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Prospectiva 2017: Ano da Verdade

WAGNER BESKOW

EM 21/12/2016

4 MIN DE LEITURA

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Ao encerrar-se 2016, começamos a olhar para o ano que se aproxima com o objetivo de nos programarmos e de auxiliar nossos clientes a se planejarem.

Na Transpondo, estamos trabalhando com o seguinte cenário, que julgamos ser, em seu conjunto, o mais provável para 2017:

1. Os preços internacionais das commodities lácteas deverão seguir em recuperação durante o ano. As chances aqui superam 80% de probabilidade, pelo ciclo de 3 anos e pelo cenário de oferta e demanda concreto.

2. Os preços domésticos, pagos ao produtor brasileiro, deverão permanecer acima dos valores mínimos registrados agora em dezembro/2016. Há possibilidade de uma nova suba acelerada, mas apenas pelos fatores internos, ela é remota.

Se, no entanto, a suba internacional se acentuar, a nossa poderá se igualar, ou até superar, a registrada no primeiro semestre de 2016.

É preciso que os produtores brasileiros lembrem que os preços atuais aqui praticados continuam descolados dos preços pagos em outros países. Isso deve ensejar alerta!

Qual é o cenário de planejamento para 2017: US$0,30/L para pequenos produtores e US$0,45/L para os grandes (se o USD ficar entre R$3,20-3,50). Teremos momentos acima disso, mas não podemos contar com valores maiores, pois estes já são internacionalmente altos.
 
Quem não tem lucro com estes preços, recomendamos revisar seu negócio, buscar assistência especializada ou trocar de atividade, antes que seja tarde demais.




3. Veremos algumas indústrias quebrarem em 2017. Embora muitas tenham tido boas margens em 2016, estas vieram para recuperar prejuízos de exercícios passados. A maioria das indústrias, via de regra, não estão preparadas para bancar altos preços à frente das vendas, como ocorreu este ano.

Se houver tal arranque, muitas terão que aceitar forte perda de produtores e dificilmente se recuperarão. Ou seja, em 2017, empresas com reserva de capital de giro e com as dívidas equacionadas para o fluxo de caixa do novo exercício estarão em forte vantagem competitiva, muito provavelmente à exclusão de outras.

4. Embora a cadeia esteja acirrando a pressão por volume mínimo a ser coletado, tudo indica que 2017 será um ano difícil para quem assumiu compromissos contando com os altos preços praticados até julho de 2016, independente de escala.

5. Cresce gradativamente a proporção (ainda pequena) de produtores com um sistema eficiente e totalmente compatível com a volatilidade de preços que temos testemunhado. Veremos muitos casos se multiplicarem, pois mesmo neste segundo semestre de 2016, suas margens continuam altas. Dois mil e dezessete será o ano destes produtores.

6. Preço do petróleo e do dólar são uma grande incógnita, com forte influência nos custos de produção. Acreditamos que o petróleo deverá ficar predominantemente entre US$50-65/barril (podendo momentaneamente chegar a US$80) e que o dólar volte para próximo de US$3,20, ainda que possa subir no curto prazo. Estas são duas previsões muito difíceis de serem feitas, mas precisamos trabalhar com algum valor.
 
Se confirmando, ainda que com o dólar atrativo, não deveremos ter grandes influxos de importações lácteas pela tendência de aumento de seus preços internacionais, em dólar. Lembramos que o Brasil precisa, urgentemente, intensificar seus esforços para consolidar canais de exportação (continuamos brincando neste setor).

Globo

Estes novos preços do petróleo pressionariam os preços dos fertilizantes, ainda que atenuados pelo câmbio, se este for realmente mais favorável. Há uma tendência deste insumo voltar a ganhar peso nos custos em 2017.

7. O cenário político doméstico continua instável, ainda que progredindo. O Brasil está deixando de depender de nomes para confiar em rumos. As notícias recentes que impactam, potencialmente, o nome do presidente e de seus ministros, parecem não ser maiores que a determinação nacional de acabar com a corrupção e depurar governo e parlamento.

O fiel da balança de 2017 não se chama Temer e, sim, Lava a Jato. Enquanto esta estiver avançando, o país estará consolidando conquistas e multiplicando confiança, mesmo que o presidente atual venha a ser deposto. Caso, no entanto, esta operação seja abortada ou fortemente prejudicada, todo o cenário nacional precisaria ser revisto.

