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Língua azul em ruminantes domésticos: desmitificando a doença

POR MÁRIO BALARO

E FELIPE ZANDONADI BRANDÃO

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/08/2013

14 MIN DE LEITURA

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Introdução

A Língua Azul (LA) é uma doença viral infecciosa, não contagiosa dos ruminantes, camelídeos e ocasionalmente, dos cães, cujos insetos transmissores são conhecidos como "mosquito pólvora" ou maruins. As manifestações da doença vão desde inaparente até fatal, dependendo do tipo de vírus envolvido, da espécie, da raça e idade do animal acometido. A língua azul normalmente ocorre quando espécies sensíveis são introduzidas em áreas com circulação viral ou quando o vírus é introduzido nas populações de ruminantes não expostas anteriormente. As perdas mundiais econômicas devido à LA não foram expressas em números exatos, mas a estimativa é de três bilhões de dólares por ano nos Estados Unidos. As perdas são tanto diretas (óbitos, abortamento, perda de peso, produção de leite reduzida e queda na eficiência da produção de carne) quanto, o mais importante, indiretas, como resultado das restrições à exportação de animais vivos, sêmen e hemoderivados.

Figura 1 - Ovino apresentando inchaço e vermelhidão de face



História da doença no Brasil

O Brasil e Argentina são os únicos países na América do Sul onde o vírus da Língua Azul (VLA) foi isolado. Ao contrário do ar exótico da doença, ao ouvido de muitos, diversos estudos vêm demonstrando a presença de anticorpos contra o VLA em rebanhos bovinos, caprinos e ovinos ao redor do país. O primeiro caso de isolamento do VLA foi em bovinos zebu, em quarentena na Flórida (EUA), importados do Brasil em 1980. Posteriormente, em 2001, o Panaftosa isolou o vírus a partir do surto em ovinos e caprinos no Paraná. Mais recente, em 2009, o Rio Grande do Sul, relatou um surto em ovinos. O último surto relatado ocorreu há quatro meses numa propriedade de ovinos no Rio de Janeiro.

Bem, ao pensarmos que a base do gado zebuíno veio da Índia que já lida com a doença há mais de 50 anos; associado a falta de exames na importação de animais e sêmen, podemos imaginar a disseminação desse vírus e o seu reposicionamento como endêmico em diversas regiões do Brasil.

Figura 2 - Ovino apresentando inchaço submandibular. Bem similar ao observado em casos de verminose



Epidemiologia

A doença não é incriminada como zoonose, até o momento. A espécie ovina é a mais susceptível de desenvolver o quadro clínico, quando comparado aos outros ruminantes. Dentre os ovinos, algumas raças europeias especializadas para lã fina e corte são mais susceptíveis do que raças tropicais a subtropicais, como a Santa Inês e Morada Nova, por exemplo.

A doença não é contagiosa e muito pouco vírus é encontrado em secreções e excreções de animais infectados como aerossóis, tecidos de órgãos, carcaças e produtos (leite, carne e lã). Deste modo, eles não possuem importância como fonte de transmissão, assim como equipamentos ou pessoas. Como o vírus não sobrevive fora do vetor e hospedeiro, procedimentos de descontaminação ambiental, teoricamente, não são necessários.

A principal forma de transmissão da doença, entre os animais, ocorre por meio dos mosquitos pólvora (dípteros do gênero Culicoides). O mosquito se contamina com o vírus ao picar animais infectados e tem condições de transmitir a doença pelo resto da vida (até 90 dias). As fêmeas colocam seus ovos em zonas com bastante umidade e matéria orgânica como barro, charques, fezes de animais, restos vegetais, etc. Os novos mosquitos podem, dependendo das condições ambientais, surgir em torno de 15 dias com clima propício contra até 7 meses em ambientes desfavoráveis.

Figura 3 - Infecção oportunista na boca.



Agulhas contaminadas e agentes biológicos como piolhos, carrapatos e moscas podem atuar como vetores mecânicos do vírus. A transmissão intrauterina (mãe-prole), por feridas na pele, colostro e placenta contaminada também é descrita. No âmbito reprodutivo, o sêmen fresco ou congelado e os oócitos e embriões também possuem potencial para infecção caso o reprodutor ou matriz sejam coletados no momento em que estiverem com o vírus na circulação sanguínea.

