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Culturas destinadas à ensilagem: O que você necessita saber para a próxima estiagem

POR THIAGO BERNARDES

E RAFAEL CAMARGO DO AMARAL

THIAGO FERNANDES BERNARDES

EM 27/09/2010

4 MIN DE LEITURA

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No Brasil Central, o período chuvoso está chegando, portanto é o momento para os pecuaristas se planejarem quanto aos volumosos suplementares que serão oferecidos aos animais na próxima estiagem.

A decisão por determinada cultura a ser ensilada é dependente das características intrínsecas de cada localidade, como região geográfica, tipo de clima, tipo de solo, máquinas e equipamentos, recursos a serem investidos com insumos, grau de treinamento da mão-de-obra, tipo de rebanho, entre outros. Portanto, cada propriedade tem o que nós chamamos de aptidão agrícola, a qual é quem decidirá a espécie mais adequada para ser conduzida agronomicamente e, posteriormente, ser ensilada e fornecida aos animais. Um dos principais erros cometidos no planejamento da produção vegetal associada à produção animal está em negligenciar a aptidão agrícola da unidade produtora.

O Brasil possui uma grande diversidade de forragens que podem ser ensiladas (cada qual com suas características próprias), o que flexibiliza a formulação de dietas, a custos e retornos variáveis. Sabe-se que essas forragens podem suprir de maneira diferenciada a energia utilizada pelos animais. Daí a necessidade de avaliá-las de maneira qualitativa e quantitativa, além de compará-las entre si.

1) Milho:

A silagem de milho é a principal fonte de energia das rações de bovinos em todo o mundo. Esta espécie apresenta concentração de matéria seca (MS) ideal, alta concentração de carboidratos solúveis e baixo poder tamponante no momento ideal do corte, o que favorece a fermentação da massa.

O milho ainda reúne duas características extremamente importantes em um volumoso suplementar: elevado potencial de produção de MS e elevado valor nutricional. Apresenta também flexibilidade quanto ao uso, ou seja, pode-se fazer silagem da planta inteira, silagem dos grãos ou na forma de grãos secos.

Embora, o seu custo de produção fique vinculado ao mercado internacional, pois os Nortes Americanos utilizam a cultura para a produção de etanol. Outro entrave é que a espécie é agronomicamente complexa, ou seja, exige tratos culturais frequentes e intensos (fertilizantes, herbicidas, inseticidas e fungicidas). A colheita durante o período chuvoso também pode ser um limitante quando se pensa em compactação do solo e o cultivo próximo as zonas urbanas se torna inviável pelo roubo de espigas.

2) Sorgo:

O sorgo é uma fonte de energia que vem ganhando destaque em rações de bovinos em todo o mundo. Assim como o milho, a planta de sorgo apresenta concentração de MS ideal, alta concentração de carboidratos solúveis e baixo poder tamponante no momento ideal do corte, favorecendo o processo fermentativo.

Por possuir menor sensibilidade ao fotoperíodo e a deficiência de água, quando comparado ao milho, esta espécie é uma excelente alternativa em cultivo secundário (safrinha). Também é flexível quanto ao uso (silagem de planta inteira, silagem dos grãos ou grãos secos), exige tratos culturais frequentes e intensos (agronomicamente complexa) e é atacada intensivamente por pássaros quando os grãos estão na fase de enchimento, o que pode levar a elevadas perdas. Embora, o produtor possa fazer uso dos mesmos equipamentos que são destinados à ensilagem do milho.

Um aspecto importante a ser ressaltado é a diferença entre os híbridos que são disponibilizados no mercado. Os híbridos denominados "forrageiros" são bons produtores de matéria seca (baixo valor nutricional) e os materiais denominados "graníferos" produzem menos massa, contudo apresentam valor nutricional superior. Portanto, a planta de sorgo não reúne produtividade e valor nutricional, como ocorre com o milho, cabendo ao técnico decidir qual opção (forrageiro ou granífero) é mais viável para o seu sistema de produção.

3) Capins tropicais

O Brasil possui diversas espécies de capins tropicais que podem ensiladas: capim-Efelante, capim-Mombaça, capim-Tanzânia, capim-Marandu e capins do gênero Cynodon (Tifton 85 e Coastcross), as quais são adaptadas em todo território nacional. Os capins Tifton 85 e Coastcross são bastante interessantes quando se pensa em silagem pré-secada como ferramenta no manejo do campo de feno, devido às intempéries climáticas. Além de serem utilizadas como feno, as outras espécies podem ser aproveitadas como pasto ou capineira (capim-Elefante), o que flexibiliza o uso.

