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Recomendação de consumo do mineral bentonita e de dieta rica em proteína para ganho de peso e controle de nematóides gastrintestinais em cordeiros Santa Inês confinados

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/07/2012

4 MIN DE LEITURA

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Ana Carolina de Souza Chagas,
Márcia Cristina de Sena Oliveira
Sérgio Novita Esteves
Alberto C. de Campos Bernardi

Pesquisadores da Embrapa Pecuária Sudeste (CPPSE), São Carlos, SP


A verminose ou infecção por nematóides gastrintestinais (GIN) é um grande problema sanitário em pequenos ruminantes. Muitas vezes o controle parasitário é realizado sem se considerar a espécie de hospedeiro, sua resistência natural ou não à verminose, ou mesmo o sistema de criação. Os anti-helmínticos devem ser considerados recursos muito limitados e valiosos e deveriam ser usados com menos freqüência e somente em conjunto com medidas auxiliares de controle parasitário.

Questões relativas à nutrição do hospedeiro e seu impacto sobre os parasitas devem ser discutidas para que estratégias de controle sustentáveis sejam elaboradas e tecnologias relacionadas ao manejo nutricional sejam efetivamente adotadas para pequenos ruminantes. Dessa forma, foi realizado estudo na Embrapa Pecuária Sudeste para avaliar o efeito da suplementação com o mineral natural bentonita sobre a infecção por GIN em ovinos. Por conseqüência, o impacto da dieta rica em proteína sobre esse parâmetro também foi verificado.

Foram utilizados 48 cordeiros Santa Inês com idade inicial de 102 dias em média. No período experimental de 85 dias, os animais ficaram confinados em baias coletivas sem tratamento anti-helmíntico. Eles foram divididos em 4 tratamentos (0, 25, 50 e 75 g de bentonita/animal/dia) de 12 animais com média do número de ovos por grama de fezes (OPG) de 5.000 e do peso médio de 20 kg. A bentonita (Drescon S/A) era misturada ao alimento volumoso, composto de silagem de milho, mantendo-se relação concentrado volumoso de 72:28 na matéria seca. A dieta continha 17,2% de proteína bruta, 77,3% de NDT, em base de matéria seca e foi fornecida como ração completa duas vezes ao dia, às 8h e 16h, juntamente com a bentonita. Foram avaliados OPG, coproculturas, volume globular (VG) e concentração de proteína sérica total (PST).

As médias de OPG, PST e VG não foram influenciadas pela bentonita em nenhum tratamento, mas a eficácia da dieta na redução do OPG médio em relação ao dia 1 (D1) do experimento foi de 58% no D14, aumentando até atingir 97% no D84 (Figura 1). Não houve necessidade de tratamento anti-helmíntico durante o experimento (economia de 100% no uso de anti-helmínticos). Constatou-se nas coproculturas 76% de Haemonchus contortus, 22% de Trichostrongylus sp. e 2% de Cooperia sp.

Figura 1 -Redução do OPG médio em cordeiros Santa Inês confinados que receberam dieta rica em proteína (17,2%) e bentonita (0, 25, 50 e 75 g/animal/dia) nos quatro grupos experimentais de 12 animais cada.



Embora o OPG dos animais tratados tenham sido menores em relação aos animais controle, a análise estatística não demonstrou diferença. Da mesma forma, o ganho de peso médio diário foi de 0,176, 0,190, 0,189 e 0,196 g/animal/dia, respectivamente para T0, T25, T50 e T75, sem diferença significativa entre os tratamentos. Talvez, em um período experimental mais longo, acredita-se que os efeitos sobre a redução da infecção por GIN e o ganho de peso poderiam ser mais marcantes.