Por todos esses fatores, acreditamos que, em 2017, "quem estiver tomando banho nú, será descoberto", tanto produtores como indústrias. É o ano da verdade. Produtores que acham que o mercado lhes deve um preço Y porque seu custo é X começam a ceder espaço para os que entendem que preço é mercado e que sem produtividade e eficiência não há preço que pague.

Do lado da indústria, aquelas que continuam com as velhas práticas de abandonar princípios quando falta matéria-prima, de queimar dinheiro sem um programa de desenvolvimento e suporte para seus produtores, de expandir bacia de captação sem intensificar a atual e no meio disso tudo arrochando o transportador, já estão mal neste momento e se verão ainda mais apertadas em 2017.

Ou seja, tudo indica que teremos um ano muito interessante para quem é profissional e comprometido, com expurgo de muitos que ainda não aceitaram que leite é volume por recurso de produção, com baixo custo por litro (não por mês ou ano) e qualidade constante.


Transpondo

 

WAGNER BESKOW

TRANSPONDO Pesquisa Treinamento e Consultoria Agropecuária Ltda: Leite, pastagens, manejo do pastoreio, rentabilidade, custos, gestão, cadeia do leite, indústria, mercado. palestras, consultoria, cursos e treinamentos.

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EDIEL ANDRÉ KERBER

CONSTANTINA - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 04/01/2017

Muito bom Wagner.. Parabéns e obrigado pela visão e informações que você transmite. Certamente da minha parte será transmitido a ainda mais produtores que buscam crescer, que por sinal, gostam quando alguém traz esse tipo de informação. Que realmente seja um ano para quem busca profissionalismo. Um ótimo 2017 e vamos avante que a pecuária precisa de nós. Abraço.
OSMAR REDIN

PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 03/01/2017

Wagner,
Parabéns pela análise, simples na colocação e ousada na proposição!
Concordo plenamente que a atividade leiteira não é para amadores. Deve ser trabalhada de olho nos custos sempre.
Abraços.
LUIZ CLAUDIO LORENZO

BELA VISTA DE GOIÁS - GOIÁS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 03/01/2017

explanação muito coerente e bem fundamentada. Quem viver vera!! Sejamos eficientes.
WAGNER BESKOW

CRUZ ALTA - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO

EM 30/12/2016

Prezados amigos: muito obrigado pelo feedback. É um prazer saber que contamos com leitores com a experiência e conhecimento de vocês.

Um FELIZ 2017 para todos, com muita saúde, força e determinação para atingirem a tudo que se propuserem.

Um abraço,

Wagner
JAIR DA SILVA MELLO

CRUZ ALTA - RIO GRANDE DO SUL - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 27/12/2016

Wagner, parabéns pela análise, como sempre prático, objetivo e embasado no conhecimento.
Abraço.
MICHEL KAZANOWSKI

QUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 27/12/2016

Ótima previsão Wagner. O mercado e soberano e tem sido muito generoso com o produtor brasileiro.
Difícil ver algum lugar no mundo com tantos fatores favoráveis a expansão e aumento da rentabilidade tal qual vem ocorrendo no país.
Velhas práticas, velhos resultados.
O mais difícil e prever o rumo das regiões produtoras. Na mudança do cenário produtivo quem sobreviverá?

Abraço
ARGEMIRO MAGALHÃES

SÃO GONÇALO DO SAPUCAÍ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/12/2016

O negócio leite é uma novela sem fim. Ninguém está satisfeito, produtor, indústria, distribuidor, atacado. Mas a. Atividade, nunca desaparecerá!! O leite será sempre um alimento indispensável para a humanidade e a relação entre os componentes dá cadeia do leite será sempre de salva se quem poder. A lógica dessa atividade de negócio e não ter lógica.

MAURICIO PERIN

SANTO CRISTO - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 26/12/2016

Muito boa a analise Wagner.

Parabéns.
CELESTINO DOS SANTOS PANTALEÃO

CASA BRANCA - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 24/12/2016

Bom dia , adorei a frase

, "quem estiver tomando banho nú, será descoberto", tanto produtores como indústrias. É o ano da verdade. Produtores que acham que o mercado lhes deve um preço Y porque seu custo é X começam a ceder espaço para os que entendem que preço é mercado e que sem produtividade e eficiência não há preço que pague.