Sinais clínicos da doença

Após a picada do mosquito e infecção pelo vírus, o ovino começa a apresentar sinais clínicos cerca de 7 dias. O primeiro sinal clínico é a febre que, no início, pode chegar até 41-42ºC, permanecendo em estado febril por cerca de 4 a 8 dias. Concomitantemente, nos casos leves, podem surgir sinais de: vermelhidão de mucosa da boca e narina, lacrimejamento, secreção nasal, salivação, inchaço e petéquias de face, língua e lábios. Nos casos moderados, os sinais evoluem para escoriações e erosões de lábios e boca, hemorragias e lesões oportunistas bacterianas gerando o hálito fétido. O inchaço intenso de língua e cianose também podem ser encontrados nesta fase (o qual fornece o nome da doença, língua azul).

Figura 4 - Morte devido ao edema pulmonar com grande quantidade de espuma saindo das narinas



Nos casos graves, o animal perde o apetite e tem parada ruminal com diarreia sanguinolenta, fraqueza progressiva e óbito. Em casos superagudos, geralmente fatais, ocorre intenso acúmulo de líquido no pulmão com presença de espuma saindo das narinas e o animal vem a óbito. Após o período febril, surgem os sinais no sistema locomotor, onde aparece vermelhidão na banda coronária do casco e inflamação posterior, que leva a manqueira e arqueamento do animal. Nesta etapa ainda podem ocorrer lesões musculares que, se localizadas no músculo do pescoço, podem gerar torcicolo. Quando o processo crônifica, a morte pode ocorrer devido a pneumonia secundária bacteriana e exaustão. Ao suspeitar que a doença já atingiu o rebanho, um bom sinal que o produtor pode procurar esta presente nos cascos dos animais. Como o vírus agride a região inicial de formação do casco (banda coronária), até 4-5 meses após a infecção, pode-se detectar uma linha escura paralela às linhas de crescimento do casco. E esta, possui uma relação cronológica com a presença do vírus no animal. Quanto mais distante da interseção pele/casco e proximidade das pinças, mais meses se passaram desde o contato com o agente infeccioso.

Em carneiros, pode ocorrer a inflamação e hemorragias pontiformes da bolsa escrotal, assim como a inflamação do epidídimo e degeneração dos testículos. A queda na fertilidade, nos reprodutores, pode ser perceptível por até 90 dias. A infecção em ovelhas gestantes pode levar ao abortamento, mumificação fetal e o nascimento de cordeiros fracos com potenciais defeitos congênitos como hidrocefalia, cistos cerebrais, displasia da retina.

Figura 5 - Pulmão de ovino que veio a óbito



De um ponto de vista econômico, além da perda de lã, as lesões da musculatura são provavelmente as mais importantes alterações causadas pela Língua Azul, uma vez que estão normalmente associados com a perda bruta de condição corporal, fraqueza, lentidão e um período de recuperação prolongado.

Os sinais clínicos em bovinos são raros e geralmente estão limitados a uma resposta febril transitória, aumento da frequência respiratória, lacrimejamento e salivação aumentada, rigidez e alterações inflamatórias na pele. Alterações reprodutivas como abortamentos e nascimento de filhotes com hidroencefalia também é relatado. Os caprinos são considerados resistentes à doença, e quando os sinais clínicos ocorrem, os mesmos são semelhantes aos apresentados por ovinos, incluindo abortamento, parto prematuro, cabritos fracos e quebra no leite. Entretanto, a fase de convalescença prolongada devido a fraqueza secundária por lesões musculares ainda não foi descrita.

Na necropsia são evidenciadas alterações ao longo do trato digestivo, respiratório e linfático como hemorragias, petéquias e erosões devido a ação do vírus sobre o sistema circulatório. A hemorragia encontrada na base da artéria pulmonar, muitas vezes, é considerada como sinal característico da doença. Na musculatura esquelética pode ser detectada necrose e degeneração de fibras musculares (principalmente região do pescoço).

Figura 6 - Fezes moles com presença de estrias de sangue



Figuras 7 e 7.1 - Linha no casco, marca a inflamação antiga na região coronária. Detalhe para o descolamento da porção final do tecido córneo na imagem à direita






Diagnóstico


A Língua Azul faz parte da lista de doenças vesiculares do Ministério de Agricultura e, sob suspeita clínica, deve ser notificada para o Órgão de Defesa Animal do município, caso contrário o médico veterinário é passível de advertência. Deve ser feito o diagnóstico diferencial para dermatite pustular infecciosa, varíola ovina, hemoncose aguda, salmonelose, fotossensibilidade hepatogênica (plantas tóxicas e micotoxinas), poliartrite, aftosa, ectima contagioso, peste dos ruminantes, pneumonia, distrofia muscular nutricional (DMN) associada à deficiência de selênio e vitamina E.