Existem vários trabalhos evidenciando o aspecto favorável do uso de minerais naturais na dieta sobre o ganho de peso, crescimento de ruminantes e no controle parasitário de GIN em ovinos. Cordeiros infectados que se alimentaram de dieta contendo zeólita, outro tipo de mineral natural, tiveram valores mais altos de vitamina A. Uma das principais funções da vitamina A é aumentar a resistência a infecções, o que é extremamente importante no caso de parasitismo por GIN, já que muitos dos efeitos negativos advindos são resultado do desequilíbrio do metabolismo de nutrientes e consequentemente do status nutricional-vitamínico do animal.

Sabe-se que H. contortus pode sobreviver e produzir ovos férteis por um período próximo de um ano após a infecção. Os cordeiros no presente trabalho apresentavam OPG médio de 5,000 ao serem estabulados, tinham 102 dias de vida e o período experimental foi de 85 dias, totalizando 187 dias. Como a suplementação com bentonita não reduziu significativamente o OPG dos animais, esperava-se que ele se mantivesse elevado até o final do estudo, já que, apesar de não ocorrer re-infecção, os parasitas adultos permaneceram nos ovinos. Dessa forma, comprova-se que foi a dieta com 17,2% de proteína que reduziu drasticamente o OPG, mostrando que cordeiros Santa Inês em confinamento são capazes de responder de maneira eficiente à infecção por GIN quando submetidos a uma dieta adequada. Além disso, a raça Santa Inês apresenta maior resistência aos GIN que as raças européias. Infelizmente esse conhecimento faz com que esses animais sejam negligenciados porque os criadores acabam não se preocupando muito com uma alimentação mais adequada.

Estamos dando continuidade a essa pesquisa por meio de um experimento de dois anos, onde os animais foram infectados concomitantemente com o fornecimento do mineral natural. Dessa forma, a hipótese de que esses minerais podem dificultar o estabelecimento e a sobrevivência dos nematóides poderá ser confirmada. A elevada redução do OPG em todos os grupos experimentais a partir de 14 dias de experimento confirma a hipótese de que a dieta experimental foi suficiente para inibir a infecção por GIN em ovinos Santa Inês confinados, sem necessidade de tratamento anti-helmíntico.

Referência bibliográfica

Todos os detalhes do experimento, demais resultados, discussão e referências utilizadas no texto acima, encontram-se na publicação abaixo, disponível on line:
CHAGAS, A. C. S.; OLIVEIRA, M. C. S.; ESTEVES, S. N.; BERNARDI, A. C. C. Recomendação de consumo do mineral bentonita e de dieta rica em proteína para ganho de peso e controle de nematóides gastrintestinais em cordeiros Santa Inês confinados. São Carlos: Embrapa Pecuária Sudeste, 2012. 7 p. (Publicação Seriada Embrapa, Comunicação Técnica 100). Disponível no link: https://www.cppse.embrapa.br/sites/default/files/principal/publicacao/Comunicado100.pdf

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RODRIGO MARTINS DE SOUZA EMEDIATO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 30/08/2012

Prezada Ana Carolina e colaboradores, quando li o título do artigo achei interessante, pois como disse o Pedro, Bentonita é um tipo de argila usada em diversas situações, mas nunca ouvi que poderia ter alguma ação anti-helmintica.



No entanto, acredito que houveram algumas falhas no delineamento experimental e na interpretação dos dados.



1) os animais não deveriam ser confinados, pois isso não houve a reinfestação e os vermes adultos não vivem por muito tempo no organismo dos ovinos. Quando eles foram confinados recebendo alimentação adequada, provavelmente tiveram um significativa melhora na imunidade o que levou a eliminação gradual dos vermes e assim, a diminuição de produção de ovos, constatado pelo OPG. Em qualquer confinamento comercial, mesmo com menor teor de PB sem serem vermifugados, dificilmente tem problemas de verminose por helmintos.



2) A bentonita deveria ter sido oferecida via ingestão forçada, pois como foi misturada no volumoso, provavelmente houve sobras de volumoso e assim eles não ingeriram a quantidade de bentonita descrita no delineamento experimental. além do que o consumo de bentonita foi irregular, visto que uns comem mais que os outros. Já que foi citado que a bentonita em outros artigo teve efeito, este pode ter sido a falha determinante na comprovação do seu efeito.



