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Uso responsável de medicamentos veterinários na produção animal - Parte I

VÁRIOS AUTORES

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/03/2013

5 MIN DE LEITURA

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O cenário mundial atual da produção de alimentos revela o grande interesse dos consumidores quanto à qualidade e a segurança do alimento a ser consumido. O potencial risco à saúde humana da presença de resíduos de medicamentos veterinários nos produtos de origem animal tem forçado os países a estabelecerem normas rígidas que garantam o consumo de alimentos seguros.

A partir desse mês iremos discutir a importância do uso responsável dos medicamentos veterinários na produção de ovinos e caprinos; os principais riscos e impactos causados quando são utilizados de forma inadequada; as atuais Portarias referentes à legislação, que controlam o uso de medicamentos e os possíveis riscos da presença de resíduos dos fármacos nos produtos de origem animal.

Os produtos de uso veterinário são qualificados como: toda substância química, biológica, biotecnológica ou preparação manufaturada que previne doenças dos animais, assim como diagnóstico, tratamento e cura. Todos devem fornecer melhorias para os animais ou seu habitat. O profissional treinado e habilitado para diagnosticar doenças, prescrever e orientar sobre o uso correto do (s) medicamento (s) é o Médico Veterinário.

O êxito do tratamento é determinado pela correta administração do medicamento veterinário, na dosagem indicada e durante o período de tempo necessário. 

Qual é a importância de utilizar somente medicamentos veterinários registrados pelo MAPA?

Somente esses produtos têm sua eficácia e segurança garantidas, quando aplicados no animal. A administração de produtos veterinários pode trazer risco ao animal, ao aplicador e para os consumidores dos alimentos provenientes de animais tratados. Já os produtos licenciados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento passaram por todas as provas e testes e assim, devem garantir estabilidade e segurança.

ATENÇÃO: O uso de produtos veterinários manipulados não autorizados é proibido para animais de qualquer espécie animal (MAPA, 2008).

Somente medicamentos recomendados para animais e específicos para a espécie-alvo devem ser usados, pois apesar do princípio ativo poder ser o mesmo, as substâncias utilizadas na formulação são específicas para a espécie animal a qual o produto se destina; os riscos advindos do uso inadequado de medicamentos são: toxicidade, estar em concentração inadequada, ou não ser absorvido de forma adequada.

Na Figura 1 podemos observar dois produtos fabricados pela mesma empresa, com o mesmo nome comercial, mesmo princípio ativo (Enrofloxacina), mesma via de aplicação (intramuscular ou subcutânea), com diferentes concentrações (2,5% e 10%), destinados a diferentes espécies animais (A- animais de companhia e B- animais de produção).

Figura 1. Produtos veterinários produzidos pelo mesmo fabricante, com o mesmo princípio ativo, mas com espécies-alvo diferentes.

 

Nunca utilize para fins veterinários, medicamentos para tratamento em humanos!

Antes de aplicar o medicamento leia atentamente à bula/rotulagem; nela você encontrará informações importantes do fabricante como:

- dose (quantidade do produto a ser administrada);
- via de administração (subcutânea – em baixo da pele; intramuscular – no músculo; intravenoso – na veia; oral; pour on – sobre a pele; intramamária; entre outras);
- tempo mínimo e/ou máximo de aplicação;
- tempo de carência (período após a aplicação do medicamento em que o leite deve ser descartado e o animal não deve ser abatido).
Todos os itens citados acima, com exceção do tempo de carência, são fundamentais para o sucesso do tratamento. Por isso, é fundamental que os profissionais (veterinários, zootecnistas, agrônomos, técnicos agrícolas, entre outros), produtores e/ou encarregados pelo rebanho conheçam o medicamento que está sendo utilizado e leiam todas as informações que constam na bula.

E o tempo de carência, qual é a sua importância?

O período de carência, também conhecido como período de retirada, significa o intervalo de tempo entre a última aplicação do produto veterinário e o abate do animal tratado ou para o consumo de seus produtos, como a carne, os ovos e o leite.

A determinação desse tempo para metabolização e excreção do principio ativo em nível abaixo do estabelecido pela legislação é complexa e depende da avaliação das características farmacológicas das substâncias envolvidas, quando em dada formulação, bem como da dosagem (que inclui a dose, frequência de administração e duração de tratamento), via de administração e espécie animal na qual o produto é aplicado. Todas essas informações, juntamente com os demais dados de segurança dos fármacos, são avaliadas em conjunto nos chamados estudos de depleção de resíduos ou de determinação do período de carência, estudos que são realizados para que um produto veterinário seja licenciado pelo MAPA.

