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Perspectivas do preço do leite em 2015 e 2016.

POR MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/04/2015

2 MIN DE LEITURA

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 Perspectivas do preço do leite para 2015 e 2016.

Consideremos uma pessoa que quer investir numa propriedade para produzir 500 litros de leite por dia (182.500 l/ano), com uma produtividade de 10.000 l/ha/ano e 500 litros/funcionário/dia, 17 l/dia vaca em lactação e 80% do rebanho produzindo.

Nessas condições só pode ter pode ter um funcionário, que terá que ser ele mesmo em função de folgas, férias e horas extras previstas na legislação trabalhista.

Ele vai precisar de 18,25 ha uteis, o que considerando 20% para o conjunto APP e reserva legal, representa uma área total de 22,81 há.

Considerando a compra da terra, compra do gado, benfeitorias, máquinas e equipamentos, ele vai investir algo da ordem de R$ 700.000,00 no empreendimento. Considerando uma remuneração do investimento de 0.3% ao mês, ele precisaria receber R$ 2.100,00/mês ou R$ R$ 25.200,00/ ano.

Suponhamos que ele se contente em receber pelo seu trabalho na propriedade R$ 1.200,00/mês ( sem encargos , sem 13º e sem hora extra, pois é ele mesmo que trabalha ), o que representa R$ 14.400/ano.

Dessa forma essa pessoa deveria receber como empresário e trabalhador um mínimo de R$ 39.600/ano, que para a produção de 182.500 litros/ano representa R$ 0,2170/litro.

Se o seu custo de produção, excluída a mão de obra, for de R$ 0,8600 /litro, o que me parece que será bastante difícil, para produzir  um leite de qualidade e de forma sustentável ele terá que receber pelo menos R$ 1,077/litro.

Vejamos o que está acontecendo na NZ, onde no último leilão GDT o preço do leite em pó integral despencou para US$ 2.446,00/tonelada (FOB) , o que representa, considerando para a NZ um equivalente de 8.200 l/t, US$ 0,2983/litro (FOB). Esse preço não é sustentável na NZ, sendo que muitas fazendas leiteiras e outras estão mandando vacas para o gancho para virar hambúrguer nos USA para poder sobreviver.

Se considerarmos os leilões GDt realizados de agosto de 2011 a abril de 2014, vemos que os preços do leite em pó integral variaram entre US$ 2.250,00/t (FOB ) a US$ 5.500,00/t ( FOB ), caracterizando uma média de US$ 3.875,00/t (FOB), que representa um equivalente de US$ 0,4726/litro (FOB). Para um câmbio de R$ 3,20/US$ isso representa R$ 1,512/l (FOB) e mesmo que o câmbio despenque para R$ 2,40/US$ ( o que é muito improvável ), representa R$ 1,1342/l ( FOB ).

Como esses preços são FOB, mesmo que trazer esse leite para o Brasil sem qualquer custo adicional, ele não chegará a menos de R$ 1,13/l, sem contar que a que estaria disponível para ser importado para o mercado brasileiro é limitado e não permite atender as necessidades do mercado interno.

Essas considerações me levam a crer que o preço pago pela indústria para o produtor brasileiro em 2015 deveria ficar em torno de R$ 1,10/l, um pouco mais baixo no primeiro semestre e um pouco mais alto no segundo semestre.

Um preço médio menor só é razoável se a demanda por leite e lácteos no mercado interno cair muito, e nesse caso, considerando o preço alto da carne, muita vaca de leite irá para o gancho para que os produtores possam sobreviver e implicando em uma perspectiva de preços muito elevados para 2016.

Marcello de Moura Campos Filho

MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

Membro da Aplec (Associação dos Produtores de Leite do Centro Sul Paulista )
Presidente da Associação dos Técnicos e Produtores de Leite do Estado de São Paulo - Leite São Paulo

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MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 17/05/2015

Prezado Eduardo

Agradeço o comentário.

Penso que o importante é o produtor trabalhar com uma genética compatível com seu sistema de manejo e com o conforto que pode proporcionar para seus animais. Respeitada essa condição a genética pode vir da Nova Zelândia ou de qualquer outro lugar.

No Brasil, para sistemas de manejo que utilizam pasto animais com 1/2 a 3/4 de sangue de eropeu leiteiro e 1/2 a 1/4 de gir me parece uma opção bastante boa em termos produtividade e custos de produção.

