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Composição do custo de produção

POR CARINA BARROS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/11/2013

3 MIN DE LEITURA

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Nos artigos anteriores Definindo custo de produção e Continuando com a definição de custo de produção abordamos diversos conceitos de custo e apresentamos várias classificações.

Neste mês daremos continuidade mostrando algumas aplicações práticas por meio da seleção de alguns artigos que fizeram cálculo de custo. Mostraremos as tabelas com os valores e os resultados obtidos para compararmos as formas de cálculo. É importante destacar, que sempre que for analisar um custo apresentado, é fundamental que identifique como ele foi obtido, já que isso faz toda a diferença na sua análise.

Caso 1

Referência: Lima et al., 2012
Descrição da propriedade: 104 hectares em Limoeiro, Ceará.
Rebanho: 488 animais, sendo 307 vacas em lactação, 86 vacas secas, 93 novilhas e 2 touros.
Sistema de produção: pastejo rotacionado em 50 hectares de capim Tanzânia com irrigação do tipo pivô central. Duas ordenhas diárias são realizadas e os animais recebem suplementação com concentrado de acordo com a produção leiteira.
Link para o artigo completo:
https://200.137.6.4/revistas/index.php/acta/article/view/2966/5141

Observe na tabela que os autores optaram por apresentar três custos:

- Custo operacional efetivo (COE) – que é composto pelos itens considerados custo direto, ou seja, desembolso. Verifique que todos os itens listados são efetivamente gastos realizados pelo produtor: alimentação, compra de animais, mão de obra, medicamentos, material de ordenha, energia, arrendamento de terra, assistência técnica e outros. A soma de todos esses custos para um ano de atividade foi de R$ 1.147.882,30, o que representa em média R$ 95.656,83.

- Custo operacional total (COT) – para obter esse custo os autores somaram ao COE a depreciação, totalizando R$ 1.179.958,97.

- Custo total (CT) – por fim, os autores calcularam o custo total, somando ao COT a remuneração do capital, totalizando R$ 1.31.786,47.



Agora vamos verificar graficamente a diferença entre esses custos. Perceba que um custo contém o outro. Dessa forma, consideramos o CT como 100% e os demais como um percentual do CT. Se olharmos somente o COE temos somente 88% do custo total de produção, ou seja, se o produtor somente considerar nos seus cálculos o seu gasto ele deixa de considerar 12% do custo total e com isso tem a falsa ideia de que a atividade gera mais lucro ou menos prejuízo. Já se ele usar o COT, deixa de considerar 10% do custo total. Esses 12% ou 10% podem fazer a diferença para gerar lucro ou prejuízo. Neste caso, os 10% equivalem a R$ 131.827,50 por ano. Percebe a diferença? Portanto, é essencial que se faça o cálculo completo para se ter a realidade do negócio.



No Gráfico 2 você pode perceber como é a contribuição de cada item. Veja que a alimentação dos animais é o maior custo na propriedade, seguida da compra de animais e mão de obra. Esses custos, normalmente são identificados como aqueles que mais “pesam” para o produtor. No entanto, observe que o 4° custo mais elevado é a remuneração do capital (que só entra no cálculo de custo total) e muitas vezes esse é desconsiderado na análise econômica da atividade.



Caso 2

Referência: Costa et al., 2012
Descrição da propriedade: 50 hectares em Areia, Paraíba.
Sistema de produção: pastejo em 21 hectares de Brachiaria, sendo que os animais recebem suplementação com concentrado de acordo com a produção leiteira.
Link para o artigo completo:
https://www.gvaa.org.br/revista/index.php/RVADS/article/view/1391/pdf_590

Assim como no caso anterior, nesse estudo os autores consideraram os custos em três classificações:

- Custo operacional efetivo (COE);

- Custo operacional total (COT);

- Custo total (CT).

Observe que há maior detalhamento dos itens que compõem os custos.



Da mesma forma, vamos analisar a diferença entre os três custos: COE, COT e CT. Aqui temos a diferença de 15% entre COE e CT e 10% entre COE e CT. Os valores são próximos àqueles relatados no estudo de Lima et al (2012).



Já com relação à composição do custo, podemos observar que em primeiro lugar temos como maior custo a alimentação dos animais que chega a 36% (R$ 19,919,00) se somarmos leite para a fazenda, minerais, concentrados, pastagens, capineiras e volumosos. Em segundo lugar temos a mão de obra, com 16,82% do custo total. Em terceiro lugar temos a remuneração do capital investido com 10,93% do custo total.

Portanto, um percentual semelhante ao do Caso 1.


Considerações finais

Com esses dois exemplos, ilustramos aplicação dos conceitos que abordamos anteriormente e desejamos que tenham compreendido a classificação de custo e percebido como os custos que não são desembolsados afetam a análise da atividade.