A nossa experiência profissional com a língua azul têm demonstrado a semelhança dos sinais clínicos da doença principalmente com a verminose, planta tóxica (ex. coerana/Cestrum sp.) e pneumonia. Ou seja, doenças comumente relatadas no campo. Deste modo, acreditamos que a língua azul seja subdiagnosticada.

O diagnóstico laboratorial é realizado pela detecção de: (1) anticorpos específicos contra o vírus, (2) detecção de partículas do vírus e (3) isolamento do vírus. Os exames sorológicos podem detectar a exposição anterior ao VLA, mas não conseguem estabelecer se o animal encontra-se em estado recente com o vírus no sangue. Informação esta, importante na tomada de decisões para o trânsito animal.

Para identificação e isolamento viral no período de viremia (vírus no sangue), deve-se coletar amostra de sangue total (tubo de tampa roxa com EDTA ou tubo de tampa verde com heparina) para análise. No caso do óbito e realização da necropsia, deve-se coletar fragmentos de baço, pulmão, tonsilas e linfonodos pré-escapular, mesentéricos, poplíteos e ilíacos. Se o animal vier a óbito após o período de viremia, os órgãos de eleição para coleta são o baço e linfonodos citados anteriormente.

Figura 8 - Prejuízo no desenvolvimento ponderal de cordeiros. Animal à direita afetado pela Língua Azul.



Tratamento

Não existem tratamentos específicos. Nos animais doentes com lesões pulmonares, pode ser adotado o uso de antibióticos visando a prevenção de infecções bacterianas secundárias. Os animais afetados devem ser retirados da exposição direta ao sol, pois a mesma agrava as lesões de pele no quadro clínico. Os mesmos também devem ser isolados dos demais e serem tratados com repelentes para se evitar a picada de mosquitos. Deve ser ofertado capim ou feno de boa qualidade, água e sal mineral à vontade. Como complementar na terapia pode ser utilizada vitamina ADE injetável, sulfato de Cobalto ou Cloreto de Cobalto associado à Vitamina B12 e o Sulfato de zinco. No caso de animais muito debilitados, sem apetite e parada ruminal persistente, pode ser preconizado a transferência de suco de rúmen para tal.

Controle

A Língua azul é uma doença de notificação obrigatória para a Organização Internacional de Sanidade Animal – OIE, e deve ser realizada em até 24 horas após diagnóstico da doença. O controle deve ser baseado em ações integradas envolvendo o vetor, o hospedeiro e o ambiente.

Com relação ao vetor, mosquito-pólvora, sua erradicação é muito difícil. Assim, medidas como evitar pastagens úmidas baixas, confinar os animais no final da tarde até o início da manhã (atividade crepuscular e noturna do mosquito), realizar a tosquila no início do verão para os animais já terem um pouco de lã no final do verão (quando geralmente aparece a doença) e uso de repelentes são indicados. Inseticidas e larvicidas, sob autorização, também podem ser utilizados na propriedade. A aplicação de cal, embaixo do aprisco e no local onde ficam as fezes acumuladas na propriedade, também é importante para diminuir o número de novos mosquitos no ambiente.

Para controle no hospedeiro deve-se ter em mente: (1) a importância do bovino na manutenção e propagação do agente viral devido ao maior período com o vírus viável no sangue; (2) quarentena e controle do trânsito de ruminantes em zona infectada; (3) inquérito sorológico na região de risco e acompanhamento dos animais nascidos com relação a quadros clínicos ou soroconversão; (4) cuidado no uso de biotecnologias da reprodução, ou seja, utilizar sêmen de animais saudáveis e empresas idôneas. Ao se trabalhar com Transferência de embriões, deve-se agir de acordo com as normas da Associação Internacional de tecnologia de embriões - IETS; (5) consciência das formas de transmissão por via transplacentária e ingestão de colostro e placenta contaminada; (6) acompanhando da infecção dos cordeiros, após queda de anticorpos do colostro, e outras matrizes negativas em lotes comunitários; (7) uso de agulhas descartáveis e no caso de reutilização de materiais perfuro cortantes realizar a correta limpeza e desinfecção prévia; (8) a vacinação é uma excelente ferramenta de controle em regiões endêmicas, e é o carro chefe no controle da doença. Os cordeiros recebem a imunidade adquirida através do colostro que dura até cerca de três meses, desta forma, é importante a vacinação após este período; (9) não há justificativa de abate dos animais infectados ou expostos. O sacrifício apenas deve ser preconizado por questões de bem-estar animal comprometida.

