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Estratégia de aleitamento, otimização do crescimento e relação custo:benefício

POR GRUPO APOIAR

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EM 20/11/2017

5 MIN DE LEITURA

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As estratégias de aleitamento têm sido, por anos, estudadas por muitos pesquisadores, que sempre buscaram compreender como a quantidade e a qualidade dos alimentos influenciam, tanto no crescimento, quanto posteriormente no período produtivo das bezerras. Para ter animais produtivos, é necessário proporcionar adequado crescimento na fase de aleitamento e estímulo suficiente para o rápido desenvolvimento ruminal. O fornecimento de concentrado é a principal estratégia para auxiliar no desenvolvimento do epitélio ruminal, e seu consumo durante os dois primeiros meses de vida, é fundamental para o desempenho após a desmama, e, consequentemente, na produção de leite futura.

Desta forma, o ajuste do binômio quantidade de leite fornecido x consumo de concentrado pelo animal apresenta grande relevância para expressão do potencial produtivo. Há o predomínio do pensamento entre os produtores e alguns profissionais de que, quanto mais se fornece leite ou seu substituto anteriormente à desmama, maior o ganho de peso e o desenvolvimento destes animais. Entretanto, há evidências de que o fornecimento de certas quantidades elevadas de leite ou sucedâneo no período de aleitamento pode apresentar consequências negativas sobre o consumo de concentrado e desenvolvimento do animal posteriormente à desmama.

Para entender melhor este binômio quantidade de leite fornecido x consumo de concentrado, vamos discutir aqui sobre um estudo americano (Chapman et al., 2016) publicado na principal revista científica do mundo sobre cadeia do leite. Este estudo avaliou três tipos de aleitamento com substituto de leite (substituto de leite em pó Provimi, Bookville, OH: 21% proteína bruta - PB e 17% gordura, com base na matéria seca), denominados como: controle, moderado e agressivo.

Foram avaliados 32 animais em cada grupo. O sistema de aleitamento controle foi baseado no fornecimento de 3,4 L/d de substituto com 13% de sólidos, dividido em duas refeições ao dia durante os primeiros 39 dias de vida, sendo que dos 40 aos 42 dias os bezerros foram alimentos apenas com o fornecimento de substituto no período da manhã (1,7 L/d).

No sistema moderado, os bezerros receberam 5 L/d de substituto de leite com 13% de sólidos durante os primeiros 39 dias, divididos em duas refeições diárias, e dos 40 aos 42 dias os bezerros foram alimentados apenas com o fornecimento matinal de substituto de leite (2,5 L/d).

No sistema agressivo as bezerras receberam 4,4 L/d de substituto com 15% de sólidos durante os primeiros 5 dias de vida, e 6 L/d com 15% de sólidos dos 5 aos 42 dias de vida, em ambos os períodos o fornecimento foi dividido em duas refeições diárias, e dos 43 aos 49 dias receberam apenas o fornecimento matinal (3 L/d).

Basicamente, para facilitar o entendimento dos tratamentos, na mesma base de teor de sólidos do sucedâneo fornecido (11% de sólidos, por exemplo), os sistemas de aleitamento corresponderam: controle - 4 L/d (11% de sólidos), moderado - 6 L/d (11% de sólidos) e agressivo - 8 L/d (11% de sólidos). Durante todo o período experimental, os animais receberam água à vontade, bem como concentrado texturizado com 20% de PB.

Os animais que receberam a alimentação controle tiveram menor ganho de peso do que os animais que receberam a alimentação moderada e agressiva, sendo que não houve diferença de ganho de peso entre os sistemas moderado e agressivo (Figura 1). Porém, os animais que receberam o tratamento agressivo, apresentaram menor ingestão de concentrado e maior escore de condição corporal (ECC) à desmama do que os alimentados com os sistemas controle e moderado (Figuras 2 e 3).

