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Prevenindo casos de pneumonia em cordeiros

POR DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/01/2009

3 MIN DE LEITURA

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Pneumonia ovina é uma condição patológica que acomete os pulmões e as vias respiratórias, especialmente em cordeiros neonatos e em confinamento, sendo causada por uma interação complexa entre microrganismos comensais, fatores ambientais e o hospedeiro, e por isso, recentemente, tem sido referida como "complexo respiratório ovino".

A pneumonia é reconhecida em todo mundo como a principal doença respiratória na espécie ovina e uma das mais importantes causas de mortalidade de cordeiros, tornando-se responsável por grandes perdas econômicas no sistema agroindustrial dos maiores produtores mundiais deste segmento.

Atingindo geralmente cordeiros de até 3 meses de idade em sua forma aguda e animais um pouco mais velhos em sua forma crônica, o primeiro sinal da doença pode ser a morte súbita, no entanto, os sinais clínicos mais comumente encontrados incluem tosse, secreção nasal, secreção ocular, taquipnéia, febre e ruídos anormais à auscultação, associados à perda de peso, depressão, isolamento, anorexia e decúbito.

Figura 1. Mudanças de comportamento envolvendo depressão, isolamento, anorexia e decúbito regular podem ser os primeiros sinais visíveis de pneumonia entre os cordeiros lactantes do rebanho.



Os principais patógenos envolvidos no complexo respiratório ovino são Mannhemia haemolytica e Pasteurella multocida, isoladamente ou em associação, no entanto, alguns outros agentes infecciosos, a exemplo de Mycoplasma ovipneumoniae e Escherichia coli, podem estar associados no processo patológico, culminando quase sempre em um quadro de broncopneumonia fibrinosa aguda e/ou septicemia tendo como origem os órgãos respiratórios.

Embora possa haver transmissão exógena por meio do contato direto ou por aerossóis, os microrganismos envolvidos são comensais do trato respiratório superior, podendo invadir os tecidos e expandirem a área de colonização em animais imunodeficientes ou sob condições estressantes.

Dessa forma, fatores predisponentes e ambientais relacionados à transmissão passiva de imunidade e nutrição pós-parto (produção e ingestão insuficientes de colostro/leite), peso ao nascimento (baixo PN), condições climáticas (vento, temperatura, umidade, precipitação, estação do ano e a ampla interação entre suas respectivas variáveis), dimensionamento e qualidade das construções e instalações pecuárias (espaço, ventilação, insolação, piso e correntes de ar), manejo operacional (caudectomia, castração, transporte, manipulação, mudança de dieta e desmama), deficiência nutricional (proteína, minerais e vitaminas) e doenças intercorrentes (parasitismo) podem ter um papel de suma importância na etiologia da doença, causando debilidade imunológica e/ou estresse e, subsequentemente, supressão dos mecanismos de defesa do hospedeiro, permitindo que os agentes infecciosos induzam uma condição patológica.

Embora a mortalidade entre os cordeiros pneumônicos possa não superar os 8%, aqueles que se recuperam espontaneamente e tornam-se cronicamente afetados, já em fase de terminação ou engorda, apresentam menor capacidade respiratória, baixo ganho de peso e pior conversão alimentar, aumentando bastante os custos envolvidos ao longo do processo produtivo, uma vez que o desempenho desses animais é seriamente afetado, podendo ser até 50% e 20% inferior ao de cordeiros saudáveis com relação ao ganho de peso diário e ao peso de carcaça na mesma idade de abate, respectivamente.

Figura 2. Cordeiros neonatos e de até 2 meses de idade compõem a categoria mais acometida por casos de pneumonia, resultando em baixa performance e/ou morte.



Com isso, medidas preventivas e terapêuticas devem ser implementadas a fim de diminuir a ocorrência dos casos clínicos assim como para reduzir os efeitos deletérios da pneumonia sobre a performance dos cordeiros, por meio de iniciativas imediatas assim que constatado alguma anomalia.

