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Mestiçagem das vacas e rentabilidade da produção de leite

POR SEBASTIÃO TEIXEIRA GOMES

ESPAÇO ABERTO

EM 02/03/2007

5 MIN DE LEITURA

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Estima-se que 80% das vacas ordenhadas, no Brasil, são mestiças de raças européias e zebuínas. Dentre as européias, predomina a holandesa e, dentre as zebuínas, a gir.

A combinação da rusticidade do gado gir com a especialização leiteira do holandês resulta em indivíduos de excelente desempenho na produção de leite. Os animais de maior percentual de sangue holandês são mais exigentes no manejo e na alimentação, porém, são mais produtivos. Por outro lado, os animais de menor grau de sangue holandês são menos exigentes no manejo e na alimentação, todavia, são menos produtivos. Nesse cenário, a questão central diz respeito à relação entre a rusticidade/especialização e rentabilidade. A pergunta é: Qual o intervalo de grau de sangue Holandês-Zebu que corresponde à maior rentabilidade da produção do leite?

Segundo uma crença antiga, dentre aqueles que se dedicam à produção, a partir de 1/2 HZ, o aumento do grau de sangue holandês reduz a rentabilidade da produção, porque os custos aumentam mais que a renda bruta. Isto acontece em razão das restrições ambientais comuns nas regiões tropicais.

Entretanto, alguns especialistas afirmam que é possível produzir leite, de modo lucrativo, em regiões tropicais, com animais de elevado grau de sangue holandês, desde que sejam adotadas práticas de manejo e alimentação que neutralizem os danosos efeitos climáticos.

Diante dessas posições sobre mestiçagem e rentabilidade, a proposta deste artigo é contribuir com argumentos práticos para o aprofundamento do debate, que é antigo e recorrente. Foram utilizados dados que serviram para a elaboração do Diagnóstico da Pecuária Leiteira do Estado de Minas Gerais, em 2005. Na composição da amostra foram sorteados 1.000 produtores de todos os estratos de produção e de todas as regiões do Estado.

Os entrevistados foram divididos em quatro grupos segundo o grau de sangue das suas vacas: Azebuado, até 1/2 HZ, de 1/2 HZ a 3/4 HZ e de 3/4 HZ a 7/8 HZ. Quando na mesma fazenda existiam animais de diferentes graus de sangue, foi calculada a média, ponderada pelo número de vacas em cada grau, assim: 10 vacas 1/2 HZ e 30 vacas 3/4 HZ.

((10 x 0,50) + (30x 0,75))÷40 = 0,6875 ou 68,75 % de sangue holandês e 31,25% de sangue zebu.

Os dados da Tabela 1 confirmaram a especialização para a produção de leite da raça holandesa. Todos os indicadores da produtividade aumentaram com o aumento do grau de sangue holandês. Isto significa que, considerando apenas tais indicadores, os sistemas de produção mais atraentes são os de maior grau de sangue holandês.

Os dados da Tabela 2 mostram que os custos variáveis unitários (custo/litro) aumentaram com o aumento do grau de sangue holandês. São exemplos de custos variáveis: mão-de-obra contratada para manejo do rebanho, manutenção de pastagens, canaviais e capineira, silagem, concentrados, minerais, medicamentos, hormônios, materiais de ordenha, transporte do leite, energia e combustível, inseminação artificial e outros dessa natureza.

Considerando apenas os custos variáveis médios, os sistemas de produção de menor grau de sangue holandês são os mais atraentes, porque são os de menor custo/litro. Os que defendem a tese de que nas regiões tropicais não se deve passar de 1/2 HZ tem como principal argumento o custo variável médio. Do ponto de vista de curto prazo, eles estão corretos, porque o que interessa para a decisão são os custos variáveis.

Ainda segundo a Tabela 2, os custos fixos unitários (custo/litro) diminuíram significativamente à medida que aumentou o grau de sangue holandês das vacas. Tal diminuição é decorrente da baixa relação capital investido/produção de leite nos sistemas mais enraçados. São exemplos dos custos fixos as depreciações de benfeitorias e máquinas e os juros sobre o capital investido em benfeitorias, máquinas, animais e terra.

