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Métodos para determinação da necessidade de calagem em áreas de pastagem

POR VALDO RODRIGUES HERLING

E PEDRO HENRIQUE LUZ

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/10/2008

5 MIN DE LEITURA

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4

Objetiva-se, com essa matéria, destacar a importância de se determinar a necessidade de calagem, considerando o método adotado, uma vez que são muito variáveis as recomendações de correção.

Solos brasileiros

Os solos tropicais apresentam dois grandes problemas, já diagnosticados, que contribuem para o cenário da baixa produtividade das pastagens brasileiras, a acidez e a escassez de fósforo disponível. Certamente, afirmar que a área de pastagem encontra-se degradada implica relatar que o ecossistema, responsável pela produção de forragem, está em desequilíbrio, sendo neste constatados:

• falta de adaptação da planta forrageira ao ambiente;
• manejo inadequado da pastagem;
• presença de plantas invasoras;
• presença de pragas e doenças;
• perda da fertilidade do solo;
• incompatibilidade entre as espécies associadas (pastagens consorciadas

O fato é que, mesmo utilizando-se de práticas de implantação bem conduzidas, ao longo dos anos os pastos sofrem degradação natural, refletida na acidificação do solo, seja pela lixiviação dos nutrientes, pela absorção de bases pelas próprias plantas ou pelos efeitos da adubação, principalmente a nitrogenada.



O significa dizer que o solo está ácido?


Na prática, solos ácidos, expressos por pH menor que 7 (ponto neutro), tendem a liberar o alumínio, elemento tóxico aos vegetais. Não menos, pode-se dizer que a acidez representa solos de baixa fertilidade, carentes em bases como cálcio, magnésio, potássio e, onde predominam os elementos acidificantes (hidrogênio e alumínio).


Determinação da necessidade de calagem - O que é necessidade de calagem?

 

A necessidade de calagem é o quanto de corretivo que se deve aplicar para neutralizar a acidez do solo, a partir de uma condição inicial até a que se deseja atingir. A quantidade do corretivo recomendada está relacionada à produtividade esperada da cultura, ao critério utilizado na determinação da necessidade de calagem e ao potencial de resposta da planta forrageira frente à acidez.

Na Tabela 1 são apresentados os métodos mais utilizados para determinação da necessidade de calagem, diferidos conforme a prevalência do método nas diversas regiões do país

Tabela 1. Métodos para determinação da necessidade de calagem
 

 


Há também um método indicado para sistemas de lotação rotacionada intensiva, baseado na proporção dos cátions de interesse (Ca, Mg e K) na ocupação do complexo de troca catiônica (CTC), conforme proposto por Corsi e Nussio (1993). Preconiza-se que essas bases ocupem a CTC do solo em proporções equivalentes a 60-65% (Ca); 15% (Mg) e 3-5% (K).

 

Métodos para determinação da necessidade de calagem

  • Teores de alumínio trocável e de cálcio e magnésio


Esse método originou-se pela idéia de que o alumínio seria o principal fator desfavorável, relacionado à acidez nos solos tropicais, desconsiderando o fato de haver solos que, apesar de apresentarem baixos teores de alumínio, são também deficientes em cálcio e magnésio. Desta forma, o método baseado puramente no alumínio foi aprimorado e calculado, em conjunto, com a elevação dos teores de cálcio e magnésio.

No entanto, o método aplicado é empírico, ou seja, sem comprovação experimental e, portanto, é mais provável que o benefício da adição do calcário seja para fornecer nutrientes (Ca e Mg) ao solo do que corrigir os efeitos da acidez.

 

  • Método do tampão SMP


A quantidade de calcário pelo método tampão é calculada a partir da determinação do pH do solo com o uso de uma solução tampão conhecida por SMP, iniciais dos pesquisadores que desenvolveram o método (Shoemaker, Mc Lean e Pratt).

A vantagem principal do SMP é que a necessidade de calagem pode ser obtida apenas pelas medidas de pH, e tem como base a elevação do pH do solo a um valor pré-estabelecido.

 

  • Método da ocupação de bases na CTC


Consiste na elevação dos teores de cálcio do solo para cerca de 65% (65 - 85%), Mg para 10% (6 - 12%) e a saturação de bases do solo para valores acima de 70%, tendo como base a relação química entre as bases Ca:Mg:K.

