por dia neste ano. “A princípio, o queijo que eu produzia não gerava interesse das grandes redes. Partindo disso, comecei a entender que a qualidade e a padronização eram fundamentais para eu despontar nesse mercado. Sempre foi um desafio, pois minha família não tinha um histórico na produção de leite e muito menos na produção de queijos”.

Eudes Braga - queijos - Granja Eudes Braga
Eudes Braga 

Como os pais de Eudes possuíam uma pequena propriedade e, com a ajuda de uma reserva acumulada ao longo dos anos, ele adquiriu em 2005 os primeiros animais. Em 2007, a fazenda já produzia 300 litros de leite por dia e com o aumento da produção, os problemas na infraestrutura também apareceram, obrigando o produtor a adquirir novas terras (6 hectares) e contratar novos funcionários.

No ano seguinte, o sistema de produção e a raça dos animais (gado holandês) foram definidos, assim como, o uso da inseminação artificial, formação de equipe e certificação do IMA (Instituto Mineiro de Agropecuária) para o queijo minas artesanal – momento no qual o produto começou a ser viável. Ao longo do tempo, a propriedade foi se aprimorando e em 2009, se tornou a 1ª fazenda produtora de queijos livre de brucelose e tuberculose do Brasil, sempre prezando pela segurança alimentar. No ano de 2012, houve investimentos em conforto animal e, de 2014 a 2015, a área de melhoramento genético foi a prioridade.

Na palestra, Euder compartilhou exemplos de dados econômicos tabulados utilizados na gestão do seu negócio e frisou que quando bem acompanhados, trazem inúmeras vantagens. Atualmente, o custo alimentar das vacas em lactação é de R$ 18,02/dia e o custo operacional efetivo (COE) por litro de R$ 1,06.

“No decorrer dos anos, fomos aprimorando a nossa fazenda e a nossa produção. Criamos inclusive um índice genético próprio, que em pesos, considera 30% a produção de leite dos animais, a saúde 50% e a conformação 20%. As vacas dão retorno sim e eu estou aqui para transmitir isso”, ponderou. Na granja, as primíparas estão produzindo mais do que as multíparas, fato que comprova que o programa genético vem atingindo os seus objetivos. Os projetos futuros envolvem o aumento na produção de leite e o uso do compost barn.

A última apresentação do painel foi de Sérgio Augusto Spinardi, produtor de leite da Fazenda Três Lagoas, localizada em Carambeí/PR. “Desde o início da produção nós descartamos animais - priorizando a genética. Conforme a produção de leite vai aumentando, com ela, também vêm os problemas”, pontuou.

sérgio spinardi
Sérgio Spinardi

Hoje 100% dos animais são confinados (free stall com 230 camas) e a coleta de 14 mil litros, é realizada diariamente. “Sempre buscamos trabalhar com animais em produção. Hoje nossa relação entre gado produzindo/gado seco é 52/48%”. Em 2015, mais animais foram adquiridos e em 2016, se espera uma franca expansão – também buscando reduzir os custos fixos.

“Com o aumento do plantel, teremos que aumentar o número de funcionários. Os fatores limitantes são o preço alto da terra, as dificuldades em arrendamento, a compra de volumosos e a política de créditos. As facilidades da região são a assistência técnica, os serviços terceirizados, a distribuição do leite para as cooperativas e indústria, o compartilhamento de ideias, o clima, a região e o acesso às tecnologias”.

Alguns fatores foram apontados como ferramentas para o sucesso, como as forrageiras de alta qualidade, o conforto animal, o controle de custos, o volume da produção de leite e a busca constante por informações e resultados.

“Destaco aqui a importância das cooperativas para toda a cadeia e o empreendedorismo e a coragem para arriscar. Precisamos ter perseverança na crise e muito cuidado com os modismos e produtos milagrosos. Para isso, a busca constante por informações e a sustentabilidade necessitam estar sempre em pauta”, concluiu.

público Interleite 2016
Ouvintes do Interleite Brasil 2016 tirando as suas dúvidas 

No período da tarde, os temas centrais das apresentações foram a qualidade do leite e o manejo das pastagens e alimentação.

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Confira os patrocinadores do Interleite Brasil 2016:

interleite 2016
 

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