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TOP 100/2010, sistemas de produção e política e planejamento do setor leiteiro.

PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/04/2010

5 MIN DE LEITURA

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TOP 100/2010, sistemas de produção e política e planejamento do setor leiteiro.

( publicado no Espaço Aberto em 19/03/2010 )

O Milkpoint apresentou TOP 100 de 2010, com os dados de 2009. Sem dúvida É matéria importante para se conhecer os 100 maiores produtores de leite, aspectos atuais e tendências desses grandes produtores. A leitura dessa matéria me levaram às reflexões que apresento a seguir.

No Brasil estima-se que haja entre 1 milhão e 1,2 milhões de produtores de leite, de forma que os 100 maiores produtores de 2009 representam entre 0,08% e 0,1% dos produtores, portanto em termos de números, bem pouco significativo.

Com relação à produção, esses 100 maiores produtores, que apresentaram produção igual ou maior do que 6.200 l/dia, em 2009, produziram 358.141.760 litros ( média 9.812,1 l/produtor ), sendo que:

* 43 produtores com produção igual ou maior do que 10.000 l/dia, produzindo 191.359.454 l/ano ( média 17.475,7 l/produtor );

* 57 produtores com produção igual ou maior do que 6.200 l/dia e menor do que 10.000 l/dia, produzindo 166.782.306 l/ano ( média 8.016,5 l/produtor ).

Se consideramos a produção nacional em 2009 como 28 bilhões de litros, os produtores do TOP 100 com produção igual ou maior do que 10.000 l/dia representam 0,68%, os com produção igual ou maior do que 6.200 l/dia e menor do 10.000 l/dia representam 0,60%, e que somados representam 1,28% do total do leite produzido. Assim, em termos do volume total de leite produzido no Brasil, a produção dos TOP 100 também é pouco significativa.

A grande importância desses TOP 100 para a nossa pecuária de leite não está no número de produtores nem no volume de leite que produzem, mas o que representam como vanguarda em termos de genética, tecnologia e gestão.

Com certeza não estaremos fugindo da realidade se afirmarmos que na pecuária leiteira nacional atual, produtores com produção acima de 5.000 l/dia são atualmente pouco representativos, tanto em termos do número de produtores como em termos de volume de produção.

Se considerarmos que 1 ou 1,2 milhões de produtores produziram os 28 bilhões de litros produzidos em 2009, a média nacional de produção de leite ficou entre 63,9 l/dia e 76,7 l/dia. Se a média é essa, evidentemente que temos um contingente enorme de produtores com produção abaixo de 60 l/dia, que se enquadram na agricultura familiar.

Marcelo Carvalho fecha o editorial “Abrindo a caixa-preta da nossa competitividade – Parte 2” , publicado em 08/09/2010, diz ao se pensar em 1,3 milhões de produtores qualquer tentativa de organização e desenvolvimento do setor leiteiro morre pela simples constatação de que é muita gente, e que não se consegue sair do imobilismo que os “1,3 milhões de produtores” geram.

De fato, o setor produtivo terá que reduzir o número de produtores, não por se querer desconsiderar ou excluir produtores, mas pela imperiosa necessidade do setor se organizar, de ser competitivo, de ser capaz de atender às necessidades do consumo interno e de cumprir sua função econômica e social. Mas evidentemente que essa redução do número de produtores só será exeqüível se inserida numa política e planejamento do setor leiteiro que trate adequadamente todos os aspectos econômicos e sociais envolvidos na transformação.

Se cogitarmos como meta levar a média dos produtores nacionais para 2.500 l/dia, para produzir os 28 bilhões de litros de 2009 bastariam 51.142 produtores, e isso é uma redução drástica no atual número de produtores,que evidentemente representa um problema social impossível de ser equacionado num espaço de tempo muito curto.

Mas se formos menos ambiciosos, e pensarmos como meta levar a média dos produtores nacionais para 300 l/dia, para produzir os 28 bilhões de litros de 2009 precisaríamos de 255.708 produtores, e o equacionamento do problema social decorrente da redução do número de produtores num espaço de tempo muito curto, embora ainda difícil, já dá para ser cogitado. Se em paralelo com essa meta tivéssemos a meta de passar o consumo per capita dos atuais 140 l/ano para 182 l/ano, precisaríamos de mais 8,4 milhões de litros/ano, ou seja, mais 76.712 produtores. Se considerarmos junto com o aumento do consumo per capta um crescimento de 2% ao ano devido o aumento da população, precisaríamos em 10 anos de mais 8 bilhões de litros, ou seja, mais 73.059 produtores. Se conseguirmos daqui a 10 anos exportar 20% do leite consumido no mercado interno, precisaríamos de mais 9 bilhões de litros, ou seja, mais 82192 produtores.

Resumindo, se tivermos uma política e planejamento do setor leiteiro consistente, de forma a conseguir um aumento do consumo per capita de 140 para 182 l/ano e exportar 18% do leite consumido no mercado interno, bem como aumentar a média nacional por produtor para 300 l/dia num prazo de 10 anos, e o crescimento populacional exigir aumento da produção de 2% ao ano, estaremos reduzindo para 487.671 o número de produtores de leite. Se essa política promover a especialização na pecuária de leite, atividades como produção de alimentos, recria de animais e prestação de serviços talvez possam demandar 20% do número de produtores de leite, estaríamos em 10 anos reduzindo o número de produtores envolvidos com a produção de leite de algo entre 1 a 1,2 milhões para 585.000, e deslocando entre 415.000 a 615 mil produtores para outras atividades produtivas, na agropecuária, na indústria e no comércio. O desafio dessa transformação sócio-econômica é grande mas não é impossível.

Assim entendemos que a política e o planejamento do setor leiteiro para os próximos 10 anos, envolvendo o Governo e toda a cadeia produtiva, no que tange à pecuária leiteira, deveria estar principalmente voltado para produtores até 2.000/litros dia, de forma a passar a média por produtor para 300 litros/dia, que possibilitaria um significativo avanço da competitividade do setor leiteiro e viabilizaria o equacionamento da significativa transformação sócio-econômica envolvida.

Um artigo do Guilherme de Mello Franco, provocou no Milkpoint uma discussão genérica sobre sistemas de produção de leite, que sem dúvida trouxe informações para as decisões individuais e específicas de cada produtor.

A motivação desse artigo foi provocar na cadeia produtiva uma discussão sobre a política e o planejamento do setor leiteiro para os próximos anos, que consideramos importante para trazer subsídios para as decisões que cada um deve tomar com relação ao seu futuro como produtor de leite, inclusive as relativas à sistemas de produção.

Marcello de Moura Campos Filho.

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