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho
EDUARDO BOTH

TREZE TÍLIAS - SANTA CATARINA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 17/05/2015

Olá pessoal
Ai é a hora de começar a trabalhar com a genética da nova Zelândia. Que trabalha para reduzir custos ou seja um animal com alta fertilidade, sólidos imbatíveis, produção de leite boa, longevidade na propriedade ou seja oferecendo muito mais vantagens para a propriedade.
LIC NZ BRASIL genética para lucro
Nova Zelândia
Eduardo@licnzbrasil.com.br
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/04/2015

Prezado Eustáquio Bernardino de Sena

Agradeço o comentário.

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho
JOSÉ EUSTÁQUIO BERNARDINO DE SENA - NENÊ SENA

CANDEIAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/04/2015

Avaliação madura, parabéns...
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/04/2015

Prezado Adilson Candido da Silva

Agradeço o comentário.

Realmente produzir com qualidade está a cada dia mais caro e ser empresário na pecuária leiteira, gerando empregos está a cada dia mais dificil. Com esses preços e trabalhar sem 13º, FGTS, sem férias, nem feriados nem descanso semanal a produção de leite familiar só sobreviverá se não houver outra alternativa de sobrevivência para a família. Se não houver entendimento do problema nos vários elos da cadeia produtiva e soluções adequadas, o cenário poderá ser de aumento das importações.

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho
ADILSON CANDIDO DA SILVA

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/04/2015

Conclusão após as diversas opiniões: produzir leite, só para economia familiar.
Os nossos filhos, filhas e esposa trabalham sem décimo terceiro, fundo de garantia e até sem férias.
Só assim conseguiremos atingir custos para os atuais preços pagos pelo litro de leite. Com um detalhe: produzir com qualidade fica cada de dia mais caro com os constantes aumentos de sanitizantes e demais produtos oriundos das industria quimica.
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/04/2015

Prezado Dilermando

Agradeço o comentário.

O que o produtor recebe pelo leite varia caso a caso.

De acordo com o CEPEA, em março de 2015 os preços médios foram os seguintes:]

São Paulo R$ 0,9699/l
Minas Gerais R$ 0,9511/l
Brasil R$ 0,9376/l

Com relação a essas médias o produtor recebe a mais ou a menos em função da qualidade dos eu leite ( CCS, CBT, sólidos, proteína ), de volume e distância do laticínio.

O que no meu entender limita o preço ao produtor é o varejo, que é o único que tem trabalhado com margens e força através de "promoções" um preço baixo para o UHT e com isso limita o preço pois a própria indústria tem que limitar o que paga ao produtor para ter alguma margem ou minimizar seu prejuízo. Nos comentários do artigo essa questão é discutida.

Mas para salientar o problema consideremos um leite UHT vendido ao consumidor por R$ 1,90. Se considerarmos um mínimo relativo a custo ce comercialização e margem para o varejo, ele não vai pagar mais do que R$ 1,60 para a indústria e sendo que a embalagem UHT custa cerca de R$ 0,40, sobram R$ 1,20 para a indústria cobrir seu custo de produção, ter uma margem ou pelo menos não ter prejuízo, e pagar a matéria prima. Por isso a indústria paga mal pela matéria prima, às vezes até abaixo de R$ 0,90/litro que você está recebendo da Itambé. E aí eu pergunto: que produtor sobrevive recendo esse valor? E eu respondo, o produtor que produz pouco, com gado de genética de baixa qualidade que suporta desaforo e pode ser mal alimentado, que come um pasto de baixa qualidade que não recebe calcáreo e adubo e tende a se tornar deserto com o passar dos anos. É isso que o Brasil quer para sua pecuária leiteira? Se essa situação continuar, nossa pecuária leiteira não será produtiva e competitiva, o que é ruim para o setor como um todo, pois a pecuária leiteira continuará o patinho feio do agronegócio brasileiro.

