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Sem escala e gerenciamento de custos não há permanência na atividade

POR LUIS EINAR SUÑE DA SILVA

ESPAÇO ABERTO

EM 04/09/2012

8 MIN DE LEITURA

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Outro dia, li num suplemento agropecuário editado aqui no Goiás, reportagem sobre jovens que adotam a atividade agropecuária como sua principal fonte de ingressos econômicos.

Tenho absoluta certeza de que para os profissionais e produtores do setor lácteo, reportagens como esta trazem enorme satisfação, pois verificar que jovens ainda optam pelo campo e mais ainda, elegem a produção de alimentos como opção de vida, que nos deixa muito felizes.

Não obstante também percebemos que a juventude muitas vezes vem acompanhada com um certo tom de entusiasmo e inexperiência, levando-os a saltar algumas etapas importantíssimas como as de planejamento e gerenciamento de um investimento.

Neste sentido, aproveito a reportagem citada, no sentido de reforçar ainda mais as observações do pesquisador da EMBRAPA - Dr. Marcos Vinícius Barbosa da Silva e colocar tais pontos na pauta de discussões.

Estatisticamente, só consolida-se uma pesquisa ou trabalho científico, quando a "n" (= no. de indivíduos pesquisados) é representativo de um todo. Aqui surge minha primeira indagação: - Se o custo de produção na atividade leiteira situa-se entre 55% á 67% do faturamento, façamos então um pequeno exercício, reportando-nos aos números da propriedade citada.

Produção- 150 litros/dia X 30 dias = 4.500 litros/mês X R$ 1,00/litro = R$ 4.500,00/mês X 60% gastos = R$ 2.700,00, resta R$ 1.800,00, para cobrir todos os demais custos ( como energia elétrica, sanidade, combustível, manutenções, depreciações, funcionários e pró-labore do produtor, etc. ). Convenhamos que é uma cifra que não entusiasmaria nenhum investidor, mas é a situação que assola a grande maioria dos pequenos produtores e alguns que se aventuram na atividade sem capacitação suficiente para mesma. Passemos então a uma análise que nos leva a necessidade de tratar profissionalmente nossa atividade:

Escala de Produção - fica comprovado pelo simples cálculo que fizemos acima, que é impossível obter uma remuneração satisfatória sem escala de produção, pois sem volume ou um adequado volume de produção, não conseguimos diluir os custos fixos e muitos operacionais, como por ex. arrendamento, depreciação, conservação de bens, otimização da mão de obra, combustível, etc.

Capacitação Gerencial/Financeira - este fator é com certeza o divisor de águas entre o sucesso e permanência na atividade e desistência de muitos em serem produtores ou empresários rurais.

O empirismo administrativo que observamos no setor primário, principalmente no iniciante e no pequeno é assustador. Pessoas entram e saem da atividade, levados por modismos, influências de conhecidos e muita desinformação.

Raças Leiteiras - Inúmeros trabalhos científicos mostram que as raças zebuínas com aptidão leiteira apresentam qualidades muito desejáveis como rusticidade, ótima adaptação ao calor, capacidade interessante em digerir alimentos mais fibrosos como os pastos tropicais e que os cruzamentos destas com animais de raças de origem européia (principalmente os da Raça Holandesa), proporcionaria através da heterose ocasionada, o aparecimento de indivíduos melhores adaptados a produzir leite nas áreas de calor mais intenso e muitas vezes também de alta umidade.

Pois bem, do mesmo modo que uma das raças contribui com várias características, há que se deixar de uma forma bem clara que a contribuição real para aumento na produção de leite dos indivíduos resultantes, é a raça Holandesa.

Quando desejamos trabalhar com animais que apresentem alta eficiência produtiva por área explorada, não há como fugir desta raça ou seus cruzamentos, pois como citamos acima é a que possui maior número de indivíduos no mundo, a única cosmopolita, a de maior variabilidade genética e lembrando o título deste artigo, dentre as que se inserem como de aptidão leiteira, é a de maior crescimento produtivo por seleção de indivíduos melhoradores.

Dados do USDA ( Dpto. de Agricultura dos EUA ), - Nas décadas de 70/80 a produção média das milhares de vacas em controle leiteiro oficial, apresentavam lactações de 7300 litros em 305 dias. Hoje a base é 10400 litros, ou seja, houve um crescimento de quase 50% nestes 30/40 anos.