Dentre as medidas preventivas e terapêuticas, destacam-se:

1.Manejo nutricional das ovelhas gestantes, otimizando a produção de colostro e o bom desenvolvimento do cordeiro, favorecendo uma boa oferta de colostro/leite no pós-parto assim como um peso ao nascimento satisfatório;

2.Dimensionamento das construções e instalações, de forma a permitir boa ventilação superior sem correntes de ar a nível de piso e dos animais, assim como, espaço adequado para o lote de cordeiros que proporcione conforto térmico e social;

3.Limpeza diária das instalações (por varredura e/ou raspagem) e desinfecção completa das mesmas a cada 7 dias após limpeza prévia (preferencialmente com lança-chamas ou "vassoura-de-fogo"), evitando-se o excesso de umidade, de agentes contaminantes (como amônia), o acúmulo de dejetos e a proliferação de possíveis agentes infecciosos;

4.Fazer uso de práticas de manejo como caudectomia, castração e brincagem somente quando realmente necessário e tomando os devidos cuidados anti-estresse;

5.Evitar práticas de natureza violenta (física, comportamental e/ou sonora) por parte do pessoal operacional na rotina de manejo dos animais;

6.Isolar os animais apresentando sinais clínicos de pneumonia objetivando reduzir a disseminação da doença e facilitar os procedimentos terapêuticos envolvendo o grupo;

7.Entrar com antibioticoterapia assim que constatado os primeiros sinais de doença respiratória, especialmente em cordeiros mais jovens (possuem um menor custo de tratamento por serem mais leves).

DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

Médico Veterinário, MBA, D.Sc., especializado no sistema agroindustrial da carne ovina. Consultor da Prime ASC - Advanced Sheep Consulting.

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ROSILENE DOS SANTOS DA SILVA

EM 24/04/2019

Os meus tbm estao assim,gostaria de saber o que fazer tambem
ROSILENE DOS SANTOS DA SILVA

EM 24/04/2019

Há vários ovinos que morreram na propriedade com secreçao no nariz,tosse ,creio que seja um caso de vírus, pneumonia .
BRUNO RODRIGUES

UMIRIM - CEARÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 01/07/2017

Olá, quando o animal ja esta no quadro mais elevado da pneumonia, nao anda mais ficar se tremendo e todo esticado tem remédio, Qual? Ou nao tem mais jeito? Obg.
RENAN FERNANDES

IBITINGA - SÃO PAULO - ESTUDANTE

EM 04/12/2016

Eu tinha um lindo Carneiro,mas ele acabou morrendo,ele tinha problemas respiratórios pneumonia, era um pouco gordo.Num certo dia,comecei a perceber que ele não estava mas como antes,ficava muito triste,deitava muito,cansava muito,não acompanhava o bando mais e acabou morrendo !.Gostaria de saber se os filhotes desse reprodutor,pode ter o mesmo problema que o pai.
JOÃO EXPEDITO DA SILVEIRA

CURVELO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 11/06/2016

Estou iniciando uma criação de cabras se tiver alguém com experiência me de uma mãozinha é um rob.
OSMAN PEMULA

EM 23/09/2014

estou  criando caprinos mais ataxa de mortalidade em filhotes é muinto alta, sintomas patas da frente esticadas zona do pescoço esticada e cabeça a dancar como si focem tonturas

DANIEL DE ARAÚJO SOUZA

FORTALEZA - CEARÁ

EM 28/09/2009

Olá Márcio,

O antibiótico de escolha para o tratamento de casos de pneumonia é a oxitetraciclina de longa duração (fabricante idôneo) na dose de 20mg/kg de peso vivo (1 mL para 10 kg de peso vivo) , subcutânea (ou intramuscular) e em intervalos de 48h.

Além disso, considerar as observações relacionadas às medidas preventivas.

Abraços,

Daniel
MÁRCIO APARECIDO VILARINHO GOMES

CAPINÓPOLIS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE OVINOS DE CORTE

EM 28/09/2009

Parabens pelo artigo, estou passando por problemas de pneumonia e não estou conseguindo resolver, qual o melhor remedio para eu aplicar assim que eu detectar a presença de um animal doente? Obrigado
PRISCILA MARCIDELLI

JACIARA - MATO GROSSO - PRODUÇÃO DE OVINOS

EM 20/08/2009

Excelente artigo, principalmente para esclarecer a alertar criadores que muitas vezes nem se dão conta do problema na propriedade, enfatizando a questão de manejo e condições ambientais que são que estão intimamente relacionadas!

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