Deve-se planejar o plantio de boas pastagens para as ovelhas, com correção de solo (acidez e fósforo) e aplicação de nitrogênio para aumentar a capacidade de suporte e o valor nutritivo da forrageira. Também é necessário o cultivo de forrageiras de corte para animais estabulados. Deve-se planejar o plantio de milho ou outro cereal, quando possível, para colheita e armazenamento em grão ou espigas, ou ainda a confecção de silagem para uso durante o período de estiagem.
Produção de leguminosas, para corte ou pastejo direto, na propriedade pode resultar em custos mais baixos que a produção de gramíneas, pois as leguminosas dispensam a adução nitrogenada. A produção desse tipo de forragem, na propriedade, resulta na diminuição da necessidade de aquisição de farelos protéicos, que tem preço elevado. Isto tudo diminui o custo da alimentação, item de grande expressão no preço final, na produção do cordeiro para abate precoce.
Machos adultos, fora da estação de monta e ovelhas sem crias ao pé, até a parição, em sistema de uma parição por ano têm as suas exigências nutricionais plenamente atendidas se alimentadas exclusivamente com volumosos de bom valor nutritivo. Todavia, animais em crescimento acentuado ou em atividade reprodutiva intensificada (intervalo entre partos de 8 meses ou menos), na fase final de gestação e na amamentação necessitam de suplementação alimentar com ração concentrada, devido à sua elevada exigência nutricional.
Alimentos volumosos
Assim são denominadas as forragens verdes (pasto, capim elefante, leguminosas, etc) ou conservadas, como silagens e fenos.
Pastagem
As espécies recomendadas são aquelas de bom valor nutritivo e alta produção por área como os capins dos gêneros Cynodon (coast cross, tiftons e estrelas) e Panicum (aruana, tanzânia, massai, áries, green panic, etc). Pode-se também utilizar ainda o pangola, rhodes, pensacola, etc.
As braquiárias apresentam baixo valor nutritivo e menor produção por área, sendo que a Brachiaria decumbens pode, ainda, causar intoxicação e, em algumas situações, fotossensibilização. Pequenas áreas com braquiária podem ser utilizadas, mas a predominância das pastagens com tal capim não é recomendado.
Volumosos de corte para o verão
Devem ser plantados próximos às instalações dos animais a serem alimentados, devendo ser adequadamente adubados, para se conseguir elevada produção por área.
Capim-elefante (capim-napier): Excelente valor nutritivo quando colhido entre 35-45 dias (1,5-1,7 m de altura). Possui entre 8-12% de proteína bruta (PB) e 55-60% de nutrientes digestíveis (NDT) e bom teor de cálcio e fósforo. Produz entre 120-300 t de matéria verde/ha/ano.
Feijão guandu: Excelente volumoso para corte pois é rico em proteína e cálcio e de boa aceitação pelos animais. Diminui a necessidade de suplementação protéica com concentrados. No período seco perde as folhas e não pode ser utilizado. Susceptível à geada e deve ser replantado a cada 2 anos, pois seu rebrote fica prejudicado, apos vários cortes. Plantar em solo com pH corrigido, adensado: 5-8 sementes por metro linear e espaçamento entre linhas de 0,6 a 1 m. Não necessita de adubação nitrogenada.
Amoreira: Alimento de alta palatabilidade, de excelente nível de proteína (22% PB), produzindo cerca de 50 t de matéria verde/ha/ano. Deve-se plantar no espaçamento de 0,50 x 0,50 m, fornecendo as ramas picadas ou inteiras, em manjedouras. Ressalte-se que devido às características da própria planta, no período do inverno a seu crescimento é lento e quando as plantas estão altas as suas folhas caem. No verão, podem ser efetuados de corte entre 45-60 dias, podendo ser armazenada na forma de feno.