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Custos de alimentação x preço do leite. Onde vamos parar?

POR ALEXANDRE M. PEDROSO

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/08/2008

7 MIN DE LEITURA

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O cenário da pecuária leiteira nacional vem melhorando bastante nos últimos anos, tendo se consolidado definitivamente como favorável em 2007. A média nacional de preços do leite em 2007 foi a maior dos últimos 10 anos, atingindo R$ 0,648/litro. Em 2008, apesar de todas as turbulências e movimentações do mercado, o preço do leite continua bom. Dados do Cepea mostram que a média nacional para o pagamento de julho foi de R$ 0,7213/litro, líquido (já descontados impostos e frete).

Porém, mesmo com os preços em patamares interessantes, a vida do produtor de leite não anda nada fácil, principalmente por culpa dos custos estratosféricos dos principais alimentos utilizados para formular os concentrados fornecidos às vacas. No estado de São Paulo registramos os seguintes preços para alguns alimentos no mês de julho (custo por tonelada): Milho: R$ 450,00; Farelo de Soja: R$ 900,00; Farelo de Algodão: R$ 770,00; Polpa Cítrica: R$ 430,00; Caroço de Algodão: R$ 720,00; Mistura Mineral: R$ 1.700,00. Como lidar com essa situação?

Em qualquer condição de mercado, o fator de maior impacto no custo de produção em sistemas intensivos de produção de leite é a alimentação, que representa de 40 a 60% do custo total e via de regra determina o sucesso ou fracasso da atividade. Em qualquer sistema de alimentação, seja confinamento ou suplementação em pastagens, a dieta se baseia em ingredientes volumosos (silagem, feno, pasto) e concentrados (milho, farelo de soja, etc), sendo estes últimos os responsáveis pela maior porção do custo das rações.

Dessa forma, algumas estratégias podem ser adotadas visando reduzir o custo de alimentação em um sistema de produção de leite, tais como: redução do custo do concentrado, com a utilização de ingredientes alternativos aos grãos tradicionais, historicamente mais baratos; melhoria da qualidade dos ingredientes volumosos e, conseqüentemente, necessidade de menor quantidade de concentrado para atender a exigência nutricional dos animais; aumento na eficiência de utilização dos alimentos, minimizando perdas. Nesse ano estamos vendo ingredientes considerados alternativos serem comercializados a preços muito próximos dos pagos por alimentos tradicionais, especialmente as fontes energéticas, o que restringe ainda mais as opções do produtor.

Seguramente uma estratégia que não tem contra-indicações é melhorar a qualidade da forragem. Isso normalmente não implica em necessidade de desembolso de capital e, via de regra, produz resultados muito compensadores. Vamos analisar a simulação a seguir, na qual se comparam os custos de alimentação e o retorno sobre esses custos quando se utiliza forragens de qualidades diferentes. Consideramos o custo dos alimentos concentrados descritos acima.

Tabela 1. Receita menos o custo de alimentação (RMCA) para rebanho com 50 vacas em lactação, produzindo em média 20kg leite/vaca/dia, considerando pastagens de qualidade diferentes.


1 Pasto 1 = 64% NDT, 55% FDN, 14% PB; Pasto 2 = 60% NDT, 62% FDN, 10% PB.

Nota-se que com o pasto de melhor qualidade economiza-se 1,2 kg de concentrado por vaca/dia. Isso é possível, pois essa forragem pode ser consumida em maior quantidade, principalmente em função de seu menor teor de FDN, o que provoca menor efeito de enchimento nos animais. Além disso, o concentrado utilizado com o pasto de melhor qualidade tem menor custo, devido ao teor de PB de 18%, contra 25% do concentrado formulado para o pasto de valor nutritivo mais baixo.

Sendo assim, como mostra a última linha da Tabela 1, é possível obter uma economia de mais de R$ 18.500,00 ao ano para esse rebanho, por meio da melhoria da qualidade do pasto. Vale ressaltar que são níveis passíveis de serem atingidos apenas com alterações de manejo da pastagem.

