Os cochos são ferramentas indispensáveis dentro de um sistema de produção animal, especialmente porque grande parte do sucesso da empresa pecuária está fundamentado na quantidade e qualidade dos alimentos consumidos pelos animais e na capacidade desses animais em converter tais alimentos em produtos de interesse econômico, como carne, leite e lã.

Vários são os tipos de cochos que podem ser utilizados, seja para fornecimento estratégico de suplementos ou para volumosos ou dietas completas. Para o dimensionamento adequado do cocho a ser utilizado é necessário considerar alguns fatores como sistema de produção, relação benefício/custo, durabilidade, versatilidade, limpeza, qualidade do material, categoria animal, tipos de alimentos e perfil da dieta fornecida aos animais.

Para implantação ou uso em apriscos, cochos feitos de madeira são mais apropriados, enquanto que, em instalações para confinamento a céu aberto, os cochos de concreto pré-moldados são de melhor adequação. Independente do tipo de instalação em que será implantado, o cocho deve apresentar cerca de 20 a 30 centímetros (cm) de largura interna (fundo), 30 a 40 cm de largura externa (boca) e altura interna (profundidade/lado do animal) em torno de 20 a 25 cm. No caso de cochos com acesso unilateral e a depender da dieta, a altura externa (lado de fora) deve ser superior à interna a fim de possibilitar um maior volume de forragem e evitar desperdícios provocados pelos animais (Figura 1).


Figura 1. Corte transversal do modelo de cocho presente na foto ao lado, com valores médios.


Figura 2.Cochos externos, utilizados em apriscos ripados para reprodutores, dimensionados para dietas ricas em volumosos, permitindo pleno consumo e fornecimento de alimentos, sem desperdícios, e limpeza adequada.

Cochos unilaterais (como os da Foto 1) devem ser instalados do lado externo das baias ou dos piquetes de confinamento para evitar contaminações por fezes e urina ou por lesões infectadas, além de restringir potenciais danos causados pelos animais, controlar e facilitar o fornecimento de alimentos, assim como, permitir uma melhor limpeza e manutenção. Já os cochos bilaterais ou de acesso duplo, podem apresentar divisões para impedir que os animais entrem no mesmo, se for o caso.

Em instalações ripadas, a linha de cocho deve ser implantada em sentido paralelo às ripas, o que ajuda a prevenir problemas locomotores e de aprumos devido à falta de estabilidade articular nos momentos de alimentação, principalmente no caso de animais mantidos ou criados confinados.

Outro ponto importante a ser considerado é o espaço de cocho, que deve ser bem dimensionado, permitindo que todos os animais se alimentem simultaneamente e, evitando que haja estresse social e concorrência durante as refeições. O espaço de cocho disponível por animal irá depender do tamanho do animal, do grupo genético (mocho ou não), estágio fisiológico, número de refeições diárias e, qualidade e tipo dos alimentos presentes na dieta.

Na tabela abaixo, encontram-se algumas referências de espaço de cocho para diversas categorias ovinas.

Tabela 1. Espaço em centímetros lineares por animal para dimensionamento de cochos para ovinos.


* Creep feeding

Dessa forma, o cocho mais apropriado deve garantir o não desperdício de alimentos ou de ração, ter boa capacidade volumétrica de acordo com os alimentos fornecidos, ser fácil de limpar e permitir o acesso confortável dos animais, assim como, o consumo adequado dos alimentos, proporcionando eficiência operacional, segurança, bem-estar e produtividade animal.