Após algum tempo de nascido, os cordeiros precisam ser desmamados e essa prática deve ser rigorosamente controlada, porque trás benefícios tanto para a ovelha quanto para seus filhotes, em função da menor exigência da ovelha após o desmame, sendo preparada para a nova gestação.
Cerca de 80% da produção total do leite das ovelhas são produzidos nas primeiras oito semanas de lactação e após essa data a quantidade oferecida ao cordeiro corresponde em menos de 10% das suas necessidades diárias. A partir dos 45 dias de idade, o cordeiro já se alimenta normalmente como um animal adulto, não necessitando exclusivamente de leite para sua sobrevivência.
Para proceder o desmame, que consiste na separação das ovelhas dos cordeiros, deve ser trazido todo o rebanho para o curral, soltando as mães novamente para a pastagem. As crias devem ser vermifugadas, de preferência após a realização da contagem de ovos por grama de fezes (OPG), para checar da real necessidade da vermifugação.
Em seguida, os animais desmamados poderão ser soltos em um pasto novo ou que esteja em repouso há algum tempo, de preferência que anteriormente tenha sido pastejado por bovinos e/ou eqüinos adultos, objetivando menor infecção parasitária. Outra opção seria o confinamento, em propriedades que trabalham com sistemas intensivos de produção, ou seja, os animais ficam totalmente estabulados, fornecendo ração concentrada, além de volumosos (silagem, feno ou capineira) e sal mineral.
Os sistemas de desmame são os seguintes: o precoce quando o cordeiro estiver com 21 a 45 dias; semi precoce com 46 a 90 dias e o tardio de 91 ou mais dias. Cada sistema de produção pode se adequar melhor com um tipo de desmame. Entretanto, de forma geral, pode-se dizer que o desmame mais indicado para as condições nacionais seria entre 60 a 80 dias de idade, ou seja, o semi precoce, pois o leite da ovelha já contribuiu em aproximadamente 80% com o crescimento do cordeiro, além de que nesta fase ocorre grande contaminação da pastagem por larvas dos endoparasitas, conseqüentemente maior reinfestação do cordeiro.
Os cordeiros (as), após o desmame, são considerados borregos (as). Entretanto para fins comerciais, com objetivo de exploração para carne, os machos ainda são chamados de cordeiros. Os animais que permanecerão no rebanho, tanto machos quanto fêmeas, deverão ser identificados através de brincos próprios ou tatuagem após o desmame, devendo seguir a seqüência do rebanho, possibilitando acompanhar seu desenvolvimento e vida útil reprodutiva através da escrituração zootécnica, essencial para um bom trabalho de seleção.
Algumas propriedades que possuem instalação para confinamento adotam este sistema mais intensivo de produção, principalmente para machos que vão para o abate, evitando que os mesmos tenham contato com o pasto, local onde são encontradas maior quantidade de larvas infectantes, sendo de aproximadamente 80%.
A dieta fornecida (volumoso e concentrado) deve ser bem balanceada, possibilitando atender a exigência desta categoria, lembrando que às exigências mudam de acordo com a raça criada.
Os animais não castrados, de um modo geral, crescem mais do que os castrados, inclusive possuem menor deposição de gordura na carcaça, fazendo com que essas sejam de melhor qualidade. Não existe razão de expor os cordeiros ao risco de uma cirurgia, não justificando a prática da castração dos machos destinado ao abate, quando os mesmos são abatidos antes dos 180 dias.
As borregas de reposição, ou seja, aquelas que irão substituir as ovelhas descarte; após o desmame deverão ser suplementadas com ração concentrada (0,5 a 1% do peso vivo), caso o pasto não esteja com boa qualidade ou mesmo dispor de um sal mineral proteinado, isso para propriedades que trabalham com animais em pastejo, garantindo assim uma boa matriz e bons índices reprodutivos de sua criação.
Figura 1. Borregas recriadas em pastejo com suplementação (Castro -PR)
Figura 2. Borregas Suffolk recriadas em pastejo (Val Paraíso -SP)
Figura 3. Borregos sendo terminados em confinamento
Figura 4. Integração ovinos x bovinos em pastejo - UNIMAR (Marília, SP)