O pasto de pior qualidade, além de exigir um concentrado com maior teor de PB, impõe a necessidade da utilização de farelo de soja para suprir as exigências dos microrganismos ruminais por proteína degradável no rumem (PDR), o que, considerando-se o preço desse insumo, contribui decisivamente para o aumento no custo de alimentação.

Outra possibilidade que sempre é destacada é a substituição de ingredientes tradicionais como o milho e o farelo de soja por outros considerados alternativos, como o farelo de glúten de milho, farelo de trigo, etc. Infelizmente, especialmente neste ano, o preço desses ingredientes alternativos está nas alturas, de forma que a decisão pelo seu uso deve ser muito bem ponderada. Na verdade é difícil para o produtor de leite decidir sobre o uso de um desses alimentos baseando-se apenas no seu custo.

Uma forma de ter mais subsídios para a tomada de decisão é avaliar o custo do kg de proteína ou de energia (NDT). Por exemplo: o milho tem 82% NDT e 9% PB e a polpa cítrica tem 77% NDT e 7% PB. Se o milho custar R$ 450/ton, o custo do kg de NDT do cereal será de R$ 0,55 e kg de PB será de R$ 5,00. Se a polpa custar R$ 420/ton, o custo do seu NDT também será de R$ 0,55 e o de PB será de R$ 6,00. Considerando que ambos são fontes energéticas, apresentam o mesmo custo por kg de NDT. Com essa informação o produtor pode decidir com mais segurança pela substituição de ingredientes.

Independente dos custos dos alimentos, e especialmente nos dias atuais, é fundamental utilizar os alimentos com eficiência. Há alguns anos publiquei uma série de artigos no Radar de Nutrição do MilkPoint chamada "Como Alimentar as Vacas Quando o Preço do Leite Cai", que tratava exatamente disso. Como melhorar a eficiência de utilização dos alimentos numa época em que as margens são muito estreitas. Aproveito para relembrar alguns dos conceitos discutidos na época, que são sempre pertinentes:

Maximize a quantidade de nutrientes destinada às funções produtivas - no nosso caso, a produção de leite. Esteja certo que as dietas das vacas em lactação estejam bem balanceadas, e que elas estejam em boas condições para produzir leite com eficiência; não mantenha no rebanho número excessivo de novilhas e vacas secas.
Agrupe corretamente as vacas - os lotes de alimentação devem ser compostos por animais com estados fisiológicos e exigências semelhantes, e com espaço suficente em cocho e boa disponibilidade de alimentos.
Garanta conforto para os animais - as vacas gostam de sombra e água fresca; sempre considerem os aspectos ambientais com cuidado.
Cuide do manejo sanitário do rebanho - ausência de doenças, bons cascos e baixos índices de mastite são fundamentais para manter o sistema operando com eficiência.
Maximize o uso de fontes de concentrado alternativas - o uso de subprodutos da agroindústira, tais como a polpa cítrica, farelo de trigo, casca de soja, farelo de algodão, farelo de glúten de milho, dentre outros, pode representar uma economia brutal de custos, sem perder qualidade nutricional, desde que o preço desses alimentos esteja competitivo.

Como já enfatizado anteriormente, o custo da alimentação é o fator de maior peso numa planilha de custos de qualquer fazenda leiteira, de forma que todo produtor deve dar atenção total ao retorno sobre o custo de alimentação (RCA). Como eu disse na série de artigos de 2004, quando planejamos a alimentação de um rebanho, sempre buscamos no mínimo uma situação de equilíbrio financeiro, ou seja, pelo menos atingir o "break-even", ponto no qual cada real gasto com a alimentação nos dá um real de retorno em leite.

Trocando em miúdos, na pior das hipóteses a operação tem que se pagar. Mas isso não é muito pouco? Eu acho que é. Um produtor de leite tem um considerável capital imobilizado no seu negócio (terra, animais, instalações, máquinas, etc.) e tem obrigação de buscar mais do que simplesmente o "break-even".