 

  • Método baseado na elevação da saturação de bases


Esse método pode ser considerado como o mais usual e recomendado até o momento, pois preconiza a elevação da saturação de bases (V%) a valores pré-estabelecidos conforme a cultura, segundo a fórmula de cálculo:

 

 



Onde:

N.C = necessidade de calagem;
V2 = saturação de bases recomendada para a cultura e grupo de planta forrageira (Tabela 2 e 3);
V1 = saturação de bases observada em análise de solo;
CTC = capacidade de troca catiônica [Ca+Mg+K+Na (soma de bases) + H + Al], obtida na análise química do solo;
p = fator profundidade de incorporação - quando a profundidade for de: 0 a 10 cm=0,5; 0 a 20 cm=1,0 e 0 a 40 cm=1,5.

Tabela 2. Recomendação da elevação de saturação de bases, conforme os grupos de plantas forrageiras

 



Tabela 3. Discriminação das principais plantas forrageiras nos diferentes grupos

 



Os aspectos que fazem o método ser muito utilizado são:


• facilidade e a flexibilidade dos cálculos, podendo ser adaptados para outras culturas;
• completo em relação aos demais, pela exigência da determinação do cálcio, magnésio e potássio, pois leva em consideração o solo, pela sua CTC;
• considera a planta pela sua exigência em determinada saturação de bases;
• considera o calcário por seu PRNT, que explicita o Poder Relativo de Neutralização Total do produto, levando-se em consideração as características físicas e químicas do produto.



Como calcular a necessidade de calcário?


Considerando os resultados de análise de solo de uma propriedade da região de Pirassununga (SP): pH CaCl2 = 5,3; Ca = 12 mmolc/dm3; Mg = 5 mmolc/dm3; Soma de Bases (SB) = 27 mmolc/dm3; CTC = 78 mmolc/dm3; Al = 13 mmolc/dm3; V1 = 34%.

Para implantação de uma pastagem de braquiarão (Brachiaria brizantha), gramínea do Grupo II, a saturação de bases a ser atingida (V2), de acordo com os dados na Tabela 2 é 60%. Utilizando-se o calcário dolomítico com PRNT de 65%, a partir do método da elevação da saturação de bases tem-se:

 



Em São Paulo, a tonelada do calcário dolomítico custa por volta de R$ 27,00 (sem frete). Deste modo, 3,2 t/ha x 27,00 vão custar R$ 86,00/ha, sendo evidenciado o baixo custo do produto para a correção do solo, e os benefícios causados, comparado ao frete pago. Num raio de 50 -100 km, o frete custa aproximadamente R$ 45,00/t. Se cada carreta carregar 13 t, o custo do frete por carreta será de R$ 585,00. Somados, preços do produto (R$27,00 x 13 t) e do frete (R$45,00 x 13 t), teremos o equivalente por viagem de R$351,00 + R$585,00 = R$936,00/13 t. Assim, o produtor gastaria o equivalente a R$234,00/ha, considerando que para cada carreta de 13 t., 4,06 ha seriam corrigidos.

Para o cálculo do custo do calcário colocado na propriedade, em R$/%PRNT (reais por unidade percentual de PRNT), há a necessidade de se usar a seguinte fórmula:

 



Onde:
FC = Fórmula para comparar custo de calcário (R$/%PRNT)
PC = Preço do calcário (R$)
PF = Preço do frete (R$)
PRNT = Poder Relativo de Neutralização Total (%)

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LEONARDO RODRIGO SALLUM BACCO

RANCHARIA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 06/10/2015

prezada edimara

o calcário serve como fonte de cálcio, magnésio e neutralizados de alumínio e hidrogênio tóxico. Não ter alumínio,  por si só,  não  dispensa a necessidade de calcário.  É preciso analisar sua análise de.solo completa para poder chegar a está conclusão.

Não sei qual  o conceito de "pastagem intensiva " que você  se refere, mas a saturação recomendada pode variar de 40% para braquiária decumbens (boletim 100 Emprapa ) a até 80% para panicuns ou pennisetuns, adubado com 200 ou 300 kg de Nitrogênio por hectare.

Calcário e Gesso líquido: normalmente não possuem a quantidade de Ca e Mg que o solo necessita para manter equilibrada suas cargas de minerais (cátions). Fuja deles!

Quanto ao NPK líquido, não tenho experiência suficiente, mas creio que devem ser mais caros....

