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Os custos de produção

POR CARINA BARROS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/06/2010

5 MIN DE LEITURA

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No artigo anterior (O que é custo de produção?) comentamos sobre as principais classificações de custos que podem ser adotadas para o gerenciamento de unidades produtoras de ovinos e caprinos.

Cabe salientar novamente a importância de se conhecer seu custo de produção. Para isso precisamos conhecer as metodologias de cálculo e também controlar os gastos da propriedade como um todo. Isso é tarefa bastante trabalhosa, mas que tem resultados compensadores. Há muito mais segurança na tomada de decisão e negociações quando se tem em mãos o correto custo de produção, seja da carne, do leite, da lã, da pele, entre outros.

Nesse artigo iremos enfocar a classificação de custos adotada na elaboração dos cálculos do CUSTARE apresentado no artigo quanto custa produzir um quilo de carne, o qual é usado para fazer os cálculos do Laboratório de Produção e Pesquisa em Ovinos e Caprinos da UFPR.

Recapitulando os conceitos do artigo anterior:

Veja no gráfico a seguir que a classificação de custos em fixo e variável está estritamente relacionada à quantidade produzida. Veja que conforme aumenta a quantidade de produto também aumenta o custo variável, no entanto o custo fixo permanece o mesmo.



Portanto...

Custo fixo = aquele que não varia proporcionalmente a quantidade de produto produzida.

Custo variável = aquele que varia proporcionalmente a quantidade de produto produzida.

A partir da soma desses dois custos (fixo e variável) temos o custo total de produção. Esse custo deve ser composto pela soma de todos os recursos (insumos), operações (serviços) e de capital (custo de oportunidade), utilizados no processo produtivo de certa atividade (CANZIANI et al., 2004). Por isso, quando falamos em custo total de produção devem estar contemplados custos explícitos e implícitos já explicados anteriormente.

A seguir, vamos verificar um quadro com a composição dos custos para facilitar a compreensão.



No entanto, em alguns casos não se deseja incluir todos os custos e podemos então utilizar o custo operacional total ou ainda o custo operacional efetivo, que são outras classificações que podem ser encontradas na literatura.

O custo operacional total é definido pela soma de todas as despesas mais a depreciação de bens usados na atividade. Normalmente a depreciação é calculada para benfeitorias, máquinas e equipamentos, e em alguns casos também para a pastagem. Sobre depreciação, que é um custo implícito, já discutimos no artigo Depreciação deve ser considerada como custo de produção? Dessa forma, esse custo não contempla o custo de oportunidade do capital investido.

Ainda há a possibilidade de trabalharmos com o custo operacional efetivo. Essa classificação é adotada por Lopes et al. (1999) e inclui todas as despesas explícitas atribuídas à produção. Portanto, não se consideram as despesas como juros, depreciação, custo de oportunidade, entre outros.

Se o produtor adotar a divisão em custos fixos e variáveis, conseguirá identificar seus custos de forma prática e objetiva, e posteriormente poderá fazer cálculos de resultado da atividade. Também é interessante sempre colocar uma coluna para os percentuais que cada item representa no custo total, pois identificando os itens de maior representatividade sabemos exatamente onde tentar economizar para aumentar a margem. Gráficos facilitam muito essa tarefa!

Observe no quadro alguns itens que compõe o custo total de produção. É provável que em seus cálculos de custos, alguns desses itens nunca tenham sido considerados, especialmente os custos implícitos, que são aqueles que não representam saída imediata de dinheiro do caixa - não são pagamentos - dificilmente são considerados nos cálculos. Novamente ressaltamos que todos os custos devem sim ser identificados na sua propriedade para que tenha um valor real e condizente com a remuneração da atividade como um todo.

Sabendo identificar e classificar os custos pode-se recorrer à elaboração de planilhas eletrônicas ou softwares específicos para cálculo de custos. Esperamos ter esclarecido alguns pontos e principalmente despertar o interesse dos leitores em se informarem e fazerem cálculos de custo de produção. Inicialmente a tarefa pode ser mais trabalhosa, mas garantimos que vale a pena o esforço.

E agora, comece a organizar seus dados para saber o seu custo!

Referências bibliográficas

BATALHA, M. O. Gestão Agroindustrial. São Paulo: Atlas, 1997. v. 2. 323 p.

BORNIA, A.C. Análise gerencial de custos: aplicação em empresas modernas. São Paulo: Artmed Editora, 2001. 203 p.

CAÑEQUE, V.; HUIDOBRO, F. R. de; DOLZ, J. F. La canal de cordero. In: PRODUCCIÓN DE CARNE DE CORDERO, 1992, México. Anais... México: Ministério de Agricultura, Pesca y Alimentación, 1992. p.367-436.

CANZIANI, J. R. F. Uma abordagem sobre as diferenças de metodologia utilizada no cálculo do custo total de produção da atividade leiteira a nível individual (produtor) e a nível regional. In: SEMINÁRIO SOBRE METODOLOGIAS DE CÁLCULO DE CUSTO DE PRODUÇÃO DE LEITE, 1., 1999, Piracicaba. Anais... Piracicaba: USP, 1999.

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GUIMARÃES, V. di. A.; CANZIANI, J. R. F. Análise econômica, financeira e de decisão. In: FESP/SENAR-SP. Programa Empresário Rural. São Paulo: FESP/SENAR-SP, 2004. cap. 9.

HOFFMANN, R.; ENGLER, J. J. C.; SERRANO, O. Administração da empresa agrícola. 3. ed. São Paulo: Pioneira, 1981. 325 p.

