Segundo dados do IBGE de 2006, o rebanho nacional de ovinos é de 16.019.170 milhões de animais, com maior concentração nas regiões Nordeste e Sul. O rebanho de caprinos é estimado em 10.401.449 milhões de animais, com os maiores rebanhos localizados nas regiões Nordeste e Sudeste do Brasil.
Entretanto, a maioria destes animais ainda são criados em sistemas extensivos, sem nenhum tipo de controle produtivo e zootécnico. Baseado neste cenário, muitos pecuaristas acabam comprando animais velhos, conseqüentemente, com baixa eficiência produtiva.
Deparados com tal fato, pecuaristas recorrem a consultores ou "entendedores" do assunto, para não comprar "gato por lebre". Mas e quando técnicos não estiverem por perto, o que fazer para saber a real idade dos animais?
A solução está na avaliação e exame da dentição. Através dos dentes, consegue-se estimar a idade do animal.
A avaliação se faz pela inspeção dos pares das pinças, 1º médio, 2º médio e cantos como mostra a figura abaixo.
Os dentes decíduos, ou de leite, têm erupção completa até 30 dias após o nascimento e são substituídos por dentes permanentes. Vale lembrar que ruminantes de modo geral, têm apenas dentes frontais inferiores, ou seja, inseridos apenas na mandíbula.
Os dentes decíduos são menores e mais brancos, por isso o nome de dente de leite, por terem menor tempo de maturação e menor camada de dentina. Os dentes permanentes são maiores anatomicamente, de coloração amarelada devido a maior camada da dentina e mais resistentes a diversos tipos de alimentos, não são facilmente fraturados.
A troca de todos os dentes se faz até os 4 anos (tabela 1) e aqueles com idade acima de 4 anos de vida são popularmente conhecidos por "boca cheia". Porém todos os dentes continuam sendo desgastados e nivelados até os 9 - 10 anos. Mas, para estimar a idade após o aparecimento dos dentes permanentes, é necessária o auxilio de técnicos experientes.
Tabela 1: Erupção dentária e troca de dentes de leite por permanentes.
Mas existem animais que são acometidos por afecções dentárias, na qual ocasiona a queda dos dentes (conhecido por "broken a mounth"), independentemente de serem jovens ou muito velhos. Esta afecção causa ausência parcial ou total dos dentes na boca, predispondo aos quadros de desnutrição, uma vez que a ingestão dos alimentos fica prejudicada e, conseqüentemente, reduz o desempenho animal.
A escolha de animais mais jovens, através da avaliação zootécnica ou pela dentição no momento da compra irá ser fundamental para o sucesso da sua criação.
Contrariando o velho ditado "animal doado não se olha os dentes", agora animal adquirido se olha os dente sim!