3) Foi dito que a dieta era de alta proteína e foi dito que a dieta foi formulada de acordo com o NRC. Se por acaso foi o NRC 2007, esta dieta não é de alta proteína, mas balanceada adequadamente segundo as exigências dos cordeiros. No meu entendimento, alta proteína teria que ser acima da exigência normal. Infelizmente nossos produtores tem o habito de fornecer dietas pobres em proteína, talvez por conta de associar à dieta de bovinos. O NRC 1985 infelizmente também trazia baixa exigência de PB, mas desde o NRC 2007, a recomendação de PB para cordeiros é de no mínimo 16% podendo ser maior dependendo da categoria e quantidade oferecida.



Assim, acredito que a baixa de OPG depois que os animais foram confinados se deu pela ausência da reinfestação, pelo fornecimento de uma dieta adequada e pela provável melhora da imunidade.



A intenção aqui é fazer uma crítica construtiva, pois não somos donos da verdade, mas eu acredito que se nos unirmos, todos podemos sair ganhando!



abraços
ANA CAROLINA DE SOUZA CHAGAS

SÃO CARLOS - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 06/08/2012

Prezados, primeiramente agradeço a participação de todos.

Os animais receberam além da silagem de milho, uma ração contendo 64,5% de soja e 34,1% de grãos de milho. Estudos indicam que esses minerais aumentam a vitamina A, dificultam o estabelecimento dos nematoides no abomaso, permitem passagem mais eficiente de proteína para o rúmen e outros. Certamente a redução do OPG do T0 ocorreu em função da dieta. Acredita-se que a dieta fornecida não cause problemas aos animais, já que a mesma foi definida de acordo com o National Research Council. A bentonita era composta por 57.5% SiO2, 18.3% Al2O3, 8.2% Fe2O3, 2.6% MgO, 2.5% Na2O, 0.7% CaO. A atividade anti-helmíntica foi comprovada anteriormente por Deligiannis et al. (2005). Todos os detalhes da discussão podem ser visto no novo link abaixo (publicações on line CPPSE) e em breve o artigo estará disponível.

Um abraço, Carolina

https://www.cppse.embrapa.br/sites/default/files/principal/publicacao/Comunicado100_0.pdf
PEDRO NACIB JORGE NETO

CAMPINAS - SÃO PAULO

EM 12/07/2012

Prezados,



gostaria de entender o mecanismo de ação das bentonitas (lembrando que bentonita não é um mineral e sim uma mistura de argilas, compostas por diversos minerais).

Sabia que são eficientes para o combate de aflatoxina, porém desconhecia sua função anti-helmíntica. Já conseguiram elucidar a ação das bentonitas X verminose?



Grato,

Pedro Nacib Jorge Neto
ANDRÉ LUIZ COKELY RIBEIRO

DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/07/2012

Duas questões:

1 - O que explica a redução das contagens de oócitos no T0? A dieta com alta proteína foi determinante?

2 - Esta dieta rica em proteína, sendo fornecida por tempo prolongado, poderia desencadear problemas fisiológicos, de desempenho (GP) ou ainda distúrbios de extremidades (laminites)?
LEOFAR CÁMERA

EM 09/07/2012

Buen Trabajo . Se confirman Dos Cosas : 1)Corderos adecuadamente Alimentados-Proteína-  y  2)Dieta que Ingieren- Concentrado/Voluminoso - SIN  L3 - , No tienen problema de Parasitosis Gastro Intestinal.

Sería Bueno ver que sucede en Períodos Más Largos de Tiempo y Sometidos a REINFESTACIÓN : como sucede en Pasturas con "ALTO DESAFÍO PARASITARIO".

Me Gustaría saber :  1) Fuente de Proteína que emplearon.  2)¿Como suponen que actúa la Bentonita ?.

Salu2

L. Cámera

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