Do ponto de vista de longo prazo, os custos fixos são essenciais na interpretação da viabilidade financeira do negócio. A substituição do capital envelhecido é condição vital de sobrevivência.

O custo total médio (custo/litro), resultante da soma dos custos variáveis e fixos, diminuiu com o aumento do grau de sangue holandês das vacas, Tabela 2. Tendo como critério o custo médio, as fazendas de gado mais enraçado são as mais atraentes, porque eles são de menor custo.

Segundo os dados apresentados e discutidos, a definição do sistema de produção preferido depende do critério de análise financeira. Se forem custos variáveis, é mais atraente gado com menor grau de sangue holandês. Se for custo total, é mais atraente o de maior grau de sangue holandês.

A margem bruta anual do estrato de 3/4 a 7/8 HZ (R$ 33.643,18) foi 196% maior que a do estrato até 1/2 HZ (R$ 11.355,00), segundo dados da Tabela 3. Por esse critério, as fazendas de gado mais enraçado são mais lucrativas. As mesmas conclusões foram observadas nos demais indicadores sobre margem bruta. Repetindo a comparação anterior nos outros indicadores, foram encontrados os seguintes resultados: Margem bruta/hectare, 149% maior; margem bruta/vaca em lactação, 63% maior; e margem bruta/total de vacas, 86% maior.

Os que defendem menor grau de sangue holandês argumentam que o preço de venda de bezerros e vacas descartadas é maior nas fazendas com menor grau de sangue holandês e, por isto, elas têm mais lucro. Esse argumento é ilusório, porque a participação da venda de animais na renda bruta se reduz com o aumento do grau de sangue, segundo dados da Tabela 4.

Que o preço de um bezerro azebuado é maior que um holandesado, isto ninguém duvida. Porém, o valor da produção de leite dos sistemas mais enraçados é muito maior que o dos azebuados. A soma da venda do leite e de animais é maior nos sistemas de gado com maior percentual de sangue holandês.

Finalmente, o último indicador examinado: taxa de remuneração do capital investido. Ele mostra a atratividade do projeto. Quanto maior a taxa, maior a atratividade. De acordo com os dados da Tabela 5, o estrato de 3/4 a 7/8 HZ é o de maior atratividade. Comparando as taxas de remuneração encontradas com a taxa real de juros da caderneta de poupança (6% ao ano), apenas os estratos de 1/2 a 3/4 HZ e de 3/4 a 7/8 HZ são atrativos.

A principal conclusão deste artigo é que, para a realidade dos produtores de leite entrevistados, em Minas Gerais, em 2005, a hipótese da baixa rentabilidade das fazendas de gado mais enraçado não se confirmou no campo.

Tabela 1. Indicadores de produtividade, segundo estratos de raça e grau de sangue das vacas.


Fonte: Dados primários do Diagnóstico da Produção de Leite do Estado de Minas Gerais.

Tabela 2. Custos médios da produção de leite, segundo estratos de raça e grau de sangue das vacas.


Fonte: Dados primários do Diagnóstico da Produção de Leite do Estado de Minas Gerais.

Tabela 3. Indicadores de margem bruta (renda bruta - custos variáveis), segundo estratos de raça e grau de sangue das vacas.


Fonte: Dados primários do Diagnóstico da Produção de Leite do Estado de Minas Gerais.

Tabela 4. Participação da venda de animais na renda bruta, segundo estratos de raça e grau de sangue das vacas.


Fonte: Dados primários do Diagnóstico da Produção de Leite do Estado de Minas Gerais.

Tabela 5. Taxa de remuneração do capital investido, segundo estratos de raça e grau de sangue das vacas.


Fonte: Dados primários do Diagnóstico da Produção de Leite do Estado de Minas Gerais.

SEBASTIÃO TEIXEIRA GOMES

Professor Titular da Universidade Federal de Viçosa

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PAULO MARCOS RIBEIRO DA VEIGA

PASSOS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 10/05/2007

Parabens, professor, pelo excelente artigo, apesar de alguns da Epamig insistir nesta barca furada, que é colocar nelore em vaca de leite.