Há explicações? Lógico, o rebanho americano apresenta taxas de inseminação que se aproxima de 90%, controle leiteiro oficial servindo como ferramenta de trabalho para crescimento produtivo e seleção de indivíduos que tragam progresso genético à raça.

Por lá, o clima também castiga, enfrentam invernos rigorosíssimos e verões tórridos, mas mesmo assim avançam nos índices produtivos.

Por aqui, espera-se que os cruzamentos entre animais sem seleção para nada, cujas fêmeas em lactação mal conseguem alimentar um gato, possam ser a salvação econômica de uma fazenda que se aventura no mister de produzir leite.

Se observarmos os números da ASBIA, sobre o uso da IA no Brasil, pasmem que os números não mudaram quase nada desde há 3 ou 4 décadas, inseminamos no Brasil entre 10 a 15% das fêmeas aptas sexualmente. Então, como aumentar índices produtivos, se o uso de animais melhoradores, como os selecionados pelas centrais de IA e aprovados pelas associações especializadas é ridículo?

Propriedades leiteiras existem sim em todos os países, inclusive em alguns como Arábia Saudita e Israel, onde as condições climáticas são extremamente adversas para indivíduos selecionados para produzirem sob clima mais cálido. Entretanto, lá estão elas, mostrando que são adaptáveis e rentáveis em situações das mais diversas.

Nutrição - Difícil é separar gerenciamento do fator de produção - Nutrição. Toda e qualquer expectativa de sucesso ou frustração passa pelo estoque de alimentos e muito mais, pelo correto uso dos ingredientes da alimentação. Neste sentido, a assessoria de um profissional nutricionista, vai lhe proporcionar um correto fornecimento da alimentação de seus animais e muita economia.

As diversas categorias animais, bezerras, novilhas, vacas secas, vacas em pré-parto, vacas em lactação, possuem necessidades nutricionais muitos diferentes, mas o que observamos é que todas são tratadas como se tivessem as mesmas exigências, trazendo consigo os inúmeros conhecidos problemas e distúrbios que vemos no dia-a-dia das fazendas.

Muitos produtores pequenos e médios devem saber do que falamos. Aqui vai uma pequena lista:

- Bezerras com diarréias recorrentes, com pouco desenvolvimento, alta mortalidade, pneumonias, gastos intermináveis com medicamentos.
- Novilhas emprenhando acima de 24 meses, quando deveriam estar prenhes aos 14/15;
- Vacas que deitam e morrem após parirem;
- Vacas produzindo 10/15 litros, quando deveriam produzir 25/30.
- Mastites, CCS altas;
- Baixíssimas taxas de prenhes, e por aí adiante.

Finalizo, lembrando que ainda vivemos um período, onde a atividade é remunerada majoritariamente por volume, sendo, portanto uma "commoditie" ( mercadoria sem marca ) e como tal deve ser vista. Portanto quanto maior sua escala de produção, menor será seu custo por unidade de produção.

Dizia um sábio, que se conselhos fossem bons, poderíamos ganhar dinheiro vendendo-os, como não é possível, peço aos futuros parceiros desta atividade que vejam suas vacas como números que devem ser lucrativos, produtivos, eficientes, saudáveis, longevos e fáceis de serem substituídos no caso de não atingirem as metas propostas pelo negócio.

Da mesma forma que quando você possui muitos indivíduos, terá uma maior variabilidade genética e, por conseguinte maior capacidade de pressão de seleção, pelos mesmos motivos é que os ganhos só se dão quando temos estes fatores presentes. Pensem nisso!!!

Então, resta-nos alertar aos futuros produtores e empresários que pensam em se dedicar a esta atividade, que não se escondam atrás da desinformação para reclamarem da baixa rentabilidade, procurem obter o máximo dos fatores de produção citados acima, trabalhem com animais de alta produção, saudáveis, bem nutridos. Promovam bem-estar à eles.

Sabidamente características de rusticidade elevada, resistência á ectoparasitas podem levá-lo a não escolher a raça de animais que foi selecionada para produzir leite por excelência, levando-o a decidir por indivíduos menos produtivos.

Por fim, busquem alcançar uma escala de produção tal, que lhe proporcione uma renda adequada, que satisfaça as suas ambições, estilo de vida desejado e nunca relegue a segundo plano a sua constante capacitação administrativa e gerencial.

