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Pneumonia em animais jovens (parte2)

POR RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 18/04/2005

3 MIN DE LEITURA

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Conforme foi abordado no artigo anterior, a pneumonia é uma afecção complexa que apresenta causas multifatoriais e diferentes formas de desenvolvimento da doença. Na hora do diagnóstico, esta natureza complexa contribui para as principais dificuldades encontradas pelo clínico. A primeira dificuldade é saber se o animal tem realmente pneumonia e a segunda é determinar a natureza da mesma e sua causa.

O desenvolvimento da pneumonia no animal varia de acordo com a agente causador. No caso das infecções bacterianas o agente determinante pode ser introduzido pelas vias respiratórias ou pela via hematogênica (por exemplo, através das infecções umbilicais). Quando a bactéria é inserida pelas vias respiratórias, ocorre inicialmente uma bronquiolite que se dissemina até envolver o parênquima pulmonar circundante, ocorrendo posterior disseminação da lesão pelo pulmão. Nos casos das infecções hematogênicas, ocorre um número variável de focos sépticos, que podem formar abscessos pulmonares. Nestes casos, a pneumonia acontece quando o abscesso se rompe e dissemina uma broncopneumonia secundária. Tais abscessos pulmonares são encontrados com freqüência nos animais que sofreram infecções umbilicais nos primeiros meses de vida.

Quando o agente causador é um vírus a principal via de acesso é a inalação. A infecção viral também causa inicialmente uma bronquiolite, porém sem uma reação inflamatória aguda como acontece na pneumonia bacteriana. Ocorre ainda a proliferação das células epiteliais alveolares e desenvolvimento de edema alveolar, mas sem o quadro agudo e necrose tecidual.

A pneumonia pode ainda ser ocasionada por aspiração. Infelizmente esta ocorrência é comum em gado leiteiro e ocorre devido a erros humanos. Dentre estes acidentes pode-se destacar a passagem de sonda gástrica para hidratação oral, "drenchs" ou administração forçada de algum medicamento líquido. Devido à incorreções na passagem da sonda, o líquido vai para a traquéia e para os pulmões. Também pode ocasionar uma pneumonia por corpo estranho a obstrução esofágica ou da faringe. Nestes casos, quando o animal tenta deglutir pode aspirar água ou partículas de alimento. Os quadros em que grandes quantidades de líquido e partículas são enviados para o pulmão a morte é rápida. Porém, quando chegam ao pulmão pequenas quantidades de líquido, desenvolve-se uma broncopneumonia gangrenosa, ocorrem lesões nas mucosas e tecidos com conseqüente infecção bacteriana. A gravidade da pneumonia por aspiração irá depender das bactérias introduzidas no processo.

Um dos maiores entraves no diagnóstico da pneumonia é o fato dos sons pulmonares anormais não serem evidentes. As principais doenças que podem trazer dúvida no momento do diagnóstico da pneumonia são a insuficiência cardíaca congestiva, estágios terminais da anemia, intoxicações e acidose, já que estas doenças também apresentam dificuldade respiratória.

Pneumonias iniciais apresentam respiração rápida e superficial, e nos quadros mais tardios é esperado que ocorra uma dispnéia. Na broncopneumonia bacteriana aguda ocorre toxemia, anorexia, depressão e decúbito prolongado. Na broncopneumonia crônica a pelagem é áspera, a febre é moderada e persistente. Os achados de necropsia na broncopneumonia são a presença de exsudato serofibrinoso ou purulento nos bronquíolos e hepatização. Na pneumonia por aspiração observam-se áreas hemorrágicas, áreas com necrose e áreas de consolidação.

Os exames laboratoriais auxiliam a decisão sobre o tratamento. O leucograma pode indicar uma infecção viral na fase inicial quando aponta uma leucopenia; quando aponta uma leucocitose neutrofílica com desvio para a esquerda indica uma infecção bacteriana. É importante que o sangue seja coletado com anticoagulante e acondicionado em embalagem de isopor com gelo, porém sem congelar.

Uma vez definida a causa, pode-se estabelecer o tratamento com mais segurança. As pneumonias bacterianas comuns recuperam-se rapidamente se tratadas adequadamente no início da doença. As principais causas da falta de resposta ao tratamento incluem: doença avançada, ocorrência de abscessos pulmonares, bactérias resistentes ao fármaco usado, dosagem inadequada do medicamento e presença de outras doenças que não respondem aos antibacterianos. As drogas de escolha são Penicilina G procaína, Amoxilina LA, Ampicilina, Estreptomicina, Tylosina, Tetraciclinas, Ceftiofur, Quinolonas (enrofloxacina, norfloxacina) e Sulfa - trimetropin. Deve-se utilizar ainda um antiinflamatório não esteróide.

Concluindo, a pneumonia é uma enfermidade série e que depende muito da habilidade do veterinário para diagnosticá-la e principalmente para tratá-la adequadamente e implementar as medidas de controle pertinentes a cada tipo de propriedade leiteira.

Fonte:

Blood, D. C.; Radostits, O.M. Clínica Veterinária. Rio de Janeiro: Editora Guanabara, 1991. p.300-327.

Cusack, P.M.V.; McMeniman, N.; Lean, I.J. The medicine and epidemiology of bovine respiratory disease in feedlots. Aust. Vet. J., v.81, n.8, 2003.
 

RENATA DE OLIVEIRA SOUZA DIAS

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