Me mande um e-Mail qué lhe indico alguns artigos sobre o assunto.... leobacco@yahoo.com.br





EDIMARA SOUZA

UMUARAMA - PARANÁ

EM 03/10/2015

Srs.

Gostaria de auxilio para algumas dúvidas, já que sou apenas produtora rural, sem formação academica.

Nossa região (noroeste do paraná), tem solo arenoso, mas não tem aluminio.

Minha pergunta é se, nesse caso, realmente é necessário o calcário, ou basta o gesso. E, ainda, para PASTAGEM intensiva (que é o meu caso), qual é a SATURAÇÃO POR BASE RECOMENDADA, já que esta parece ser o melhor indicativo? E, se o calcario líquido, que é muito mais barato em vários aspectos, inclusive em termos de gastos com implantação (alem do frete). tem a mesma eficiência e eficácia.  Nessa mesma linha, o que acham do GESSO LÍQUIDO e do NPK líquido. Em caso positivo, quais seriam as empresas mais conceituadas ou, se não for possível revelar, informar onde posso verificar a idoneidade do adubo líquido. Sou cooperada da C-VALE e ela revende adubo líquido.
VICTOR

CRATO - CEARÁ - ESTUDANTE

EM 02/10/2012

MUITO BOM, E MUITO PRATICO BEM ELABORADO, ALUNO DO IFCE CRATO-CE
ALUISIO DE ALENCASTRO FILHO

GOIÂNIA - GOIÁS - PESQUISA/ENSINO

EM 27/09/2009

Otimo artigo.
Infelizmente a maioria dos agropecuaristas do nosso Brasil ainda não aprederam a importancia de uma calagem para as pastagens e também nao aprenderam a imporancia de uma boa adubacao e tentam muito achar a famosa graminia milagrosa, ou preferem especies que na teses deles nao precisam de adubacao.Agora porque nao adubao eu queria saber porque e ainda me pergunto porque nao fazer isso, pode ser pelo auto custo dos insumos, ou seram que ainda nao sabem do beneficio de uma boa adubacao e uma boa calagem.Nao se consegue tirar o maximo de uma forrageira com uma boa adubacao e uma boa calagem e tambem com uma boa calagem e uma boa adubacao podemos também evitar um problema que ando vendo muito no centro oeste que é a degradação das pastagens cada vez mais nossas pastagens e nosso solos estacao acabando por falta de consevacao do solo e tambem por mal utilizacao das pastagens.Mas aindo acredito que todos os agropecuaristas do Brasil vão aprender a fazer uma calagem e uma boa adubacao.Que assim vamos ter pastagens de qualidade e solo de qualidade.
HEITOR AUGUSTO RAMOS SILVERIO

GOIANÉSIA - GOIÁS - ESTUDANTE

EM 28/08/2009

Qual adubo ideal para se usar para fazer o plantio de 25 hectares do capim brachiarao. Saturaçao de base ( 64%), argila ( 23%), areia ( 58%), ctc ( 5,5%), al ( 0%), Ca (1,6 %), Mg (1,4 %), Ph ( 5,2), silte ( 19%). Obrigado!!!
CRESIO VICTOR ROMAGNOLI

OUTRO - PARANÁ - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 26/05/2009

Prezados Prof Valdo e Prof Pedro Henrique:

Parabéns pelo artigo e pelas respostas aos comentários dos leitores, continuem pesquisando. Os pecuaristas brasileiros precisam mudar a mentalidade em relaçao aos pesquisadores e começar a se organizar para solicitar pesquisas dentro das suas maiores necessidades - aumentando a extensão dos seus trabalhos.

Sou administrador de empresas, pecuarista e me interesso muito pelo assunto, calagem é um assunto polêmico, os profissionais seguem diversas linhas - tenho percebido que esta dificil chegar num consenso.

Gostaria de fazer algumas perguntas, seguindo os seguintes pressupostos:

1- Solos com >30% de argila
2- Baixa fertilidade na camada de 0-20- V%- 12,74 - CTC-4,55 cm/dm3
3 -Area acima de 2000 ha
4- cerrado
5- PH(CaCl) - 4,1

- Para execuçao de um projeto de alta lotaçao 4 a 6 ua/ha (aguas) e 2 ua/ha secas - em 10 a 15% da área , necessitaria da formaçao de uma pastagem de grupo 2 com adubaçao N-P-K + micros, porém uso de calagem para elevar a saturacao de bases proximo de 60%-70% não ocorreria um grande risco de lixiviaçao principalmente de K ( que esta muito caro?)? No restante da area que usaria uma lotacao menor, uma graminia grupo 3 - uma V% de 35% nao seria suficiente?

