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Influência da produtividade no custo de volumosos

POR THIAGO BERNARDES

E RAFAEL CAMARGO DO AMARAL

THIAGO FERNANDES BERNARDES

EM 19/08/2008

3 MIN DE LEITURA

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Os volumosos conservados com maior utilização na pecuária brasileira são a silagem de milho e de sorgo, segundo os dados coletados pelo site BeefPoint, na Pesquisa Top BeefPoint de Confinamentos. Contudo, as silagens de capins tropicais e a cana-de-açúcar (in natura ou ensilada) possuem certa participação nas dietas de bovinos confinados.

Igarasi (2002) e Brioni (2003) realizaram um levantamento em propriedades que utilizavam silagem de capim ou cana na ração dos animais e entre perguntas que faziam parte desta entrevista existia a seguinte: "Por quê a propriedade utiliza este volumoso?". E a grande maioria respondeu da seguinte forma: "Porque esta espécie (capim ou cana) apresenta alta produtividade.

No entanto, constatou-se grande amplitude de produção para essas culturas (Tabela 1). E valores mínimos muito abaixo dos preconizados para essas espécies, uma vez que a cultura do milho quando bem conduzida produz de 13 a 14 t MS/ha podendo chegar a 20 t MS/ha em condições ótimas.

Tabela 1 - Produtividade de capins tropicais e da cana-de-açúcar.
 


Fonte: Igarasi (2002) e Brioni (2003)

Ao comparar os valores obtidos para silagem de capim com a cana-de-açúcar, pode-se explicar parcialmente o porquê da redução da utilização das silagens de gramíneas tropicais em confinamentos. Além de apresentarem baixa produtividade (5,4 t MS/ha/corte), em média são necessários 4-5 cortes, aumentando a mão-de-obra para confecção da silagem.

No caso da cana-de-açúcar, a produtividade média observada (33 t MS/ha) foi quase o dobro do capim (17 t MS/ha) e essa produção é colhida em um único corte, mesmo se considerar o corte diário, esse é realizado uma única vez em cada área e também é realizado na época seca do ano, o que facilita o manejo.

Com o intuito de avaliar a importância da produtividade em relação ao custo de produção de volumosos, integrou-se os dados observados por Igarasi (2002) e Brioni (2003) com os valores do custo de produção de volumosos relacionados por Tonini (2007).

Atribuiu-se os valores dos custos de produção as médias dos levantamentos e calculou-se o impacto da redução e do aumento de produtividade, assumindo-se como premissa que todos os gastos para se produzir 1 ha de cada cultura teria sido o mesmo dentro da cultura. Sabe-se que esse fato não é totalmente correto, mas o exemplo serve para reafirmar a importância da produtividade dos volumosos.

Tabela 2 - Influência da produtividade sobre o custo de volumosos.

 


Adaptado de Igarasi (2002), Brioni (2003) e Tonini (2007)

Ao analisar o fracionamento do custo de produção de silagens, verifica-se que cerca de 50% do custo é referente a operações mecanizadas, isso implica que metade do custo praticamente não é elevado com o aumento da produtividade, na verdade o que acontece é a redução do peso das operações mecanizadas com o aumento da produtividade.

Colher um hectare de capim com produção de 8 t MS custa praticamente o mesmo que colher a mesma área com a produção de 24 t MS. No caso da silagem de capim, acredita-se que um dos principais limitantes é a baixa adubação praticada nas áreas destinadas a produção de silagem. A mesma inferência pode ser feita para a cana-de-açúcar, no entanto, essa tem grande influência da cultivar utilizada. No estudo de Andrade et al. (2003), observou-se variação da produtividade de 20,9 a 53,8 t MS, somente em função do cultivar.

Ainda segundo Tonini (2007) o custo da tonelada de silagem de milho seria de R$ 187,5, valor esse inferior a média da silagem de capim. Ressalta-se, dessa maneira, a importância de uma vez tomada a decisão pela produção das culturas de alta produtividade (cana e capim), que de fato elas sejam conduzidas para obtenção de alta produção, pois se elas apresentarem baixa produtividade tornam-se inviáveis economicamente.

THIAGO BERNARDES

Professor do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA) - MG.
www.tfbernardes.com

RAFAEL CAMARGO DO AMARAL

Zootecnista pela Unesp/Jaboticabal.
Mestre e Doutor em Ciência Animal e Pastagens pela ESALQ/USP.
Gerente de Nutrição na DeLaval.
www.facebook.com.br/doctorsilage

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MÁRCIA REGINA DA SILVA CARVALHO

MOGI GUAÇU - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/09/2008

Estou fazendo parte do projeto CATI Leite do governo do Estado de São Paulo, mas o que eu estou achando dificuldade é que eles não tem uma estrutura montada. Por exemplo, onde encontrar mudas de cana forrageira; empresas especializadas em insumos, sementes, materias para fazer os piquetes, pessoas credenciadas para fazer o teste de brucelose e turbeculose, etc.

Já que eles estão incentivando os prudutores a aderirem ao projeto, acho eu que eles também deveriam ajudar no processo de implantação do mesmo. Pois é impossível que um estado tão rico como São Paulo não possua um esquema planejado de cadastro de empresas e pessoas que façam esses serviços. Gostaria também que o CATI Leite também incentivasse as empresas de latícinios a comprar o leite dos produtores que fazem parte do projeto, valorizando assim toda a cadeia produtiva e incentivando mais produtores a aderirem ao projeto. Visando ao Estado ter uma qualidade melhor do rebanho leiteiro e do leite.
RAFAEL CAMARGO DO AMARAL

PIRACICABA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 26/08/2008

Prezado Cácio Ribeiro de Paula,

Na tabela foi expresso que a um custo fixo de produção por hectare pode haver variação na produção, por diversos fatores, o que no final altera o custo da tonelada de forragem.

Atenciosamente.
Rafael e Thiago.
CÁCIO RIBEIRO DE PAULA

PIRACANJUBA - GOIÁS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 25/08/2008

Tentando interpretar melhor as informações, como entender, por exemplo, cana ou silagem de capim com elevadas amplitudes de produtividades têm, dentro da mesma cultura, o mesmo custo por hectare? Sabe-se que produtividade, indiscutivelmente, reduz custo unitário(R$/ton MS, p. exe.). No entanto, é obvio que o hectare de cana com 43 ton de MS/hectare tem custo significativamente superior ao hectare de cana com 12 ton de MS/hectare.

Grato pelo espaço,

Cácio.
RAFAEL CAMARGO DO AMARAL

PIRACICABA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 22/08/2008

Prezado Alexandre Amaral,

A cana-de-açúcar possui valores baixos de proteína, algo em torno de 3,0%, já o capim Mombaça apresenta valores mais elevados dependendo da condução da cultura (10-12%).

Em relação a energia a cana-de-açúcar possui muita energia em relação a capins tropicais, sendo esta a grande vantagem dessa forrageira, além de sua elevada produção.

Atenciosamente.

Rafael e Thiago
ALEXANDRE AMARAL

GUARARAPES - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 21/08/2008

em questão de proteina e energia qual a diferença entre as duas,cana e capim mombaça

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