Para controle ambiental, é necessário evitar ou drenar aguadas, assim como evitar áreas ricas em matéria orgânica; destinar as fezes para esterqueiras; plantio de repelentes naturais, como a citronela, ao redor das instalações dos animais e evitar correntes de vento extensas na propriedade utilizando-se de quebra-ventos naturais como árvores e arbustos.

Considerações finais

A presente revisão objetivou alertar os produtores, técnicos e médicos veterinários no campo e os órgãos de defesa animal para a elaboração e divulgação de material técnico-educativo relativo a doença, a fim de esclarecer os sintomas, diagnóstico e gravidade da mesma. Em associação, deve-se ter em mente a necessidade de um programa de vigilância entomológica e sorológica permanente associado a um efetivo plano de contingência para a doença, particularmente à luz das recentes mudanças na distribuição global, natureza da infecção e impacto na produção animal causado pelo vírus da língua azul.

Literatura consultada

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MÁRIO BALARO

Médico Veterinário da Universidade Federal Fluminense. Doutorando em Clínica e Reprodução Animal. Experiência em produção e sanidade de pequenos ruminantes. Vice-coordenador do Grupo de Estudo, Pesquisa e Extensão em Caprinos e Ovinos - GEPECO

FELIPE ZANDONADI BRANDÃO

Professor Associado I da Faculdade de Veterinária da Universidade Federal Fluminense. Tem experiência na área de Reprodução Animal, com ênfase em Pequenos Ruminantes. Coordenador do Grupo de Estudo, Pesquisa e Extensão em Caprinos e Ovinos - GEPECO.

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MÁRIO BALARO

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PESQUISA/ENSINO

EM 08/04/2015

Olá Lucas, boa noite.



O posicionamento do MAPA não é em desacordo da fabricação da vacina no Brasil, e sim contra a importação da mesma oriunda de outros países. O Ministério da Agricultura possui diversos comitês técnicos para consultaria quando necessário. Segundo os técnicos consultados, a vacina inativada europeia (já consolidada) poderia não ter eficácia comprovada sob as condições locais e com isso seu uso seria ineficaz. Sob essa alegação, o Ministério da Agricultura forneceu o parecer negativo sobre a importação da mesma (Nota técnica DSA no 77/2013) e não abriu margens para maiores discussões a respeito do tópico. Na época, por demanda da Câmara Setorial de Caprinos e Ovinos visando segundas opiniões, chegou a ocorrer um debate com outros técnicos em reunião oficial em Brasília, todavia infrutífera.  Em suma, Lucas, o assunto esfriou e "a pedra no meio do caminho" foi pulada ou, até mesmo, enterrada. Eu acredito que matérias técnicas da Língua Azul como esta que você leu no FarmPoint são de extrema importância para o esclarecimento dos agentes envolvidos no setor. Apenas a partir do conhecimento da doença, é que se pode chegar a uma suspeita e possível diagnóstico no campo. Além disso, mais estudos epidemiológicos e clínicos são necessários por todo país para averiguarmos a verdadeira extensão e impacto deste vírus sob o plantel. Talvez, num futuro não tão distante, conseguiremos publicar e divulgar novos estudos que venham a esclarecer esses fatos e que possam servir de alicerce na homogeneização de pensamentos e ações da comunidade científica e, por fim, do MAPA.



Tão logo quanto possível, irei fazer uma compilação de novos dados oriundos do nosso grupo de pesquisa e outros estudos afins para disponibilizar neste ou em novo tópico aos leitores.  



Fico à disposição para quaisquer mais dúvidas a respeito da temática.



Abraços,

LUCAS FREIRES ABREU

MINEIROS - GOIÁS - ESTUDANTE

EM 08/04/2015

Olá meus amigos, sou academico de veterinaria e estou fazendo um trabalho justamente sobre esta doença, mas uma pergunta que nao quer calar, me desculpe a ignorancia se há houver a resposta em meio ao post, mais o Porque ???? do MAPA, nao aceitar fabricar a vacina no nosso pais ?
FELIPE ZANDONADI BRANDÃO

NITERÓI - RIO DE JANEIRO - PESQUISA/ENSINO

EM 08/12/2014

Agradeço o Prof. Driemeier pelo comentário!