- A utilizaçao de Cama de frango + superfosfatosimples, poderia minimizar este efeito de perdas por lixiviaçao do K?

- Por ser uma prática barata, as proximas pesquisas em calagem nao deveria ser sempre associadas à utilizaçao de N, e principalmente P e K (que tem reservas limitadas), para que possamos avaliar as potencialidades e limitaçoes da utilizacao de calagem nos diferentes solos brasileiros e assim formar uma recomendaçao de acordo com o nivel de adubacao e tipo de solo , para minimizar os efeitos de lixiviaçao. Entendo que estudos de calagem nao podem ser feitos com menos de 3 anos, para obter resultados nas camadas mais profundas de solo.

- Os elevedos preços e dependencia de fontes externas de KCl as limitaçoes das minas de Fósfatos, preocupa a todos, necessitamos de mais pesquisas para encontrar soluçoes para minimizar o uso destes nutrientes, como os efeitos utilizaçao de doses muito proximas das "criticas" , reciclagem , plantas menos exigentes.

- A precupaçao da maioria dos pesquisadores em produçao de ruminantes é avaliar meios de se elevar a produtividade e produção para aplicaçao em campo .Será que isto não necessita de reavaliaçao pela comunidade pecuarista - precisamos aumentar a produtividade e talvez diminuir a produção para ter melhor rentabilidade , uma melhor valorizaçao de nossos produtos. assim áreas que sobrarem alugaremos para nossos queridos ecologistas do distrito federal formarem florestas.

Abraço
LEONARDO RODRIGO SALLUM BACCO

RANCHARIA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 08/01/2009

Em relação ao comentário do Sr. José Eduardo, informo que fiquei surpreso ao ler, pois o mesmo vai contra tudo que li e ouvi até hoje sobre correção de solo com calcário.

Importante lembrar também que a calagem por si só, apesar de melhorar a química e física do solo, não gera produção de massa seca suficiente para pagar seus custos (segundo Miguel Menezes, consultor da equipe do Prof. Corsi).

Assim, só se justifica a correção se seguida de adubação que pode ser intensiva ou de manutenção, mas deve existir.

Como se sabe da baixa capacidade de investimento que pode haver em alguns casos, a orientação é escolher a melhor área da propriedade (melhor pasto e melhor terra), numa gleba por volta de 10% da área total para começar o processo de correção e adubação.

Mesmo que não haja restrição econômica, a orientação de começar em pequena área permanece, pois a chance de haver dificuldades/erros nos primeiros anos devido à inexperiência quanto à adubação e também em relação ao ajuste de lotação no capim adubado (o ganho de produtividade é concentrado no período chuvoso, onde se aumenta muito a lotação/ha. Caso haja falha no planejamento forrageiro, você piora sua situação no período seco, pois a fazenda está com mais gado e a produção se estaciona neste período).

Só para citar um exemplo, implantei um projeto de adubação intensiva e não atentei para a capacidade dos bebedouros. Quando o pasto estava bombando, não pude colocar mais gado, pois o sistema de abastecimento de água não suportava mais.

Outro ponto chave é a divisão em vários piquetes de tamanhos reduzidos, para poder respeitar o período de pelo menos 20 dias de descanso após a adubação nitrogenada.

Enfim, são n detalhes a se observar e posso garantir que é mais barato contar com a ajuda de especialistas do que correr o risco de executar de forma errônea, não aproveitando ao máximo o investimento em adubação.

Voltando ao comentário do Sr. José Eduardo, caso o comentário dele esteja correto, suponha uma economia de R$ 100 em calcário/ha. Se você jogar 3 doses de NPK durante o período chuvoso investirá algo em torno de R$ 800/ha. Se 12,5% do adubo ficar indisponível à planta devido ao baixo pH ou alto teor de Alumínio tóxico, você já zerou a economia com a dose menor de calcário (12,5% * R$ 800 = R$ 100).

