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Ação dos hormônios na relação materno-filial entre ovelhas e cordeiros

POR SARITA BONAGURIO GALLO

E INGRID BOHN

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/09/2016

3 MIN DE LEITURA

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Pelo fato de cordeiros serem animais dependentes do cuidado materno, uma boa relação entre a ovelha e sua cria é necessária para a garantia da sobrevivência e desenvolvimento da mesma, de modo que eventos antecedentes e procedentes ao parto, assim como o perfil materno, podem favorecer ou não essa relação (RAINERI, 2008)

O comportamento materno-filial se inicia na gestação, onde eventos hormonais desencadearão respostas permitindo não apenas o reconhecimento materno, mas futuramente dando início a uma série de estímulos comportamentais. Esses estímulos vão desde a separação da ovelha do grupo, redução na nutrição e balidos algumas horas antes do parto, até a limpeza dos fluídos amnióticos, amamentação e termorregulação após o nascimento do filhote.

comportamento materno-filial ovelhas - cordeiros

Os hormônios prolactina, cortisol, ocitocina, entre outros, são fundamentais no decorrer desse processo, pois têm como função, além da produção de leite e contrações uterinas, o aumento dos cuidados da ovelha em relação ao cordeiro, influenciando na percepção de cheiros e sons produzidos pelo filhote, de modo a protegê-lo de possíveis ameaças (DWYER, 2008, RECH et al., 2008; NEMSADZE, SILAGAVA, 2010)

A prolactina é um hormônio proteico produzido na adenohipófise que tem como papel preparar as glândulas mamárias para a produção de leite no período pré-parto e estimular esta produção no pós-parto. Assim, disfunções neste hormônio fazem com que a fêmea não possa amamentar sua cria adequadamente.

O cortisol por sua vez é um hormônio esteroide muito ligado a situações de estresse como na privação de alimento, calor ou frio extremos, hipóxia, entre outras, que podem levar a um desequilíbrio durante a prenhez afetando o feto. Além da resposta à situações estressantes, esse hormônio também é liberado pelo feto para indicar o momento do parto, além de participar na produção de leite. Ao mesmo tempo em que o cortisol é prejudicial na prenhez e para a afetividade da ovelha com sua prole, pode auxiliar para que ela fique mais alerta ao cheiro e balidos do filhote, protegendo-o (DWYER; GILBERT; LAWRENCE, 2004).

Por fim, a ocitocina é um hormônio produzido no hipotálamo, armazenado na neuro-hipófise sendo liberado no parto pela estimulação sensorial da vagina e cérvix e estimulando as contrações uterinas. No bulbo olfatório ela promoverá uma atração por parte da ovelha pelos odores da cria e em geral, ela reduz a ansiedade e agressividade do animal levando a uma melhor relação com o cordeiro.

Além da endocrinologia, o perfil materno também é um fator decisivo no reconhecimento ou abandono da cria. Estudos mostram que ovelhas primíparas, ovelhas de idade avançada e ovelhas de saúde debilitada tem menor sucesso nos cuidados com seu filhote, seja por inexperiência ou pela incapacidade de nutri-lo e fornecer a ele os cuidados necessários para o seu bom crescimento.

Este perfil materno pode ser alterado de acordo com a idade e experiência da ovelha, assim como enfermidades, condições nutricionais, ambiente em que vive e outros fatores que acabam por prejudicar o desenvolvimento do cordeiro durante a gestação e após o parto (RECH, et al., 2011)

O abandono dos cordeiros é um fator que pode trazer muitos prejuízos para a criação, devido aos gastos com aleitamento artificial, menor desempenho zootécnico do cordeiro até a desmama e alto índice de mortalidade em uma propriedade - o que leva a um menor ganho para o produtor. Portanto, deve-se garantir boas condições sanitárias, nutricionais, um ambiente de parição tranquilo, com número reduzido de animais em um lote, afastado de predadores, limpo para as ovelhas antes, durante e após o parto para consequentemente garantir uma boa relação materno-filial e um cordeiro saudável e bem desenvolvido.

Referências bibliográficas

DWYER, C. M.; GILBERT, C. L.; LAWRENCE, A. B. Prepartum plasma estradiol and postpartum cortisol, but not oxytocin, are associated with interindividual and breed differences in the expression of maternal behaviour in sheep. Hormones and Behavior 46, 529 – 543, 2004. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0018506X04001382>.Acesso em: 8 set. 2015.

DWYER, C. M. The welfare of the neonatal lamb. Small Ruminant Research 76, 31–41. 2008. Disponível em:

SARITA BONAGURIO GALLO

Professora de Pequenos Ruminantes, FZEA/USP

INGRID BOHN

Graduanda em Medicina Veterinária, FZEA/USP

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SARITA BONAGURIO GALLO

PIRASSUNUNGA - SÃO PAULO - PESQUISA/ENSINO

EM 26/09/2016

Oi Elysom, quando a ovelha abandona o filhote é muito complicado, ela realmente pode ter uma habilidade materna baixa, mas também pode ser devido a fatores como baixa qualidade nutricional que ela esta tendo naquele momento, superlotação do piquete de parição, altura do pasto inadequada, estresse causado por manejo ou predador. Esses fatores dentre outros afeta a habilidade materna, mas podem ser corrigidos e no próximo parto ela ser uma boa mãe. Mas realmente tem animais que tem baixa habilidade materna e isso também precisa ser levado em consideração nos itens de seleção de melhoramento do rebanho.
ELYSOM

CARUARU - PERNAMBUCO - OVINOS/CAPRINOS

EM 22/09/2016

Dano por anbandono de cordeiros deve se descarta esta matriz pois e impropria pro rebanho

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