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Qual a influência da temperatura ambiente no gasto energético em ruminantes?

POR ANA REBECA CASTRO LIMA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/06/2018

4 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 30/05/2023

A temperatura ambiente pode afetar os gastos energéticos dos ruminantes e impactar em gastos para o produtor.

Elevadas temperaturas, alta umidade do ar e radiação provocam alterações comportamentais e fisiológicas, como aumento da temperatura da pele e corporal, frequência respiratória, além da diminuição da ingestão de alimentos e, consequente redução do nível de produção (LU, 1989).

Baccari et al. (1996a), trabalhando com cabras da raça Saanen submetidas à temperatura de 32,5ºC, em câmara bioclimática, observaram uma redução no consumo de matéria seca e aumento no consumo diário de água. Outros autores como Eriksson et al. (1994) e Olsson et al. (1995) também relataram que fatores como diminuição da ingestão de alimento, perda de eletrólitos e água durante o estresse térmico podem influenciar a osmolaridade e volume sanguíneo de ruminantes, acarretando em perdas na produtividade.

De acordo com Baêta & Souza (1997), animais que se encontram na zona de conforto térmico são mais eficientes na utilização dos alimentos, sendo que para caprinos essa zona de conforto se situaria entre 20 e 30ºC, considerando o mínimo de gasto de energia para a homeotermia.

O dispêndio energético diário compreende o dispêndio basal, o dispêndio da atividade física e o efeito térmico dos alimentos (HOSSAY et al., 1969). O dispêndio basal representa 60% a 75% do custo energético diário e inclui a energia gasta com a bomba de sódio-potássio e outros sistemas que mantêm o gradiente eletroquímico das membranas celulares, a energia empregada na síntese dos componentes do organismo, a energia necessária para o funcionamento dos sistemas cardiovascular e respiratório e a energia despendida pelos mecanismos termorregulatórios para manter a temperatura corporal (ELWYN et al.,1970; DEWLIN et al., 1991).

O estresse representa o somatório de reações do organismo a agentes estressores de ordem psicológica, física, química, infecciosa e outras, que sejam capazes de alterar o equilíbrio fisiológico do animal, podendo ser determinado através da avaliação dos parâmetros fisiológicos, como frequência respiratória e temperatura corporal (BACCARI JÚNIOR, 1987). Hahn (1987) define o estresse devido ao calor como “a resposta do animal a todas as associações das condições ambientais, causadas por uma temperatura efetiva do meio que seja mais elevada que a zona termoneutra para os animais homeotérmicos”.

Em temperaturas mais amenas, os animais dissipam calor sensível para o ambiente através da pele, por radiação, por condução e por convecção. Se o animal não conseguir dissipar o calor excedente pelos mecanismos citados, a temperatura retal aumenta acima dos valores fisiológicos normais e desenvolve-se a hipertermia, responsável em parte pela baixa produtividade animal nos trópicos. A temperatura retal, a frequência respiratória e o nível de sudação cumprem um importante papel na termorregulação dos animais homeotérmicos (NÓBREGA et al., 2011).

Os parâmetros fisiológicos de temperatura retal (TR), frequência respiratória (FR), temperatura superficial da pele (TS) e frequência cardíaca (FC) sofrem influência da fase do dia, uma vez que à tarde a temperatura do ar (TA) é geralmente bem mais elevada que durante a manhã, promovendo uma elevação dessas variáveis fisiológicas (SILVA et al., 2006; MEDEIROS et al., 2008; SOUZA et al., 2008; SILVA, et al., 2010).

Segundo Medeiros et al. (2007), nos animais que são normalmente ativos durante o dia, há uma variação da temperatura retal que é mínima pela manhã e máxima na fase da tarde, e tal fato faz com que a temperatura do ar à tarde venha a ser a origem da temperatura retal elevada dos animais nos trópicos, principalmente na estação seca. Quando ocorre uma elevação acentuada na temperatura do ar, os mecanismos termorreguladores são acionados, aumentando a perda de calor na forma latente por meio da sudorese e respiração (SILVA et al., 2010).

O consumo de energia é o principal limitante na produção animal, afetando a adaptação ao ambiente, o comportamento animal e as estratégias de alimentação (Lachica e Aguilera, 2003), sendo que a exigência de energia é influenciada por fatores como genótipo, idade, estado fisiológico, estação do ano, nível de alimentação, manejo alimentar, atividade física e aclimatação (BALL CORBETT, 2002).

As mudanças fisiológicas que um animal apresenta durante um estresse térmico, inclui a diminuição do consumo de matéria seca bem como sua utilização, e distúrbios no metabolismo da água, proteína, energia e balanço mineral, reações enzimáticas, secreção de hormônios e metabólitos do sangue (Habeeb et al., 1992; Marai et al., 2000, 2001, 2003, 2004, 2006b), em consequência disso o animal aumenta os esforços para dissipar o calor corporal, resultando em um aumento da frequência respiratória, temperatura corporal e o consumo de água (MARAI et al., 2001).

Alguns estudos realizados mostram que a ingestão de matéria seca diminuiu significativamente após a exposição dos animais ao estresse térmico em raças ovinas como Croix, Karakul, Rambouillet (Monty et al., 1991), e ovelhas Comisana (NARDON et al., 1991). O consumo de concentrado também foi afetado, e foi observada uma diminuição no consumo de aproximadamente 13%, quando os animais se encontravam a 35ºC (NARDON et al., 1991).

Devido a isso, o entendimento dos fatores que influenciam o gasto energético é essencial para promover aumentos na eficiência produtiva e econômica. Entre estes fatores, o estudo da influência da aclimatação, que tem ganhado destaque, pois descreve as respostas adaptativas a mudanças em condições climáticas não extremas (NRC, 2007; CSIRO, 2007).

Autor:
Ana Rebeca Castro Lima, zootecnista, mestre e doutora em nutrição animal 

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JOSÉ AROLDO VERAS

RERIUTABA - CEARÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 25/10/2018

Este artigo, deveria ser observado, por todos aqueles que tentam produzir leite no semi-árido nordestino, onde as temperaturas são bastante elevadas.
ANA REBECA CASTRO LIMA

JABOTICABAL - SÃO PAULO - ESTUDANTE

EM 25/10/2018

Olá, sou a autora do artigo.
Concordo com o senhor! Essa questão da temperatura influencia muito na produção final, seja carne ou leite.

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