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho

DILERMANDO JOSÉ DA SILVA

UNAÍ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/04/2015

Onde estão pagando R$ 1,10/litro? Aqui a Itambé paga na média é R$ 0,90/litro. A situação dos produtores de leite da região de Unaí é calamitosa, haja vista que estamos nas mãos daquela empresa. A tendência é que o produtor rural filiado à CAPUL Ltda, associada àquela cooperativa (que agora é uma empresa pertencente ao Grupo Friboi) nada pode fazer, também. Não temos concorrentes na região e acho que jamais teremos (lembrando que toda concorrência é salutar e possibilita maior democracia no mercado) e com isso todos estamos nas mãos de uma única empresa. Quando a Itambé era uma cooperativa os preços eram melhores, contudo, agora é a lei de mercado (oferta x procura).Ou seja, não se vislumbra melhores dias para o produtor de leite da Região de Unai. Lamentável!
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/04/2015

Prezado Juber Guido Maciel Filho

Agradeço o comentário.

também acho que existe cartel e ações do varejo para que o leite UHT fique num preço baixo para poderem fazer as "promoções".

O problema dessa ação continuada de "promoções" é que a Dona Maria acha que o leite UHT é um produto barato e então não aceita pagar mais porque acha que está sendo roubada se o preço foge das "promoções".

O que a Dona Maria não sabe é que quando compra o leite UHT por um preço muito baixo pode ser um leite de baixa qualidade, quando não fraudado e próximo do fim da validade.

Eu não torço para que muitas vacas leiteiras de boa genética irem para o gancho ( paradoxalmente as vacas ruins tende a ficar pois estão na mão de produtores extrativistas que não cuidam nem do gado nem da terra ) e para muitos produtores pararem de produzir ( provavelmente em termos de produtividade da média para cima, uma vez que para os extrativistas que produzem o "leite barato" o preço baixo é aceitável ). E no meu ver o mais provável de de acontecer é aumentar as importações e transferirmos trabalho e renda para outros paiíes.

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho
JUBER GUIDO MACIEL FILHO

INHAPIM - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 27/04/2015

Não tenho duvida que irão morrer muitas vacas este ano no Brasil e em outros países. No caso do Brasil por conta da seca que ocorreu e ocorre em algumas regiões e por conta do preço da @. Torço para que isto aconteça, desta forma quem for eficiente permanece no merca e colhe bons frutos posteriormente.
A dona Maria não aceita pagar caro no UHT, isso é um problema ! Existe cartel ! O produtor logo sofre consequentemente. O país esta em crise, e afeta o consumo. Os países importadores estão abarrotados de leite. Somando tudo, o quadro e este ai !
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/04/2015

Correção do comentário anterior:

1) O consumidor migrar para o leite pasteurizado ou para o leite em pó na proporção da oferta e dos preços destes produtos ( isso seria saudável para sanidade econômico financeira da cadeia produtiva );

Marcello de Moura Campos Filho
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/04/2015

Prezado Gustavo Esteves

Agradeço o comentário.

A produção média por vaca em lactação de 17 l/vaca/dia e 80% do rebanho em lactação são até altos para a realidade brasileira, cuja média deve estar bem abaixo disso. Se o seu laticínio tem média dos seus fornecedores acima desses números. parabéns, vocês devem estar fazendo um bom trabalho de capacitação de seus fornecedores ( que infelizmente não acontece na maioria dos casos ).

O valor médio de R$ 1,10/l para preço ao produtor para 2015 é o valor que acho que irá ocorrer se a indústria tiver percepção de que valores muito maiores em 2016 para ter matéria prima, talvez chegando a um preço médio de R$ 1,20/l.

O que venho dizendo é que o varejo e a indústria deveriam praticar preços para o leite UHT, realistas com relação aos custos atuais e margens necessárias de todos os elos da cadeia produtiva. de leite UHT, com preço do leite UHT com preços realista para todos o elos da cadeia, cair, significa que esse preço está acima do poder aquisitivo de parte significativa da população.

Isso poderia levar a duas situações:

1) O consumidor migrar para o leite pasteurizado ou para o leite em pó na proporção da oferta e dosldade econômico financeira da cadeia produtiva );

2) O governo subsidiar o consumo de leite UHT para a população de baixa renda.

O que não faz sentido é querer que a indústria e o produtor de leite subsidiem o consumo de leite UHT ( questões sociais tem que ser resolvidas pelo Governo e não pela iniciativa privada ), através de "promoções" e fraudes, que prejudica não só a indústria e o produtor de leite, mas principalmente o consumidor e o próprio País. que poderia deixar de ser importador de leite e lácteos e passar a ser exportador significativo para o mercado internacional, gerando mais trabalho e renda para a população.

