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O mercado de queijos ralados de 2001 a 2003

ESPAÇO ABERTO

EM 28/12/2005

4 MIN DE LEITURA

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Por José Luiz Bellini Leite1 e Antônio Gabriel Rosa Loures2

Os queijos ralados movimentaram no período estudado a quantia de US$ 1,3 bilhão, correspondendo a 1,9% dos US$ 70 bilhões do mercado internacional de lácteos (MDIC: 2005). Não há uma definição do tipo de queijo que se enquadra nesta nomenclatura, o que importa é a forma física de sua apresentação, podendo ser ralado ou em pó.

O domínio deste mercado é Europeu (66,68% das importações mundiais). Quatro desses países, Alemanha, Bélgica, França e Reino Unido são responsáveis por mais da metade das importações mundiais, sendo a Alemanha responsável por quase um quarto. Seus principais fornecedores são França, Itália e Paises Baixos.

O Japão e a Coréia do sul formam o grupo de países do leste/sudeste asiático entre os mais importantes importadores. Eles foram responsáveis por mais de 8% do mercado mundial de queijos ralados, no período considerado. Seus principais fornecedores são os Estados Unidos, a Dinamarca, e os Países Baixos, no caso do Japão, e Dinamarca, EUA e Itália, no caso da Coréia.

Na América, os principais importadores foram os Estados Unidos e o México, que juntos somam 5,56%. Somando ainda as compras do Canadá, que não se encontra entre os dez maiores, chega-se a 6,91% do mercado importador deste tipo de queijo. Seus principais fornecedores são, no caso mexicano, os EUA, que detêm 97,13%, e o Canadá. Esse domínio do mercado mexicano de queijos ralados pode ser explicado pelo Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte). Contudo, para os Estados Unidos exportam Países Baixos, que detêm 40%, além da Dinamarca e Canadá.

Tabela 1: Importações de queijos ralados ou em pó (2001 a 2003)


Os queijos ralados tiveram crescimento sistemático de suas importações, alcançando US$ 42 milhões/ano, no período considerado. O queijo ralado ou em pó movimentou em três anos US$ 1,3 bilhão e projeta, para o ano de 2005, um mercado da ordem de US$ 567 milhões.

Figura 1. Importação mundial de queijos ralados (2001 a 2003 e projeções para 2005)


Os preços praticados no mercado de queijo ralado podem ser vistos na Figura 2. Nota-se uma grande dispersão, sendo o preço mais baixo de US$ 3.303/tonelada (México em 2001), e o mais alto foi US$ 7.600/t (Japão em 2002). Esse último preço pode ser considerado como outlier nesse mercado, pois é muito dispare do conjunto de preços pagos no período analisado. Todavia, fica evidente a convergência dos preços em um patamar mais elevado, mostrando que, além do aumento do volume comercializado, os preços estão em ascensão, e a dispersão se mantendo se não forem considerados os preços pagos pelo Japão.

A média de preços dos dez principais importadores foi de US$ 4.476/tonelada em 2001, a de 2002 foi de US$ 4.605/tonelada e a de 2003 foi de US$ 5.081/tonelada. A média no período foi de US$4.721/tonelada e os preços tiveram um aumento de mais de 13,50%.

Figura 2. Preços praticados no mercado de queijo ralado


As tarifas da União Européia (considerando Alemanha, Bélgica, França e Itália) para esse mercado variam, conforme o tipo de queijo. Queijos ralados feitos com leite desnatado e com ervas possui uma tarifa de 7,7% para as nações chamadas mais favorecidas e zero para as demais. Para outros tipos de queijos ralados, a alíquota é de 188,2 ?/100 kg/net (US$225,84)3, para as nações denominadas mais favorecidas, e zero, para as demais, incluindo o sistema geral de preferência (em inglês Generalized System of Preferences - GSP) para países considerados menos desenvolvidos e países com acordos de preferência.

O mercado norte-americano de queijos ralado possui tarifas de 2% (dois por cento) para os países considerados mais favorecidos e 35% (trinta e cinco por cento) para os considerados menos favorecidos. Para o Nafta, para alguns acordos bilaterais e para o sistema geral de preferência (GSP), a alíquota é reduzida a zero. Dependendo do tipo de queijo, essas alíquotas podem variar de US$ 105,5/100 kg a US$ 226,9/100 kg para os favorecidos e US$ 177,5/100 kg a US$ 267,00/100kg para os demais países.

O mercado japonês possui somente duas tarifas e considera a condição de país pertencente ou não à Organização Mundial de Comércio (OMC). Para os países pertencentes à organização, a tarifa é de 26,3% e para os demais 40% (quarenta por cento).

Comentários finais

Este trabalho apresenta alguns números do mercado internacional de queijos ralados no período 2001 a 2003. São mostrados os valores monetários transacionados, os principais players, os preços praticados e as tarifas da UE, Estados Unidos e Japão, considerando o Sistema Harmonizado.

