O búfalo é considerado uma das espécies domesticáveis de maior docilidade, sendo uma excelente opção para pequenos e grandes pecuaristas. O búfalo é originário do continente Asiático, com localização geográfica entre os paralelos 2° Sul e 31° Norte e da linha equatorial, abrangendo as zonas Tropical e Temperada. Por consequência de sua origem, os búfalos se adaptam com maior facilidade às condições ambientais do clima tropical, como a melhor capacidade de digestão das forrageiras com altos níveis de fibra. Sua origem é responsável por características fisiológicas que tornam a espécie bubalina como aquela que se adéqua com maior facilidade à produção de alimento nas áreas em desenvolvimento.

De acordo com informações da Associação Brasileira de Criadores de Búfalos (ABCB) e também de literaturas sobre o tema, a espécie bubalina foi introduzida na região Norte do Brasil no final do século XIX e importações posteriores para outras regiões permitiram que os búfalos se estabelecessem em todos os estados da Federação. Informações detalhadas a respeito da história dos búfalos no Brasil também podem ser encontradas no sita da ABCB (www.bufalo.com.br).

A espécie bubalina é capaz de produzir carne, leite e tração com notáveis qualidades que a diferencia das demais espécies quanto aos produtos similares até então conhecidos. A população bubalina cresce em muitos países em função do alto valor pago pelo leite em razão de seu rendimento na indústria láctea e maior valor de seus derivados. Também a carne de búfalo é um produto diferenciado que tem procura crescente em todo o mundo sendo esta uma razão adicional para que os pecuaristas invistam nesta atividade.

Apesar de sua grande docilidade e adaptabilidade às condições naturais do Brasil para expressar o seu potencial produtivo, os búfalos domésticos (Bubalus bubalis) que vieram da Ásia eventualmente são confundidos com búfalos selvagens (Syncerus cafer cafer) que são da África e apresentam aparência semelhante aos búfalos domésticos.

No Brasil, ainda existem muitos mitos sobre os búfalos como, a dificuldade de contenção, a ordenha, a resistência a doenças, a docilidade e, principalmente, em relação ao seu manejo produtivo e reprodutivo. Contudo, sabe-se que em algumas situações a produção de leite de búfala é mais fácil que a produção de leite de vaca. Em função da alta demanda de leite de búfalos e também da sua remuneração, que em média é 50% superior ao do leite da vaca, nos últimos anos várias instituições de pesquisa e empresas privadas destinaram a atenção e recursos para desenvolver conhecimento específico para os búfalos e, como resultado disto, temos hoje a capacidade de utilizar com eficiência todas as tecnologias existentes para os bovinos também em rebanhos bubalinos.

Assim como as práticas sanitárias para prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças estão bem estabelecidas, os conhecimentos em reprodução, ordenha, contenção e industrialização do leite da búfala também estão consolidados e disponíveis para todos.

Em função da grande capacidade de ganho de peso dos búfalos e da qualidade da carne destes animais, hoje existe também uma grande demanda para os bezerros machos bubalinos após a desmama, que representam uma importante fonte de renda adicional para novos investimentos dentro do sistema de produção de leite.

Eu e a Equipe MilkPoint convidamos vocês para participar deste novo Radar Técnico sobre Bubalinocultura de Leite e conhecer mais sobre todos os aspectos que envolvem a produção de leite e o mercado relacionado, assuntos que serão amplamente discutidos nos próximos artigos.

Nos encontraremos em breve!!!