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Manejo da pastagem para ovinos. Parte 1

POR ALDA LÚCIA GOMES MONTEIRO

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 16/08/2006

5 MIN DE LEITURA

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No manejo de uma pastagem, o objetivo é atingir altos rendimentos forrageiros com valor nutritivo adequado à categoria animal em uso, além da manutenção do vigor e perenidade da pastagem; objetiva-se também atingir a máxima produtividade animal. Porém, para que isso tudo possa ser atingido há necessidade de um consistente entendimento da relação que existe entre a taxa de lotação e o desempenho dos animais nos sistemas de pastagens.

Conceitos importantes para o manejo da pastagem

Intensidade de desfolhação: proporção do material removido pelo animal (considera as características e a quantidade do material que permanece na área após a desfolha); está associado a taxa de lotação e à pressão de pastejo.

Freqüência de desfolhação: intervalo de tempo entre os pastejos sucessivos;

Momento de desfolhação: época e/ou estação do ano em que está ocorrendo a desfolha, ou seja, considera as condições ambientais e o momento de desenvolvimento da planta;

Conceitos relativos à proporção de animais na área

Carga animal: expressa o peso dos animais por unidade de área e é geralmente expresso com kg/ha;

Taxa de lotação: determinada como o número de animais por unidade de área;

Pressão de pastejo: quantidade de forragem disponível (MS) por 100 kg de peso vivo por animal por dia. Essa expressão mostra a preocupação em colocar no pasto, o número de animais que esteja em equilíbrio com a produção forrageira -oferta de forragem-, considerando os períodos das águas ou da seca.

Subpastejo: poucos animais em relação à disponibilidade de forragem; ocorre melhor desempenho individual em função da oportunidade de seleção das partes mais nutritivas da forragem, porém a produção por área pode ser reduzida e ocorrem maiores perdas de forragem.

Superpastejo: ocorre excesso de animais em relação à disponibilidade de forragem.

Capacidade de suporte: é o número de animais por unidade de área (taxa de lotação), considerando-se a pressão de pastejo, ou seja, a oferta de forragem.

Sistemas de manejo contínuo e rotacionado

Embora já tenham sido citados esses sistemas no primeiro texto publicado, este item tem a intenção de detalhar com mais profundidade os sistemas de manejo das pastagens. As pastagens podem ser utilizadas através de sistemas de manejo contínuo ou rotacionado.

O sistema de manejo ou pastejo contínuo refere-se ao sistema em que os animais permanecem longos períodos de pastejo em uma única área. Neste sistema, deve-se observar, com bastante cuidado, a carga animal, trabalhando-se sempre com ajuste da carga conforme a disponibilidade de pasto, para que a oferta de forragem não fique abaixo da recomendação por categoria (chamado manejo contínuo com lotação animal ou carga variável).

A caracterização do sistema de manejo contínuo deve enfocar os seguintes pontos:

  • ocorre maior oportunidade de seleção da forragem, favorecendo o desempenho individual dos animais;

  • com o pastejo seletivo, ocorre formação de áreas de subpastejo e superpastejo (algumas áreas são rejeitadas e outras sofrem concentração de animais) gerando desuniformidade;

  • a manipulação da produção e da oferta de forragem é mais difícil para o manejador;

  • de forma geral, ocorre menor custo, devido à menor quantidade de cercas ou bebedouros ou cochos suplementares necessários;
Normalmente, nesse sistema, as espécies forrageiras mais utilizadas são as espécies de porte mais baixo, semi-prostradas e estoloníferas/rizomatosas (Cynodon sp - coast cross, estrelas, Tifton-85 ; Paspalum sp. - pensacola; Brachiaria sp).

O sistema rotativo ou rotacionado caracteriza-se pela mudança periódica e freqüente de animais de um piquete para outro, de forma sucessiva, voltando os animais ao primeiro piquete após completar o ciclo de pastejo. O mesmo estabelece um número de dias de ocupação e de descanso, conforme o ciclo vegetativo da planta forrageira, de forma que os animais utilizem os piquetes por período curto, promovendo um período de descanso para a rebrota das plantas após a desfolhação (observar freqüência de desfolhação conforme a espécie forrageira em uso). Quanto ao período de ocupação, o número de dias está normalmente ao redor de 1 a 5 dias. Também exige-se neste caso um maior número de subdivisões na área de pastagem, quanto menor o número de dias de ocupação por piquete.

