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Brucelose caprina

POR FRANCISCO LOBATO

E RONNIE ANTUNES DE ASSIS

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 29/01/2007

3 MIN DE LEITURA

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Introdução

A Brucella melitensis causa brucelose em caprinos e a febre de Malta ou do Mediterrâneo em seres humanos.

Os caprinos são infectados principalmente pela B. Melitensis e ocasionalmente Brucella abortus e Brucella suis.

Epidemiologia

A infecção foi observada pela primeira vez no sul da Europa, mas desde então encontrada na América Central, nos Estados Unidos e na África (BLOOD, 1991).

A prevalência no homem se encontra nos países com alta taxa de brucelose em caprinos e ovinos. Na América Latina os países que registram o maior número de casos são Argentina, México e Peru (entre 700 e 1000 por ano). No Uruguai, onde se conhece a infecção por B. Melitensis e B. Suis, a enfermidade humana tem desaparecido depois de 10 anos de vacinação obrigatória das fêmeas (ACHA & SZYFRES, 1977).

A importância e a distribuição dessa forma de brucelose nos animais não foram precisamente determinadas, mas tem significado considerável, devido ao papel do microrganismo na febre de Malta. A brucelose caprina constitui um problema de magnitude na costa mediterrânea da Europa e África, no sudeste da Rússia, na Mongólia, e no Oriente Médio.

Na Venezuela, na região de criação de caprinos, a infecção tem sido altamente investigada; no Brasil, que tem um número apreciável de caprinos, a brucelose não parece existir, e no Chile onde a enfermidade aparentemente tinha sido erradicada, se isolou recentemente B. Melitensis. Os outros países da América, incluindo os Estados Unidos, ao que parece estão atualmente livres de brucelose caprina (ACHA & SZYFRES, 1977).

Patogenia

A patogenia nos animais depende da localização nos linfonodos, no úbere e no útero após uma bacteremia inicial. Em caprinos essa bacteremia pode ser suficiente para causar uma reação sistêmica , as hemoculturas podem ser positivas durante um mês, e freqüentemente as aglutininas séricas não são evidenciadas neste período.

A localização do agente na placenta leva a uma placentite com aborto subseqüente. Após o aborto a infecção uterina persiste por até cinco meses e a glândula mamária permanece infectada durante anos. A recuperação espontânea pode ocorrer, particularmente em cabras que se infectaram quando não estavam gestantes (BLOOD, 1991)

Achados clínicos

Aborto no final da gestação é o sinal mais evidente, mas pode haver um surto de abortos, seguido por um período de resistência do rebanho, no qual eles não ocorrem. Em infecção experimentais há uma reação sistêmica caracterizada por febre, depressão, perda de peso e as vezes diarréia.

Estes sinais podem ocorrer também em surtos agudos e naturais e ser acompanhados por mastite, claudicação, higroma e orquite. Muitas vezes , a infecção por B. Melitensis alcança alta incidência em um grupo de animais, sem apresentar sinais evidentes (BLOOD,1991).

Achados de necropsia

Não há lesões características, o agente pode ser isolados de todos os tecidos mas o baço é o mais acometido (BLOOD, 1991).

Diagnóstico

A doença varia nas suas manifestações e o diagnóstico positivo só pode ser feito por isolamento do agente. Os material de eleição para realização do isolamento são o feto, envoltórios fetais, secreção vaginal, leite e sêmen (ACHA & SZYFRES, 1977).

Podem ser feitos testes sorológicos como teste de Rosa de Bengala, ELISA e fixação de complemento.

Tratamento

Improvável em animais.

Controle

Medidas incluem higiene no parto e eliminação dos animais infectados ou reagentes. Alojamento individualizado para as cabras terem suas crias, o desmame precoce, para separar os cabritos das mães e do ambiente e vacinação.

A vacina universalmente recomendada é a Elbergs Ver. 1, eficiente para os caprinos e ovinos que se aplica em fêmeas de 03 a 06 meses de idade. Segundo ACHA & SZYFRES (1977), em fêmeas adultas pode se aplicar a vacina mas em dose menor (20.000 vezes menos células bacterianas).

Um alto grau de imunidade persiste por mais de quatro anos em caprinos. No entanto, a vacinação em cabras adultas e gestantes é contra-indicada devido à eliminação do agente vivo no leite, da persistência prolongada de testes sorológicos positivos.

Alega-se que um grau de imunidade semelhante ocorre com a aplicação da vacina 53 H 38, que contém o agente morto, mais uma base adjuvante de formalina e pode ser aplicada em cabras gestantes e lactantes ( BLOOD, 1991).

Referências bibliográficas

ACHA,P.N; SZYFRES, B. Brucelosis. Zoonosis y Enfermedades transmisibles comunes al hombre y a los animales. Oficina Regional de la OMS. Washington. 1977. p.06-23.

BLOOD. D.C; HENDERSON. J.A; RADOSTITS. M. Doenças causadas por bactérias III. Clínica Veterinária. Guanabara Koogan, 1991. Rio de Janeiro. 3 edição. p.503-504.

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CARLOS HENRIQUE PIZARRO BORGES

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 10/02/2007

Gostaria de ressaltar o seguinte:

- A brucelose dos caprinos causada pela Brucella melitensis é considerada exótica no Território Nacional.

- No Brasil, as infecções em caprinos estão mais relacionadas com a Brucella abortus, cujo reservatório natural é o bovino.

- Existem relatos na literatura desde a metade do século passado, sendo um dos mais interessantes o seguinte: CALDAS,A.D., NESTI,A. Ocorrência da brucelose caprina no Estado de São Paulo causada pela Brucella abortus. Observações sobre um surto de caráter epizoótico. Arquivos do Instituto Biológico, vol. 25:139-149, 1958.

- Não existe vacina contra brucelose autorizada para uso em caprinos no Brasil.

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