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Uso de Células Vermelhas do Sangue na composição de Substitutos de Leite

POR JOSÉ ROBERTO PERES

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/07/2000

4 MIN DE LEITURA

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José Roberto Peres

As formulações de substitutos de leite (SL) para bezerros tradicionalmente contêm ingredientes lácteos, incluindo o soro, leite em pó desnatado e lactose. Estas formulações são bastante difundidas e tem por objetivo gerar economia na fazenda através de seu diferencial com o preço do leite.

As fontes de proteína contribuem significativamente para o custo do substituto de leite, portanto alternativas para as proteínas do soro e a caseína podem aumentar a vantagem econômica da utilização de SL. Algumas fontes vegetais como a proteína isolada de soja, de trigo e a proteína de batata têm sido avaliadas e incorporadas a algumas formulações.

Mais recentemente proteína oriunda de plasma sangüíneo seco por spray e células vermelhas do sangue secas por spray (CVSSS) têm sido incorporadas a formulações de SL. As células vermelhas do sangue são um subproduto da produção de plasma e usualmente são mais baratas que o leite em pó ou proteína concentrada de soro, por unidade de proteína. As CVSSS têm alto teor protéico (>90%) e um perfil favorável de aminoácidos, com exceção da metionina e isoleucina.

Substitutos de leite contendo CVSSS têm cor marrom o que os torna inaceitáveis para alguns produtores. Além disso, a presença de grande quantidade de ferro na CVSSS contribui para mudança da coloração normal e consistência das fezes. A hidrólise da CVSSS para reduzir o ferro pode reduzir também sua cor marrom característica e produz uma proteína de características mais aceitáveis para a formulação de substitutos de leite.

Dois estudos recentes avaliaram a substituição da proteína de soro por células vermelhas do sangue hidrolisadas e secas por spray (CVSHSS) na ingestão, crescimento e saúde de bezerros amamentados com substitutos de leite. As CVSHSS foram produzidas pela American Protein Corporation. Outros ingredientes do SL incluíam soro, proteína concentrada de soro, mistura de gordura, vitaminas, minerais, emulsificante e aminoácidos. As formulas tinham 20% de proteína bruta e 20% de gordura e atendiam as recomendações do NRC. Os SL foram reconstituídos a 12% de matéria seca.

Todos os SL produzidos com CVSHSS tinha cor branca ou esbranquiçada. Os produtos eram estáveis com odor neutro, e observações empíricas indicaram que a solubilidade dos SL não variou marcantemente com a inclusão do produto. Não houve diferenças na aceitação ou palatabilidade dos SL contendo CVSHSS. A coloração das fezes e consistência das fezes não diferiu entre os tratamentos.

No primeiro experimento, 120 bezerros machos holandeses foram amamentados com substitutos de leite contendo 0, 11, 22 ou 43% da proteína bruta na forma de CVSHSS. Os bezerros recebiam 454 gramas de SL por dia, mais um concentrado inicial convencional por 28 dias. Os respectivos ganhos de peso (375, 313, 296, 326 g/dia), ingestão do SL (439, 440, 441, 440 g/dia) e concentrado inicial (378, 336, 303, 337 g/dia), conversão alimentar (320, 309, 277, 321 g de ganho/kg IMS), escore fecal (2.14, 2.20, 2.07, 2.11; sendo 1= normal, 2 = levemente líquido, 3 = moderadamente líquido e 4 = severamente líquido) e dias médios com diarréia (7.0, 7.3, 6.6, 6.1) não foram afetados pela fonte de proteína.

Neste experimento os bezerros foram comprados e a análise do teor de imunoglobulinas no soro sangüíneo indicou níveis inadequados, o que é reflexo do fornecimento de quantidades inadequadas de colostro nas primeiras 24 horas de vida. Esta falta de imunidade passiva refletiu na alta taxa de morbidez e mortalidade ocorrida no experimento. Doze bezerros morreram e não foram substituídos. O escore fecal e o número de dias médios com diarréia forma maiores neste experimento que no segundo, embora não tenham diferido entre os tratamentos. Os autores sugerem que estes problemas tenham limitado o potencial ganho de peso dos bezerros.

No segundo experimento, 69 bezerros holandeses da Universidade de Minnesota, divididos em dois rebanhos, foram amamentados com SL contendo 0, 22 ou 43% da proteína bruta na forma de CVSHSS. Receberam os mesmos 454 gramas de SL por dia além de um concentrado inicial contendo 0 ou 25% de farelo de alfafa por 35 dias. Os bezerros permaneceram saudáveis e nenhum bezerro morreu durante o experimento. Os respectivos ganho de peso vivo (405, 392, 437 g/dia), conversão alimentar (532, 550, 597 g de ganho por kg de mat. seca ingerida), ingestão de concentrado inicial (311, 275, 294 g/dia) e substituto de leite (433, 435, 436 g/dia), escore fecal (1.16, 1.23, 1.21) e dias com diarréia (1.4, 2.5, 1.8) não foram afetados pelo aumento na proporção de CVSHSS na formulação do SL.

O ganho de peso nas primeiras semanas foi mínimo, sendo que os maiores incrementos de ganho ocorreram nas duas últimas semanas, quando a ingestão de concentrado inicial tornou-se significante. Os pesquisadores comentam ainda que os SL foram suplementados com isoleucina e metionina, para atender as exigências destes aminoácidos de bezerros em amamentação e isto deve ter corrigido as deficiências das CVSHSS nestes aminoácidos, permitindo taxas de ganho de peso aceitáveis. Os resultados destes experimentos demonstram que as CVSHSS podem efetivamente substituir até 43% da proteína bruta de soro e podem suportar taxas aceitáveis de ingestão e ganho de peso.

Comentário do autor: o desenvolvimento de tecnologias para o correto processamento de matérias primas alternativas cada vez mais facilita a formulação de substitutos de leite que permitem desenvolvimento semelhante ao leite de vaca, a um custo cada vez mais inferior.

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fonte: Quigley, J.D. et alli, 2000. Effects of Hydrolyzed Spray Dried Red Blood Cells in Milk Replacer on Calf Intake, Body Weight Gain, and Efficiency. J.D. Sci, 83(4):788-794.

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