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Avaliação do Nitrogênio Uréico no leite: sintonia fina na nutrição

POR JOSÉ ROBERTO PERES

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/05/2000

4 MIN DE LEITURA

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Atualizado em 05/10/2022

José Roberto Peres

O nitrogênio uréico no leite (MUN do inglês milk urea nitrogen) pode ser uma importante ferramenta na determinação da adequação da nutrição protéica de vacas em lactação. Um rebanho apresenta altos níveis de MUN quando as vacas não utilizam a proteína eficientemente e, ao invés disso, excretam grande quantidade de nitrogênio na urina. Um rebanho com baixo MUN indica uso extremamente eficiente da proteína dos alimentos ou a possibilidade de uma deficiência protéica.

O nutricionista pode utilizar os resultados de análises de MUN para fazer ajustes finos nas dietas, economizando dinheiro pela redução de custos de alimentação com manutenção do nível de produção.

Quando o MUN está alto para um rebanho ou um grande número de vacas, a proteína está sendo utilizada ineficientemente e, provavelmente, grande quantidade de amônia está sendo produzida no rúmen. A causa desta ineficiência precisa ser identificada:

A dieta foi formulada corretamente para o nível de produção que realmente foi atingido? As vacas estão consumindo aquilo que foi determinado/esperado? As forragens e subprodutos foram analisados para que se conheça o verdadeiro teor de proteína?

A solução para o problema, portanto, pode se dar de diversas formas, mas todas elas passam por uma otimização do funcionamento do rúmen.

A constatação de altos níveis de MUN motiva alguns nutricionistas a reduzir a quantidade e/ou a degradabilidade da proteína da dieta. Outros preferem aumentar a energia fermentecível da dieta, numa tentativa de aumentar o crescimento bacteriano, estimulando o melhor uso da proteína disponível. Todas estas modificações podem reduzir o MUN e aumentar a produção de leite.

É importante salientar, no entanto, que o MUN só é um indicativo da eficiência de utilização do nitrogênio da dieta, e não da degradabilidade da proteína, como alguns admitem. Isto foi claramente demonstrado num estudo conduzido na Universidade de Maryland, onde foi utilizada uréia e milho grão para substituir parte do farelo de soja tostado da ração. Todas as rações tinham a mesma quantidade de energia e proteína, e, como a proteína não era fator limitante para a produção, todas as dietas resultaram no mesmo nível de produção.

Embora a degradação da proteína tenha variado enormemente no rúmen, nas diferentes dietas, o MUN não se alterou. Portanto, MUN não foi um indicador da degradação de proteína no rúmen. Todas as dietas resultaram na mesma quantidade de leite de uma mesma quantidade de proteína total na dieta, portanto a eficiência de utilização do nitrogênio foi a mesma. Excesso de proteína na dieta resulta em altos níveis de MUN, mesmo quando o nível de proteína degradável no rúmen é baixo.

Fatores que melhoram a produção de leite sem afetar a ingestão de proteína dietética diminuem a excreção de nitrogênio urinário e o MUN. Fatores que diminuem a ingestão de proteína sem diminuir a produção de leite também diminuem o MUN.

Por exemplo, um melhor balanço energético num rebanho pode auxiliar a melhorar a produção de leite e diminuir o MUN. Redução de consumo em função de stress térmico pode resultar em queda do MUN.

Um regra geral é que um teor médio de MUN para um rebanho deva situar-se entre 10 e 16 mg por decilitro (mg/dl). Se o valor estiver fora desta faixa, é aconselhável determinar a causa.

Quando a análise é feita por métodos químicos, recomenda-se que uma amostra do tanque ou uma amostra composta de pelo menos 10 vacas seja utilizada para determinação da média de MUN do rebanho.

No Brasil, alguns laboratórios de controle leiteiro (ESALQ/USP - Piracicaba e Univ. Fed. do Paraná - Curitiba) parecem ter planos de implantar sistemas de análise por infravermelho (NIRS), muito mais rápidos e baratos, o que permitiria a realização da análise para maior número de animais ou até mesmo todo o rebanho em lactação.

Não envie amostras do tanque para este tipo de análise. A precisão da análise para amostras do tanque só é aceitável quando se utiliza um dos métodos de análise química, mas não é aceitável para o infravermelho. Se uma amostra tem como resultado 14 mg/dl usando um método químico, o valor real pode situar-se entre 12,5 e 15,5. Por outro lado, se um laboratório utilizar o infravermelho e der como resultado 14 mg/dl, o valor real pode ser tão baixo quanto 9 ou tão alto quanto 19 mg/dl. Obviamente um resultado isolado tem pouco valor quando se utiliza o NIRS.

Embora uma única amostra não seja confiável quando se utiliza NIRS, a média de 25 ou mais amostras de diferentes vacas é um bom indicador do verdadeiro MUN para um rebanho. Portanto, você pode utilizar NIRS para analisar um grande número de amostras de um rebanho. Nunca se deve utilizar o resultado de uma única vaca para ajustar as dietas, independentemente do método de análise.

Comentário do autor: A partir do momento que estiver disponível, a avaliação do MUN pode identificar baixa eficiência de utilização do nitrogênio nas dietas que, corrigida, pode implicar em maior produção ou economia de nutrientes, especialmente proteína, tão cara ultimamente, gerando maior lucro ao produtor.

fonte: Adaptado de: Kohn, R., Caution needed when interpreting MUNs. Hoards Dairyman, January 25, 2000.

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