Certamente você já ouviu muito falar em margens... Margem bruta, margem líquida, margem de contribuição, mas sabe efetivamente o que significa cada uma delas? Como elas podem auxiliar sua gestão?
Já vimos nos artigos anteriores os conceitos de custo (Definindo custo de produção e Continuando com a definição de custo de produção), então vamos prosseguir, pois os utilizaremos aqui.
Margem bruta
A margem bruta é obtida pela divisão entre o lucro bruto e as receitas líquidas. Multiplica-se por 100 para converter em percentual. Dessa forma, temos a seguinte fórmula:
Por exemplo, imagine um custo de 300 e receita de 400, então
MB = (400 – 300) / 400 x 100
MB = 25%.
Isso quer dizer que a cada 100 que se vende, 25 é lucro.
Margem líquida
A margem líquida é obtida pela divisão entre lucro líquido e receita, multiplicando-se por 100 para obter o resultado em percentual. Dessa forma, temos a seguinte fórmula:
ML = lucro líquido / receita x 100
O lucro líquido, por sua vez, refere-se ao resultado obtido na empresa após pagamento de impostos e despesas financeiras.
Por exemplo:
ML = 50 / 1.000 = 0,05 = 5%
Isso quer dizer que após os pagamentos restam 5%, ou a cada 100 em venda sobra 5.
Ela é utilizada em empresas com acionistas para identificar com facilidade quando sobra, ou seja, mede a rentabilidade para o acionista. A análise requer sempre a consideração do mercado onde a empresa está inserida e das empresas concorrentes.
Margem de contribuição
Você pode encontrar artigos que descrevem a margem de contribuição como um valor mágico! Isso porque ele orienta a tomada de decisão.
Calcula-se a margem de contribuição por meio da fórmula:
Onde:
MC = margem de contribuição
PV = preço de venda
CV = custo variável
E o que essa fórmula quer dizer?
Se a margem de contribuição é o que sobrou do preço de venda após descontar o custo variável, isso significa que o custo fixo precisa ser coberto por esse valor e ainda deve sobrar algo para ocorrer lucro, certo?
Por exemplo, se:
PV = 1.000
CV = 500
CF = 200
Então:
MC = 1.000 – 500 = 500.
Com isso, podemos calcular o índice da margem de contribuição, que representa o % da MC sobre o valor da venda, ou seja:
IM = MC / PV
Continuando no exemplo anterior:
IM = 500 / 1000 = 0,5 = 50%.
Portanto, do preço de venda 50% é custo variável e 50% refere-se ao lucro e ao custo variável.
Sabendo que o CF é 200, descontamos da MC para verificar se temos lucro:
MC – CF = 500 – 200 = 300
Nesse caso, há um lucro de 300.
Perceba que se a MC for superior ao custo fixo há lucro, mas se for inferior ocorre prejuízo.
O valor da margem de contribuição ou do incide de contribuição precisa ser avaliado juntamente com o volume de vendas. Pois, se temos uma MC = 15% e o volume de vendas é elevado, ela pode ser ótima. Ou se temos MC = 40% e o volume de vendas é muito pequeno, ela pode ser insatisfatória.
Considerações finais
Abordamos mais três indicadores que podem ser empregados para análise das atividades. Percebemos que a margem bruta é o mais empregado na agropecuária, mas há diferenças nos conceitos dos custos empregados. Analisando algumas publicações notamos que os autores acabam considerando diferentes itens para compor seu custo. Dessa forma, não é possível comparar as margens brutas das propriedades se os critérios são diferentes. Por isso, é importante que você conheça os conceitos, já que assim será capaz de fazer suas análises com segurança.