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Produção de animais em sistemas agrossilvipastoris

VÁRIOS AUTORES

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 31/03/2008

3 MIN DE LEITURA

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Ovinos e caprinos são explorados nas mais distintas regiões do mundo, em todos os continentes, presentes em ecossistemas com os mais diversos climas, solos e vegetação; fazendo parte de diversas culturas sociais, sendo possível a sua exploração utilizando a mão-de-obra exclusivamente familiar e instalações simples e de baixo custo.

Desta forma, integrada com outras atividades, a caprino-ovinocultura apresenta-se como alternativa a ser considerada na política de viabilização sócio-econômica da propriedade rural familiar.

Os sistemas agroflorestais, onde estão incluídos os sistemas silvipastoris, são modalidades de produção diversificada e multi-estratificada, nos quais árvores são exploradas em associação planejada com cultivos agrícolas ou pastagem, de maneira simultânea ou seqüenciada.

Esses sistemas despertam crescente interesse da classe científica em função dos benefícios econômicos, sociais e, principalmente ecológicos. A concepção de integrar animais e culturas agrícolas nas atividades florestais é utilizada em várias partes do mundo, principalmente na Ásia, África, América Central e América do Sul. (MAGALHÃES et al., 2004).

No Brasil são pouco utilizados, apesar do relativo acúmulo de conhecimentos técnicos científicos para o segmento, onde a adoção plena deste sistema esbarra em alguns questionamentos: qual a sustentabilidade e rentabilidade a curto e longo prazo? Qual a espécie arbórea a ser utilizada? Qual a densidade de árvores por hectares? Qual o efeito do sombreamento das árvores sobre as pastagens e animais? Quais os danos dos animais às árvores? (MAGALHÃES et al., 2004).

A integração da atividade florestal com a pecuária é representada principalmente pelo pastejo de bovinos e ovinos em sub-bosques de plantios florestais e de cultivos perenes. Estudos mostram que é possível obter lucros adicionais com a produção animal, além do controle do crescimento da vegetação herbácea indesejável, sem afetar significativamente a produção do componente arbóreo, reduzindo ainda o risco de incêndios. Ademais, os pequenos produtores podem produzir alimentos de origem animal sem sacrificar áreas para cultivos. Além disso, por meio da matéria orgânica originada dos excrementos dos animais, a ciclagem de nutrientes para o solo por processos naturais é incrementada (OLIVEIRA,2008).

Quanto à espécie animal a ser integrada no sistema silvipastoril, estudos reportam que o uso de bovinos tem a propensão de comprometer as árvores, principalmente pelo acentuado desnudamento do solo em pastejo contínuo, destruindo as raízes superficiais, responsáveis pela absorção dos nutrientes, prejudicando assim o desenvolvimento das árvores, além de danificar as copas e ou a casca. Em estudos realizados com Pinus sp. , verificou-se que, para evitar danos as árvores, o gado bovino não deve ser introduzido antes que as plantas tenham três anos de idade ou cerca de 4 metros de altura, no entanto, ovelhas podem ser incorporadas ao sistema florestal mais cedo, com árvores com 2 metros de altura (MAGALHÃES & HOLANDA JÚNIOR, 2005).

Sistemas agrossilvipastoris utilizando caprinos para promover o desenvolvimento agrofamiliar no semi-árido baiano servem de referência para o manejo sustentável da caatinga, e uma vez apropriados pelos produtores rurais, espera-se uma exploração pastoril sustentável, gerando renda, qualidade de vida e diminuição da degradação ambiental (CAMPANHA, 2005).

Um modelo de exploração agrossilvipastoril com ovinos e caprinos para agricultores familiares do semi-árido nordestino demonstrou através de indicadores a viabilidade econômica da atividade (FRANÇA et al., 2005).

A região Sudoeste paulista, que responde por quase 50% de áreas reflorestadas do Estado, apresenta aspectos propícios para a efetiva consolidação da caprino-ovinocultura integrada com a silvicultura: boas condições edafoclimáticas; produção constante de alimentos para uso animal; tradição e aptidão na atividade madeireira e de resinagem; interesse dos produtores agrofamiliares; mercados consumidores; articulação de instituições públicas e privadas; linhas de crédito específicas para o setor e vontade política.

Desse modo, sistemas agroflorestais alternativos, que levem em consideração as peculiaridades dos recursos naturais da região, como a integração de árvores, forrageiras, resíduos agrícolas e animais, devem ser concebidos e testados de modo a tornar a atividade agropecuária mais produtiva, mais sustentável e menos danosa ecologicamente (MAGALHÃES et al., 2004).

Esses desafios devem ser superados através de políticas públicas direcionadas, alicerçadas pela pesquisa científica e validadas pela assistência técnica, que atenderão os anseios e demandas do meio visando à viabilidade econômica da atividade agrofamiliar e conseqüente desenvolvimento regional sustentável.