Na nossa região nem os pequenos produtores querem vacas azebuadas, pois até eles já perceberam que por ter pouca terra tem de aumentar a produção de leite por área para sobreviver.
FERNANDO ANTONIO DE AZEVEDO REIS

ITAJUBÁ - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 15/03/2007

Tenho a impressão, que na prática do dia-a-dia, da maioria das fazendas de Minas Gerais, fazer um animal F1 a partir de vaca holandesa com touro gir acaba tornando mais difícil obter um bom animal pela falta de critério do touro gir selecionado, muitas vezes de genética desconhecida (aventura genética), muitos utilizam tourinhos de caminhão.

Esta falta de critério acarreta um prejuízo na avaliação do F1, principalmente quando comparado com animais 3/4 hz a 7/8 hz oriundos de cruzamentos de touros holandeses de IA ou tourinhos de fazendas de HPB PO.

Acredito que o critério de cruzamento é fundamental, e isto eu não vejo ocorrer com a maioria dos pequenos e médios produtores. Entendo que o estudo foi feito na realidade encontrada, e a realidade pode não refletir a verdade de quando o cruzamento é bem feito e acaba refletindo o mal feito.

Os defensores do F1 não deveriam chamar mais atenção do critério do cruzamento, pois é fundamental para o sucesso.

Sempre digo que sêmem de raça europeia em vaca europeia é certeza de animal leiteiro, mas quando entra o zebu a coisa complica...
NILSON NUNES MORAIS JÚNIOR

COLATINA - ESPÍRITO SANTO - PESQUISA/ENSINO

EM 14/03/2007

Prof. Sebastião,

Raramente faço qualquer comentário a respeito dos artigos dos radades técnicos... mas desta vez é impossível não participar.

Primeiro parabéns pelo artigo, é claro, objetivo e apesar de algumas críticas, como pude ler acima, não se pode negar e é inquestionável que é uma "bela foto da pecuária leiteira" ou melhor, um raio X que permite ver a essência do sistema de criação escolhido pelo produtor mineiro e uma das principais e mais tradicionais bacias leiteiras do Brasil.

É claro que tendo realizado curso de mestrado em Zootecnia - área de produção animal - Bovinocultura, entendo a polêmica apresentada por alguns sobre o caratér científico da pesquisa, principalmente vindas de conceituados pesquisadores da UFMG e Epamig. Entretanto, não é possível realizar uma prova científica que reflita a realidade dos diversos produtores de leite e eliminar todas as co-variáveis presentes nas fazendas. E desta forma o caráter científico de sua pesquisa tem um enorme mérito por trabalhar com uma amostragem segura, bem delineada, e a meu ver, não tendenciosa.

Mas o assunto principal e que gostaria de partilhar com o Sr. e demais é - sem fazer qualquer apologia ao Holandês ou desmerecer o pesquisador e criadores de gado mestiço azebuados - o fato de que há doze anos dando aulas na Escola Agrotécnica Federal no ES e coordenador do setor de Bovinocultura, temos enfrentado este dilema com alunos e produtores: "qual a melhor raça?".

Temos um sistema de produção modesto com média de 25 vacas em lactação onde nossos alunos desenvolvem sua práticas de ensino. Neste sistema temos utilizado 100% de inseminação artificial nas vacas há 10 anos, utilizando principalmente a raça holandesa e eventualmente jersey e gir leiteiro. Como resultado, temos no mesmo sistema de produção animais com as diversas composições raciais que vão desde o 1/2GH até vacas PO Holandesas. E por incrível que pareça e contrariando a muitos... parece que as conclusoes que o Sr. chegou no seu estudo foram tiradas do nosso curral.

Na prática, o aumento do grau de sangue resultou ao longo destes anos em aumento de produtividade e lucratividade, e apesar de termos vacas 1/2GH muito mais rústicas e vacas puras holandesas com elevado estresse térmico, a nossa trajetória até o momento, comparando as composições raciais em nossas condições e, é claro, sem qualquer rigor científico (apenas pessoal), é mais favorável técnica e econômica para animais com maior grau de especialização leiteira, principalmente quando se tem limitação de tamanho de área para a exploração de leite, como é o nosso caso.