Tecnicamente, para os dias atuais, salientaria alguns pontos a focar:
1- O número mágico a ser alcançado em litros de leite por dia deve 1000;
2- Tenha como meta que suas vacas em lactação produzam em média 25 litros/dia;
3- Alicerce a reprodução de suas fêmeas no uso da IA utilizando somente touros provados;
4- Adote o controle leiteiro mensal como ferramenta de seleção e melhoramento;
5- Adote um sistema de gestão de custos (informatizado ou não), mas que lhe permita saber quanto custa cada litro de leite produzido em sua propriedade;
6- O custo de manutenção de vacas de baixa produção é o mesmo que nas de alta.
7- Quando os R$ que uma vaca produz de leite/dia não paga o custo alimentar dela, descarte-a sem dó.
8- As gerações sucessoras em média devem ser melhores produtoras que as anteriores, se isto não acontece em sua fazenda, acenda a luz vermelha no item Seleção;
9- Seja exigente com suas metas e índices zootécnicos eficientes, busque-os incansávelmente;
10- Eleja parceiros de negócios que lhe proporcionem lucratividade e que seus ganhos estejam atrelados à ela. Nunca compre de quem só venda produtos, você precisa de serviços e muita informação.

Lembro-me de um texto que li há muitos anos e do qual sempre me recordo em situações de indecisões, o qual gostaria de deixar constante para que sirva de reflexão.

Bingo e Xadrez

Na vida existem dois tipos de jogos: o Bingo e o Xadrez.

O Bingo é um jogo de sorte ou de azar, já o Xadrez de raciocínio e técnica. No Bingo não se pensa, não se estuda. No Xadrez se pensa muito e se estuda muito, é necessário um grande esforço e dedicação. No Bingo não existem clubes nem torneio dos melhores, muito menos cobertura de imprensa. No Xadrez ao contrário existem vários clubes nacionais e internacionais, com muitos torneios em vários níveis e com completa cobertura de imprensa. Não existem bibliotecas com obras de como jogar Bingo melhor, ou com os melhores desempenhos no Bingo, no passado. No Xadrez existem muitas bibliotecas "devotadas" aos enxadristas. Várias obras publicadas são disponíveis com as clássicas partidas dos gênios deste jogo e suas jogadas mais interessantes. No Bingo costuma-se comer pipoca, amendoim e eventualmente um "bastantão"(sanduichão de presunto ou mortadela). Bebe-se refrigerante, chá ou, no sul , chimarão. No Xadrez ,é hábito a boa comida internacional, acompanhada de champanhe francesa. Os prêmios do Bingo variam muito, raramente ultrapassam os U$1.000. Costuma-se ganhar pane¬las, bicicletas, faqueiros, toalhas, viagens regionais. No Xadrez os prêmios alcançam milhões, pagos em dólar ou outra moeda forte. Os que jogam Bingo gostam de jogar Bingo, pode-se dizer que são felizes em jogar Bingo. Os que jogam xadrez também adoram jogar Xadrez. Sem dúvida, são felizes em jogar Xadrez.

O problema se apresenta quando...
... os que gostam de jogar Bingo querem ganhar prêmios iguais aos conquistados pelos que jogam Xadrez.

Até uma próxima

LUIS EINAR SUÑE DA SILVA

Med. Vet. , Esp. em Gado Leiteiro - UFLA

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OLÍMPIO GOMES AGUIAR

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/02/2013

Obrigado, Michel e Ronaldo pelas informações. Abraços.
FERNANDO ANTONIO DE AZEVEDO REIS

ITAJUBÁ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/11/2012

Amigos produtores,



Acredito que o produtor que queira continuar na atividade com lucro terá de saber seus números, tanto os dados econômicos como zootécnicos.



Quanto a raça, cruzamento ou se é confinado ou a pasto intensivo ou extensivo fica os números e a experiencia de cada um.



Interessante a referência ao jogo de xadrez, pois o mesmo ensina que temos várias aberturas e suas variantes, mas cada partida é diferente da outra, e não há enxadrista que só ganha!!! Nem Capablanca, nem Fischer nem Kasparov...



Sou criador de Jersey porque meu pai já falecido criava Jersey e ele era um excelente enxadrista, fazia partidas simultaneas , sendo que alguns tabuleiros a cegas (quem joga xadrez sabe do que estou falando...)



att



Fernando
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 12/11/2012

Prezado Marcelo Alves Ferreira: Concordo com você, mas, não se esqueça que este tipo de debate nos leva a evolução dos sistemas já conhecidos e à pesquisa de novas saídas para alcançar ao mesmo fim, evitando, destarte, a "síndrome da cozinheira velha", que não aceita novas maneiras de fazer a mesma coisa, que não as que estão em suas receitas antigas.


