A terceirização dos serviços de colheita é uma opção bastante interessante e que vem crescendo de maneira significativa no Brasil. Do ponto de vista financeiro a vantagem para o produtor que contrata esses serviços é a redução nos investimentos para aquisição e nos custos com depreciação e manutenção dos implementos.
Na tabela 1 são apresentados custos de operação para máquinas e equipamentos forrageiros que servem como referência de preço para a prestação de serviços e custos de produção na região dos Campos Gerais, no estado do Paraná.
No caso das forrageiras autopropelidas, os custos foram levantados junto a algumas empresas do ramo. Em virtude da maior oferta desse serviço seu custo foi reduzido nos últimos anos. As empresas viabilizam seus investimentos em máquinas e equipamentos oferecendo serviços em outras regiões ou estados. As colheitas se iniciam com o corte do milho no período de dezembro (plantios antecipados) até julho nas áreas de “safrinha”. Quanto ao valor cobrado pelas empresas prestadoras de serviço ele gira em torno de R$ 450,00 a 600,00/hora, mais combustível.
Quando comparados os custos de colheita por área de uma lavoura de milho para produção de silagem (Tabela 1), verifica-se que a colheita com forrageira auto-propelida tem custo menor que o uso de ensiladeiras acopladas de uma ou duas linhas. Contudo, deve-se considerar também os possíveis benefícios decorrentes da colheita com este tipo de máquina na obtenção de uma forragem de melhor qualidade.
Na cultura do milho o momento ideal de corte, expresso pelo teor de matéria seca da planta e pelo estágio de maturação do grão, tem impacto significativo sobre a qualidade da silagem. O ponto ideal de colheita é quando a planta acumula a maior quantidade de matéria seca de melhor qualidade nutricional. Em geral, este ponto na lavoura de milho se dá quando os grãos atingem o estádio de farináceo-duro, tendo a planta inteira teores de matéria seca variando entre 32 e 38%. No entanto, fica evidente a dificuldade de se colher lavouras dentro dessa faixa ideal se consideradas as dificuldades como períodos frequentes de chuva, a maturação acelerada da cultura no verão, a precocidade e riscos de perdas, por doenças ou geadas, na safrinha.
Como poucos produtores consideram essas variáveis no planejamento da lavoura para produção de silagem, a prática mais comum é a antecipação da colheita. Trabalhos de pesquisa indicam que a antecipação do corte da silagem acarreta sensível redução na qualidade da silagem de milho e, consequentemente, no seu potencial de transformação em leite e carne (Tabela 2).
Levantamentos sobre a qualidade da silagem feitos em duas regiões do Brasil por Marquardt (2007) e Kruppa (2009) indicam que a antecipação do corte da lavoura de milho para ensilagem é o erro mais comum, independente da forma de colheita. Mesmo em regiões onde se tem grande participação de forrageiras auto-propelidas, região A, mais de 40% das amostras avaliadas apresentavam teores de matéria seca abaixo de 30%, enquanto que em regiões onde predominavam ensiladeiras acopladas de uma linha, região B, isso ocorria em mais de 50% das amostras (Tabela 3).
As formas de se amenizar esses riscos consistem, basicamente, em se fazer um bom planejamento agronômico a fim de se possibilitar maior janela de corte associando-se práticas como a combinação de híbridos de diferentes ciclos com escalonamento de plantio, de modo que apresentem de maneira sequenciada os momentos ideais para corte. Numa segunda etapa proceder todas as etapas da ensilagem como corte, transporte e compactação, de maneira rápida e eficiente, o que certamente têm reflexo positivo sobre a qualidade da silagem produzida.