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Tome ciência, não transgênicos

ESPAÇO ABERTO

EM 03/10/2012

2 MIN DE LEITURA

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Por Efraim Rodrigues*

O jogo da ciência é simples. Faça de um jeito aqui, faça de outro ali e assim você consegue conhecer a diferença entre um jeito e outro.

Na semana passada foi publicado um artigo no periódico científico Food and Chemical Toxicology onde um grupo de ratos foi alimentado com uma dieta com 11% de milho geneticamente modificado R-tolerant NK603 (Monsanto Corp.), com e sem Roundup. Foi também testado um tratamento somente com Roundup, na dose de 1ppb na água (equivalente a uma gota em 100 caixas de água de 1000 l).

Após 2 anos, houve desequilíbrios hormonais associados a maior freqüência de câncer. 76% dos problemas encontrados foram associados a problemas renais. Os machos apresentaram 4 vezes mais tumores e as fêmeas apresentaram maior freqüência de tumores mamários e também mais precocemente que a população de ratos controle, alimentada sem transgênicos e sem herbicida.

O artigo tem repercutido bastante entre tomadores de decisão. Na França considera-se o banimento de produtos transgênicos e nos Estados Unidos, espera-se que esta pesquisa, entre as primeiras a serem publicadas sem subsídios da Monsanto, estimule os eleitores a votarem muito menos que o banimento, pela simples identificação dos produtos transgênicos. No próximo dia 06 a Califórnia votará a proposição 37, que possibilitará inclusive que pesquisadores e profissionais entusiastas destes produtos tenham uma dieta exclusivamente baseada neles.

Li as críticas ao artigo e elas não parecem fazer sentido. Não há problema algum em ter um grupo controle comparado aos três tratamentos. Nem tampouco há problema algum em usar a raça de ratos Sprague-Dawley, com tendência a desenvolver tumores, porque afinal o controle, obviamente empregou a mesma raça, para não falar no fato que o estudo que a própria Monsanto apresentou para autorização do produto empregou também esta mesma raça.

Este estudo ao menos clama pelo princípio da precaução. Não há como prever como novas moléculas, processos ou substâncias irão agir em nosso organismo ou no ambiente. Por isso, é melhor errar por excesso de zelo. O primeiro trabalho publicado pelo meu orientador, Prof Otto Solbrig, que ajudou a criar a biologia de populações de plantas como a conhecemos, era sobre as vantagens dos inseticidas organoclorados. Nos anos 40 só enxergávamos até o ponto em que aquele produto permitia uma agricultura sem insetos. Só muito depois enxergamos os problemas associados.

Demorou até que um pesquisador, independente dos interesses de quem vende transgênicos, testassse o efeito destes produtos por um período mais alongado, mostrando seus efeitos crônicos. Como voce pode ver, a simplória visão de ciência lá do início não é suficiente para um mundo onde gigantescos interesses determinam o que, quando e como seus produtos serão testados.

*Efraim Rodrigues, Ph.D. (efraim@efraim.com.br) é Doutor pela Universidade de Harvard, Professor Associado de Recursos Naturais da Universidade Estadual de Londrina, consultor do programa FODEPAL da FAO-ONU, autor dos livros Biologia da Conservação e Histórias Impublicáveis sobre trabalhos acadêmicos e seus autores. Também ajuda escolas do Vale do Paraíba-SP, Brasília-DF, Curitiba e Londrina-PR a transformar lixo de cozinha em adubo orgânico e a coletar água da chuva. É professor visitante da UFPR, PUC-PR, UNEB - Paulo Afonso e Duke - EUA

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PEDRO GILBERTO SILVA DE MORAIS

ITUIUTABA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/10/2012

     Como biólogo, gostaria de  dizer que há uma preocupação sim com os transgênicos, não só quanto aos resultados acima, mas também em tecnologias que os substituam, pois existem algumas práticas que podem beneficiar e também gerar um conforto ambiental.

    Saliento ainda que estudos devem ser feitos constantemente para validar ou não qualquer tecnologia.
EFRAIM RODRIGUES1

LONDRINA - PARANÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 08/10/2012

Caro Roberto ;

Não se trata de uma opção entre transgênicos e agrotóxicos. Ao contrário, as cultivares roundup-ready aumentaram o consumo e expandiram a áreas deste herbicida.

Recomendo também a leitura das resposta do autor a todos estes pontos levantados pelos críticos. Entre outros, a raça de ratos utilizados pela propria Monsanto para autorizar esta variedade foi A MESMA utilizada pelo autor, como já disse no artigo.

