Diante dessa realidade, a implementação de processos e o uso de insumos ao longo de todo o ciclo produtivo é indispensável a fim de acelerar a liberação do produto final (cordeiros) para comercialização e, com isso, obter os benefícios de um ciclo biológico mais curto.
Para tanto, algumas alternativas tecnológicas podem ser utilizadas, tanto na fase de cria quanto na de terminação, para favorecer o pleno crescimento dos cordeiros e com o objetivo principal de reduzir o intervalo de tempo existente entre o nascimento e o abate, como ilustrado abaixo, na Figura 1.
Uma das primeiras opções passíveis de serem utilizadas no início do ciclo produtivo (ainda na estação de monta, etapa da concepção) é o cruzamento com e entre raças especializadas de corte, conforme o modelo de produção, sendo possível explorar os benefícios da heterose e da complementaridade entre grupos genéticos – somados à introgressão e seleção genéticas – propiciando, assim, incrementos positivos relacionados ao peso ao nascer, velocidade e perfil de crescimento, conversão alimentar, rendimento de carcaça e cárneo, e qualidade de carne do cordeiro produzido.
Na etapa subsequente do ciclo, durante a gestação, a adoção de um apropriado manejo do pastejo objetivando estabelecer uma melhor relação entre a qualidade da forragem e a sua produção é uma das mais simples opções para atender as necessidades de crescimento e desenvolvimento da unidade feto-uterino-placentária nos primeiros 90 dias de gestação, e incrementar os resultados nessa fase, potencializando a rede vascular a nível de placenta e útero maternos.
A partir desse ponto, em função da elevada demanda nutricional existente devido ao crescimento fetal e mamário e à colostrogênese, a utilização de uma suplementação concentrada até a parição é, frequentemente, indispensável, particularmente em rebanhos manejados sob pastagens tropicais, considerando o perfil bromatológico da gramínea e o nível de dependência do rebanho de nutrientes extra.
Em regiões onde as condições edafoclimáticas são favoráveis, a implantação de pastagens temperadas anuais (a exemplo de aveia preta e azevém), com plantio no outono e pastejo ao longo do inverno e início da primavera, é uma ótima estratégia visando suprir, nutricionalmente, as ovelhas durante a fase intermediária e nos últimos 57 dias de gestação, assim como, nas primeiras semanas de lactação, com mínimo uso de suplementos concentrados.
Nas situações acima colocadas, o objetivo é favorecer ao máximo o pleno crescimento e desenvolvimento do feto, assim como, o nascimento de um cordeiro vigoroso e com alto potencial de resposta.
Por fim, uma vez ocorrido a desmama, os cordeiros entram na fase de terminação, sendo o confinamento com ração de alto grão a opção mais dinâmica e mais condizente com as exigências da indústria ovina doméstica. A terminação em confinamento proporciona uma performance maximizada, um maior controle do processo produtivo, o abate precoce, a produção de carcaças mais homogêneas e o aumento da escala de produção da empresa pecuária, conforme já abordado no artigo “Utilizando o confinamento como estratégia eficiente de terminação” (inserir link).
Assim, existem algumas tecnologias que, quando aplicadas de forma a otimizar os diversos processos biológicos ao longo do ciclo produtivo, trazem dinamismo à atividade e confluem para uma produção mais eficiente de carne ovina, disponibilizando ao mercado, e de forma mais rápida, um produto de alta qualidade com rentabilidade satisfatória dentro e fora da porteira.