Está preparado para fazer o seu cálculo de custo considerando todos os itens?
 

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CARINA BARROS

Médica veterinária
Mestre em Ciências Veterinárias UFPR
Doutora em Nutrição e Produção Animal FMVZ-USP
Pós-doutorado FMVZ-USP
Atuação na avaliação econômica e modelagem

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ANISIO VARIZI

MOGI DAS CRUZES - SÃO PAULO - INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA A PRODUÇÃO

EM 14/05/2018

Muito bom o artigo. Os produtores normalmente não utilizam ferramentas neste nível para avaliar a sua atividade.
LUIZ AUGUSTO SCUSSIATO

CHAPECÓ - SANTA CATARINA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 28/09/2015

Bom dia Carina

primeiramente parabéns pelas matérias publicadas no site.



gostaria de tirar uma dúvida.

quando você calcula o Custo Total, voce soma o Custo Operacional Total e Remuneração do Capital.

esta Remuneração do Capital, é o mesmo que "custo de oportunidade"?



grato pela atenção e aguardo resposta.
CARINA BARROS

OSASCO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 25/11/2013

Prezado Walfredo Genehr,

Não há mesmo nenhum erro no trabalho original, os autores classificaram os custos corretamente. Meu comentário se refere à quando os produtores não fazem o cálculo completo, e acabem tirando conclusões sobre lucro ou prejuízo sem considerar todos os fatores de produção. Pelo entendimento da descrição do caso, o capital é próprio já que incidiram os juros sobre o capital investido e não apareceram amortizações ou parcelas referentes à financiamento.

Agradeço pelos comentários!
CARINA BARROS

OSASCO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 25/11/2013

Prezado Leandro Heck de Ramos,

Claro que pode sim usar os trabalhos, afinal são informativos para contribuir com os leitores. Especificamente na área de bovinos de leite não tenho no momento um caso para compartilhar porque tenho estudado sistemas integrados. Nesse primeiro momento estou apresentando aqui os conceitos para depois avançarmos. Mas, fico à disposição para auxiliá-lo, inclusive para indicar mais pesquisas na área!
CARINA BARROS

OSASCO - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 25/11/2013

Prezado Sidney, fico feliz em motivá-lo a fazer sua planilha! Até o próximo mês!
WALFREDO GENEHR

IBAITI - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 22/11/2013

Cara Carina, são muito interessantes os temas apresentados por ti no Milkpoint, mas, no atual, cabe um adendo com relação à análise do caso 1, no que se refere à avaliação do que é custo total (CT).  Você fez uma observação quanto à diferença na composição dos custos, como lucro ou prejuízo. Na minha opinião, não vejo nenhum erro no trabalho original, já que a diferença é decorrente ao custo da remuneração do capital envolvido no processo de produção. Cabe, isto sim, avaliar se o capital envolvido no custo operacional é financiado ou próprio, o que não está claro na apresentação do caso 1, já que pode, em uma e/ou noutra situação, caracterizar custo efetivo ou lucro ao produtor, isto sim.  Mas, mesmo assim, esta remuneração não faz parte do escopo da produção da atividade leiteira em si, que é o objeto da análise em questão, e, sim, só é um custo inerente ao capital envolvido.
LEANDRO HECK DE RAMOS

CAXIAS DO SUL - RIO GRANDE DO SUL - ESTUDANTE

EM 21/11/2013

Boa tarde, Carina

estou fazendo meu TCC de Ciências Econômicas na Universidade de Caxias do Sul - RS.

Mas como sou da Região Das Missões do RS, estou fazendo o trabalho referente ao custo de produção e viabilidade econômica na pequena propriedade da região mencionada. Para ver se o pequeno produtor tem capacidade e retorno em fazer um investimento na atividade para produzir com a tecnologia necessária. esses teus trabalhos sobre custos pra mim está muito interessante.

Gostaria de saber se posso usar como referencia no meu trabalho?

E também se você tem outros para me indicar nesse assunto.

Um dos professores a me orientar é o Dr. Argemiro Luis Brum, da Unijui. Ele tem vários trabalhos focados no Agronegócio.

Agradeço tua atenção e fico no aguardo.
ALBINO GONÇALVES NUNES NETO

PATROCÍNIO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/11/2013

Carina, voce tem algum trabalho desse com o custo de uma propriedade em confinamento total?
SIDNEY

GOIÂNIA - GOIÁS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 19/11/2013

Continuo amando esta série. Ela é muito ilustrativa de como nós produtores temos que saber administrar. Depreciação é custo pois um dia terá que ser desembolsado para que a atividade continue.

Já estou ansioso para ver o próximo passo.

Eu já vou preparar minha planilha para podermos fazer comparações.

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