Quanto aos aspectos fermentativos, os capins tropicais apresentam alta umidade, baixa concentração de carboidratos solúveis e alto poder tamponante no momento ideal do corte, o que desfavorece a fermentação (aumenta os riscos da conservação não se concretizar).

As espécies são altamente produtivas (25 t MS/ano), porém são necessários vários cortes durante o ano, a maioria no período chuvoso, o que pode limitar o processo de ensilagem.

As silagens de capins tropicais apresentam baixo valor nutricional (NDT=50%), o que torna a dieta mais cara devido ao elevado uso de concentrado. Além deste fato, existe o risco de proliferação de microrganismos patogênicos, como a Listeria monocytogenes, os quais podem contaminar o leite, restringindo o uso dessas silagens na pecuária leiteira.

4) Cana-de-açúcar

A tecnologia brasileira de cultivo da cana-de-açúcar para a produção de etanol e açúcar vem promovendo o crescimento dessa espécie no cenário pecuário.

A cana-de-açúcar alia elevada produtividade com valor nutritivo satisfatório (como o milho), o que justifica o seu uso. Além deste fato, a espécie é agronomicamente simples quando comparada ao milho e sorgo, devido à necessidade de tratos culturais menos frequentes e intensos. A colheita ocorre no período seco do ano e com uma janela de corte bastante extensa, o que facilita o manejo de ensilagem.

Outras razões também podem ser apontadas como plausíveis para se fazer silagem de cana-de-açúcar: a) Melhor manejo agronômico de talhões; b) Resolve o problema do corte diário; c) Resolve o problema de fogo acidental ou criminoso no canavial.

Apesar de possuir todas essas vantagens e ter características que favoreçam a fermentação, a cana-de-açúcar é colonizada por leveduras, o que favorece a fermentação alcoólica, levando a elevadas perdas. Desse modo, caso a opção seja por esta espécie como volumoso suplementar, se faz necessário o uso de um aditivo que venha controlar essa fermentação indesejável que a cultura sofre quando é destinada a produção de silagem.

THIAGO BERNARDES

Professor do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (UFLA) - MG.
www.tfbernardes.com

RAFAEL CAMARGO DO AMARAL

Zootecnista pela Unesp/Jaboticabal.
Mestre e Doutor em Ciência Animal e Pastagens pela ESALQ/USP.
Gerente de Nutrição na DeLaval.
www.facebook.com.br/doctorsilage

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ALLINY AMARAL

GOIÂNIA - GOIÁS - PESQUISA/ENSINO

EM 25/11/2010

Sr.José Henrique Pastore,
O milhetoé uma planta considerada de risco para obtençao de silagem de boa qualidade. Devido as caracterisitcas da planta, ou seja, o milheto possui alto teor de proteína, na literatura e encontrada valores de 15 a 24% de proteína,isto se torna um grande atrativo aos produtores, porém está planta possui baixo teores de carboidratos (açúcares) quando comparada com o milho. Pode ser udada como planta complementar para a confecção de silagens mistas. Outra caracteristica que dificulta o processo de qualidade e o baixo teor de matéria seca no momento qualitativo ótimo para colheita.Espero ter colaborado!
Atenciosamente,
Alliny
THIAGO BERNARDES

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 05/10/2010

Caro José Henrique,

A cultura de milheto é considerada marginal quanto as plantas que são destinadas ao processo de ensilagem. Poucos são os resultados sobre o uso dessa espécie na conservação de forragens.
O milheto possui valor nutritivo e produtividade inferior ao milho, sorgo e cana-de-açúcar.
As características positivas que podem ser apontadas seria maior tolerância a deficiências hídricas e a solos de baixa fertilidade frente as outras culturas de grãos. Porém, essa última característica deve ser interpretada com cautela, pois as plantas respondem ao uso de fertilizantes e produtividade é um fator importante, principalmente porque reduz os custos por tonelada de silagem produzida.
Ressalta-se que a exigência dos animais a serem alimentados é um fator extremamente relevante na escolha do volumoso. Não existe receita, cada propriedade possui as suas características.
Atenciosamente,
Thiago & Rafael
JOSÉ HENRIQUE PASTORE