LOPES, M. A.; LIMA, A. L. R.; CARVALHO F. M.;REIS, R. P.; SANTOS, I. C.; SARAIVA, F. H. Efeito do tipo de sistema de criação nos resultados econômicos de sistemas de Produção de leite na região de lavras (MG). Ciência Agrotécnica, Lavras, v. 28, n. 5, p. 1177-1189, 2004.

MATARAZZO, D. C. Análise financeira de balanços. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1997. 463 p.

MATSUNAGA, M.; BEMELMANS, P. F.; TOLEDO, P. E. N.; DULLEY, R. D.; OKAWA, H.; PEDROSO, I. A. Metodologia de custo de produção utilizada pelo IEA. Agricultura em São Paulo, São Paulo, v. 23, n. 1, p. 123-139, 1976.

NORONHA, J. F. Matemática financeira e análise de investimentos. In: SENAR-PR. Programa Empreendedor Rural. Curitiba: SENAR-PR, 2003. 37 p.

REIS, D. L. dos. Estudo técnico e econômico da propriedade rural. Belo Horizonte: Informe Agropecuário, v. 12, n. 143, p. 23-38, 1986.

REIS, R. P. Introdução à teoria econômica. Lavras: UFLA/FAEPE, 1999. 108 p.

SEBRAE-SP. Criação de cabras. São Paulo: SEBRAE-SP, 1994. Série de oportunidades de negócios

SILVA, J. C. G. L. da Matemática financeira e análise de investimentos. In: SENAR-PR. Programa empreendedor rural. Curitiba: SENAR-PR, 2003b. p. 361-395.

YAMAGUCHI, L. C. T.; DURÃES, M. C.; COSTA, J. D.; CARVALHO, L. R. Custos de criação de novilhas até o primeiro parto e manutenção de vacas em sistema confinado, com animais da raça holandesa. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 34., 1997, Juiz de Fora. Anais... Juiz de Fora: Sociedade Brasileira de Zootecnia, 1997.

CARINA BARROS

Médica veterinária
Mestre em Ciências Veterinárias UFPR
Doutora em Nutrição e Produção Animal FMVZ-USP
Pós-doutorado FMVZ-USP
Atuação na avaliação econômica e modelagem

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RUBIAN LUIZ CARVALHO RIBEIRO

FORMOSO DO ARAGUAIA - TOCANTINS - PESQUISA/ENSINO

EM 31/07/2012

Não é fácil encontrar artigos ou livros que apresentem os custos de produção de forma tão clara e didática.



Parabéns pelo artigo!
CARINA BARROS

OSASCO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 23/06/2010

Prezados,

Fico muito contente em ver que cada vez mais há interesse na área. Especialmente em artigos que mostram conceitos, que são fundamentais tanto para fazermos os cálculos quanto para analisarmos a nossa situação e a de artigos publicados.

Não basta apenas termos números prontos de custos e lucros, temos que ter o entendimento de como se chegou no resultado para avaliação crítica.

Dessa forma, espero contribuir disseminando alguns conhecimentos na área e despertando maior interesse de produtores, técnicos e estudantes.

Seus comentários são motivadores para aqueles que buscam mais informação na área e para nós que buscamos levar a informação até vocês.

Agradeço a participação!
JOSÉ L PONTES

PINDORETAMA - CEARÁ

EM 23/06/2010

Só vejo qualquer atividade econômica, com essa ótica. Pois somente assim, você terá uma visão detalhada de seu empreendimento, como ele está se desenvolvendo e para onde está caminhando.

Parabéns Doutora, pelo artigo.
LUIZ CARLOS NUNES DOS SANTOS

SALVADOR - BAHIA - PRODUÇÃO DE OVINOS

EM 23/06/2010

Como economista, cônscio e conhecedor dos controles econômicos e financeiros, fico feliz com a clarividência da matéria, e, principalmente dirigida a uma área super carente de tais controles. A adoção de planilhas para controle e acompanhamento dos custos e despesas é imprescindìvel no sucesso do agronegócio. Parabéns.
CLAUDIO CEZAR NEIVA DE LUCENA

SÃO FRANCISCO DO SUL - SANTA CATARINA

EM 23/06/2010

Bom para todos.
venho acompanhando as materias e quero parabenizar toda a equipe que com muito profissionalismo nos brindão com artigos de grande valia. Não somente o controle zootécinico da propiedade (rebanhos) o que agrega grande valor o principal esta ai. O controle financeiro detalhado, de forma profissional, pois assim diminuido os desperdicios almentamos o lucro da propriedade. Parabéns mesmo pela ótima materia
JOSÉ G. DE PAULA

CAMPINA GRANDE DO SUL - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 22/06/2010

Olá visitantes do portal FarmPoint, muitos criadores ou técnicos envolvidos a área, alguns simplesmente "curiosos". Bem com a crescente demanda pelo mercado, a diminuição da área de produção e os elevados custos operacionais, devemos lutar para mantermo-nos e sobrevivermos ativos no meio rural, e sem dúvida a melhor maneira de fazer é com a capacitação e tecnificação da propriedade, se pensarmos que teremos retorno econômicamente viável sem investimentos em nosso rebanho/lavoura, vamos além de ter uma grande frustração um belo prejuízo. existe uma grande diferença entre termos animais e criarmos animais, enfim capacitação para podermos entender as necessidades de nosso setor de produção e tecnificação para maximizar dados produtivos e minimizar custos.

Grande abraço
José

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