Ainda em relação ao comentário do Sr. José Eduardo fiquei muito contente ao saber que é só plantar braquiaria que daqui há um ano tenho incremento de 2000% do teor de fósforo. Vou economizar quase 50% dos meus gastos com adubo! Eta negócio bom, né?
ULISSES LUCAS CAMARGO

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 25/12/2008

Prezados Senhores, tudo isso é verdade, gosto do assunto e tento fazer coisas parecidas as recomendções técncas existentes, porém temos alguns problemas:

-Existem muitas Fazendas aqui em MS, nas quais os caminhões com calcario não chegam.

-Sofremos muitos riscos na atividade: frigoríficos que não pagam, legislação ambientaL, invasão de indíos, preços instáveis, dentre outros. Esses riscos são tantos e tão graves que as vezes penso que antes de resolve-los, não podemos fazer mais nada.

Mesmo asssim estou tentando fazer a coisa da maneira mais técnica possível.
VALDO RODRIGUES HERLING

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 26/11/2008

Prezado Senhor José Eduardo

Gostaria de agradecer a leitura do texto e de sua participação na discussão.

Creio que este tópico tão esquecido pelos nossos pecuaristas e tão batido na literatura merece mais cuidado quando das avaliações dos resultados encontrados tanto no dia-a-dia de uma fazenda como na pesquisa.

As necessidades de calagem apresentadas no texto que Vossa Senhoria leu são fruto de trabalho de pesquisadores conceituados e foram tabelados. Existem vários métodos para determinação da necessidade de calcário, e o método da saturação de bases é um deles e recomendado para o Estado de São Paulo.

Acredito que não há necessidade, mesmo tendo Vossa Senhoria alguma experiência sobre o assunto tratado, mencionar que a pecuária está mal devido ao que foi mencionado no texto. Se Vossa Senhoria tem alguma experiência no campo melhor para a comunidade que depende tanto de uma assistência técnica gabaritada.

Respeito a opinião de Vossa Senhoria. No entanto, a recomendação feita no texto trata-se de pasto de capim-braquiarão formado há 10 anos. A quantidade recomendada, além de fazer parte de um exemplo para nossos leitores, também fez parte de uma atividade de pesquisa, uma vez que o pasto utilizado num método de lotação rotacionada, calcariado e adubado conforme exigência da planta forrageira em questão, traduziu, em dois anos de pesquisa, os seguintes resultados: Taxa de lotação média no verão de 4,8UA/ha (2,9 a 6,7 UA/ha) e com desempenhos e produtividades médios de 0,72 kg/animal/dia (0,51 - 0,77 kg/animal/dia) e 800 kg de peso animal/ha/verão (644 a 938 kg/ha/verão).

Esses resultados são médias de dois anos de pesquisa. Acredito que Vossa Senhoria tenha resultados melhores que esses não realizando a calagem como deve ser feita nas propriedades. Se esses resultados não pagam ao menos a calagem, que melhora em muito as condições físicas e químicas do nosso solo brasileiro, então os produtores estão tão mal orientados que não conseguem com suas atividades pagar a calagem que significa muito pouco frente aos custos da formação do pasto.
JOSE EDUARDO DA SILVA

JANAÚBA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 21/11/2008

É por isto que pecuária não dá retorno financeiro, um consultor que elevar saturação de base para 60% e plantar brachiara ele está totalmente equivocado, saturação de 60% é para capins nobres, tanzania, panicus, brachiara decumbens, 35%, brachiara brizhanta 40-45 ta bom demais, pricipalmente onde chove mais 1200mm, se vc não sabe as brachiaras tenhe a capacidade de melhoramento de solos, onde se panta brachiaras com um 1 ppm, depois de um ano se fazer uma amostra na região da rizosfera pode se encontrar até 20 ppm de p.
VALDO RODRIGUES HERLING

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 18/11/2008

Prezado Mario Monazzi

Com relação à gessagem, os objetivos principais dela são:

 Efeito fertilizante, pois fornece cálcio (Ca) e enxofre (S)
Imobilização do Alumínio (Al) pela ação do anion sulfato;

 Condicionador de sub-superfície, melhorando os atributos químicos abaixo da superfície (0-20 cm).