Somente a título de ilustração, posso afirmar que quando o gado apresentava predominância de zebú (12 anos atrás), a média do nosso curral era de 4 quilos leite/vaca lactação/dia. Hoje, com predominância de holandês, é 19 quilos leite/vaca lactação/dia (fev/2007 cont leiteiro oficial), média anual do rebanho em 206 acima de 15 quilos leite/vaca lactação/dia e vacas com 8000 kilos/lactação.
RAFAEL GONÇALVES VELOSO

UBERABA - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 08/03/2007

Professor Sebastião,

Parabéns pela aula mais uma vez. Vejo que está havendo uma confusão por parte dos leitores. Entendo que sua menção, na verdade, não é para a melhor opção genética, e sim pelo sistema mais rentável. Ora, vejamos o caso do último extrato onde a produção média por vaca é de 12l/dia e a TRC é de 10%/ano, acredito que seja perfeitamente factível atingir esta média (3600 kg/vaca/ano) para qualquer uma das opções genéticas, inclusive com zebuíno, desde que selecionado para isto.

Muitos comentários defenderam esta ou aquela opção genética, mas estas análises infelizmente tem se restringido até o presente momento, somente ao desempenho animal, quando que na verdade a resposta verdadeira só pode ser dada quando fizermos uma análise mais ampla considerando todo o sistema de produção. TCR é o que vale!

Busquemos o sistema mais rentável e esqueçamos as paixões pelas raças.

Sucesso

Rafael G. Veloso
Zootecnista
OCTÁVIO ROSSI DE MORAIS

SOBRAL - CEARÁ - PESQUISA/ENSINO

EM 08/03/2007

Como pesquisador da EPAMIG na área de melhoramento animal não posso deixar de responder ao Sr. José Luiz Ribeiro. A EPAMIG recomenda àqueles que produzem leite com vacas F1 o uso de touro Nelore ("vaca de leite, bezerro de corte") por um motivo muito prático: o leite mais lucrativo é o produzido por vacas F1 dentro da realidade da maior parte das fazendas mineiras, e a estratégia de usar touro de corte proporciona ao produtor bons bezerros para venda assim que eles não sejam mais necessários para a ordenha.

Pode-se argumentar que em algumas regiões, mesmo não havendo mercado para o macho 3/4 HZ, a fêmea tem bom preço. Tudo bem, usa-se touro holandês. E o produtor que tira leite com vacas 3/4? Deve usar touro holandês ou zebuíno? Onde vamos chegar com essa salada? Nossa missão não é confundir o produtor, mas sugerir procedimentos embasados em resultados consitentes de pesquisas.
CLAUDINO LUIS PITA DE OLIVEIRA

RIO DE JANEIRO - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 07/03/2007

O professor Sebastião Teixeira Gomes, mais uma vez traz à tona a partir de dados coletados de forma sistematizada e analisados de forma isenta e profissional, informações que vêm desmistificar a pecuária leiteira brasileira, sempre tão cheia de especialistas que estão sempre tentando inventar sistemas de produção totalmente desvinculados da principal função que deve ter qualquer empresa, gerar lucro e remunerar o capital e o trabalho investidos.

Tendo participado do primeiro grupo do programa Nestlé/Funarbe sobre a orientação técnica do ilustre professor, percebo hoje que antes de definir melhores técnicas ou modelos ideais, há que se ter a coleta consistente de dados sobre a produção e o processamento destes dados de forma objetiva para identificar os resultados obtidos dentro da fazenda e assim avaliar os melhores caminhos a serem seguidos em busca da viabilização da atividade.

Acreditando ser esta a mensagem que o professor Sebastão Teixeira Gomes busca transmitir em seu artigo, antes de qualquer opinião sobre graus de sangue, venho parabenizá-lo pelo mesmo e ratificar a minha adimiração pela sua lucidez na condução de estudos sobre um campo tão carente desta qualidade.

Claudino Luis Pita de Oliveira
LAERTE PEREIRA

BRASÍLIA - DISTRITO FEDERAL

EM 07/03/2007

Gostaria que alguém respondesse à questão do Adelar Francisco Taffael sobre a escala de produção: a partir de quantos litros é viável a atividade leiteira?
DIONISIO CAPRONI

MACHADO - MINAS GERAIS - REVENDA DE PRODUTOS AGROPECUÁRIOS

EM 04/03/2007

Parabens pelo artigo do Prof. Sebastião Teixeira Gomes.