Destacam-se as seguintes características do sistema de manejo rotacionado:

  • ocorre controle maior do consumo dos animais, através do controle do tempo de permanência dos mesmos;

  • o pastejo tende a ser mais uniforme na área;
    a manipulação da produção e da oferta de forragem aparentemente é mais fácil para o manejador;

  • maior custo, em função das divisões em cercas, e demais acessórios;

  • maior sobra de forragem, em áreas de elevada produção, com maior quantidade de material morto e colmos, principalmente com as espécies tropicais, que apresentam maior taxa de crescimento; o excedente pode levar à necessidade de conservação de forragem (feno ou silagem);
As espécies forrageiras mais utilizadas em manejo rotativo devem ser as espécies de porte alto, cespitosas, com ritmo de crescimento acelerado (Panicum sp, Pennisetum purpureum, Andropogon, etc.). No caso dos ovinos, o cultivar de Panicum mais utilizada tem sido o capim Aruana, com algumas possibilidades também para o uso do Tanzânia e mais recentemente, com o lançamento do capim Massai.

As espécies de pastagens devem ficar em descanso por período que as permitam alcançar novamente as metas de disponibilidade ou cobertura de forragem, exigida pela categoria de ovinos que estiver utilizando a área. No caso de grande sobra de forragem, conforme já comentado, pode-se efetuar o diferimento (reserva para uso posterior) de determinadas áreas, o corte para aproveitamento como forragem conservada (na forma de feno ou silagem), ou ainda um aumento de carga animal, com utilização inclusive de outras espécies animais da propriedade.

Utilização da altura como ferramenta de manejo

Uma forma prática de se controlar a disponibilidade de forragem nas áreas de pastagem é através da altura de manejo. A altura tem sido considerada uma representação da estrutura da pastagem e deve ser considerada como um indicador de manejo, que deve contar com a observação contínua do produtor ou técnico.

A seguir, recomendam-se algumas alturas de manejo, para as diferentes categorias animais em ovinos:

Forrageiras de Inverno (azevém, aveia)

Manutenção de 15-20 cm de altura, para ovelhas no terço final da gestação e lactação e cordeiros;
Manutenção de 10 cm de altura, para ovelhas secas e nos primeiros 100 dias da gestação;

Forrageiras de verão prostradas (Tifton, coast-cross, pensacola)

Manutenção de 20-25 cm de altura, para ovelhas no terço final da gestação e lactação e cordeiros;
Manutenção de 10-15 cm de altura, para ovelhas secas e nos primeiros 100 dias da gestação;

Deve-se verificar a existência de grande disponibilidade de folhas nas pastagens. De nada adianta a pastagem estar em altura recomendada e sem folhas. Os animais têm preferência pelas folhas para se alimentar, que são as partes mais nutritivas e preferidas pelos ovinos. Portanto, o manejo deve facilitar a apreensão das folhas. Além disso, cabe lembrar que as folhas são a parte da planta responsável pela interceptação da radiação solar e fotossíntese, e portanto pela recuperação das pastagens desfolhadas.

ALDA LÚCIA GOMES MONTEIRO

Coordena o Laboratório de Produção e Pesquisa em Ovinos e Caprinos (LAPOC) da UFPR

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MARCIO,E DA COSTA VENERAL

SÃO LOURENÇO DO SUL - RIO GRANDE DO SUL

EM 19/05/2012

ola sou pequeno criador de ovelhas texel

achei bastante interessante sobre o manejo e pastagem e gostaria de pedir que se

tiveres algumas sugestão de novas pastagens por favor me envie neste email



abraços marcio veneral
GENEZINO CIRILO

PATOS - PARAIBA - ESTUDANTE

EM 07/07/2009

sou estudante de vet. na ufcg e estou gostando muito do site,é rico em informaçoes.

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