Verdade dura de escutar, mas bem mais difícil de dizer, parabéns pela projeção
CARLOS VILLANOVA

PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 24/12/2016

Felicidades Wagner
Como sempre preciso, pontual e real.
Eficiência, sem duvida, palavra que resume a produção de leite.
MATHEUS FERRARI PASTRE

CASCA - RIO GRANDE DO SUL - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 24/12/2016

Wagner pra você como separa um pequeno, médio e um grande produtor de leite em litros/dia? Belo texto, isso ajuda muito na organização e planejamento do ano! Obrigado!
ALBERTO MAGNO DE ASSIS

GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/12/2016

Wagner parabéns, concordo em gênero, numero e grau. Temos que pensar na produção de leite da parteira pra dentro, se o produtor rural não está conseguindo ter lucros na atividade leiteira que tem, ter´que repensar sobre a atividade, pois a cadeia produtiva de leite é muito complexa, entre produtor, indústria, rede varejista, consumidor, governo e mercado internacional.
Se o mercado com você escreveu é US$0,30/L para pequenos produtores e US$0,45/L para os grandes (se o USD ficar entre R$3,20-3,50).
Eu como pequeno produtor, para ter lucro tenho que produzir um litro de leite a US$0,25 x R$ 3,35 = R$ 0,84.
Portanto só tem lucro pequeno produtor que produz leite abaixo de R$0,84 e grande produtor que produz leite abaixo de R$1,26.
Detalhe o deságio entre o grande e pequeno produtor de 50%.

SANTO OLIVATTO

IPUÃ - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/12/2016

o preço do leite para o produtor deve cobrir seus custos e sobrar algumas coisas,porem se o produtor tem custo alto, cada um achar seu ponto de eguilibrio
JOSÉ PEDRO FRANQUEIRA JUNQUEIRA

SÃO LOURENÇO - MINAS GERAIS

EM 23/12/2016

Parabéns pela abordagem, e pelos conselhos de muito juízo e empenho , pois devemos é logico nos preocupamos com a politica, mas antes disso procurar resolver os nossos problemas e seguir em frente sem descuidar do que é de nosso controle e não jogar a culpa na situação do pais pelo nosso fracasso.
SÁVIO COSTA SANTIAGO DE BARROS

LAVRAS - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 23/12/2016

Parabéns Wagner;

Sempre cirúrgico na análise;

Abraço
CARLOS CÉSAR HERMANNS

SANTA ROSA - RIO GRANDE DO SUL - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 23/12/2016

Muito bom resumo da situação e da projeção da situação. Fato é que prudência e "água morna" continuam em pauta. Acredito que teremos um outro fato que pode nos pegar de surpresa: a inadimplência foi no segundo semestre de 2016 uma surpresa desagrdável e temos que aguardar até final do primeiro semestre de 2017, onde esta "roda viva" vai nos levar !!
LUCIANO ARAUJO FONSECA

PESCADOR - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/12/2016

Acabei de receber o preço do leite a 0,84 centavos , agora eu fico imaginado você vai no supermercado e não tem preço nenhum menos que 1,00 nos itens .Os insumos estão caríssimos o governo não tem incentivo nenhum para o produtor de leite.Daqui há uns 05 anos grandes fazendas irão fechar as portas ..
DERLEI JOSÉ BRANDÃO

BOM REPOUSO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/12/2016

Com projeçao de US$ 0,30 para os pequenos e US$0,45 para os grandes ,vai ficar so os grandes ,porque com um custo de 1 real mais ou menos por litro recebendo US$0,30×3,35=1,05 e os grandes recebendo US$0,45×3,35=1,50, com certeza vai restar so os grandes na atividade.
OLIVINO DOS SANTOS FILHO

ANGATUBA - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 22/12/2016

Parabéns pela analise feita para projeção do mercado Lácteo para 2017 muito sensato.
temos que ter esperanças boas para 2017 .
abs a todos
ALUISIO MARRI

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 22/12/2016

Infelizmente os pequenos e médios empresários custam a acreditar em GESTÃO

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