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Semiárido: providências legais para previdências cabíveis

POR PAULO CESAR BASTOS

ESPAÇO ABERTO

EM 28/07/2009

3 MIN DE LEITURA

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Viabilizar o semiárido é um desses desafios brasileiros neste momento em que o mundo passa por uma das suas maiores crises financeiras, causada pela especulação e não pela produção.

Embora em condições de alto risco a economia do semiárido brasileiro, ainda, é embasada na agropecuária. O sertão não virou mar, mas produz a comida de quem vive na beira do mar. Enquanto os litorâneos chamam de tempo bom e torcem pelo sol brilhante o produtor sertanejo trabalha, para abastecer o litoral, sob o sol causticante.

A imagem distorcida, talvez proposital, de um semiárido inviável não é verdadeira. Esta nossa região é o semiárido mais chuvoso do planeta. O maior problema não é a falta, é a irregularidade das chuvas.

É impossível combater a seca. O possível é a prevenção, a convivência com o fenômeno cíclico, natural e inevitável da estiagem. Daí é que precisamos, também, tornar perenes as providências legais para as previdências cabíveis.

Vale estimular, providências legais, um programa de cooperação e parceria em todas as instâncias da administração pública - união, estado e municípios - para uma difusão e aplicação das tecnologias adequadas e/ou adaptadas ao clima e ao solo da caatinga, estabelecendo ações efetivas, lógicas, permanentes e alinhadas ao processo veloz de desenvolvimento pelo conhecimento, as previdências cabíveis.

A conjuntura atual de um maior vigor no mercado interno e de um visível dinamismo na economia nordestina mostra que a hora é agora para um choque de inovação, adequando os sistemas produtivos à realidade do semiárido, com o objetivo maior de vencer o atraso para garantir o progresso.

Muito já foi pesquisado sobre a região e repousa nas estantes ou nas memórias e discos rígidos dos computadores das instituições de ensino e pesquisa. Inventariar esse patrimônio de conhecimento visando à promoção do desenvolvimento socioeconômico sustentável, produzindo riqueza, reduzindo a pobreza e preservando a natureza é mais do que necessário é fundamental.

Não é preciso que se reinvente a roda. O caminho progressista passa por uma extensão rural e tecnológica. Atividades dinâmicas e objetivas fomentariam, e disseminariam as melhores práticas geradas pela pesquisa científica, observados os saberes e vocações regionais.

A melhoria do nível de educação, facilitando a capacitação, aliada a uma saúde pública eficiente e uma infraestrutura urbano-rural moderna contribuiriam para o aumento da qualidade de vida da população sertaneja, condição indispensável para o desenvolvimento sustentável.

Produzir e preservar. As diversas técnicas de manejo agroflorestal pesquisadas mas,ainda, não disseminadas são caminhos para evitar a degradação. Atitudes lógicas devem ser respostas às discussões ideológicas. Para evitar a desertificação não basta o discurso é preciso a ação. O manejo adequado do solo e uma política permanente de utilização racional dos recursos hídricos é uma estratégia para uma convivência inteligente com a inevitável seca.

Não basta apenas preservar o umbuzeiro, é preciso, também, produzir, colher os frutos e ganhar o suado dinheiro. O bioma caatinga pede e permite um manejo integrado das espécies vegetais, nativas e/ou adaptadas, com a pecuária bovina ou ovinocaprina, em seus diversos níveis e portes. Existem lugares para todos. Protege-se a diversidade com o progresso racional da sociedade.

A interiorização do desenvolvimento com uma mudança do desenho do mapa geoeconômico, ainda no modelo colonial, de uma indústria litorânea é primordial. Apoio e fomento aos novos empreendimentos e suporte inovador aos existentes é a concepç��o a ser adotada para um projeto de industrialização, comércio e serviços, eficiente nas ações e eficaz nos resultados.

O sol não é o vilão, ele é o nosso irmão. É óbvia a potencialidade do semiárido para a geração de energia solar e, também, de energia eólica e da biomassa. O ecossistema é apropriado, também, para a implantação das atividades de turismo rural e de estações hidrotermais. De repente, vale trocar a praia por um banho de rio ou um jorro de água quente.

A crise é um intervalo entre o problema e a solução. No intervalo surge a oportunidade. Vamos avançar, cooperando, capacitando, comunicando, compromissando e confiando que no sertão está a oportunidade para a procurada solução.

PAULO CESAR BASTOS

Engenheiro civil pela Escola Politécnica da UFBa atuante em diversas áreas da engenharia e produtor rural de gado de corte na Bahia.

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PAULO CESAR BASTOS

FEIRA DE SANTANA - BAHIA

EM 20/08/2009

Prezados João Paulo -Jose Roberto-Rômulo

Grato pelas considerações positivas sobre o nosso artigo.Rio,Paraíba e Ceará. Consultor, professor e estudante.Valeu.

A nossa Bahia possui a maior parcela do semiárido nordestino.O território baiano tem mais de 65% no semiárido, onde vive 50% da população com cerca de 25% da renda estadual. Estes indicadores precisam ser modificados com uma interiorização do desenvolvimento.

O semiárido não pode , no entanto, ter a sua economia embasada somente na agropecuária.Para um desenvolvimento sustentável torna-se necessário e imprescindível uma maior diversificação das cadeias produtivas.Existem caminhos, basta a vontade de busca-los.

Salvador é a terceira cidade do Brasil em população e penúltima capital do país em arrecadação proporcional à população e com alto índice de desemprego.Não pode mais suportar e garantir trabalho e renda para os esperançosos chegantes-retirantes do interior.É impossível.

Interiorizar o desenvolvimento, garantir progresso e qualidade de vida, tomar as providências legais para as previdências cabíveis no semiárido nordestino é o modo de avançar para um Brasil democrático, economicamente forte, tecnologicamente desenvolvido e socialmente justo.

O óbvio é dificil de ser compreendido, mas ,um dia será.
RÔMULO MESSIAS DIÓGENES LIMA

MARACANAÚ - CEARÁ - ESTUDANTE

EM 01/08/2009

Parabens Paulo,
Suas palavras demonstra a importância de se produzir sustentavelmente no bioma exclusivamente Brasileiro, de forma racional, gerando maior progresso para a região e até lucrando com a atividade agropecuária.
JOSE ROBERTO BARBOSA BRAZ

CAMPINA GRANDE - PARAIBA - PESQUISA/ENSINO

EM 01/08/2009

Fico feliz, pelo fato de ter ainda alguém que valoriza e reconhece as potencialidades do nosso semiárido.
Saudações sertanejas.
José Roberto Barbosa Braz
JOÃO PAULO DE BARROS RANGEL

MACAÉ - RIO DE JANEIRO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 29/07/2009

Graças a Deus alguem se lembrou de falar desse assunto! Há muito que se houve falar do problema da seca nordestina, porem só se comenta do problema e não das soluções. Talvez tenha chegado a hora de colocarmos a mão na massa e partirmos para a verdadeira solução dos problemas propriamente ditos!
temos que agir agora enquanto ainda há tempo para revertermos este quadro, pois futuramente talvez seja impossivel ou inviavel faze-lo

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