É preciso mudar o que está aí, é preciso que o setor leiteiro deixe de ser o patinho feio da agropecuária brasileira.

Agora é loucuras imaginar que mudanças possam ocorrer se continuarmos fazendo as mesmas coisas do mesmo jeito.

Marcello de Moura Campos Filho
GUSTAVO ESTEVES

POÇOS DE CALDAS - MINAS GERAIS - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 27/04/2015

Ótimo levantamento..

Pensando no preço de R$1,10 ao produtor esse valor terá que ser repassado ao consumidor final, será que não teremos problemas de abaixar consumo principalmente pois em épocas de crise o supérfulo normalmente dimininui na compra.
Acredito que mercado de leite depende de preço agora eficiência depende de índices zootécnicos.
Dois números que vc citou Marcelo achei baixo litros por vaca e vacas em lactação.
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/04/2015

Prezado Marcos Scaldelai

Agradeço o comentário.

A sua resposta vai de encontro ao que suspeito: existe uma organização do varejo para impor um preço para o longa vida e esse produto pode está sendo usado como chamariz pela grande rede de varejo, que abusa de seu poder econômico e comercial .

A minha sugestão é que o ministério público, além de verificar os causos de fraude no UHT ocorridos, verifique também se não está havendo cartelização e abuso de poder econômico por parte das redes de varejo no sentido de impor um preço baixo demais para o UHT, causando prejuízo para a indústria e para os produtores de leite.

Será que esse abuso de poder econômico não é mola propulsora para as frequentes fraudes que ocorrem no leite UHT?

Está na hora de passar o Brasil a limpo, de acabar com organizações criminosas que existem por causa da impunidade. Penso que para o setor leiteiro uma verificação se não existe abuso de poder econômico e cartelização em algum elo da cadeia produtiva seria saudável. E para quem age dentro da ética e da lei essa verificação com certeza não preocupa, pois quem não deve não teme.

Marcello de Moura Campos Filho
MARCOS SCALDELAI

UBERLÂNDIA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 25/04/2015

Olá Marcelo
Já que pergunta eu te direi o que vejo, assim que alguma indústria tenta repassar preço é rejeitada e monitorada pelo setor. Sabem que se não está faturando logo concederá descontos. As contas vencem é o estoque vira moeda. Isso é um espiral que se fecha...
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/04/2015

Prezado Fenelon Piragibe

Agradeço o comentário.

Bom seria se os preços fossem regulados pela oferta e procura. Mas no mundo real, particularmente no setor lácteo, isso não acontece pela enorme diferença de poder econômico entre os agentes dos vários elos da cadeia produtiva. Acreditar que o preço dos lácteos é regulado apenas pela oferta e procura ao meu ver é quase como acreditar em Papai Noel ou contos da carochinha. Entendo que existe sim manipulação do mercado no que tange ao leite UHT, que fundamentalmente é o que determina o preço do leite aos produtores.

OP resultado é ruim, e por isso que quem faz a conta direito e pode, como você, acaba deixando a pecuária leiteira e indo para outra atividade.

A manipulaçãodo mercado é ruim para o setor leiteiro nacional, pouco produtivo e competitivo, incapaz de atender as necessidades do mercado interno e gerar excedentes para se tornar um exportador significativo de leite e lácteos.

Se o preço do leite UHT para cobrir o custo de produção e assegurar margem para os envolvidos para a fosse rea,l o leite pasteurizado não teria praticamente acabado, representando menos de 10% do leite fluido. As "promoções" e as fraudes que acontecem no leite UHT parece indicar a ação para assegurar um mercado irreal para esse produto, que sem isso talvez tivesse uma participação bem menor no mercado de leite fluido.

Nunca passou pela minha cabeça determinar margens para os vários elos da cadeia, mas convenha que nem relógio trabalha de graça. O que digo é que a falta margens adequadas para alguns setores da cadeia fragiliza toda a cadeia. Uma a força de uma cadeia produtiva é limitada pelo seu elo mais fraco, no caso do leite a pecuária leiteira. É por isso que o setor leiteiro é o patinho feio da agropecuária brasileira. Se no setor leiteiro continuarmos fazendo as mesmas coisa do mesmo jeito nem em 100 anos o setor leiteiro nacional será um setor forte.