Figura 1 – Efeito do programa de aleitamento sobre o ganho de peso médio diário durante a fase de aleitamento.

aleitamento de bezerras

Figura 2 - Efeito do programa de aleitamento sobre o escore de condição corporal à desmama.

aleitamento de bezerras

Figura 3 - Efeito do programa de aleitamento sobre o consumo médio de concentrado durante a fase de aleitamento.

aleitamento de bezerras

Durante o período pós-desmama, dos 51 aos 56 dias, não houve diferença de ganho médio diário entre os animais alimentados no sistema moderado ou agressivo, porém, animais de ambos os grupos ganharam mais peso que os animais do sistema controle.

A alimentação com o sistema agressivo resultou em menor consumo de MS em percentual do peso corporal no período de pós-desmama, bem como redução da digestibilidade da FDN de 50% (sistema moderado) para 26%, indicando menor desenvolvimento ruminal destes animais. Um estudo prévio mostrou que o consumo de concentrado durante os dois primeiros meses de vida da bezerra foi associado com maior produção de leite, gordura e proteína durante a primeira lactação, bem como maior produção vitalícia (Heinrichs e Heinrichs, 2011).

Desta forma, Chapman et al. (2016) recomendaram o fornecimento 5 L/d de sucedâneo com 13% de sólidos (ou 6 L/d com 11% de sólidos) para o otimizar ambos, o desenvolvimento e o consumo de concentrado, nas fases de aleitamento e pós-desmama, o que pode maximizar a relação custo:benefício do sistema.

No entanto, é importante destacar que, nem sempre o sucedâneo, leite, ou concentrado apresentam qualidades equivalentes, apresentando variações nos seus teores de proteína bruta, extrato etéreo, fibra bruta, teores de cálcio e fósforo, entre outros nutrientes. O que significa que, ao utilizar sucedâneo ou concentrados de qualidade nutricional inferior, pode-se pensar que oferecer 5 - 6 L/d poderá não ser suficiente para atingir o desempenho observado nas condições do presente estudo.

Nestas situações, o fornecimento de maiores quantidades de sucedâneo poderá ser considerado em tentativa de otimizar o ganho de peso nas fases de aleitamento, porém atenção especial deve ser dada à ocorrência de distúrbios digestivos nas bezerras e a relação custo:benefício de cada produto.

Além da qualidade nutricional do sucedâneo e do concentrado, as características físicas e de palatabilidade deste último também podem determinar o interesse das bezerras no consumo do mesmo, fator importante principalmente nas primeiras semanas de vida. Portanto, diversos fatores devem ser considerados na escolha da quantidade de leite ou sucedâneo a ser oferecido para as bezerras, sobretudo a qualidade dos mesmos.

Estudos têm mostrado que é viável economicamente aumentar o fornecimento de leite ou sucedâneo de 4 para 6 L/d (11% de sólidos), devido ao maior desempenho das bezerras sem reduzir o consumo de concentrado, proporcionando maior desempenho produtivo na lactação futura. Porém, o aumento de 6 para 8 L/d deve ser pensado em cada situação, sendo que, de acordo com o estudo aqui apresentado, em condições de uso de sucedâneo e concentrados de ótima qualidade, o aumento de 6 para 8 L/d (11% de sólidos) pode ser prejudicial ao consumo de concentrado dos animais nas fases de aleitamento e pós-desmama, inviabilizando o uso adicional de 2 L de leite ou sucedâneo.

Referências bibliográficas:

Chapman, C. E., Erickson, P. S., Quigley, J. D., Hill, T. M., Bateman II, H. G. Suarez-Mena F. X.,and Schlotterbeck, R. L. Effect of milk replacer program on calf performance and digestion of nutrients with age of the dairy calf. Journal of Dairy Science, v.99, n.4, 2016

Collen, M. J.; Heinrichs, J. Effects of Calf Feeding Program on First Lactation Performance. Disponível em: https://extension.psu.edu/effects-of-calf-feeding-program-on-first-lactation-performance. Acessado em: 05 de outubro de 2017.

GRUPO APOIAR

O "Grupo Apoiar" foi criado com o objetivo de auxiliar no desenvolvimento da pecuária leiteira, através de trabalhos de pesquisa e de consultoria em diversos segmentos da cadeia agroindustrial do leite.

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