Não me surpreende que voce encontre opiniões contra a pesquisa. Eu também as encontrei, e como disse, não pareceram fazer sentido para mim, a não ser pelo fato que estas indústrias exalam dinheiro e isto suscita variados interesses, nem todos lícitos.

Ao colega Lucio; Não utilizei a expressão acho, nem tampouco daria ao meu filho. Recomendo voce reler o artigo para perceber que ele fala sobre o primeiro estudo de longo prazo e independente mostrando que este transgênico, ou o herbicida associado a ele, ou ambos aumentam as chances de câncer em uma populacao de ratos quando comparado ao controle.
JOSÉ HENRIQUE FORTES PONTES

SÃO PAULO

EM 08/10/2012

Caro Efraim,


Existe neste momento, outros trabalhos tentando comprovar ou refutar esse trabalho dos Franceses? Um assunto tao importante como esse sendo concluido com 10 camundongos por grupo, realmente me parece algo tendencioso ou ao menos perigoso.
MARIA BEATRIZ TASSINARI ORTOLANI

PIRACICABA - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/10/2012

Resposta do autor Efraim Rodrigues:



Prezado Roberto,

Na versão em meu blog



https://ambienteporinteiro-efraim.blogspot.com.br/2012/09/tome-ciencia-nao-transgenicos.html



Encontrará o link direto para o artigo.



Efraim
ROBERTO JANK JR.

DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/10/2012

Achei o artigo. O texto do professor Efraim conta meia verdade.


A pesquisa dos franceses é bastante controversa no meio academico, principalmente porque o padrão utilizado é muito inferior ao usual em pesquisas científicas.


Não foi informado o consumo de materia seca dos ratos e a raça tem propénsão á formação de tumores sob alto consumo de alimentos.


Além disso, a pesquisa envolveu apenas 10 ratos e os pesquisadores foram considerados pejoarativamente como "pescadores" de diferenças estatísticas para comprovar os dados da pesquisa.


Absolutamente não sou contra qualquer esclarecimento que possa melhorar a biosseguridade dos alimentos, mas a divulgação precisa mostrar todos os lados para que o público possa fazer seu juízo de valor.


Continuo com o pensamento de que os agroquimicos são muito mais prejudiciais aos consumidores que os transgenicos.
ROBERTO JANK JR.

DESCALVADO - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/10/2012

Qual seria o titulo do artigo e o autor?
VENCESLAU IGNACZUK

PONTAL DO PARANÁ - PARANÁ

EM 04/10/2012

Sem transgênicos morreremos de fome dizem os donos dos transgênicos(eles morrerão, pois terão que lacrar as indústrias deles). Com transgênicos seremos envenedados e morreremos de envenenamento por pesticidas?. E agora José?.
PAULO FERNANDO ANDRADE CORREA DA SILVA

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/10/2012

Sem transgenicos, com o milho BT por exemplo, deveriamos voltar a pulverizar inseticida nas largatas do gartucho???????
Ora, tenha paciencia, de novo contra a invencao da roda...
LUCIO TEIXEIRA DE SOUZA

BRAÇO DO NORTE - SANTA CATARINA - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 03/10/2012

Opinião interessante.

Claro que existe a urgência em se produzir mais alimentos, mas a que custo?

Devemos manter o princípio da precaução e estudarmos mais sobre o tema, para depois não haver arrependimento.

Mais estudos podem provar que os transgênicos não tem risco ou confirmar que tem. Sou favorável de mais estudos isentos sobre os transgênicos.

Você comeria alguma coisa que "acha" que não tem problema? Daria para seus filhos?
PAULA CRISTINA MARCONDES LÁRIOS

MATO GROSSO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 03/10/2012

Acredito que esse é um dos assuntos mais complexos na área as ciências agrárias.


Estudos como esses devem ser feitos a longo prazo, 3 anos ao meu ver são insuficientes para a coleta de dados.


Temos que analisar a metodologia do estudo e não apenas nos preocuparmos com o resultado final.


Além dos trangênicos um assunto polêmico é o uso de agrotóxico e seus efeitos acumulativos


Mas voltando ao câncer, é muito precoce afirmar que trangênicos possam causar, nos EUA há muitos anos se come trangênico.


E quanto a Monsanto, claro que jamais ia patrocinar o estudo


Para o consumidor fica a dica, no Brasil existem empresas que " esmagam" soja por exemplo não trangênica, para quem se interessar basta procurar o nome das empresas, assim como existe milho não transgênico, é pouco  o preço é caro e é dificil de achar.Mas é uma opção


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