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Alimentos alternativos e a integração lavoura-pecuária-floresta na produção de ruminantes

VÁRIOS AUTORES

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 14/02/2012

4 MIN DE LEITURA

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Os sistemas agroflorestais, onde estão incluídos os diferentes sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta, são modalidades de produção diversificada e estratificada, nos quais árvores são exploradas em associação planejada com cultivos agrícolas ou pastagem, de maneira simultânea ou sequenciada. Esses sistemas despertam crescente interesse da classe científica em função dos benefícios econômicos, sociais e, principalmente ecológicos.

Desta maneira, considerando as peculiaridades dos recursos naturais de cada região, diferentes modelos de integração lavoura-pecuária-floresta aliados à utilização de fontes alternativas de alimentos devem ser concebidos e validados de modo a tornar a atividade agrosilvipecuária mais produtiva, mais sustentável e menos danosa ecologicamente.

A condução da atividade pecuária integrada nos sistemas agroflorestais apresenta uma série de vantagens: controle do crescimento da vegetação herbácea indesejável sem afetar significativamente a produção do componente arbóreo; redução do risco de incêndios florestais; incremento da ciclagem de nutrientes para o solo por meio da matéria orgânica originada dos excrementos dos animais; melhoria do conforto e bem-estar animal; aumento e diversificação da renda da propriedade rural, em especial daquelas de cunho familiar; diminuição dos custos de produção desses agronegócios, entre outras.

Atentos a essas demandas tecnológicas, sociais e ambientais, o Instituto de Zootecnia e a Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Itapetininga, órgãos de pesquisa agropecuária da APTA - Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios/SAA-SP, desenvolveu e validou diversos estudos e avaliações práticas do uso de fontes alternativas de alimentos para a viabilização de diferentes sistemas de produção de ovinos, caprinos e bovinos. Entre eles, a silagem de girassol, polpa cítrica, rami forrageiro, silagens de cana-de-açúcar hidrolisada, silagem de soja e com sal proteinado (mistura múltipla), sendo esse de grande versatilidade e exequibilidade como suplemento alimentar na produ��ão de ovinos e caprinos.

Neste sentido, destacam-se os estudos científicos "Níveis de cloreto de sódio na mistura múltipla para caprinos alimentados com palhada de trigo"e "Níveis de cloreto de sódio na mistura múltipla para ovinos alimentados com palhada de trigo",onde foi avaliado o consumo de algumas formulações de mistura múltiplas com intuito de fornecer nitrogênio para dietas pobres em proteína.

Assim, podemos considerar em sistemas silvipastoris, em particular aqueles com árvores do gênero Pinusssp., um grande potencial para explorações integradas (floresta - animais), diante da expressiva disponibilidade de forrageiras e resíduos florestais, não madeireiros, que naturalmente estão presentes e não são aproveitados.

O "sal proteinado" ou "mistura múltipla" (ureia, cloreto de sódio, ingrediente protéico, energético e núcleo mineral) é a opção mais econômica para suplementar dietas pobres em nitrogênio. Este fica a disposição dos animais e tem o cloreto de sódio (NaCl) como regulador do consumo. O cloreto de sódio pode ser utilizado para controlar o consumo de misturas múltiplas, pois os animais tem apetite específico para o sódio e não ingerem quantidades muito acima do requerimento. Deste modo, considerando que na composição da mistura múltipla utiliza-se de 10 a 20% de ureia, e o animal ingerindo e degradando lentamente esse nitrogênio de origem não proteica, associado a disposição de sal comum (cloreto de sódio), o risco de intoxicações pela consumo excessivo de ureia é mitigado.

Como regra prática, pode-se utilizar essa mistura na ordem de 150 a 200 g/animal/dia para ovinos/caprinos adultos e em média 1 g/kg de peso vivo para bovinos, não esquecendo, portanto, de fazer a adaptação desses animais com a ingestão de metade da dosagem/animal, na primeira semana que antecede o fornecimento regular. Caso seja interrompido o fornecimento da mistura múltipla, por mais de 2 dias, há necessidade de refazer novamente a adaptação dos animais.

Formulação básica avaliada e sugerida para manutenção corporal de fêmeas caprinas ou ovinas , adultas vazias e ou secas:



A grande disponibilidade de resíduos agrícolas e florestais tem despertado interesse entre pesquisadores no sentido de avaliar sistemas mais eficientes para sua utilização na produção de ruminantes. Os ruminantes são capazes de converter alimentos de baixa qualidade em nutrientes quando fornecido em conjunto com alimentos de alto valor energético, e a substituição de parte da dieta das categorias animais mais exigentes por resíduos pode representar diminuição de custos, sem alterar o desempenho animal.