Para mim, que já passei por todos os sistemas conhecidos de criação de bovinos de leite e optei pelo que entendo mais viável, toda informação nova é motivo de júbilo, pois me faz pesquisar, ainda mais, para verificar se este ou outro caminho pode ser melhor do que o que eu adoto. Para se ter uma pequena amostra disto, até 2007, só criava Gado Holandês puro. Através de um debate, no Fórum do Milk Point, com o amigo Névio Primon, criador de Gado Jersey, tomei a decisão de criar, também, esta raça, o que deu muito certo. Hoje, além do Holandês, sou criador, também, de Jersey.


Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO


FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG


=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
MARCELO ALVES FERREIRA

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL

EM 09/11/2012

Boa tarde Caro Guilherme !

   Gosto muito de suas intervenções sensatas! Creio que o embate técnico-científico entre os amigos  Ronaldo e Rafael, reflete em grande parte a realidade especifica de cada um.  Onde obter lucro é a regra mestre final, seja de uma forma ou de outra.


   Agora, meu amigo Guilherme, você não acha que em vez de degladiarmos entre irmãos de leite, não seria melhor unirmos força e usarmos nossos conhecimentos para iniciarmos uma mobilização para cobrarmos uma posição coerente do governo em relação a politica do leite.  Nós já dominamos todos os sistemas de produção particular em cada região do nosso Brasil.  Vamos tentar mostra para os politicos que o Brasil não vive só de soja,milho e carne, mas que o leite é vital e custa caro produzi-lo para vender sem nenhuma politica de segurança de preço mínimo. Temos que nos fazer valorizar !!!!!!!  A politica social não é só resposabilidade de nos produtores.

Um grande abraço,


Atenciosamente,  

Marcelo - Brasília.
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/11/2012

Prezado Olímpio,



  Dá uma olhada neste link: https://ideagri.com.br/plus/modulos/noticias/ler.php?cdnoticia=586 , creio que é um exemplo que pode te ajudar muito na tomada de decisões.



Um abraço



Ronaldo   
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 09/11/2012

Prezado Michel,



Ao menos um para confirmar o que você diz, pena que estes resultados ainda não são divulgados, um dos maiores especialistas em  nutrição de gado leiteiro do Brasil me disse apenas que tifton com FDN abaixo de 50% não deve existir, estou aguardando resposta de outros que consultei. Mas se estes números forem mesmo verdadeiros, como explicar a baixa produção das vacas dos NZ lá na Bahia, 13 litros comendo fubá é produção para capim com 70% de FDN, se fosse menos de 50% com mais de 20% de PB teriam que produzir 20 litros ou mais.



Um abraço



Ronaldo   
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 08/11/2012

Prezado Michel Valter Kazanowski: Obrigado por suas explicações, que vão de encontro ao meu pensamento. Todavia, mesmo com a sua argumentação, entendo que a produção de silagem de milho e de cana de açúcar (alimentos que utilizo no meu trato alimentar cotidiano), em produção suficiente para um ano inteiro, é melhor saída que a manutenção de pastos, justamente por causa das estiagens catastróficas, que pululam em todas as regiões do Brasil. Nestes períodos, a silagem segura a lactação em regime de estabilidade, enquanto o pasto, mesmo irrigado, deixa a desejar neste campo. Deflui daí que, se for para irrigar, que seja cana e milho.


Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELO FRANCO


FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG


=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
MICHEL KAZANOWSKI

QUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 08/11/2012

Caro Ronaldo,



"Michel,

Frequentemente tenho visto resultados de gramíneas do gênero Cynodon apresentando FDN abaixo de 50% - fruto de um ótimo menejo dos pastos. Esse alimento pode, e deve, ser utilizado como volumoso exclusivo para vacas em pastejo ou compor a dieta de vacas em confinamento - cerca de 10% da MS total, em média. Por se tratar de alimento de alta qualidade não irá inibir o consumo, desde que o manejo da alimentação seja muito bem feito.



Att,



Alexandre Pedroso"



Como tu bem sabe o Alexandre é pesquisador da Embrapa Pecuaria Sudeste e especialisata em nutrição de vacas de alta produção e conforto animal.