Infelizmente este não é pensamento do MAPA.
DAVID DRIEMEIER

PORTO ALEGRE - RIO GRANDE DO SUL - PESQUISA/ENSINO

EM 08/12/2014

Parabéns  pela matéria dos autores. Está na hora de ter vacina contra língua azul, mosquito não tem divisas. Bovino é o principal portador
FREDSON VIEIRA E SILVA

JANAÚBA - MINAS GERAIS - DISTRIBUIÇÃO DE ALIMENTOS (CARNES, LÁCTEOS, CAFÉ)

EM 09/06/2014

Parabéns pelo trabalho. Muito bom...
PEDRO PORTO

VASSOURAS - RIO DE JANEIRO

EM 06/05/2014

  O MAPA,  sob a direcao de saude animal de Guilherme marques, vai afundar os pecuaristas, a comecar pela, "Vaca Louca" e terminar na Limgua Azul dentro da minha propriedade.

Estamos vivendo um momento inedito na agropecuaria nacional denominado:

"A OMISSAO DITATORIAL", onde tudo esta uma maravilha (livre de todas as enfermidades), porem so pra ingles ver! so que os ingleses, nao sao mais "ingenuos", e ja estao comecando a ver as coisas de outra forma.

E melhor prevenir do que remediar... estamos denunciando uma situacao seria da doenca da Lingua Azul, e nada esta sendo feito, e nem deixando o orgao estadual RJ fazer (perifoco, pesquisa, nada). So sabem fazer censura , omitir os fatos reais, mas a verdade vira... e todos vao tomar conhecimento da situacao atual da Lingua Azul.

Parabens mais uma vez a todos os que estao trabalhando para solucionar o problema da Lingua Azul em nosso pais (imprensa, veterinarios, colaoradores, tecnicos da DSA RJ).
PEDRO PORTO

VASSOURAS - RIO DE JANEIRO

EM 06/05/2014

Descobertas de pesquisas desenvolvidas durante 30 anos de estudos pela Escola de Medicina Veterinária da Universidade da Califórnia (UC) Davis e um consórcio internacional de pesquisas sugeriram que partes dos Estados Unidos podem com o tempo ser declaradas como livres da doença da "língua azul", uma enfermidade vital que tem impactos significantes na indústria de produção animal.

E em nosso pais de "primeiro mundo", nao temos se quer um calculo do impacto economico provocado pela doenca.

E melhor achar que estamos livres da doenca, e conviver com os "pifios" resultados que temos em nossa "inesistente" ovinocultura.

O brasileiro tem o desgoverno que merece.
PEDRO PORTO

VASSOURAS - RIO DE JANEIRO

EM 06/05/2014



Os países da União Européia (UE) apoiaram a ampliação para 152 milhões de euros (US$ 195,95 milhões) - com relação aos 136 milhões de euros (US$ 175,32 milhões) atuais - do orçamento para os planos de vacinação de ruminantes contra a febre catarral ovina, conhecida como doença da língua azul.



Esta decisão, tomada no Comitê Permanente da Cadeia Alimentar da UE, determina fundos adicionais para Espanha, Dinamarca, França, Holanda e Portugal, que têm modificado suas medidas pela expansão da doença.



O co-financiamento para os planos de cada país dependerá de seu gasto real nas vacinações, que comunicarão à Comissão Européia em março de 2009. A UE cobre 100% do custo das vacinas e 50% dos custos de sua administração. Os países da UE decidiram, assim, aumentar a vacinação preventiva em zonas de "baixo risco" onde o vírus da doença da língua azul não circula.



Até agora, a UE não tem estimulado a imunização dos animais em zonas onde não se tinha detectado o vírus, mas as experiências das últimas campanhas mostram que se deve ampliar a vacinação a estas áreas de menor risco. Desta forma, os animais estarão protegidos contra o movimento incontrolado do gado procedente de zonas onde houve focos da doença; as restrições comerciais aos animais vacinados em áreas de baixo risco serão limitadas.



