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Zona de conforto térmico e adaptação de ovinos

POR LÁZARO SAMIR ABRANTES RASLAN

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/06/2007

4 MIN DE LEITURA

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O Brasil possui 2/3 (dois terços) do seu território localizados na faixa tropical, ou seja, apresenta altas temperaturas e umidade durante o ano.

Segundo a classificação de Köppen existem 5 (cinco) tipos de clima no Brasil. Demonstração na figura 1:


Fonte: Adaptada de Muller, 1989

Figura1. Climas do Brasil

Ao estudar a importância do clima tropical sobre o comportamento, bem-estar, produção e reprodução animal, deve-se, também, conhecer a influência direta e/ou indireta dos elementos climáticos sobre o clima e os animais.

Elementos climáticos são grandezas meteorológicas que variam com o tempo e o espaço. Estes é que irão afetar o clima de uma região e influenciar na tomada de decisões para se conseguir a manutenção do conforto térmico para os animais durante o dia. Exemplos na figura 2:


Figura 2. Elementos climáticos e sua influência nos animais.

Os elementos climáticos como temperatura do ar, umidade relativa, radiação solar e velocidade do vento irão influenciar na zona de conforto térmico dos ovinos, conseqüentemente no bem-estar, comportamento, consumo, produção e reprodução.

Durante o dia pode haver mudanças de temperaturas, obrigando os animais utilizarem mecanismos comportamentais e fisiológicos de adaptação a curto, médio e longo prazo para manter sua temperatura corporal dentro da zona de conforto térmico normal.

Dentro da zona de sobrevivência dos animais existem: Zona de termoneutralidade (conforto), zona de hipotermia (estresse por frio) e zona de hipertermia (estresse por calor).

a) Zona de termoneutralidade: Corresponde aos limites de temperaturas em que não há mobilização de recursos termorreguladores para ajuste de condições ambientais.

b) Zona de hipotermia: Corresponde aos limites de temperaturas inferiores em que os animais sofrem estresse por frio e precisam mobilizar recursos termorreguladores na tentativa de aumentar sua temperatura corporal e voltar à zona de termoneutralidade.

c) Zona de hipertermia: Corresponde aos limites de temperaturas superiores em que os animais sofrem estresse por calor e mobilizam recursos termorreguladores para diminuir sua temperatura corporal e voltar à zona de termoneutralidade.

Os recursos termorreguladores citados acima são:

- Hipotermia: Buscam sol, lugares secos, refugiam-se dos ventos, pisos quentes, diminuem consumo de água, aumentam consumo de alimento, vasoconstrição, piloereção, não suam, aumentam metabolismo e tremor muscular.

- Hipertermia: Buscam sombra, lugares molhados, expor-se aos ventos, pisos frios, aumentam consumo de água, reduzem consumo de alimento, vasodilatação, pêlos normais, sudoração e diminuem o metabolismo.


Fonte: Müller (1989), Pereira (2005), Silva (2000) e Ferreira (2005).

Figura 3. Temperaturas críticas ambientais

Os ovinos possuem, segundo os autores da tabela 1, zona de conforto térmico:


A zona de conforto térmico é sugestiva e, conseqüentemente, irá variar de acordo com a raça; sexo; categoria animal; estado fisiológico; adaptabilidade; elementos climáticos atuantes na região, bem como localização, estrutura, cobertura e altura das instalações zootécnicas que abrigam os animais.

Para identificar provável desconforto, a temperatura retal é uma boa indicadora da temperatura corporal. A temperatura retal média de ovinos adultos varia de 38,5 a 39,5 ºC. Outro parâmetro importante a ser acompanhado é a freqüência respiratória, que o normal está em 32 movimentos por minuto.

Tanto a temperatura retal quanto a freqüência respiratória são fáceis de serem avaliadas nas propriedades, bastando apenas atenção na mensuração:

a) Temperatura retal: Uso de um termômetro digital humano ou veterinário colocado no reto numa profundidade de 5 (cinco) cm durante 2 minutos.

b) Freqüência respiratória: Contagem dos movimentos respiratórios (inspiração e expiração) no flanco dos animais durante 15 (quinze) segundos e multiplicar por 4 (quatro) para obter movimentos/minuto.