O diagnóstico para a realização da gessagem parte da amostragem do solo em sub-superfície (20-40 cm); envio da amostra para análise em laboratório com selo de qualidade e interpretação do resultado para os seguintes nutrientes:

Se:
- Ca estiver com teores abaixo de 4 ou 5 mmolc/dm3
- Al3+ estiver com teores acima de 5 mmolc/dm3
- E indice de saturação de aluminio (m%) estiver acima de 20 a 30%

Haverá a necessidade de gessagem, e o cálculo da dose pode ser baseado nas seguintes fórmulas:

NG(t/ha) = Argila.5,0
Argila em g/kg

ou

NG (t/ha) = (0,25.NC) EC/20
NC = Nec. Calagem (t/ha)
EC = Espessura da camada (cm)

ou

com base ainda nos teores de argila:

Argila gesso (t/ha)
0-15% 0 a 0,4
15-35% 0,4 a 0,8
35-60% 0,8 a 1,2
60-100% 1,2 a 1,6

A aplicação do calcário e do gesso deve ser feita independente um do outro.

Caso a recomendação seja pelos dois produtos, eles podem ser aplicados simultaneamente e incorporados ou o gesso ser aplicado depois da incorporação do calcário. O ânion do gesso (SO4--) tem movimento mais rápido no perfil do solo que o carbonato do calcário.

Espero ter ajudado em algo.

Abraço
Valdo
MARIO MONAZZI

MATÃO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 12/11/2008

Para reforma da pastagem com um tipo de maquina que subsola, planta e aduba em uma unica passada; fazemos a correção do solo antes, com gesso, e ou,
após, o calcario dolomitico, ou não tem necessidade da colocação do gesso?

Esta é uma duvidda, sobre seu artigo gostei muito e acho muito interessante um novo conhecimento, pois foge um pouco do meu dia/dia.
VALDO RODRIGUES HERLING

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 12/11/2008

Prezado Marribe,

Obrigado pelo elogio.

Não resta dúvida que a calagem traz benefícios ao solo e consequentemente à planta forrageira. É preciso estar atento à analise de solo e utilizar o método adequado. Não abusar das doses altas sem se conhecer a real necessidade.

A calagem é de suma importância para a correção do solo (pH) e para aumento de bases relevantes como Ca e Mg e indisponibilizar o Al.

Para cada situação é preciso estudar a necessidade real de calagem, inclusive com opção para o tipo de produto. A confiança numa orientação técnica se dá pela discussão de caso a caso.

Você como estudante do curso de Zootecnia deve se amparar sempre na técnica para recomendação. Uma dica que dou a você, tenha sempre o espirito questionador e não aceite as técnicas sem saber do fundamento.

Abraço
Valdo
VALDO RODRIGUES HERLING

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 12/11/2008

Prezado Gilson

Desculpe-nos pelo atraso na resposta.

Vemos que você é Gaucho e que convive com o campo nativo (também chamado de pastagens naturais), formado principalmente por uma composição florística de <i>Paspalum notatum</i>. Normalmente, os campos nativos são de baixa produção de massa forrageira, culminando com baixas taxas de lotação para a produçao de carne, leite, lã, entre outros produtos zootécnicos.

Temos que pensar que os campos nativos, além de produzir forragem para o consumo animal, também têm papel relevante para a conservação do solo, da água e da diversidade da flora e da fauna. No entanto, pouco se sabe sobre o potencial produtivo das plantas forrageiras desse ecossistema frente à calagem e principalmente a adubação.

A CQFS-RS/SC recomenda para as pastagens naturais a aplicação de 1000 kg/ha de um calcário dolomitico com poder relativo de neutralização total (PRNT %) de 100%, quando os teores de Ca e Mg forem baixos. Caso haja o objetivo de melhorar o valor nutritivo da dieta com a introdução de outras espécies, recomenda-se aplicar em lanço na superfície uma dose equivalente a metade do SMP para pH de referência 5,5.

O método recomendado pela CQFS - RS e SC é o SMP. O pH do solo é determinado numa solução denominada SMP e a partir dele adota um pH a ser atingido (5,5; 6,0 ou 6,5), que depende da espécie de planta forrageira eleita para manejo, e assim tem-se nesta tabela a dose recomendada.

Para as pastagens nativas a aplicação é em lanço e na superfície. Uma observação que fazemos refere-se a dose. Como o produto neste método de aplicação não vai ser incorporado, recomenda-se utilizar metade da dose.

Apenas a calagem não vai resolver o problema de baixa produtividade da atividade agrícola. Há necessidade de adubação, principalmente a nitrogenada.