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho
FENELON PIRAGIBE

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/04/2015

Prezado Marcelo,

Sou economista e produtor de leite no Vale do Paraíba - SP

Acredito integralmente que o preço de qualquer produto, principalmente commodities, é determinado somente pela força do mercado, ou seja, muita oferta: preço cai, muita procura: preço sobe.

É totalmente utópico, e até infantil, querermos determinar preços e margens aos agentes da cadeia (varejo, laticínios, produtores....), Todos, sempre, estarão na busca incansável de melhorar suas margens através de melhores preços e menores custos. Esta busca gera conflitos de interesses em cada etapa da cadeia produtiva, incluindo aí a distribuição. Assim é a regra deste e de todos os outros negócios.

Infelizmente o mercado irá se ajustar, naturalmente, com a redução da oferta do leite pelos produtores, indústria e varejo, que com estes preços atuais não conseguem cobrir os custos de produção, industrialização e distribuição, o que irá, a médio prazo, causar o aumento destes preços com a demanda não atendida pela redução da oferta...e assim sucessivamente, na busca do equilíbrio entre a oferta e a demanda, gerando um gráfico na forma senoidal.

Concluindo este comentário, agora sob a espada que paira sobre nós, produtores, não me resta outra alternativa, analisando estes dados, a não ser iniciar minha saída deste mercado migrando, gradativamente, minha propriedade para a produção de outras commodities que não seja o leite e seus derivados.´

É uma pena porque é lúdica uma propriedade voltada para produção de leite...mas hoje não é viável manter esta atividade, mesmo que seja pela sua poesia.

Abraços,

Fenelon Piragibe
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/04/2015

Prezado Sidney Lacerda Marcelino do Carmo

Agradeço o comentário.

Se a indústria importa muito leite quando os preços no mercado internacional despencam, prejudica a regulação de nosso mercado e é ruim para o fortalecimento do nosso setor leiteiro. Será que fazem isso para aumentar um pouco a margem que lhes é solapada por imposição de um preço pelas redes de varejo? Uma outra pergunta: o leite reidratado não deveria ter embalagem marrom, diferenciada?

No meu entender a situação da Nova Zelândia é completamente diferente da nossa, pois o consumo interno é desprezível perto da oferta elevada que é destinada para a operação. Aqui temos um mercado muito grande e geralmente a oferta não atende às necessidades internas e, há muitas décadas importamos leite para suprir o que falta. Deveríamos nos preocupar que a nossa oferta atendesse ao mercado interno com leite de qualidade e sobrar excedentes para que pudéssemos nos tornar exportadores significativos.

Muitas vacas estão indo precocemente para o abate em função do prelo do leite na realidade atual muitas vezes nem cobrir o custo de produção, e o pior, estão indo vacas de genética boas, pois as de genética ruim, que estão na mão de produtores extrativistas, para os quais os preços podem estar interessantes porque não cuidam adequadamente nem de suas vacas nem do solo de suas propriedades. Considerando que o abate de boas matrizes pode ser grande, no meu entender, por isso se o preço que a indústria pagar em 2015 não cobrir a realidade de custos desse ano, em 2016 teremos dificuldades pois a oferta deve se reduzir significativamente.

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho
SIDNEY LACERDA MARCELINO DO CARMO

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 25/04/2015

Prezados,

A própria indústria cavam suas sepulturas e atrapalham todo setor primário, isto porque, é só verem o preço baixo no cenário internacional de leite em pó que começam a enxurrado de leite UHT proveniente deste leite importado. Vejam a Nova Zelandia só vendem leite e nao importam, ou seja, as indústrias nao deixam o mercado regular. E podem ter certeza muitas vacas já foram para o abate e continuarao a ir porque uma vaca mais velha hoje vale mais no corte do que no leite.
MARCELLO DE MOURA CAMPOS FILHO

CAMPINAS - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 25/04/2015

Prezado João

Agradeço o comentário.

Não sei dizer qual o preço que o produtor deveria receber para que possa exercer sua atividade de forma economicamente viável, mesmo porque isso depende da realidade de cada produtor. Só posso dizer que esse preço deveria cobrir os custos de produção e assegurar uma margem de ganho para o produtor, e pelo que sei, dentro da realidade atual isso não está acontecendo pelo menos para a maioria dos produtores que produzem um volume significativo de leite.

Abraço

Marcello de Moura Campos Filho

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