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Eficiência de pastejo x perdas de forragem

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 31/01/2002

3 MIN DE LEITURA

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Marco Antonio A. Balsalobre e Patrícia Menezes Santos

Em muitos sistemas de produção animal a pasto, o aumento da produção de forragem é tido como um dos principais objetivos. Elevadas produções de matéria seca, no entanto, nem sempre significam elevada produtividade animal. A eficiência com que a forragem produzida é colhida é um dos fatores determinantes deste fato.

Experimentos desenvolvidos na ESALQ/USP com capim elefante, por exemplo, apontam níveis de aproveitamento da forragem produzida de 21 a 38% (Hillesheim, 1988; Balsalobre, 1996). Essa baixa eficiência de pastejo é decorrente do nível de resíduo pós pastejo e das perdas de forragem.

As perdas de forragem correspondem à soma do material senescido com o material perdido durante o pastejo devido à ação dos animais.

A taxa de senescência depende tanto de fatores genéticos quanto de fatores ligados ao meio ambiente e ao manejo adotado. Já as perdas durante o pastejo parecem depender, principalmente, do hábito de pastejo dos animais e de características estruturais da planta forrageira (ex: altura).

Quadros et al. (2001) desenvolveram um experimento na UNESP de Jaboticabal entre novembro de 1999 e abril de 2000. O objetivo desse trabalho foi caracterizar as perdas de forragem na planta (senescência) e por pisoteio em pastagens dos capins Tanzânia e Mombaça, recebendo quatro níveis de adubação (NPK). Não houve diferença entre os cultivares quanto à quantidade de forragem perdida na planta (Figura 1). No entanto, as perdas por pisoteio foram maiores para o capim Mombaça (Figura 2). Os autores atribuíram a maior perda por pisoteio nas pastagens de capim Mombaça à sua maior produção, ao porte mais elevado das plantas e à estrutura deste cultivar quando comparado ao capim Tanzânia. Também foi observado efeito da adubação sobre as perdas de forragem na planta, porém esta não seguiu um padrão característico (Figura 1). As perdas por pisoteio, por outro lado, aumentaram linearmente com o aumento da adubação (Figura 2).

Comentário MilkPoint: o aumento das perdas por pisoteio devido à adubação, provavelmente também pode ser atribuído ao aumento da produção e às mudanças na estrutura e no porte das plantas. O maior nível de perdas em áreas adubadas, no entanto, não deve ser um fator contrário ao uso da adubação, pois este pode ser minimizado através de estratégias específicas de manejo. É importante, portanto, ter-se em mente que, em áreas de elevada produtividade, o manejo dos pastos deve ser determinado visando, também, à redução das perdas e ao aumento da eficiência de colheita da forragem. A busca por plantas de alto potencial produtivo nem sempre é a melhor opção, dependendo do manejo do pasto que é adotado pelo sistema de produção, plantas de menor potencial produtivo poderão apresentar maiores taxas de lotação animal.

Figura 1: Perdas na planta nos capins Tanzânia e Mombaça recebendo 4 níveis de adubação NPK (Menos 30% = 101,5 kg N/ha, 15,1 kg P2O5/ha e 126 kg K2O/ha; Padrão = 145 kg N/ha, 21,6 kgP2O5/ha e 180 kg K2O/ha; Mais 30% = 188,5 kg N/ha, 28 kg P2O5/ha e 234 kg K2O/ha; Mais 60% = 232 kg N/ha, 34,5 kg P2O5/ha e 288 kg K2O/ha).



Figura 2: Perdas por pisoteio nos capins Tanzânia e Mombaça recebendo 4 níveis de adubação NPK (Menos 30% = 101,5 kg N/ha, 15,1 kg P2O5/ha e 126 kg K2O/ha; Padrão = 145 kg N/ha, 21,6 kgP2O5/ha e 180 kg K2O/ha; Mais 30% = 188,5 kg N/ha, 28 kg P2O5/ha e 234 kg K2O/ha; Mais 60% = 232 kg N/ha, 34,5 kg P2O5/ha e 288 kg K2O/ha).



Referências Bibliográficas:

BALSALOBRE, M. A. A. Desempenho de vacas em lactação sob pastejo rotacionado de capim-elefante (Pennisetum purpureum Schum.) Piracicaba, 1996. 139p. Dissertação (Mestrado) - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo.

HILLENSHEIM, A. Fatores que afetam o consumo e perdas de capim elefante (Pennisetum purpureum, Schum) sob pastejo. Piracicaba, 1988. 94p. Dissertação (Mestrado) - Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, Universidade de São Paulo.

QUADROS, D.G.; RODRIGUES, L.R.A.; FAVORETTO, V.; MALHEIROS, E.B.; RAMOS, A.K.B. Perdas de forragem em pastagens dos cvs. Tanzânia e Mombaça de Panicum maximum Jacq. adubados com quatro doses de N, P e K. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 38., Piracicaba, 2001. Anais. Piracicaba: SBZ, 2001. p.294-296.

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GUILHERME LANNA REIS

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 07/02/2002

Gostaria de saber quais medidas deveriam ser adotadas para diminuir a perda de forragem. Com qual altura de capim os animais deveriam entrar e sair do pasto? No caso de pastejo rotacionado, qual deveria ser o tempo de o ocupação e o intervalo de descanso? Qual categoria animal foi utilizada no experimento? Isso se aplicaria a todas?

Resposta: <i><font color="#006666">Redução de perdas:

- plantas de menor porte
- maior freqüência de pastejo
- manejo para reduzir o florescimento

A altura do capim, de entrada e saída, dependerá da espécie forrageira.

Os comentários do texto se aplicam a qualquer categoria animal.

(Marco Balsalobre)</i></font>

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