O Comitê respaldou também o co-financiamento de planos de vacinação na Suécia e na Áustria, onde se confirmou a doença pela primeira vez na segunda metade de 2008
MÁRIO BALARO

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PESQUISA/ENSINO

EM 29/04/2014

Bem, o ano virou e chegou 2014.



Em meados de fevereiro voltamos a ter problemas com a doença no meio da parição. Entretanto, agora, sabíamos com o que estávamos lidando e graças ao tratamento intensivo e alguns medicamentos, na hora certa, perdemos apenas dois animais. O interessante foi o fato de alguns ovinos, já soropositivos e protegidos do provável BTV-4, terem adoecido. Assim, pensando num possível sorotipo viral novo na região e para maior elucidação do caso, pedimos para a Secretaria de Defesa Animal do Estado a organização de um novo inquérito no peri-foco (na época certa desta vez). Todavia, houve uma reunião do Estado com o MAPA e a realização do peri-foco não foi liberado sob alegação da doença já estar controlada e não ter outros alertas da mesma vindo de outros produtores. Neste ponto, é importante frisar que, até o momento, o produtor afetado continua interditado para trânsito animal e essa medida tem bloqueado as vendas de cordeiros machos desmamados que eram destinados a terminação em propriedade próxima, e não ao frigorífico diretamente. O mesmo contratempo ocorre para descarte de matrizes. Até o momento, a condição laboratorial proposta para desinterdição está em dois resultados seriados negativos mensais para a PCR no rebanho, assim como a ausência de quadro clínico no local. Será difícil atendermos o quesito laboratorial de PCR em vista que a cada seis meses nascem cordeiros e estes vão ficando susceptíveis a doença após os três meses, sendo os responsáveis pelos PCR positivos (mesmo que assintomáticos) que sustentam a interdição. Ai vamos para a primeira reflexão, se o MAPA alega que a doença é endêmica na Nota técnica a respeito do foco, porque utiliza esse critério de interdição. Não sabemos... A única coisa que temos conhecimento é que o produtor continua interditado há mais de um ano, sofrendo produtiva e economicamente com a doença e sem respostas ou soluções concretas pelo órgão responsável pela sanidade animal no País.



Segunda reflexão... Se você fosse produtor ou técnico responsável de uma propriedade afetada pela doença, alertaria aos órgãos competentes após um exemplo deste? Como manter suas convicções e valores? O segredo? Continuar lutando...



Fico à disposição para maiores esclarecimentos em outros âmbitos da doença.



Abraços,
MÁRIO BALARO

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PESQUISA/ENSINO

EM 29/04/2014

Boa tarde Maximiliano,



Antes de responder sua pergunta, gostaria de fazer uma retrospectiva do que ocorreu ano passado.



A propriedade em questão, atingida, objetiva a produção de produtos lácteos ovinos e cordeiros machos pra corte. O surto de língua azul foi detectado no final de fevereiro. A Defesa tomou ciência do mesmo e interditou a propriedade para trânsito de animais e seus produtos (leite, carne, lã etc). Na mesma época foi realizado um inquérito sorológico e PCR em que foi constatado grande número de animais soropositivos e alguns com PCR positivo (presença de RNA do vírus no sangue). Foi detectado o BTV-4 no local. Neste meio tempo perdemos algumas matrizes no peri-parto por insuficiência respiratória aguda (edema pulmonar) e alguns cordeiros por debilidade progressiva. Na época, todo o lote de ovelhas atingido saiu da linha de ordenha (quebra de 80% no leite) e permaneceu apenas com cordeiros lactentes. No desmame, o peso dos cordeiros foi abaixo da média da propriedade. Aos 3 meses, os cordeiros começaram a ser afetados pela doença (queda de AC maternais) e co-morbidades (diarreia, pneumonia, verminose) oriundas da mesma. Assim, o desempenho ponderal até o abate aos 6 meses foi péssimo. A Defesa realizou o peri-foco em junho (inverno), cinco meses após o início o surto na propriedade. Como resultado, veio quase 100% de bovinos sororeativos nas regiões circunvizinhas, porém nenhum animal estava com PCR positivo. Como o peri-foco foi feito fora da estação em que a doença ocorre, não pudemos interpretar estes resultados como se o vírus estivesse acabado de chegar na região e afetado os ruminantes ou se ele já circulava no local períodos anteriores ao surto em fevereiro. Em Agosto, a propriedade foi desinterditada parcialmente sendo liberada de comercializar os produtos animais. Porém, o trânsito animal continuou impedido. No segundo semestre do ano, fora da estação das chuvas (verão), a situação sanitária voltou a se normalizar na propriedade. Tivemos uma boa parição, produção de leite e desempenho ponderal dos cordeiros. De conhecimento que a doença é sazonal, alertamos ao MAPA e pedimos a liberação da importação de uma vacina inativada espanhola contra o BTV-4 (BlueVac) para proteger os futuros animais nascidos na propriedade em vista da presença do vírus na região. O MAPA alegou que o foco estava controlado, não havia maiores intercorrências com a doença no peri-foco e não iria permitir a vacina, pois não se tinha conhecimento se a mesma seria eficaz ou segura (mesmo sendo uma vacina inativada com controle de qualidade europeu).
PEDRO PORTO

