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Combatendo a verminose com proteína

POR DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/10/2006

2 MIN DE LEITURA

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É amplamente difundido e conhecido que o parasitismo gastrintestinal reduz o desempenho de ovinos, prejudicando o ganho de peso, a deposição de tecidos, o crescimento esquelético, a produção de leite e lã, e a qualidade da carcaça. No entanto, incrementos no plano nutricional dos animais podem afetar os parasitas por aumentar a resiliência e/ou resistência do hospedeiro.

A regulação da população nematóide em ruminantes é complexa e influenciada pela idade, raça, estado nutricional e imunológico do animal infectado.

A nutrição tem o potencial de afetar a taxa de aquisição e/ou o nível de expressão da imunidade contra os parasitas. Apesar de um aumento no fornecimento dos diversos nutrientes (energia, minerais e vitaminas) otimizar a resposta imune à verminose, sobretudo quando limitantes na dieta, é a proteína que causa os maiores benefícios aos animais infectados.

A resiliência pode ser melhorada pela suplementação protéica em raças que são susceptíveis ao parasitismo, porém, em raças que são relativamente resistentes, ou que têm sido selecionadas para resistência, os efeitos são mais discretos.


Foto 1. O uso de alimentos protéicos melhora a resiliência e/ou a resistência de ruminantes à verminoses.

Animais jovens com menos de 6 meses de idade adquirem imunidade a nematódeos gastrintestinais em ritmo mais lento do que os adultos, sendo que a duração da fase de aquisição pode superar 12 semanas antes de ocorrer o pleno desenvolvimento da capacidade de expressar tal imunidade.

Sendo assim, a suplementação protéica tem pouco efeito sobre o estabelecimento inicial da infecção parasitária, porém intensifica o desenvolvimento da resposta imune, permitindo que animais jovens expressem a imunidade mais cedo e que sofram menos as conseqüências patofisiológicas do parasitismo.

Por sua vez, em animais adultos, que já adquiriram imunidade, os efeitos da suplementação protéica são mais rápidos, podendo se tornar evidentes em cerca de 1 semana, resultando em redução no OPG, diminuição da carga parasitária, aumento da resistência a re-infecção, melhora da condição clínica e, conseqüentemente, otimização da produção.

As infecções por nematódeos gastrintestinais induzem uma deficiência protéica e a magnitude dos efeitos da suplementação dependerá do nível de demanda por proteína. Comparado a ovinos não-infectados, animais parasitados requerem proteína extra para reparar ou repor os tecidos danificados e desenvolver e expressar a imunidade.

Durante períodos de alta demanda nutricional, como crescimento acelerado, final de gestação e lactação, os requerimentos do sistema imunológico possuem uma menor prioridade em relação às funções de crescimento, reprodução e lactação. É nesses períodos que o fornecimento de proteína extra apresenta um maior impacto sobre a interação parasita-hospedeiro. Assim, espera-se um maior benefício da suplementação protéica em ovelhas no pré-parto, ovelhas em lactação, animais em baixo escore de condição corporal e em cordeiros com alto potencial de crescimento.

A queda na qualidade alimentar no período seco está freqüentemente associada com parasitismo severo, apesar da taxa de translação ser geralmente desprezível. No entanto, em épocas de escassez de alimentos ou em situações de baixo nível nutricional, quando a expressão da imunidade está comprometida, o aumento do fornecimento de proteína é altamente benéfico.


Foto 2. Programas de suplementação protéica são essenciais em fases fisiológicas favoráveis ao parasitismo e em situações de baixo nível nutricional.

Sendo assim, o uso estratégico da suplementação protéica, associado à adoção de outras medidas, a exemplo do manejo do pastejo, da seleção de animais resistentes, do método Famacha e de outros recursos que favoreçam o pouco uso de anti-helmínticos, ou o uso mais eficiente dos mesmos, pode contribuir imensamente para um controle parasitário sustentável em sistemas de produção de ovinos.

DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

Médico Veterinário, MBA, D.Sc., especializado no sistema agroindustrial da carne ovina. Consultor da Prime ASC - Advanced Sheep Consulting.

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ELÍDIA ZOTELLI DOS SANTOS

SÃO PAULO - SÃO PAULO - ESTUDANTE

EM 03/07/2007

O artigo é muito interessante , e pode ser adaptado para os produtores sim.

Um estudo de caso poderia ser feito para colocar na balança uso de medicamentos anti verminoses e uso de 20 a 30 porcento a mais de proteina demandada pelos animais.
DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

FORTALEZA - CEARÁ

EM 06/11/2006

Caro Marco Aurélio,

O requerimento extra de proteína está entre 20 a 30% acima dos requerimentos normais, tanto para cordeiros em crescimento quanto para ovelhas em pré-parto ou em lactação. Esses valores são efetivos tanto para o sistema britânico do AFRC (Agricultural and Food Research Council - 1993) quanto para o norte-americano do NRC (National Research Council - 1985), apesar de não existir pesquisas mais detalhadas utilizando os requerimentos do NRC.

Quanto aos efeitos sobre o parasitismo, a suplementação protéica, em geral e principalmente em períodos de deficiência de proteína, resulta em mais de 50% de redução no OPG e na carga parasitária dos animais infectados.

Obrigado por sua participação!!!

Cordialmente,

Daniel de Araújo Souza
TATIANA DIAS DA SILVA

PRESIDENTE PRUDENTE - SÃO PAULO

EM 04/11/2006

Gostei muito do artigo, pois este nos informa sobre mais uma alternativa de controle parasitário!!!E coerente!!!

Isso é muito importante atualmente, pois temos muita resistência parasitária não havendo mais o efeito esperado dos anti-helmínticos, e não nos resta muitas opções para controlar a verminose nos rebanhos!!

Portanto acho que esta informação deve ser divulgada aos produtores, logicamente com uma pré analise de custo financeiro, tendo eles então, um novo "caminho" para o controle dos parasitas em um sistema de produção de ovinos.

Parabéns ao autor!
MARCO AURÉLIO ALVES DE FREITAS BARBOSA

CAMBÉ - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 31/10/2006

O artigo apresentado trouxe informações muito interessantes e relevantes ao sistema de produção de ovinos. No entanto, faltou trazer informações quanto aos teores de proteína e até mesmo de quanto a suplementação protéica reduz os problemas associadas ao parasitismo?
Essas informações são importantes, na medida que os produtores poderiam aplicar diretamente este artigo em seus sistemas de produção, obviamente com as devidas adaptações.

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