Eu trabalho no campo há bastante tempo e por último tenho visto a dificuldade dos produtores que têm gado mais azebuado em vender suas crias, pois o bezerro que no passado era vendido por R$ 300,00 a R$ 350,00 reais, hoje está valendo R$ 150,00, no máximo R$ 180,00 reais, quando acha alguem para comprar.

Então, sempre venho falando para eles que no gado vai acontecer o que aconteceu com o porco, porco caipira deu lugar ao suino branco, e o mesmo está acontecendo com o gado de leite. Ou você tira leite ou cria gado de corte. Pois nenhum pecuarista vai mais comprar bezerro que não seja da raça especifica de corte.

Por isto é só fazer as contas.

Abraço,
Dionisio Caproni
ANDRE ZANAGA ZEITLIN

SÃO PAULO - SÃO PAULO

EM 04/03/2007

Mais do que a questão do grau de sangue, este artigo deixa claro a importância da coleta sistemática de dados: na mão de gente competente, dado vira informação, e informação é o recurso mais estratégico para qualquer atividade humana.

Parabens, Prof. Sebastiao. Mais uma vez, o senhor deu aula!
RONAN DE PÁDUA SILVA

SÃO SEBASTIÃO DO PARAÍSO - MINAS GERAIS - PROFISSIONAIS DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS

EM 04/03/2007

Muito interessante, pois meu pai também é criador de gado leiteiro e tem com ele alguns mitos, com certeza vou mostrar este trabalho a ele, trocar uma idéia de que nem sempre o que se fala e realmente o que acontece na vida prática.

<b>Resposta do autor:</b>

Ronan,

Fiquei feliz com a possibilidade de meu artigo poder contribuir para aumentar a eficiência da produção de leite da família!

Atenciosamente,

Sebastião Teixeira Gomes
SÉRGIO PEREIRA

PATROCÍNIO - MINAS GERAIS - ESTUDANTE

EM 04/03/2007

Caro Sr. Sebastião,

Sua análise é interessante, especialmente quando afirma que desconsiderando os custos fixos unitários a produção com gado mais azebuado é vantajosa. Destacamos ainda que, para quem mora na terra, esta não deve ser considerada como um custo fixo, por várias razões que não cabe enumerar aqui.

O raciocínio é perfeitamente aplicável e correto apenas para o investidor urbano, que projeta - e corretamente - seu investimento, baseando-se na comparação com outras opções de aplicações disponíveis e potencialmente mais rentáveis para seu capital. Podemos analisar a questão por outro aspecto completamente diferente: o da baixa produtividade do gado azebuado tomado como referência para o diagnóstico.

Cordialmente,

Sergio Pereira

<b>Resposta do autor:</b>

Sérgio,

No longo prazo, mesmo morando na fazenda o produtor deve computar os custos fixos (depreciação e juros). Em especial a depreciação!

Atenciosamente,

Sebastião Teixeira Gomes
JOSÉ NILSON VILLAÇA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 04/03/2007

Caro Prof. Sebastião Teixeira Gomes

Belíssimo, oportuno e muito valioso o seu artigo sobre a rentabilidade na produção de leite na mestiçagem das vacas. A comprovação econômica da rentabilidade dos vários tipos de sangue na mestiçagem não deixa dúvida para as várias opções que os produdores têm. Parabéns pelo trabalho.

José Nilson Villaça

<b>Resposta do autor:</b>

José Nilson,

Agradeço seus comentários! Você interpretou o artigo corretamente.

Atenciosamente,

Sebastião Teixeira Gomes
ADELAR FRANCISCO TAFFAREL

CAMPO GRANDE - MATO GROSSO DO SUL - INSTITUIÇÕES GOVERNAMENTAIS

EM 04/03/2007

Interessantíssimo, didádito e oportuno o artigo. Gostaria de ler artigo abordando o assunto: escala de produção. A partir de quantos litros/dia é viável a atividade leiteira?
Um abraço!
EDUARDO AMORIM

PATOS DE MINAS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/03/2007

Realmente excelente este artigo do professor Sebastião Teixeira Gomes da Universidade de Viçosa, que demonstra com muita propriedade, e de forma clara e objetiva, que o mito da baixa rentabilidade das fazendas de gado mais enraçado holandes é questionável, e não se verificou na pesquisa de campo implementada.