Referências Bibliográficas

Campanha, M. M.; Holanda Júnior, E.V. Sistemas agrossilvipastoris - uma alternativa para criação de caprinos em comunidades tradicionais do sertão baiano do São Francisco. Sobral, 2005. P.1-8. Disponível em https://www.cnpat.embrapa.br/sbsp/anais/Tra_Format_PDF20.pdf Acesso em 12 mar.2008.


França, F. M. C.; Holanda Júnior, E. V.; Sousa Neto, J. M. Modelo de exploração de ovinos e caprinos para agricultores familiares do semi-árido por meio do sistema agrossilvipastoril. Sobral, 2005. P.1-8. Disponível em https://www.cnpat.embrapa.br/sbsp/anais/Tra_Format_PDF24.pdf Acesso em 12 mar.2008.


Oliveira, R.P.M. Vantagens e desvantagens da utilização do sistema silvipastoril em ovinos: Ênfase na fisiologia animal. PUBVET, V.2, N.9, p.1-27 Mar1,2008.Disponível em https://www.pubvet.com.br/texto.php?id=163 .Acesso em 12 mar.2008.

MAGALHÃES, J. A.; COSTA, N.L.; PEREIRA, R.G.A.; TOWNSEND, C.R.; BIANCHETTI, A. Sistemas silvipastoris: alternativa para amazônia.Bahia agric.v.6,n.3,p.52-54,nov.2004.

CARLOS FREDERICO DE CARVALHO RODRIGUES

JOÃO ELZEÁRIO CASTELO BRANCO IAPICHINI

Pesquisa/Ensino

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RODRIGO MARTINS DE SOUZA EMEDIATO

SÃO PAULO - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE LATICÍNIOS

EM 09/04/2008

A diversificação de culturas em uma propriedade rural nos dias de hoje não é apenas uma opção, mas uma estratégia. O mercado de commodities e de outros produtos agropecuários são extremamente dinâmicos. Basta conferirmos, por exemplo, as cotações da carne bovina, alguns meses atrás os pecuaristas amargavam prejuízos e hoje a arroga tem alcançado preços recordes. O milho segue na mesma direção desde que os EUA iniciaram a produção de álcool a base de milho.

Portanto, assim como um investidor não aplica todo o seu dinheiro em uma única ação, quando o produtor rural tem mais de uma opção, a chance de manter as contas no azul são maiores, pois se um dos negócios está em crise, o outro pode estar em ascensão. Ele aumenta também o seu poder de barganha, ou seja, tem mais força na hora de negociar preços de insumos e de venda dos seus produtos, além de conseguir esperar o "nervosismo" do mercado devido a alguma crise sem passar necessidade financeira ou ter que vender seu produto em um momento desfavorável por estar precisando de dinheiro naquele momento. Com a diversificação, tem-se a opção de vender no melhor momento.

Neste contesto, a silvicultura é atualmente uma ótima opção de diversificação de investimentos na propriedade rural comum. Basta observar as notícias do cotidiano e ver, por exemplo, que o Grupo Votorantim já comprou algumas empresas e um armazém no exterior para dobrar a capacidade de produção de suco de laranja, celulose e metais. O mercado de papel e celulose, assim como a ovinocaprinocultura tem crescido muito nos últimos anos. E como ambos não exigem grandes áreas para produção para ter um resultado razoável, muitos produtores tem começado a produzir Eucalipto e Pinus ou arrendaram suas áreas para tal. Mas vale lembrar que a silvicultura é um investimento sistemático e de médio e longo prazo, pois há madeiras de menor valor, mas de crescimento rápido (cerca de 5 anos), como há outras de alto valor de mercado, mas de crescimento lento (20 a 30 anos).

A região do Vale do Paraíba, no Estado de São Paulo, é uma prova da ascensão destes mercados. Os tradicionais produtores de leite da região, desde a crise do leite anos atrás, venderam suas terras, arrendaram para produção de madeira, iniciaram criações de caprinos, ou de ovinos ou um sistema agrossilvipastoril.

A integração de uma atividade pecuária como a ovinocaprinocultura e a produção de Eucalipto "casam" bem para pequenas e médias propriedades, pois pode-se plantar mudas ao longo das cercas dos piquetes. Deste modo, além de não interferir na produção de forragem, tem-se sombreamento natural para os animais.

É preciso, no entanto, proteger as mudas durante o crescimento inicial para que os animais não as comam e ter um pasto bem manejado, pois caso o pasto esteja rapado ou degradado, além do crescimento das mudas ser prejudicado, os ovinos e principalmente os caprinos farão de tudo para alcança as folhas da muda mesmo quando um pouco mais crescida.

Se considerarmos um espaçamento entre mudas de 3 metros, teremos 333 mudas por km de cerca.

Portanto, vale a pena pensar com carinho nos sistemas agrossilvipastoris.

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