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Silagem de grão úmido - milho - Parte 2 de 2

POR INGRID MONTEIRO MEDINA

E ANDRESSA NATEL

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/12/2010

4 MIN DE LEITURA

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Há algum tempo vêm sendo demonstradas as vantagens zootécnicas e econômicas do uso de silagem de grão úmido de milho frente ao grão seco na alimentação de ruminantes. Aspectos relacionados à maior digestibilidade ruminal e total do amido do milho ensilado sob a forma de grãos úmidos e ao menor custo comparado ao milho moído, têm favorecido sua utilização.

Portanto, estando comprovado o melhor desempenho animal quando alimentados com amido de alta degradação ruminal (Jobim e Reis, 2001), caso do grão úmido de milho ou sorgo, aliada a busca pela alta performance animal utilizando alimentos alternativos ou de outras formas de processamento do milho, têm aberto espaço para a silagem de grãos úmidos de milho em substituição ao milho seco moído, que é o principal componente energético usado em rações concentradas no Brasil.

Almeida Jr et. al. (2004) avaliando a substituição do milho moído pela silagem de grão úmido de milho (SGUM) na alimentação de cordeiros, criados e terminados em creep feeding, observaram um consumo de MS da ração menor nas dietas com 50% de silagem úmida de milho quando comparada aquela com 0% e 100%, com maiores ganhos de peso para o tratamento 50%. Quando comparados os custos com alimentação, as dietas com silagem de milho úmido apresentaram menores custos que as de grão seco, porém esses dados não foram significativos estatisticamente (Tabela 1).

Tabela 1 - Avaliação de características de desempenho e econômicas de cordeiros que receberam dietas de 0%, 50% e 100% de silagem de grão úmido em creep feeding.



Outros autores ao avaliar a substituição de silagem de milho úmido por milho seco, também observaram resultados satisfatórios para o milho úmido. REIS et al. (2001) avaliaram o uso de grãos de milho em diferentes formas (grãos secos, silagem de grãos úmidos, grãos hidratados e ensilados) na dieta de cordeiros confinados, desmamados com 9,6 kg, e constataram que a utilização de silagens de grãos úmidos de milho em substituição ao grão de milho seco, pode ser realizada sem restrições na alimentação de cordeiros para produção de carne e sem prejuízo à qualidade da carcaça; observaram que os animais que consumiram concentrado com 100%, 50% e 0% de silagem de grãos úmidos apresentaram ganhos de peso diário de 160,9, 153,7 e 123,7 g, respectivamente.

Essa maior eficiência em ganho de peso observada, provavelmente é em razão da maior digestibilidade do grão úmido em comparação ao seco, assim os animais atingiram o peso de abate mais rapidamente. SILVA et al. (2007), avaliaram o desempenho e características de carcaça de novilhos Nelore confinados na fase de terminação, alimentados com silagem de milho, milho grão seco ou úmido e farelo de soja e constataram que o ganho médio diário não foi influenciado pelo tipo de grão de milho, no entanto, os animais alimentados com as rações contendo milho grão úmido ingeriram menos alimento e foram mais eficientes que os alimentados com milho grão seco.

Quanto à digestibilidade, segundo Phillipeau et.al. (1996) a ensilagem do grão úmido de milho e de sorgo provavelmente favorece o aumento da digestibilidade deste grão, por meio do rompimento da matriz protéica que envolve os grânulos de amido. Grãos de alta umidade apresentam maior e mais rápida taxa de digestão in vitro e in vivo, em comparação com grão seco (Streeter et.al., 1989).

A digestibilidade aparente da matéria seca, amido e fibra em detergente ácido do milho de alta umidade é maior em relação ao milho seco, sugerindo que o amido presente no milho úmido deve ser mais rapidamente e extensivamente digerido no rúmen (Stock et al., 1991). Sendo que, a digestão ruminal é favorecida quando o grão de alta umidade contribui com 25% ou 50% da dieta, do que quando está presente em altos níveis (75% ou 100%). Não esquecendo que a fonte e o nível de forragem também alteram as respostas digestivas (Streeter et al., 1989).

Portanto, levando em consideração os aspectos nutricionais e econômicos, a dieta de grão úmido pode ser usada como alternativa na alimentação de ovinos, promovendo um ótimo custo benefício.

Referências bibliográficas

ALMEIDA JÚNIOR, G.A. et.al. Desempenho, características de carcaça e resultado econômico de cordeiros criados em creep feeding com silagem de grão úmido de milho. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosas, v.23, n.4, p.1048-1059, 2004.

COSTA, C. et. al. Silagem de Grão Úmido In.: Simpósio sobre nutrição de Bovinos, 7, 1999, Piracicaba, Anais...,Piracicaba: Fealq, p.69-87, 1999.

JOBIM, C. C; REIS, R. A. Produção e utilização de silagem de grãos úmidos de milho. In: SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, Piracicaba. Anais... Piracicaba: FEALQ, 2001. p. 912-927.

PHILIPPEAU, C. et.al. Influence du genotype et du stade de maturite sur la digestion ruminale de l'amidon de mais recolte au stade ensilage. In: SYMPOSIUM ON SILAGE MAIZE, 1996, Nantes. Annales. Nantes, 1996. p. 379-380.

REIS, W.; JOBIM, C. C. et.al. Desempenho de cordeiros terminados em confinamento, consumindo silagem de milho de grãos com alta umidade ou grãos de milho hidratados em substituição aos grãos de milho seco na dieta. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 30, n. 2, p. 596-603, 2001.

SILVA, S. L. et. al. Milho grão seco ou úmido com sais de cálcio de ácidos graxos para novilhos Nelore em confinamento. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, v. 36, n. 5, p. 1426-1434, 2007.

STREETER, M.N. et al. Combinations of high-moisture harvested sorghum grain and dry-rolled corn: effects on site and extent of digestion in beef heifers. Journal Animal Scenci., Savoy, v.67, p.1623-33, 1989.
STOCK, R.A. et al. High-moisture corn utilization in finishing cattle. Journal Animal Scienci, Savoy, v.69, p.1645-56, 1991.

INGRID MONTEIRO MEDINA

Mestre em Ciências na área de concentração de Ciência Animal e Pastagens com ênfase em Ciência de Carnes (Qualidade Final)...

ANDRESSA NATEL

Mestre em Zootecnia com ênfase em Produção Animal pela FMVZ/UNESP. Atualmente trabalha como consultora na Sima Consultoria.

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