Além de se preocupar com a alimentação e sanidade dos ovinos, é importantíssimo e inadiável avaliar seu bem-estar e sua adaptabilidade ao clima tropical, ainda mais agora com previsto aquecimento global que poderá influenciar diretamente e indiretamente toda a cadeia de produção animal.

O sucesso da exploração ovina em altas temperaturas dependerá das ações realizadas agora, ou seja, é preciso:

- conhecer o comportamento normal e sob estresse por calor dos animais;

- modificar as instalações para facilitar dissipação de calor, ventilação e diminuição da radiação solar;

- selecionar os animais mais adaptados e produtivos às altas temperaturas.

Portanto, chegou a hora dos pesquisadores, técnicos e produtores avaliarem os animais, selecioná-los e testarem sua adaptabilidade, resistência e seu desempenho sob as condições térmicas altas. Com isso, encontrar-se-á soluções para produção de ovinos em altas temperaturas. A ovinocultura permanecerá crescendo e solidificará como uma exploração viável economicamente e com qualidade.

Referências Bibliográficas

FERREIRA, R.A. Maior produção com melhor ambiente para aves, suínos e bovinos. Viçosa - MG: Aprenda fácil, 2005.

MÜLLER, P.B. Bioclimatologia aplicada aos animais domésticos. 3ª ed. Porto Alegre - RS: Editora Sulina, 1989.

OLIVEIRA, F.M.M.; DANTAS, R.T.; FURTADO, D.A.; NASCIMENTO, J.W.B. & MEDEIROS, A.N. Parâmetros de conforto térmico e fisiológico de ovinos Santa Inês, sob diferentes sistemas de acondicionamento. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.9, n.4, p.631-635, 2005.

PEREIRA, J.C.C. Fundamentos de bioclimatologia aplicados à produção animal. Belo Horizonte: FEPMVZ, 2005.
SILVA, R.G. Introdução à Bioclimatologia animal. São Paulo - SP: Editora Livraria Nobel, 2000.

STARLING, J.M.C., SILVA, R.G., MUNÕZ, M.C., BARBOSA, G.S.S.C., COSTA, M.J.R.P. Análise de Algumas Variáveis Fisiológicas para Avaliação do Grau de Adaptação de Ovinos Submetidos ao Estresse por Calor. Revista Brasileira de zootecnia, v.31, n.5, p.2070-2077, 2002.

STARLING, J.M.C., SILVA, R.G., NEGRÃO, J.A., MAIA, A.S.C., BUENO, A.R. Variação Estacional dos Hormônios Tireoideanos e do Cortisol em Ovinos em AmbienteTropical. Revista Brasileira de zootecnia, v.34, n.6, p.2064-2073, 2005.

LÁZARO SAMIR ABRANTES RASLAN

Zootecnista e mestre em produção de ruminantes. Extensionista do projeto Balde Cheio, Agente de Desenvolvimento e Extensão rural do Incaper-ES e Articulador da região norte do Programa Capixaba de Bovinocultura Sustentável.

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LEANDRO COELHO DE ARAUJO

PIRACICABA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 16/05/2009

A penúltima linha da tabela refere-se a onivos lanados ou deslanados?

<b>Resposta do autor:</b>

Prezado Leandro Coelho de Araujo:

Na tabela mensiona duas literaturas diferentes, e como pode notar ás mesmas são de datas completamente diferentes. Baêta e Souza coloca uma faixa de conforto de 20 a 30 ºC. Esta faixa de conforto é o que encontramos nos difersos trabalhos de bioclimatologia. A citação da Nããs de 1989 nos mostra uma faixa de conforto muito maior. Essa diferença pode estar nos trabalhos sobre Bioclimatologia feitos de 1989 a 1997 que contribuíram Baêta e Souza encontrarem faiza de conforto mais singular.

Muito obrigado por sua participação no FarmPoint. Aproveito para me colocar a sua disposição para o que precisar.

Lázaro Samir Abrantes Raslan
JOÃO LUIZ ALMEIDA ROSA

BRAGANÇA PAULISTA - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/06/2007

Gostaria de parabenizar a maneira que o assunto foi abordado.

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