O volume monetário movimentado nesse mercado foi de US$ 1,3 bilhão. Os principais players desse mercado são os países europeus que se destacam como grandes importadores e grandes exportadores. Quatro países europeus detêm mais de 50% do mercado. Destacam-se ainda o Japão, México e Coréia, respectivamente, sexto, sétimo e oitavo maior importador deste tipo de queijo.

Os preços praticados têm grande dispersão, havendo tendência de redução da dispersão ao longo do período estudado e de concentração em patamares mais elevados. O mercado de lácteos é um dos mais bem protegidos do mundo. Destaque se faz para a UE, onde um sistema de proteção garante aos membros do bloco livre comércio e domínio absoluto em seus territórios e elevada inserção no mercado mundial.


4. Bibliografia

Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). https://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/inicial/index.php. Acessado em outubro 2005.

Food and Agriculture Organization of The United Nations. https://www.fao.org/. Acessado em novembro 2005.

1 Pesquisador em Economia Aplicada - Embrapa Gado de Leite
2 Estagiário em Economia Aplicada - Embrapa Gado de Leite
3 EUR = 1.2 US$

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NILTON MEDEIROS GAMBÔA

ITU - SÃO PAULO - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 09/07/2021

Considerando as cifras brasileiras:



1 - Qual a participação da produção industrial de queijos relativamente à produção nacional de lácteos?



2 - Qual o percentual do segmento de queijo ralado relativamente ao total de queijos industrializados?



Talvez os senhores possam orientar-me em quais organismos públicos poderei obter informações adicionais sobre a produção de queijos uma vez que já tentei Ministério da Agricultura, Embrapa, Emater, IBGE e são citadas apenas cifras de leite <i>in natura</i>.



Agradeceria sua colaboração, pois estou iniciando pesquisa sobre as possibilidades de comercialização de queijos ralados, do assim chamado tipo premium, pesquisa esta que se iniciará pelo interior do estado de são Paulo.



Grato por sua atenção e queiram aceitar meus votos de pleno sucesso ao longo de 2006.



Resposta dos autores:



Caro Sr. Nilton Gambôa,



As respostas às perguntas indagadas pelo senhor são:



1° Pergunta: Qual é a participação da produção industrial de queijos relativo à produção nacional de lácteos?



Resposta: Levando-se em consideração o período de 1999 a 2004 foram industrializados 77,4 bilhões de litros de leite, de acordo com empresas que possuem o SIF (Sistema Inspeção Federal), deste total 26,48% foram destinadas à produção de queijos.



Ao analisar os anos que compreendem o período percebesse que houve um acréscimo na quantidade de leite destinado a fabricação de queijos. Em 1999, foram destinados 2,5 bilhões de litros, no ano 2000, aumentou para 2,7 bilhões, em 2001, houve um aumento de 40% em relação ao ano anterior, passando para 3,8 bilhões de litros de leite transformados em queijos. Em 2002 houve uma pequena retração de 0,5%, voltando a aumentar nos dois anos seguintes, 3,8 bilhões em 2003 e 3,9 bilhões em 2004. Considerando todo o período, a quantidade de leite destinada à manufatura de queijos aumentou 56,26% entre 1999 a 2004.



Fonte: IBGE, ABLV e ABIQ



2° Pergunta: Qual o percentual do segmento do queijo ralado relativo ao total de queijos industrializados?



Resposta: De acordo com os dados da Embrapa Gado de Leite, o queijo mussarela foi o principal queijo produzido em 2004 (144,7 mil ton), seguido do queijo prato (102,5 mil ton), do requeijão culinário (90,7 mil ton) e do queijo parmesão ralado (11,6 mil ton) que ocupou a oitava posição no ranking da produção nacional de queijos em 2004. A figura 1, mostra a participação dos principais queijos produzidos no Brasil em 2004.





Fonte: Embrapa Gado de Leite;SIPA;ABIQ;DATAMARK;DESK RESEARCHT

Outros: Fundido, Gorgonzola, Reino, Gouda, Camembert, Gruyère, Brie, Cottage, Edam, Cheddar etc.



O queijo parmesão ralado teve uma participação de 2,31% no total de queijos produzidos no Brasil, em 2004. Considerando o período de 1991 a 2004, houve um aumento da produção de queijo ralado de 90%, em 1991 o país produziu 6.063 ton e em 1995 passou para 7.294 ton. No ano de 2000, aumentou para 9.900 ton e em 2004 para 11.550 ton (figura 2). Pelos números nota-se que o segmento de queijo ralado está em expansão no mercado brasileiro.





Sr. Nilton Gambôa, o queijo parmesão é o principal queijo comercializado no Brasil em forma de pó ou ralado, como o Senhor pretende entrar no segmento do queijo ralado, sugerimos que seja feita uma pesquisa sobre quais outros queijos podem ser ralados.



A fonte das informações que usamos para lhe responder encontra-se no site da Embrapa Gado de Leite.



Outras fontes de consulta:



https://www.abiq.com.br



https://www.ablv.org.br



https://www.cienciadoleite.com.br



https://www.ibge.gov.br



https://www.ocb.org.br

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