<b>Resposta do autor:</b>

Eduardo Amorim,

Você foi feliz nas suas afirmativas! Obrigado!

Atenciosamente,

Sebastião Teixeira Gomes

DAGMAR APPEL GONCALVES

NÃO-ME-TOQUE - RIO GRANDE DO SUL - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/03/2007

Este artigo coloca uma análise econômica viável para obter uma melhor rentabilidade, uma vez que o preço do leite vai se manter sem muita expectativa de grandes elevações. Logo, a saida é fazer a coisa certa que está nas mãos dos produtores, que é o cruzamento, visando a produção eficiente e rentável.

<b>Resposta do autor:</b>

Dagmar,

Você foi feliz nas suas afirmativas! Obrigado!

Atenciosamente,

Sebastião Teixeira Gomes
FERNANDO ENRIQUE MADALENA

BELO HORIZONTE - MINAS GERAIS - PESQUISA/ENSINO

EM 03/03/2007

Prezado Sebastião,

Com todo respeito, sua base de dados não é apropriada para fazer comparações entre grupos genéticos, uma vez que os diferentes grupos estão em diferentes fazendas, e, portanto, as diferenças entre eles são devidas, não apenas à genética, mas, também às diferenças de manejo, local, capacidade gerencial, etc.

É o que em pesquisa se chama de confusão dos efeitos. Compara-se o genótipo A em fazenda ruim, de 3 litros, com o genótipo B em fazenda melhor, de 8. Para fazer tal comparação, o certo seria avaliar todos os grupos em todas as fazendas, como fizemos no experimento conduzido na EMBRAPA, onde novilhas de seis graus de sangue foram distribuídas, para avaliação, a 67 fazendas, recebendo cada fazenda representante de cada grau de sangue.

Por outra parte, seus dados se referem a um ano apenas. No experimento acima, cada vaca foi acompanhada até os 12 anos de idade, sendo assim possível avaliar o desempenho na vida.

Outro aspecto que dados de campo como os seus não permitem avaliar é qual é o cruzamento certo. Considere duas vacas meio sangue, uma filha de Holandês com Gir e a outra de boi meio sangue com vaca meio sangue. Ambas serão ½ HZ na classificação do seu estudo; entretanto, a primeira, sendo F1 apresentará desempenho superior à segunda, bimestiça, em função da maior heterose no primeiro cruzamento.

Em outras palavras, a questão de interesse não é apenas o desempenho por grau de mestiçagem, e sim a avaliação comparativa válida das alternativas de cruzamento que o produtor deve fazer. Ao se analisar desta forma, no experimento acima mencionado, com suporte na literatura nacional e internacional, chegamos à conclusão que, para o nível de produção de até 10 litros/vaca total, o F1 era mais econômico, caindo essa superioridade ao se holandesar ou se azebuar o rebanho (ver, p.ex., livro Produção de Leite e Sociedade, https://www.vet.ufmg.br/editora/editora ).

Li com muita atenção e interesse o "Diagnóstico", como sempre faço com suas importantes publicações, mas não compreendi de que forma eram obtidos os valores econômicos. Parece tratar-se de questionário. Sendo o custo fixo uma consideração importante na sua análise, seria interessante saber quem e como fez as avaliações de terra, benfeitorias, pastagens, etc.

Uma outra indagação que surge é porque os graus de sangue vão só até 7/8? Não havia rebanhos com grau de sangue maior nos amostrados?

Um abraço,
Fernando

<b>Resposta do autor:</b>

Fernando Madalena,

Achei interessante seus comentários! Em breve enviarei novas informações sobre os custos fixos. Os sistemas de produção de mais de 7/8 Hz não foram incorporados no artigo porque o número de produtores neste estrato foi muito pequeno.

Agradeço seus comentários!

Atenciosamente,

Sebastião Teixeira Gomes
HELIO CABRAL JUNIOR

GOVERNADOR VALADARES - MINAS GERAIS

EM 03/03/2007

O Dr. Sebastião é um dos papas na área de economia agropecuária e seu "diagnóstico da pecuária leiteira em MG", uma obra de monta e referência para toda cadeia produtiva!