VASSOURAS - RIO DE JANEIRO

EM 28/04/2014

    Boa noite Maximiliano!

Sua resposta sera respondida pelo Dr. Mario Balaro. Forte abraco, Pedro.
MAXIMILIANO FONTOURA

CACHOEIRA DO SUL - RIO GRANDE DO SUL

EM 28/04/2014

Gostaria de saber a situação atual da propriedade, se ainda esta interditada e se continuam os casos clínicos?
DEMIR

MAMBAÍ - GOIÁS - OVINOS/CAPRINOS

EM 22/12/2013

boa tarde  como q eu faço pra  se o ouvino ta com verme  olhando no olho dele devido a coloraçao o olho.
MÁRIO BALARO

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PESQUISA/ENSINO

EM 10/09/2013

Olá Dra. Veríssimo,



É isso ae! Estamos aqui para divulgar o conhecimento e discutir com os agentes envolvidos no setor em busca de uma solução comum.



Abraços!
CECÍLIA JOSÉ VERÍSSIMO

NOVA ODESSA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 09/09/2013

Gente... é muita informação!!! Parabéns aos autores por nos alertar sobre a ocorrência desta doença de forma extremamente didática, e, mais uma vez, ao farmpoint por propiciar esta maravilhosa (e espero que produtiva), discussão do ponto de vista de atitudes do MAPA e de outros órgãos de Defesa Sanitária Animal, como o CDA da SAA-SP, quanto às atitudes a tomar frente ao aparecimento da doença.
PEDRO PORTO

VASSOURAS - RIO DE JANEIRO

EM 29/08/2013

Parabens mais uma vez ao Dr. Mario Balaro, que redige e explica sua nota com documentos para tal. Esta na hora do brasileiro perder esta mania de opinar em assuntos da mais "altissima" importancia para a pecuaria nacional, se embasando em dados de 2002, ou literatura tambem ultrapassada. Estamos na era digital, e como tal as enfermidades, assim como seus medicamentos, vem se aperfeicoando com muita rapidez, como a luz na fibra otica. Lingua Azul ontem, tinha 24 sorotipos, hoje ja sao 26.A vacina ontem era fabricada com o virus vivo (primeira geracao), hoje ja e fabricada com virus "INATIVADO",ou para os leigos, 'virus morto", comprovadamente nao trazendo nenhum risco para o rebanho.

So gostaria de pedir uma coisa: antes de opinarem, ou trazer ajuda para este problema que e de todos nos, acessem a internet e procurem por dados atuais de ultima hora, pois so assim nos poderemos juntos combater e controlar este mal, que afirmo e assino: E O MAIOR ENTRAVE PARA A "OVINOCAPRINOCULTURA" NO BRASIL, e a gente, nem conhece esta doenca!

Obrigado pela atencao.

Segue link de materia publicada no jornal ODIA RJ, segunda folha e pagina inteira.

https://odia.ig.com.br/noticia/rio-de-janeiro/2013-08-27/doenca-rara-transmitida-por-mosquito-ameaca-rebanhos.html
MÁRIO BALARO

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PESQUISA/ENSINO

EM 28/08/2013

Concordo com a senhora com relação a "visão" de erradicação da LA (Tem tantas outras doença por ai de maior cunho sócio-econômico negligenciadas). O objetivo inicial é apenas o controle fornecendo a principal ferramenta ao produtor que evitaria a entrada deste mal súbito em propriedade com rebanhos ou categorias susceptíveis. Podemos ficar horas aqui discutindo sobre epidemiologia e como deveríamos começar a pensar no controle, mas quem esta no campo "quebrando" devido a diversos problemas sanitários mal esclarecidos não somos nós que recebemos nossa fonte de renda, todo mês, a partir de outra atividade. Então, é fácil falar, debater ou discordar quando não se está com o seu investimento (às vezes até de uma vida) na reta.  