Não estamos jogando o conhecimento adquirido nas Universidades e a Embrapa no lixo. Estamos sim aderindo a novos conceitos de produção, visando unicamente, como o amigo Tiago citou acima, obter lucro através dos recursos disponíveis. Se tratando de Brasil temperatura e luz de clima tropical, excepcional para produzir gramineas C4, não C3.



Abraço



Michel Kazanowski
TIAGO MANTOVANI

SANTO ANTÔNIO DA PLATINA - PARANÁ - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 07/11/2012

Uma vez um gringo especialista em leite veio visitar a EMBRAPA, e os nossos técnicos mostraram a tecnologia que usavam na produção a pasto. No final da visita perguntaram ao gringo o que ele tinha achado.



O gringo perguntou "Esta dando lucro?".

O pesquisador respondeu "sim"

E o gringo falou " esse sistema é otimo, continue a fazer isso".

O pesquisador intrigado perguntou: "como assim?"

Nisso o gringo perguntou "Se voce for a uma fazenda de leite e o produtor estiver com suas vacas comendo folha de arvore. o que voce deve perguntar ao produtor?

O pesquisador falou que não sabia.

O gringo então falou " Voce deve perguntar se esta dando lucro, e caso a resposta seja afirmativa qual seria a recomendação técnica?"

O pesquisador falou que não sabia também.

O gringo respondeu " Sua recomendação técnica deve ser para que ele plante mais arvores".



Vejo o pessoal brigando por qual sistema é melhor ou mais eficiente ou mais sustentavel. Mas ninguem discute quanto o seu sistemas produz de lucratividade por hectare ano, porque só através desse índice podemos deixar a paixão de lado e podemos comparar. Quando discutimos lucro/ha/ano vemos que há pessoas que possuem lucros altos  tanto em produção de leite a pasto quanto em produção de leite confinado, quanto em soja, milho, café etc. E vemos também pessoas que obtem baixos lucro/ha/ano tanto em produção de leite a pasto quanto em produção de leite confinado, quanto em soja, milho, café etc.



Então vemos que o que interessa não é o sistema em si, mas o nivel de eficiencia dos recursos produtivos usados pelas fazendas.


Fraternal abraço



Tiago
MICHEL KAZANOWSKI

QUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 07/11/2012

Caro Ronaldo,

Sistema a pasto? Estava falando de produzir volumoso. Isso inclui pasto, silagem de milho, sorgo, pré-secado, cana. É isso que estamos debatendo. Se as vacas comem e dormem em ambiente confinado ou não é outra historia.

O mais importante é ter em mente quanto é preciso produzir de alimento para os animais comerem o ano todo. Isso é sinonimo de dinheiro no bolso.



Abraço



Michel Kazanowski
MICHEL KAZANOWSKI

QUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 07/11/2012

Caro Guilherme,

A planta, independente da especie, precisa de 4 elementos essenciais para produzir. Temperatura, luz, nutrientes e agua. As duas primeiras são imutaveis, a terceira manejavel facilmente, sobra a ultima. Se não chove frequentemente na região a unica coisa a se fazer é irrigar. O Ronaldo citou que só chove 5 meses por ano. Se for produzir comida para as vacas 5 meses por ano significa que apenas 40% do potencial produtivo do seu solo esta sendo aproveitado. Dificil ganhar dinheiro assim correto.

A grande vantagem de irrigar o pasto é que ele tem uma alta capacidade de produção e é facil de montar um projeto de irrigação pra isso. Bem mais simples que irrigar milho. Particularmente acho pouco provavel que seja possivel passar o ano somente com pasto, portanto, se o grande problema for agua a area de produção de volumoso concervado deveria ser também irrigada.

Vi esta semana reportagem sobre a seca e queda de produção em MG. Todo mundo sabe que o grande limitante da produção em escala no Brasil é falta de comida. Basta dar uma estiagem e o tanque esvazia. Repito, a unica forma de se produzir em escala é produzir volumoso em grande quantidade e qualidade.

Na minha area apenas 30% é destinada para pastagem. O restante é para produção de silagem de milho, volumoso de alta qualidade como mencionaras. No entanto o pasto é importante composto da dieta das vacas e alem de manter a saude ruminal reduz meus custos de dieta.



Abraço



Michel Kazanowski
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/11/2012

Prezado Michel,



Me diga que outro nome posso dar a sua tecnologia de produzir tifton e  mombaça com teor de FDN abaixo de 50%? Você em algum momento pensou que eu fosse acreditar nisto? Reveja seus números.