SÃO PAULO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/10/2010

Prezados senhores Thiago e Rafael,

Ficou pendente de resposta o questionamento a respeito do milheto para silagem.
Da mesma forma que o Sr. José Xavier eu gostaria da opinião dos senhores sobre esse cultivar quanto aos riscos, dificuldades agronomicas,custo x benefícios, etc. A adubação do milheto com esterco de gado ou de galinha deve ser feito a lanço, na área toda? De um modo geral em terras fracas quantas toneladas por ha.?
Obrigado desde já . José Henrique Pastore
THIAGO BERNARDES

LAVRAS - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 28/09/2010

Caro José Xavier,

Infelizmente, nós pouco podemos colaborar sobre as questões levantadas por você, pois os estudos que envolvem o Rami como planta forrageira são escassos.
Não há informações consistentes sobre essa planta na alimentação animal.
Contudo, nós percebemos que a sua principal preocupação é a introdução de forrageiras que podem elevar a concentração de proteína na dieta.
Na nossa visão, o modo mais adequado para suplementar os animais com o nutriente proteína não é via silagem. Nós temos outros alimentos (ingredientes protéicos) que podem ser utilizados na alimentação, os quais apresentam menor custo e risco.
Produzir silagem é complexo (alto risco) e caro. Da silagem nós podemos explorar energia e dos ingredientes protéicos (uréia, farelo de soja, caroço de algodão e outros subprodutos) a proteína.
O Rami pode ter dois sérios entraves para a produção de silagem. O primeiro seria o elevado teor de fibra, pois se trata de uma planta utilizada na indústria textil. O segundo seria o elevado teor de proteína, o qual limita o processo fermentativo da massa. Para que a fermentação não seja limitada em plantas com elevado teor de proteína é necessário o uso de aditivos. Percebe-se que o processo vai se complicando quando adota a ensilagem como alternativa de manejo no arraçoamento dos animais.
Esperamos ter sido claros na exposição do assunto. Qualquer dúvida, por favor, entre em contato novamente.
Thiago e Rafael
JOSÉ XAVIER

GUARANI - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/09/2010

Gostaria de ter informacoeses sobre a utilizacao do milheto para bovino de leite e do rami . Segundo uma informacao parece que em Campinas estudos foram feitos com o rami onde este deixa em parte suas caracteristicas texteis para se tornar digamos assim forrageiro como afinamento do caule e e apresentando folhas grandes (cruzamento entre variedades) O que ha de concreto?Foram feitos experimentos para se verificar viabilidade do rami como fornecedor de massa e ate mesmo proteina na formade silagem? Se assim for seria de bom tom usar-se o rami ensilado - perene...- como fonte de proteina em apoio a uma boa silagemde milho...estarimaos minimizando custos e quem sabe conseguindo um arraçoamento de boa qualidade?
Pedimos ao Milk Point atencao a nossa solicitacao de informacao quanto ao exposto pois urge que tenhamos informacoes urgentes sobre alternativas produzi­veis a nivel de propriedade para a pecua¡ria de leite,principalmente a ligada a pequenos produdotes...Pensem,massa temos nas silagens de milho,sorgo,milhetoi,capins diversos ,cana...agora precisamos deter tambem uma fonte vegetal de proteina que seja perene,da boa quantiddade de massa e teor de P bem alta.Vocess tem informacoes,repito do RAMI ?
Como extensionista da EMATER-MG uma vez tive contato com a EMBRAPA/CNPGL /Coronel Pacheco que e minha vizinha e discutindo com colegas de questionamos sobre a possibilidade do silo de soja;disseram do perigo da rancificacao da massa colhida ocasionado pelo ferimento da semente da soja na hora da colheita pela ensiladeira,o que seria muito prejudicial aos animasi aserem alimentados. Um dos pesquisadores entao pergunto-me se eu tinha pensado algum momento no RAMI , seguindo a ideia de ter-se um vegetal que poderia ser ensilado com um teor de proteina alto e a massa ensilada deste ser misturada a silagem de milho/sorgo ou mesmo cana obtendo-se assim uma alimentacao de qualidade capaz de nutrir os animais durante todo o anno(segundo pesquiz que fiz o rami pode dar ate 08 cortes ano...so isto ? Favor enviar-me resposta pelo e-mail constante em meu cadastro no topo desta. Muito obrigado e um abraco.

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