Atualmente, a Estação Experimental de Itapetininga SAA, órgão de pesquisa do Instituto Florestal/Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, realiza em parceria com o Instituto de Zootecnia/APTA, o projeto científico "Níveis de substituição da pinha na formulação de rações concentradas para bovinos em sistema silvipastoril de Pinus elliotti" (processo número: 015.550/2011 - COTEC/IF-SMA). Com resultados promissores na sua primeira fase de investigação, a ração concentrada contendo diferentes níveis de pinha seca e triturada, ofertada para novilhos suplementados à pasto apresentou boa aceitabilidade e elevado consumo. Em próxima fase, será avaliada a digestibilidade dessa ração na espécie ovina e o desempenho ponderal de novilhos(as) manejados em sistemas tradicionais de pastejo na floresta de pinus antes e durante a fase de resinagem das árvores. A pinha (estróbilo) avaliada não tem os pinhões (sementes), sendo obtida como resíduo da coleta de sementes geneticamente melhoradas.

Boa fonte de taninos e fibra, a pinha de pinus seca e triturada pode contribuir para menores custos de produção devido à substituição de ingrediente energético na formulação da ração, no controle auxiliar de endoparasitas e ainda na mitigação da produção do gás metano decorrentes da digestão dos ruminantes, um dos colaboradores do "efeito estufa". O potencial uso da pinha como ingrediente em substituição a alimentos concentrados e volumosos na dieta de ruminantes a credencia como nova fonte de receita na atividade silvícola de pinus, uma vez que atualmente tal produto não madeireiro não tem valor comercial e seu acúmulo junto com as folhas secas entre as árvores aumentam o risco de incêndios florestais.

Por fim, tais inovações tecnológicas e sociais resultam em notável potencial para alavancar Programas Regionais de Desenvolvimento Sustentável.

Participaram também desse artigo os pesquisadores científicos: Cristina de Marco Santiago - SMA/IF, Cláudio Henrique Barbosa Monteiro - SMA/IF, José Antônio de Freitas - SMA/IF e Ananias de A. Saraiva Pontinha - SMA/IF.

JOÃO ELZEÁRIO CASTELO BRANCO IAPICHINI

Pesquisa/Ensino

CARLOS FREDERICO DE CARVALHO RODRIGUES

ANTONIO ORLANDO DA LUZ FREIRE NETO

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JOÃO ELZEÁRIO CASTELO BRANCO IAPICHINI

ITAPETININGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 20/06/2012

Prezado Antonio da Silveira,



Sem o espaçamento utilizado, é difícil qualquer prognóstico. No entanto, resultados mostram que para haver boa harmonia das gramíneas, em sistemas integrados silvipastoris, de tal forma forma que as pastagens expressem todo seu potencial produtivo,  recomenda-se em média de 400 a 500 árvores/ha. Ressaltamos atentar aos cuidados necessários de manejo: reposição de nutrientes; respeitar a arquitetura da planta; lotação adequada  e outras práticas, as quais permitem explorar as pastagens/forrageiras de forma sustentável e por muito mais tempo.



Att.,



João Iapichini

JOÃO ELZEÁRIO CASTELO BRANCO IAPICHINI

ITAPETININGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 20/06/2012

Prezado Paulo Augusto,



Inicialmente nossos parabéns pela iniciativa. Não tenho  experiência com seringueiras, mas a consorciação pretendida pode dar muito certo, uma vez que a leguminosa pretendida, amendoim forrageiro, além de fixar nitrogênio, conforme sua observação, tem ótimo valor proteico e vai muito bem em áreas sombreadas. O espaçamento utilizado, propicia boa incidência de luminosidade e a experiência que temos com ovinos, mostra que  plantios com 2 anos, em diante, não são danificados pela espécie. Por tanto, vai em frente!! Não esqueça de nos passar os resultados alcançados!



Att.,



João Iapichini
ARCELINO ANTONIO DA SILVEIRA

DISTRITO FEDERAL - PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE

EM 02/03/2012

Tenho uma floresta de eucaliptos, com 14/15 meses.Atualmente tenho bezerros cruzados na pastagem de braquiarao  em meio a essa floresta.

Até quando a pastagem esta em condições de ser utilizada ?



Arcelino Silveira

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