Abraço



Ronaldo
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/11/2012

Caro e prezado Michel,



Como você vem defender o sistema a pasto e depois me diz que não está discutindo sistema de produção? Preste atenção no que escreve amigo.



Abraço



Ronald
GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO

JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 06/11/2012

Prezado Michel Valter Kazanowski: Muito se ouve falar em irigação de pastos. Ora, com os gastos necessários a tanto, não é melhor irrigar uma lavoura de milho e fazer silagem para o ano todo, alimento muito mais forte e adequado à produção de leite que qualquer gramínea tropical?


Um abraço,

GUILHERME ALVES DE MELLO FRANCO


FAZENDA SESMARIA - OLARIA - MG


=HÁ SETE ANOS CONFINANDO QUALIDADE=
MICHEL KAZANOWSKI

QUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 06/11/2012

Caro Ronaldo,

Enquanto a minha pseudo tecnologia continuar a render de 500 a 1000% a mais que plantio de soja, minha segunda opção na região, continuarei a pseudo produzir e pseudo viver muito bem, obrigado.



Abraço



Michel Kazanowski
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 05/11/2012

Caro Olímpio Gomes,



Para que eu mude meu pensamento será preciso que todo o conhecimento adquirido em nossas instituições de pesquisas seja jogado no lixo e a pseudo tecnologia do Michel seja adotada como verdade absoluta. Não vi aula nenhuma, ele não conseguiu ao menos explicar como modificar a estrutura das plantas C4 para igualar as C3. Me mostre ao menos um trabalho cientifico com o tifton 85 com teor de FDN(fibra em detergente neutro) inferior a 60%, pois eu já cansei de fazer buscas na web e só encontrei valores superiores a 67%. Por enquanto eu tenho a lhe dizer que se realmente quer produzir leite siga o caminho sugerido pelo Luis, pois este é facilmente comprovado, quanto ao caminho do Michel... você já plantou milho e colheu soja?



Um abraço



Ronaldo   
MICHEL KAZANOWSKI

QUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 05/11/2012

Caro Ronaldo,

Não estamos discutindo sistemas de produção. Ja fizemos isso muito em outro espaço do site. No  momento discutimos escala de produção.



Caro Olimpio,

Sem duvida cada fazenda tem suas peculiaridades. O sistema adotado nos campos gerais do Parana pode ser inviavel na sua propriedade.

Para se ter escala de produção e ganhar dinheiro é preciso produzir volumoso, em grande quantidade e com qualidade. Pensando nisso é preciso identificar as vantagens e limitações de sua propriedade. Topografia, temperatura, tipo de solo, regime pluviometrico, horas de luz, entre outros irão ditar seu potencial. Destacadas as vantagens é preciso identificar as limitações e tentar corigi-las. Se o problema é agua, de nada vai adiantar ter confinamento, vacas de 40 litros/dia, etc, que isso não vai resolver o problema da produção de comida. O que tu precisa nesse caso é irrigação. Esse deve ser o investimento primordial da propiedade.

Mesmo a pastagem limitando a produção das vacas pelo seu alto teor de fibra a sua produção é 3 a 4 veses maior que gramineas C3 adotadas no sul. Isso coloca muito mais animais, o que no final acaba, apesar da produção individual menor, produção por ha superior.

Vacas holandesas são especializadas em produção e se adaptam a qualquer ambiente. Tu sabe por que os neozelandeses escolheram a Bahia ao inves do PR ou RS, onde da para produzir azevem e trevo no inverno?. Por que alem de terra barata, luz e agua lá as temperaturas no verão são inferiores as do sul, que em dezembro, janeiro chegam a quase 40C.

Se for trabalhar com cruzamento afim de ter manejo "mais facil", escolha cruzamento de raças especializadas como holandes x jersey ao invés do girolando que tem problemas como persistencia de lactação, temperamento, etc.

Particularmente, desconheço atividade agropecuaria neste país que renda mais que produzir leite. Seja em sistemas confinados ou de manejo intensivo de pastagens, a rentabilidade supera qualquer outra atividade produtiva. Basta investir.