Quando o produto pode ser indicado para mais de uma espécie animal, o mesmo deve apresentar estudos de depleção de resíduos para cada uma delas. Ou seja, não é possível extrapolar o período de carência determinado em um estudo em aves, por exemplo, para caprinos, ou ainda de um produto veterinário para outro ou de uma dosagem para outra.

A não observância dessas instruções coloca em risco a saúde dos consumidores e a qualidade dos produtos de origem animal!

O respeito ao tempo para abate dos animais e/ou descarte do leite garante a ausência de resíduos do produto veterinário em níveis acima dos permitidos no alimento proveniente do animal tratado. No entanto, ainda observam-se discrepâncias entre períodos de carência mencionados em bulas de medicamentos, considerando-se o mesmo princípio ativo, mas produzidos por diferentes fabricantes e registrados pelo MAPA (Tabela 1).

Tabela 1. Período de carência de medicamentos utilizados na produção de ovinos e caprinos.



Respeitar o período de carência é garantir a saúde dos consumidores de produtos de origem animal e o progresso do país (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).

Sempre que tiver dúvida, não aplique o medicamento e procure a orientação de um Médico Veterinário. Nunca utilize medicamentos com prazo de validade vencido ou rasurado; embalagem violada; rótulo falsificado ou danificado; produto mantido em temperatura inadequada (verifique a bula) ou que não seja registrado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA.

Veja abaixo a lista dos medicamentos registrados (clique no conjunto de setas para ampliar e melhorar a visualização).

           


No artigo do mês que vêm iremos apresentar as principais normas, legislações e órgão responsáveis pelo controle de resíduos de medicamentos veterinários nos produtos de origem animal destinados ao consumo humano.

Referências bibliográficas

ANVISA, Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Disponível em: < https://www.anvisa.gov.br/ >

Compêndio de Produtos Veterinários. Disponível em: < https://www.cpvs.com.br/cpvs/inicio.aspx>

MAPA, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. PRODUTOS VETERINÁRIOS ORIENTAÇÕES PARA O USO RESPONSÁVEL. Disponível em: <https://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/Cartilha_Produtos.pdf>.Acesso em 22/02/2013

MAPA, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Carta de alerta ao Médico Veterinário. Disponível em: https://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/CARTA%20DE%20ALERTA%20AO%20MDICO
%20VETERINRIO_0.pdf

MARIA ANGELA FERNANDES

Médica Veterinária pela UFPR
Doutoranda do Programa de Ciências Veterinárias da UFPR
Integrante do LAPOC - Laboratório de Produção e Pesquisa em Ovinos e Caprinos da UFPR

ALDA LÚCIA GOMES MONTEIRO

Coordena o Laboratório de Produção e Pesquisa em Ovinos e Caprinos (LAPOC) da UFPR

CAROLINA DALLAGASSA DOS SANTOS

Estuda Zootecnia na Universidade Federal do Paraná, foi Bolsista Iniciação Tecnológica - CNPq no Laboratório de Produção e Pesquisa em Ovinos e Caprinos - UFPR. Atualmente é Bolsista Iniciação Científica - CNPq no Laboratório de Doenças Parasitária.

ROGER WILLIAN CLARO BARROS

Graduando do curso de zootecnia da UFPR

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NATIYA GUENOS

REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 01/02/2019

fiquei sabendo que MAPA demora mais de 4 anos para registrar o medicamento. Muita burocracia, zero ordem e zero progresso
FABIANO CARNEIRO DE OLIVEIRA

TIBAGI - PARANÁ

EM 17/10/2013

Sim, v.c pode utilizar até o fim do mês...
JOÃO BOSCO LOIOLA FILHO

SALVADOR - BAHIA - ESTUDANTE

EM 05/07/2013

Uma forma simples de controlar isso é obrigando a venda de medicamentos veterinários apenas com a receita, o que já acontece em outros países mais desenvolvidos!
LEANDRO SILVEIRA DE LIMA

ALEGRETE - RIO GRANDE DO SUL - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 18/03/2013

Prezados,



Muito bom assunto para debate eu acredito que cada vez mais devemos orientar os produtores a usarem medicamentos veterinários de forma racional e sempre com orientação técnica.



Foi descrito no fim do artigo sobre prazo de validade dos produtos,  eu pergunto qual orientação do M.A quanto a validade, por exemplo se um produto vence em MARÇO/2013 eu posso utilizar esse medicamento até o fim de março.



Abraço,

Leandro
GARIBALDI BRITO DE SOUSA

SERRA BRANCA - PARAIBA - ESTUDANTE

EM 15/03/2013

Estudando tec.veterinaria.

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