Outro ponto que demanda muita atenção do produtor, mas que comumente é neglicenciado, é a perda de alimentos na fazenda. E as fontes de perda são várias, desde o transporte, armazenamento até o fornecimento. Rebanhos grandes conseguem imprimir um ritmo de uso de alimentos mais intenso, o que minimiza as perdas. Em rebanhos pequenos as perdas de alimentos podem ser muito maiores, principalmente se o ritmo de uso for muito lento. Quanto mais tempo o alimento fica estocado na fazenda, maior a chance de perdas, e o custo dessas perdas deve ser considerado, pois a quantidade comprada de alimentos invariavelmente é maior do que a fornecida.

Além das perdas diretas, o produtor também deve considerar a possibilidade de deterioração de alimentos, com redução de qualidade, o que muitas vezes nem é percebido. Isso pode resultar em redução no desempenho dos animais, além de poder causar doenças e intoxicações. Dessa forma, o controle de perdas quantitativas e qualitativas de alimentos é um ponto de grande impacto no RAC, em qualquer situação de preço do leite, que torna-se extremamente crítico quando o preço dos alimentos está tão elevado como atualmente.

Juntando todos os aspectos abordados neste artigo, ficamos com um conceito básico. É fundamental ser eficiente. Não há outra forma de compensar os elevados custos dos insumos. Não tenho dúvidas de que o investimento de tempo e trabalho na produção de forragens de melhor qualidade é um ponto crucial para se melhorar a eficiência alimentar dos rebanhos. A redução de perdas também é muito importante. Se o produtor conseguir melhorar a eficiência de uso dos alimentos certamente vai ter um horizonte melhor pela frente.

ALEXANDRE M. PEDROSO

Engenheiro Agrônomo, Doutor em Ciência Animal e Pastagens, especialista em nutrição de precisão e manejo de bovinos leiteiros

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CARLOS WAGNER GIACOMIN

FREI GASPAR - MINAS GERAIS

EM 06/04/2020

Esqueci de acrescentar...não adianta pagar por adubação seja sólida ou líquida...não paga!!
CARLOS WAGNER GIACOMIN

FREI GASPAR - MINAS GERAIS

EM 06/04/2020

Recebo o leite a R$1,15 o leite...como a produção é pequena pois tenho poucas vacas mas de qualidade sou obrigado a manter apenas no pasto...tenho 3 hectares irrigados e não.posso ligar a irrigação...não posso comprar a ração na razão de 1kg de ração para cada 3 kg de leite por vaca pois não paga com leite a este preço...uma vaca minha se eu for comprar é 8 mil reais mas se eu for vender ninguém paga 3 mil reais se ela estiver paridas....que país é esse?
Por isso mantenho a pasto uma vaca de capacidade de produção de 15 kg de leite dando 7 a pasto...não é mole não...
Que ração posso dar a elas com.preco de 1,15 que recebo? Não me venham dizer que se não der é pior quando chegamos pelo ciclo e obrigação de gerar produção todo ano de crua e leite...me provem que se investir 1 centavo além do pasto que vai valer a pena...
ALEXANDRE M. PEDROSO

PIRACICABA - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 06/04/2020

Bom dia Carlos. No atual cenário, se você oferecer às vacas 1kg de ração que custe R$ 1,40/kg, qual será a resposta que obterá em leite?
RODRIGO ANTONIO ROQUE

PARANAVAÍ - PARANÁ

EM 26/07/2009

texto muito bom planejado
JOSEGERALDO DA SILVA

HIDROLÂNDIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 23/05/2009

Nós produtores lemos, relemos, pesquisamos, fazemos cursos, ouvimos, meditamos, pensamos, pensamos... na pratica as coisas nao sao nada faceis, sao isto sim, bem mais dificeis do que parece na teoaria e quanto mais aprendemos e quanto mais sofisticado fica um segmento (no caso do leite mais ainda) mais dificil nos parece. No entanto estou convicto de que o carro chefe que ainda vai resolver isso tudo é produçao de leite a pasto.