Espero que a leitura destes documentos enviados auxilie no entendimento da vacina requisitada e quebre alguns paradigmas técnicos a respeito da mesma. Hoje, não se corrobora mais desculpas ou opiniões céticas sem embasamento. As pesquisas e documentos estão disponíveis para leitura e conhecimento profissional a respeito da temática. Agora cabe a cada um realizar conclusão própria, após o estudo.



Bem, finalizo por aqui com a mesma frase reflexiva da Dra. Maria do Carmo:



"Afinal, não é também para fazer Defesa da Saúde dos Rebanhos que os serviços oficias existem???"



Alô Alô PNSCO!



Grande abraço.
MÁRIO BALARO

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PESQUISA/ENSINO

EM 28/08/2013

Boa tarde aos leitores,



Gostaria de esclarecer algumas informações técnicas.



Dra. Maria do Carmo, temos o conhecimento e contato da empresa CZ veterinaria (Espanha) que produz a vacina inativada contra o sorotipo 4 isolado. Esta vacina possui a autorização da European Medicines Agency - EMA. O link abaixo esclarece a respeito da vacina, formulação, efeitos colaterais etc.  



https://www.ema.europa.eu/ema/index.jsp?curl=pages/medicines/veterinary/medicines/000156/vet_med_000237.jsp&mid=WC0b01ac058001fa1c



Na formulação da vacina, são realizados testes de controle de qualidade aprovados pelo EMA que garantem a inocuidade e segurança sanitária contra outros agente virais, bacterianos e fúngicos contaminantes. Assim como, não existem substâncias químicas, de risco, no veículo da vacina. Esta vacina previne a viremia (reflexo epidemiológico na disseminação do vírus pelo mosquito) e quadro clínico (reflexo econômico) nos animais vacinados.



Com relação ao sorotipo 4 isolado no Brasil ser distinto do europeu, estou enviando um artigo recente do grupo de pesquisa da Dus Santos (INTA - Argentina) que realizaram o sequenciamento do sorotipo 4 isolado na Argentina. Em resumo, a análise viral de Seg-3, Seg-7 e Seg-10 indicou que o sorotipo 4 isolado argentino teve origem na Europa/África e a análise filogenética revelou a identidade genética da América do Sul, indicando uma evolução independente dessa linhagem viral. Mas, convenhamos que já é de conhecimento que nenhuma vacina dá margem de proteção virológica de 100% (pensando também na curva de gauss), então esperar ou fornecer esse argumento como contra a vacina é utópico.



Legisa D. et al. Phylogenetic analysis of bluetongue virus serotype 4 field isolates from Argentina. Journal of General Virology, v.94: 652-662, 2013.



O Link abaixo da página oficial sobre a família reoviridae que também fala da árvore genealógica e proximidade dos sorotipos 4 isolados americano e europeu.



https://www.reoviridae.org/dsRNA_virus_proteins/btv4-segment-2-tree.htm



Seguem também outros artigos com os estudos de campo da vacina inativada, assim como outra pesquisa de cunho econômico realizada pela Holanda que discute o custo-benefício do controle da língua azul.



Eschbaumer M, et al. Efficacy of three inactivated vaccines against bluetongue virus serotype 8 in sheep. Vaccine (2009), doi:10.1016/j.vaccine.2009.04.056



Gethmann J, et al. Comparative safety study of three inactivated BTV-8 vaccines in sheep and cattle under field conditions. Vaccine (2009), doi:10.1016/j.vaccine.2009.04.072



Velthuis, A.G.J., et al., Financial consequences of the Dutch bluetongue serotype 8

epidemics of 2006 and 2007. Prev. Vet. Med. (2009), doi:10.1016/j.prevetmed.2009.11.007

OCTÁVIO ROSSI DE MORAIS

SOBRAL - CEARÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 27/08/2013

Peraí gente, o que a Maria do Carmo falou é muito importante. A produção da vacina no Brasil seria a melhor forma para ajudar no controle. Sim, também seria importante dar o "start" no PNSCO - Programa Nacional de Sanidade de Caprinos e Ovinos, que existe no papel, mas que praticamente não saiu daí.

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