Por uma feliz coincidência o termo se encaixou perfeitamente para explicar a sensação de conforto que toma conta dos turistas que visitam o pitoresco estabelecimento, situado no alto da Serra do Mar e as margens da estrada que leva a Paraty, no Rio de Janeiro.
Rodolfo usou a experiência como engenheiro civil para construir o local, que feito com matéria prima reaproveitada de entulho de construção. O resultado foi um ambiente rústico muito aconchegante, que parece a mistura de um antiquário com um paiol, decorado com relógios, móveis e objetos antigos, em meio a velhas ferramentas e instrumentos rurais.
A harmonia é tanta que as vezes fica difícil distinguir os produtos que estão a venda do restante da decoração. Tudo disposto estrategicamente entre sofás e poltronas confortáveis, que convidam os visitantes a relaxar e aproveitar o momento sem pressa.
E não dá para ter pressa também na hora de degustar os vários produtos caseiros oferecidos pelo Empório Aracatu. São pães, bolos, doces e geleias todos produzidos com frutas e ingredientes regionais, que enchem os olhos e atiçam o paladar. Mas as estrelas do cardápio são mesmo os queijos, iogurtes, doces e sorvetes caseiros, derivados do leite de vacas da raça Jersey, criadas na própria propriedade.
Queijos
O animal de origem europeia é famoso por produzir um leite mais encorpado e saboroso, perfeito para produtos mais requintados. Atualmente o casal de empresários mantem 10 animais em lactação, que resulta em uma produção mensal de aproximadamente 100 quilos de queijos.
Entre as opções do Empório Aracatu estão os tradicionais branco (fresco), coalhada seca com azeite e meia cura, e as receitas próprias, o “tipo” boursin, branco fresco cremoso e o Aracatu Serrano, do tipo maturado, com azeite e ervas ou natural. “Para atingir o ponto ideal deixamos esse produto em processo de maturação no mínimo dois meses”, explicou Lupo.
Os sorvetes são outra atração a parte. São mais de 20 sabores entre receitas tradicionais e algumas novidades exóticas, como erva cidreira, erva doce, rapadura com gengibre, abacaxi com pimenta, paçoca, papaia com cachaça entre outros. Tudo feito com ingredientes da estação e adquiridos com produtores da região.
Inovação e verticalização
E a criatividade do casal não se restringe ao cardápio e a decoração do ambiente. A criação do Empório é a ponta da cadeia de negócios criada pelos empresários, que além da produção de leite ainda inclui um laticínio para o processamento dos produtos. “É lógico que só os queijos e derivados não viabilizariam o comércio, por isso agregamos outros itens de produtores da região, como bolos, geleias, compotas e doces”, contou Lilian Biassuti.
Além disso, apostam também na inovação, quando se trata de administrar o negócio. Com ajuda do Sebrae-SP estão implantando novas tecnologias de produção e processos de controle e gestão adaptadas ao empreendimento.
“Para o desenvolvimento do projeto do casal, que era agregar valor ao leite, com base na criação de produtos próprios, indicamos a segmentação dos processos produtivos, orientando o casal a discernir os valores de produção e venda de cada etapa, separando inclusive a gestão financeira da produção leiteira, do laticínio e do empório”, explicou Felipe Rimkus, consultor de agronegócio do Sebrae-SP.
Esse segmentação resultou em uma variação positiva de até 40% do setor de produção de leite da empresa, na comparação com os valores praticados pelo mercado regional. “Essa a estabilização da produção leiteira possibilitou a criação de um processo de produção artesanal de queijos, sorvetes e outros derivados lácteos, evitando os custos de logística e acompanhamento de produção de matéria prima em locais diversos.”