Bem, se com todo o conhecimento que temos diante de nós e com toda a informação reunida as coisas ainda estao muito dificeis para o produtor de leite, imagine se assim nao fosse. Portanto, obrigado a você Alexandre e a todo o pessoal que se esforça por levar mais informação ao homem do campo. Conhecimento, informaçao, tecnificaçao... tenho certeza de que este é o caminho. Jose Geraldo
JOSÉ CARLOS DE AZEVEDO

CAMPOS DOS GOYTACAZES - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/08/2008

Senhores, que bom que vocês existam para nossas manifestações sofridas. No meu caso específico, estou falando pelo homem do campo que não dispõe de capital para desenvolver sua atividade, porquanto encontra barreiras de todos os aspectos e não tem como se expandir.

Vossas Senhorias nos permitem desabafar, na medida do possível e trazem para nós os benefícios da discussão com técnicos de gabaritados e atenciosos.
Obrigado pelas oportunidades. Até breve!

José Carlos Azevedo
Campos, RJ
JOSÉ CARLOS DE AZEVEDO

CAMPOS DOS GOYTACAZES - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 28/08/2008

Boa Noite, amigos:

Muito se fala em qualidades disso, daquilo, políticas de boa utilização de produtos manejo assim, manejo assado. Entretanto, as informações básicas de como se produzir com resultado simples e que certamente causaria impacto na qualidade de produção da propriedade média ou pequena, no meu fraco entender, seria a irrigação de alguns trechos de cada propriedade, ou até em seu todo, sei lá. Adubar, nitrogenar, fertilizar, etc, são situações que certamente precisaremos dispor de capital considerável para tal finalidade. Teremos que estar atento ao simples: água, até salobra, quero crer.

Penso que seja este o segredo. Até recentemente procurei uma solução caseira que seria a utilização dessas garrafas Pet, vazias e perfuradas e colocadas em mangueiras para distribuição em setores voltados para alimentação animal. Estou falando de propriedades de pequenos agricultores. Não vemos ninguem tratar do assunto. Sei que é bem rudimentar, mas em boa extensão vai produzir simplesmente a ração desejada sem nenhum gasto extra. Estou apenas citando uma forma de se produzir.

Os técnicos, naturalmente possuem outras tantas que, entendo, seria de bom alvitre colocar para o conhecimento de nossos pequenos proprietários sofredores, cada vez mais distante da tecnologia (não é culpa do estrangeirismo, nâo?) Sei La!) Por favor, nos apresentem mais soluções modestas e bem aplicadas a nossa realidade. Tenham pena de nós e de nossos infortunados animais.

José Carlos Azevedo
Pequeníssimo agricultor, sofredor.
ALEXANDRE M. PEDROSO

PIRACICABA - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 18/08/2008

Prezado Nelson Ribas,

Nessa simulação eu já considerei um pasto adubado. A diferença de qualidade entre as forragens se deve basicamente a práticas de manejo, a fim de colher a forragem no ponto ideal. E esse é o ponto crucial do artigo. É possível conseguir melhoras muito impactantes na qualidade da forragem apenas alterando a rotina de manejo da pastagem e do pastejo. Se for feita uma adubação nitrogenada mais intensa, especialmente em regiões com alta fertilidade do solo, é possível produzir forragens com mais de 16-18% PB.

Atenciosamente,

Alexandre Pedroso
JUNIOR CESAR GOTTEMS

SÃO MARTINHO - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/08/2008

Gostei muito da sua colacação e acho que é por ai mesmo, por que um kg de forragem custa a metade de um kg de silagem e quatro vezes menos que um kg de ração.

Se nós produtores tivermos isto como conceito, vamos perceber logo que o bom lucro esta no bom manejo, e como os custos de ração estão muitos altos temos que fazer as pastagens bem feitas para evitarmos que os custos se tornem ainda mais altos.
NELSON JESUS SABOIA RIBAS

GUARACI - PARANÁ - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/08/2008

Prezado Alexandre

Seria possivel calcular o custo dos fertilizantes e a sua aplicação para o produtor conseguir ter pastagens com a qualidade que você determinou na sua tabela 1?

Quero dizer, quanto a mais será gasto comparando o Pasto 1 com o Pasto 2? Na minha região estarei pagando cerca de R$ 1.800,00 a tonelada de adubo, sem falar em calcario; em média aplico 400 kg por alqueire, mas não sei se obtenho os indices que você indicou.