Abraço



Michel Kazanowski
OLÍMPIO GOMES AGUIAR

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/11/2012

E aí Ronaldo, continua com o mesmo pensamento? Rsrsrs. O Michel deu uma aula, mas cada região ou fazenda tem sua particularidade ou particularidades, esta discussão pasto x confinamento nunca irá acabar. Sou da opinião e utilizo o pastejo rotacionado e utilizo a raça girolando, pois  acho que é a mais adequada ao meu manejo e também porque o confinamento requer muito investimento e mão de obra. Porém, para produzir 1.000 litros dia na minha propriedade vai demorar muito. Não se faz piquete do dia para a noite, não se faz melhoramento genético de uma hora para outra, e assim por diante.

Michel, fale me mais sobre vaca holandesa à pasto. Abraços.
RONALDO MARCIANO GONTIJO

BOM DESPACHO - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 01/11/2012

Caro Michel,



Hoje é 1 de novembro, até hoje as chuvas ainda não chegaram, se confirmar a previsão de chuva para o próximo fim de semana os pastos estarão prontos para serem consumidos em cerca de 3 semanas, as chuvas aqui vão parar em março. Faça as contas e veja o pouco tempo que se consegue para usar pasto intensivo. Irrigação está distante da maioria dos produtores, no inverno aqui não chove nada, azevem só irrigado, mas como o mesmo produz quase nada é muito mais economico plantar milho.

Um fato curioso é que por aqui todas as analises feitas em pastagens mostram FDN acima de 60%, isto quando não ultrapassam 70%. Resultados de FDN abaixo de 50% somente para silagem de milho. Nem sorgo consegue ser inferior a 60%.

Enfim, com o calor que faz aqui e o desempenho mediocre das vacas holandesas no pasto é melhor confinar ou parar, pois com vacas girolando a situação está complicada, basta ver como está a situação da maioria dos produtores aqui para confirmar o que eu estou dizendo.

Porque o amigo não tenta convencer os confinadores aí de Castro a adotarem o sistema a pasto. Seria uma boa forma de você mostrar que está dizendo a verdade.



Um abraço



Ronaldo
MICHEL KAZANOWSKI

QUEDAS DO IGUAÇU - PARANÁ - OVINOS/CAPRINOS

EM 31/10/2012

Caro Ronaldo,

Minhas vacas comendo tifton + 5 kg de ração com 75% de fuba na composição produzindo proximo de 40 litros/dia devem ser geneticamente modificadas para melhor digerir capim.

Não sou movido por paixão, mas por dados e constatações. Por outro lado sua paixão por ver vacas comendo no cocho não permite ver que o mesmo nivel de eficiencia alcançado no confinamento pode ser alcançado em sistemas que adotam pasto como fonte volumosa. Dizer que no sudeste e centro-oeste (areas com muito maior temperatura e incidencia de luz que o sul), é impossivel produzir 35.000 litros/ha/ano. Benza Deus! 7 meses de cocho? O pasto ai so cresce 5 meses por ano? Qual é o problema, pois até aqui no sul onde o verao so chega em novembro da pra usar pastagens de verão por quase 7 meses. O que dizer do azevem, que um colega plantou em Goias e deu 5 cortes este ano?

Meu amigo, leite se faz de forma muito simples, transformando alimento volumoso em leite. Quanto melhor a qualidade e maior a quantidade de volumoso que tu produzir na sua propiedade mais vacas terá no seu rebanho, mais alimento elas vão ingerir e mais leite tu terás.

Aqui produzo uma safra de milho (20ton MS/ha) + uma safra de sorgo na sequencia (14 ton MS/ha) + azevem/aveia/trevo (7 ton MS/ha). A pastagem dá mais de 30 ton MS/ha + azevem/trevo sobre-semeado (5 ton MS/ha). É so fazer as contas agora de quantas vacas dá para alimentar ( média de produção de 7000 litros por ano) e você verá quanto litros de leite da para produzir.

É incrivel como o produtor complica as coisas para achar um modo de esconder sua ineficiencia. Como uma pastagem com menos de 50% de FDN, mais de 20% de PB, quase 70% de NDT não vai suportar a produção de 20 litros. Pastagem assim com 2kg de fuba realmente não produz 20 litros, mas 22, 23...

Se os produtores do sudeste e centro-oeste com vacas holandesas no pasto devem desistir da atividade talvez tu aconselhe a imensa massa de produtores destas duas regiôes que continuem com vacas girolando, capim brachiaria, touro, ordenha manual... Afinal ser eficiente é ser confinador, o resto são só pobres coitados, não é mesmo?



Abraço,



Michel Kazanowski

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