Entretanto, tenho que ressaltar um detalhe que é essencial para a correta interpretação da conclusão final deste brilhante artigo do Dr. Sebastião: atentem para os índices zootécnicos das propriedades avaliadas, que a bem da verdade representam a MÉDIA mineira e/ou nacional para as categorias animais citadas, mas que estão em alguns ítens longe do potencial produtivo de cada categoria animal assim como da produção por unidade de área em solos tropicais.

Atentem para os níveis médios de produtividade individual (vaca/dia), total (média do rebanho, contando vacas em lactação e vacas secas) e por unidade de área (litros/ha) dos diferentes graus de sangue.

Vejam que na faixa produtiva de 12 kg/l/animal/dia, há o menor custo de produção e isto mesmo se considerando apenas 72% de vacas efetivamente em produção/lactação no rebanho e com uma produção por unidade de área de só 2.394,5 kg/l/ha/ano.

Então a reflexão que proponho é a seguinte: metaforicamente falando poderíamos dizer que se comparou um fusquinha, um uno, um vectra e um audi A4 - consideraríamos o H PO um Audi A6, rolls royce, etc - (já adianto aos apaixonados por carros e raças que o exemplo é meramente ILUSTRATIVO). Então o desempenho do audi A4 foi de 100km/h, com um consumo de 7 litros de combustível por km rodado e em um percurso curto. Será que um bom fusquinha (gir e/ou guzerá selecionado) não teria este desempenho com a vantagem de apresentar menor consumo de combustível e menor manutenção mecânica?

O que dizer então do uno? Seria difícil para ele alcançar desempenhos iguais ao do audi A4 utilizado?

O vectra então, não ultrapassaria o desempenho do audi A4 utilizado com galhardia?

Então o problema dos desempenhos de cada marca citada (tendo em conta o potencial de cada um) é da marca ou do profissionalismo e técnica do piloto??? Entendam profissionalismo e técnica como conhecimento sobre automobilismo (atividade), habilidade de pilotagem (administração), escolha do "modelo" ideal em cada marca (genética), manutenção e regulagem do veículo (manejo)!!!

Cordialmente,

Helio Cabral Jr

<b>Resposta do autor:</b>

Hélio Cabral,

Agradeço seus comentários! Achei diferente sua comparação sobre automobilismo e escolha do sistema de produção de leite.

Atenciosamente,

Sebastião Teixeira Gomes
JOSE LUIZ RIBEIRO

PASSOS - MINAS GERAIS - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 03/03/2007

Este artigo mostra o quanto a Epamig está no caminho errado com sua política de incentivar o produtor rural a colocar touro Nelore em vacas 1/2 sangue.

<b>Resposta do autor:</b>

José Luíz Ribeiro,

Agradeço seus comentários! É isto aí!

Atenciosamente,

Sebastião Teixeira Gomes

PAULO FERNANDO ANDRADE CORREA DA SILVA

VALENÇA - RIO DE JANEIRO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/03/2007

Parabéns ao prof. Sebastião Teixeira Gomes. Como sempre, um ótimo artigo. Chamou-me a atenção o custo total por litro de leite, acima de R$ 0,50. Esta é , ainda hoje, a nossa realidade no Estado do Rio de Janeiro. Independente do grau de sangue HPB/Gir.
Paulo Fernando.
PAULO DE THARSO BITTENCOURT

CERQUEIRA CÉSAR - SÃO PAULO - PRODUÇÃO DE LEITE

EM 02/03/2007

Duas colocações:

1ª. Cientificamente, essas comparações não têm qualquer credibilidade. Analisar fazendas diferentes com manejos diferentes, enfim condições gerais diferentes, não leva a conclusão alguma. Análises desse tipo somente serão aceitas se feitas com os critérios utilizados por C.P. McMeekan nos seus experimentos efetuados na Nova Zelandia, isto é, lotes de animais homogêneos (se possível, gêmeas idênticas) em condições de manejo e alimentação absolutamente iguais.

2ª. Acho que nenhum profissional do leite no Brasil tem qualquer dúvida que o gado mais rentável é o gado cruzado. A questão é: qual o grau de cruzamento mais apropriado e o que fazer depois de obtido o grau mais indicado, uma vez que não existem pesquisas válidas sobre a possibilidade de fixação dos diversos graus de sangue e muito menos provas de progênie adequadas e touros provados.

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