Obrigado,
Nelson
AILTON CÉSAR BARBOSA

SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 13/08/2008

Desde que os europeus pisaram em solo brasileiro, o Brasil está em crise. Portanto, crise, não é novidade no Brasil. O que as vezes acontece, é que a crise atinge patamares acima dos conciderados normais, os setores da economia, como os citados pelo professor Alexandre em seu artigo, referindo-se a alta dos preços, de componentes usados na alimentação animal. Se fôssemos, buscar explicações para tal inflacionamento, certamente encontraríamos muitas delas.

Achei positiva a alternativa técnica sugerida pelo professor. Porém, um dos grandes gargalos brasileiros, quanto a inflação, está no controle da produção que tem relação direta com o consumo. A entrada e saída de produtores, na atividade rural é um dos grandes problemas. Quando os preços inflam como agora, qualquer um quer ser agricultor ou pecuarista, mesmo áqueles que nunca trabalharam a terra e sempre viveram de atividades urbanizadas.

Diante de tal cenário, não há profissionalismo nas atividades agropecuárias, com exceção dos grandes grupos empresariais espalhados pelas áreas de cerrados brasileiros. Com grande número de "produtores" - a maioria de baixo nível de qualificação - espalhados por esse imenso país, fica difícil fazer funcionar bem qualquer iniciativa governamental, através de políticas públicas, que tenham por objetivo garantir o desenvolvimento, a manutenção da renda e a sustentabilidade do setor agropecuário. Estratégias, como as sugeridas pelo professor, só têm efeitos satisfatórios a longo prazo e ainda se estiverem sob a orientação de um pofissional qualificado, coisa que o brasileiro não faz, não por falta de dinheiro para pagar, mas porque acredita que não precisa fazer.

Como a inflação é um fenômeno traiçoeiro - não avisa que está chegando - é preciso tomar medidas mais duradouras, que tenham por objetivos arrumar a casa de uma maneira mais holística. Paises como os EUA, sempre controlaram a inflação com altos índices de produção e com seleção rígida dos responsáveis pela mesma. Lá, agricultor é agricultor, pecuarista é pecuarista, ninguém entra ou sai da atividade sem a outorga do governo e sem ter aptidão para tal. No Brasil, o controle da inflação ainda é sobre a égide das altas taxas dos juros e importações exacerbadas, prejudicando a frágil produção nacional.

Precisamos de um profissionalismo mais holístico do nosso setor rurícola, produzindo para atender com satisfação a demanda interna, com isso controlar de maneira séria e responsável a inflação, exportar excedentes, garantindo a renda dos que estão na atividade e protengendo a economia nacional das intemperies da economia mundial.
MIGUEL ANTONIO PACHECO LONGHI

SANTA FÉ DO SUL - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/08/2008

Creio que, se o governo interviesse na questao dos impostos, desonerando empresas que fabricam insumos e repassassem para o preço final, a produçao daria lucro, o preço do litro se manteria, o cunsumo aumentaria e cadeia toda ganharia com isso; o que falta é boa vontade!
CARLOS ALBERTO DOS SANTOS

BORDA DA MATA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/08/2008

Sobre a discussão acima, conclui-se que as empresas compradoras de leite têm que aproveitar o amor que o produtor de leite tem pela sua atividade. Quando este amor acabar, nao terao materia-prima para trabalhar.
ROBERTO ANTONIO PINTO DE MELO CARVALHO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/08/2008

Muito oportuna a discussão sobre custo da alimentação: o aumento do preço pago ao leite trouxe o entusiasmo, o aumento da produção e mesmo o aumento da margem. Hoje, isso é ilusão, já que o custo da alimentação, sobretudo o do concentrado, "digeriu" tudo!

O problema persiste mesmo com a idéia de melhorar a forragem/volumoso: o preço dos fertilizantes vai cuidar de elevar também o custo de produção de forragem de boa qualidade. Restam então as receitas de eficiência e redução/eliminação do desperdício.

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