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Fatores que interferem na produção de ovinos mantidos em regime de pasto

POR RAFAEL SILVIO BONILHA PINHEIRO

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 27/02/2007

4 MIN DE LEITURA

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A utilização de forragens na alimentação de ovinos apresenta vantagens econômicas para o desenvolvimento da ovinocultura brasileira; entretanto, torna-se necessário a escolha da forrageira adequada para cada sistema de produção, o conhecimento da extensão que atenda às exigências nutricionais dos ovinos e o adequado manejo das pastagens.

Porém, para que os sistemas de produção em regime de pasto sejam eficientes, é necessário tratar a forragem como uma cultura. Sendo assim, o conhecimento da fertilidade do solo é indispensável para a obtenção de alta produção de matéria seca com qualidade, sendo necessário o monitoramento da fertilidade, conservação e correção do solo.

Os diversos sistemas de produção adotados em todas as regiões do Brasil são determinados, via de regra, pelas condições climáticas aliadas aos genótipos existentes de ovinos e pela finalidade da criação (animais para produção de carne, leite, lã ou pele). Portanto, a interação genótipo e meio ambiente se constitui fator determinante para o sucesso dos sistemas de produção animal (Siqueira et al., 1993), assim como nutrição, mão de obra treinada e questões de comercialização dos produtos oriundos desses animais.

Por este motivo, existe variação da produção de ovinos de uma mesma raça em diferentes regiões do país, envolvendo questões de adaptação dos animais ao meio ambiente e às condições deste ecossistema, o que pode propiciar maior ou menor desempenho desses ovinos.

A estacionalidade da produção de forrageiras no Brasil é um dos principais problemas para a ovinocultura nos sistemas de criação em regime de pasto, devido à alternância entre períodos de alta e baixa produção de forragem. Nas condições tropicais, o que mais limita o crescimento das forragens no inverno é a baixa temperatura, pelo fato das plantas forrageiras tropicais responderem muito intensamente ao aumento de temperatura e luminosidade ambiente, em termos de potencialização do processo de fotossíntese.

Assim, o crescimento dessa forragem, em determinados períodos do ano com temperatura baixa, é contraproducente. Nesse caso, torna-se viável utilizar plantas de clima temperado, especialmente nas regiões onde ocorrem chuvas, ainda que mínimas, no inverno (Lazzarini Neto, 2000), ou em locais que apresentam possibilidade de serem irrigados. As plantas de inverno mais indicadas para ovinos são a aveia preta e o azevém que apresentam produtividade entre 15 -30 ton/ha/ano e boa qualidade nutricional.

De acordo com Siqueira (1986) o sistema de produção de ovinos em pasto está na dependência do crescimento natural das forrageiras, sendo de grande importância a reserva de alimentos no ''período das águas'' para suplementação dos ovinos nos períodos críticos do ano, visando minimizar os efeitos negativos da escassez de forragem no desempenho animal.

Em regiões semi-áridas do Brasil, a temperatura durante o ano permanece quase constante e o fator de maior importância que limita a produtividade de forragens é a baixa precipitação pluviométrica (Lazzarini Neto, 2000). Porém, a utilização de irrigação nestas condições, permite uma boa produção de matéria seca/ha, tornando-se uma importante estratégia para produção de forragens nestas condições climáticas.

A duração do dia (horas de luz) é um fator importante para o crescimento das plantas forrageiras. No inverno a duração dos dias é reduzida (menos horas de luz) e essa redução é mais evidente quanto mais nos distanciamos da linha do equador, tornando-se indispensável a escolha da espécie forrageira de acordo com a exigência da mesma em termos de fotoperíodo.

Segundo Silva Sobrinho (2001) as espécies forrageiras cespitosas apresentam manejo mais difícil, no entanto permitem a penetração dos raios solares até sua base por serem eretas e não recobrirem bem a superfície do solo (Foto 1), expondo as larvas e ovos de helmintos às intempéries, tornado o ambiente desfavorável aos mesmos. As estoloníferas são de manejo mais fácil, porém, o hábito de crescimento prostrado (Foto 2), permite uma condição de microclima favorável ao desenvolvimento de larvas de helmintos, dificultando o manejo de controle da verminose nos animais.

O sistema de pastejo é outro fator que pode interferir na produção desta espécie animal. O pastejo com lotação continua, quando apresenta um maior número de ovinos (unidade animal) do que a pastagem suporta, propicia uma maior infecção nos animais por helmintos e, conseqüentemente menor desempenho dos mesmos podendo até causar a morte de alguns indivíduos do rebanho. Além disso, causa o super pastejo da forrageira.

O sistema de pastejo intermitente propicia uma condição mais favorável para a forrageira, por respeitar o ciclo de crescimento da mesma (dias de descanso para a rebrota das plantas após a desfolhação) e também pode amenizar, em algumas situações, a infecção dos ovinos por helmintos.


Foto 1: Forrageira cespitosa


Foto 2: Forrageira estolonífera

Diante destes fatos, pode-se perceber a complexidade do sistema de produção de ovinos em pasto, sendo necessário conhecer os fatores que influenciam este sistema para propiciar estratégias de manejo e condução do mesmo em cada condição específica de criação de ovinos (entre diferentes propriedades e regiões), afim de obter sucesso na atividade e conseqüentemente a obtenção de maior retorno financeiro.

Referências bibliográficas

LAZZARINI NETO, S. Manejo de pastagens. 2. ed. Viçosa: Aprenda Fácil, 2000. 124p.

SILVA SOBRINHO, A.G. Produção de cordeiros em pastagens. In: SIMPÓSIO MINEIRO DE OVINOCULTURA, 1., 2001, Lavras - MG. Anais.... Lavras - MG: UFLA, 2001. p. 63-98.

SIQUEIRA, E.R. Pastagens para ovinos. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE PASTAGENS, 1986, Piracicaba. Anais... Piracicaba: FEALQ, 1986. p. 351-360.

SIQUEIRA, E.R.; AMARANTE, A.F.T.; FERNANDES, S. Estudo comparativo da recria de cordeiros em confinamento e pastagem. Revista Veterinária e Zootecnia, n.05, p.17-28, 1993.

RAFAEL SILVIO BONILHA PINHEIRO

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