Abraço a você

Disponha

Valdo e Pedro
MARRIBE

MIRASSOL D'OESTE - MATO GROSSO - DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS (CARNES, LÁCTEOS, CAFÉ)

EM 09/11/2008

Como alguns colegas já disseram a análise do solo é fundamental para que haja uma direção da correção necessária para que otimize-se o máximo possível cada área de uma propriedade.

Certamente a matéria é ótima pois, necessitamos de orientações confiáveis para uso próprio.

Abraço.
GILSON LUIS DE MIRANDA

ALEGRETE - RIO GRANDE DO SUL

EM 05/11/2008

E para campo nativo existe algum metodo para correção?
VALDO RODRIGUES HERLING

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 04/11/2008

Prezado Hildo,

É de seu conhecimento que a maioria dos solos agrícolas brasileiros apresenta alta acidez, com pH em água menor que 5,5, refletindo de certa forma na menor produção das culturas.

Assim, há a necessidade de se corrigir o solo utilizando para isso produtos com esse poder. São os já consagrados corretivos, que elevam o pH, neutralizam os efeitos tóxicos do Alumínio (Al) e ainda fornecem Ca e Mg.

Existem alguns experimentos feitos com outros produtos, entre eles a escória de siderurgia e o gesso agricola, para comparar seus efeitos com os calcários. Independentemente do calcário utilizado, calcinado ou dolomítico, os resultados foram positivos na elevação do pH (maior para calcinado).

O gesso agricola não elevou o pH e a escória de siderurgia teve efeito na elevação, porém num patamar inferior aos calcários. O que comanda a correção é o PN do produto (poder de neutralização), a dose aplicada e o tempo para a reação.

Abraço

Valdo e Pedro
HILDOMAR SANTOS

ANÁPOLIS - GOIÁS - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 03/11/2008

Gostaria de saber se existe alguma tecnologia disponivel que substitui a adicao de calcario para correcao do pH do solo, visto que algumas propriedades se encontram muito distantes de fontes de calcario, inviabilizando assim a logistica do produto.
VALDO RODRIGUES HERLING

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 24/10/2008

Prezada Elisamara

Obrigado pelo elogio.

Também achei importante sua intervenção. O tema calagem é muito amplo e ainda muito polêmico. Tem linha de pesquisadores que defende a não realização de calagem para as espécies de plantas forrageiras tropicais por acharem que essas são adaptadas às condições ácidas do solo. É claro que a acidez diminui a disponibilidade dos nutrientes às plantas. Para realizar a calagem é preciso sempre fazer a análise de solo e a correção, pelo método da saturação de bases, leva em consideração o indice de saturação de bases que apresenta uma relação linear com o pH.

Quanto à dose acima de 3 toneladas por hectare ser o limite está relacionada a possivel indisponibilidade de micronutrientes metálicos como Fe, Cu, Mn e Zn. Doses baixas, menos de 1 tonelada por hectare vai depender de se estudar qual a espécie utilizada, o indice de saturação desejado e o equipamento existente. De repente não compensa aplicar pelo fato da dose ser pequena, o indice de saturação estar proximo ao desejado e o custo do frete ser muito caro.

Quanto à divisão, metade antes da aração e metade antes da gradagem destorroadora vai depender da dose. Essa decisão de divisão vai favorecer a melhor distribuição do calcário na camada arável de 20 cm.

Existem outros aspectos que podem ser ponderados num outro texto com base em pesquisas realizadas por nós em Pirassununga e que temos certeza que gerará mais polêmica ainda.

Abraço
Valdo e Pedro
ELISAMARA RAPOSO

RIBEIRÃO PRETO - SÃO PAULO - ESTUDANTE

EM 23/10/2008

Achei o artigo de muita importância, pois poucas pessoas dão importância a correção do solo e adubação quando se trata de pastagens. Só achei que ficaram faltando algumas informações tais como: A correção da acidez do solo deve ser feita mediante análise do solo. E preconiza-se que quando a nessecidade de aplicação de calcário for maior que 2t/ha a aplicação deve ser parcelada (valores abaixo disso não são aplicados parcelados porque normalmente a capacidade da máquina que aplica o calcário é de uma t/ha), de preferência uma aplicação antes da aração e outra após a aração e antes da gradagem, para que o calcário seja melhor incorporado em profundidade e extensão.

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